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Ensaio o meu novo OCR com um artigo mamado no papel do Expresso do Miguel sousa tavares

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Mensagem por Vitor mango Seg Jul 06, 2009 7:03 am

stado da nação dis
cute-se todos os
anos, por esta altura,
na Assembleia daRe
pública. O calendá
rio da discussão faz
mais sentido agora
— que é quando, de
facto, sentimos que o ano chegou ao fim — do que, por exemplo, no início do ano civil, como acontece nos Estados Unidos. O estado da nação é também um bom título para um debate parlamentar, mas que rara¬mente é fiel à sua etimologia: a nação nunca é verdadeiramente discutida e o seu estado é confundido sempre com o estado da governação. É pena, porque nação e Estado não são a mesma coisa, governo e Estado também não, ou não deveriam ser, e governo e nação são duas noções não fundíveis - por mais que o Estado Novo, por exemplo, o te¬nha tentado e tenha feito disso uma filo¬sofia política pretensamente legitima- dora da ditadura.
Sendo uma pena essa confusão, não
deixa, porém, de ser reveladora. Tenho
para mim, desde há muito, que o pro
blema português profundo é exacta
mente confundir tudo isso— nação, Es
tado e governo. É uni problema que
vem de muito longe, talvez desde D.
João 11,0 verdadeiro criador do Estado
português- feito que alcançou com
muitos crimes, muita perfídia e muito
sangue, conseguindo assim liquidar a
nação feudal. esquartejada por vários
baronatos (a regionalização da época).
Se foi isso que permitiu a criação do Es
tado, também foi isso que iria permitir
e fomentar durante séculos a confusão
perniciosa entre Estado e poder políti
co. Colombo fez seis viagens à Améri
ca, todas financiadas por interesses pri
vados que arriscaram os seus capitais
na descoberta do Eldorado e de um
imenso território, que ele julgava ini-
cialmente ser a Índia mas que rapida
mente se percebeu ser coisa diferente,
mais vasta e mais apetecível. Na sua pri
meira viagem partiu de Sevilha, sem os
Reis Católicos a darem a largada simbó
lica, mas sim com os empresários anda
luzes que custeavam a sua expedição a
verem-no partir das margens do Gua
dalquivir. Claro que a Coroa tinha privi-
légios, políticos e económicos, entre
eles o de definir o estatuto do próprio
Colombo— que acabaria, a partir da se
gunda viagem, por fixar-se em qual
quer coisa jamais explicitada, mas com
um nome adequado a esse excepcional
visionário: Almirante do Mar Oceano.
Nós fizemos diferente. D. Manuel cha
mou a si o monopólio integral da explo
ração marítima — e talvez por isso, e
não somente pelas razões historicamen
te arroladas, não tenha aceite as pro
postas de Colombo, que eram demasia
damente favoráveis ao genovês para po
r i re;tpc nor um soberano que
ambicionava controlar toda a empreita¬da das descobertas. Aqui, os navegado- res partiam de Belém, sob o olhar da Coroa e de todo o Estado, que nela se fundia, iam com ordens expressas do Rei e do seu conselho de sábios, e todo o ouro. prata e especiarias que traziam de volta era monopólio da Coroa. Duar¬te Pacheco Pereira (o verdadeiro desco¬bridor do Brasil) escreveu no seu "Es¬meraldo de Sim Orbis" que, já em 1498, tinha descoberto o Brasil a man¬do de D. Manuel: nem por acaso, nem por iniciativa própria ou financiado por interesses empresariais — a mando de El Rey. E quando, por volta de 1750, D. Luís de Albuquerque inicia em plena mata amazónica o projecto demencial (e levado até ao fim) de construir o For¬te do Príncipe da Beira — um de sete fortes de fronteira aos quais o Brasil de¬ve hoje uns milhões de quilómetros qua¬drados de terra a mais —, foi ele quem mandou escrever no frontispício da por¬ta de entrada do forte uma frase elo¬quente. destinada a derrotar o desejo de desistência dos sacrificados constru¬tores do forte: "É vontade de El Rey: faça-se!". Em troca de tanto mando, a Coroa distribuía benesses a quem a ti¬nha servido, por mares e selvas nunca antes explorados: direitos especiais de participação nos lucros, concessões de terras, títulos de nobreza, cargos e mor¬domias, extensíveis a familiares. Servir o poder tornou-se assim o caminho úni¬co para alcançar um estatuto de rique¬za e acreditação social que se iria tor¬nar uma fatalidade nacional.
Ninguém, talvez, soube explorar tão bem esta deliberada e funesta confusão entre Estado e poder político, por uma lado, e nação, por outro, quanto Salazar. Aquele que a votação induzida de al¬guns portugueses, estabeleceu há tem¬pos e para efeitos televisivos como o maior português de sempre, foi, na reali¬dade, o português que tornou Portugal mais pequeno, os portugueses mais sub¬servientes e o Estado mais omnipotente. Qualquer carreira pública — de diploma¬ta a professor, de militar a magistrado—só era possível com um juramento de fi¬delidade ao poder político e aos seus ideais; os grandes grupos económicos, de que hoje tanto se fala, nasceram qua¬se todos no salazarismo, ao abrigo da Lei do Condicionamento Industrial, que estabelecia uni monopólio de facto por cada sector económico — em troca, cla¬ro, da fidelidade política ao ditador e ao seu regime. Salazar matou qualquer es¬pírito de liberdade que ainda restasse nos portugueses: corrompeu os intelec¬tuais, vergou a igreja, matou a iniciativa privada capaz de triunfar sem o favor político; transformou as Forças Arma- das numa guarda pretoriana do regime e, acima de tudo, instalou um chie na cabeça de cada português destinado a mentalizá-lo de que não havia vida fora da


continua se o meu OCR nao pifar


Última edição por Vitor mango em Seg Jul 06, 2009 7:05 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Vitor mango Seg Jul 06, 2009 7:04 am

bem nao é perfeito mas é o OCR a copiar do papel
Nada mau depois de toda a manha andar aos pontapés ao prpgrama
Vitor mango
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