Assim vai o Médio Oriente...
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Viriato
Joao Ruiz
RONALDO ALMEIDA
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Vagueando na Notícia :: Salas das mesas de grandes debates de noticias :: Professor Dr e mister Mokas faz a analise do Mundo
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Obama receberá presidente egípcio na Casa Branca no próximo dia 18
Relembrando a primeira mensagem :
Obama receberá presidente egípcio na Casa Branca no próximo dia 18
Da EFE
.
Washington, 3 ago (EFE).- O presidente americano, Barack Obama, receberá seu colega egípcio, Hosni Mubarak, na Casa Branca no próximo dia 18 para analisar o processo de paz no Oriente Médio e outros assuntos de interesse comum, informou hoje o Governo dos Estados Unidos.
Esta é a primeira viagem de Mubarak aos Estados Unidos em cinco anos. Além disso, será o segundo encontro entre ambos desde que se reuniram no Cairo no dia 4 de junho, disse a Casa Branca em comunicado.
"Os líderes discutirão uma ampla gama de assuntos de interesse comum, incluindo a paz no Oriente Médio, o combate ao extremismo e outras ameaças regionais", informa o comunicado.
Obama e Mubarak também conversarão sobre a promoção de reformas em todo o mundo árabe, assim como o fortalecimento da relação bilateral, acrescentou a nota. EFE
Obama receberá presidente egípcio na Casa Branca no próximo dia 18
Da EFE
.
Washington, 3 ago (EFE).- O presidente americano, Barack Obama, receberá seu colega egípcio, Hosni Mubarak, na Casa Branca no próximo dia 18 para analisar o processo de paz no Oriente Médio e outros assuntos de interesse comum, informou hoje o Governo dos Estados Unidos.
Esta é a primeira viagem de Mubarak aos Estados Unidos em cinco anos. Além disso, será o segundo encontro entre ambos desde que se reuniram no Cairo no dia 4 de junho, disse a Casa Branca em comunicado.
"Os líderes discutirão uma ampla gama de assuntos de interesse comum, incluindo a paz no Oriente Médio, o combate ao extremismo e outras ameaças regionais", informa o comunicado.
Obama e Mubarak também conversarão sobre a promoção de reformas em todo o mundo árabe, assim como o fortalecimento da relação bilateral, acrescentou a nota. EFE
Admin- Admin
- Pontos : 5709
Re: Assim vai o Médio Oriente...
Netanyahu, por seu turno, aproveitou a ocasião para voltar a exigir que os palestinianos reconheçam Israel como Estado Judeu.
Ja viram o que seria
Os EUA é um estado IURD
Por favor
Uma coisa é um estado laico outra coisa sao fantasias religiosas
Ja viram o que seria
Os EUA é um estado IURD
Por favor
Uma coisa é um estado laico outra coisa sao fantasias religiosas
Vitor mango- Pontos : 118268
Israel pede "sanções paralisantes" contra o Irão, com o apoio da Alemanha
Declarações de Netanyahu em viagem à Europa
Israel pede "sanções paralisantes" contra o Irão, com o apoio da Alemanha
PÚBLICO
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, pediu hoje, em Berlim, “sanções paralisantes” para impedir o programa de armamento nuclear do Irão.
“O mais importante que podemos fazer é aplicar sanções paralisantes. É possível fazer pressões reais sobre o regime de Teerão se as grandes potências se unirem”, declarou Netanyahu, de visita à Alemanha, numa conferência de imprensa com a chanceler alemã, Angela Merkel.
Netanyahu apontou que se o Conselho de Segurança das Nações Unidas não tomar a decisão de aplicar sanções mais severas ao Irão, apesar da recusa da China e da Rússia, deverá caber a uma “coligação de voluntários” aplicar tais medidas - uma declaração que recorda a retórica da Administração de George W. Bush.
Merkel afirmou que Teerão deve responder às ofertas de diálogo para cessar o seu programa de enriquecimento de urânio, até Setembro, num prazo estabelecido pelos Estados Unidos. Se não se verificarem progressos nas negociações, frisou a chanceler, “tomaremos medidas firmes” em relação ao Irão, “nos sectores energético e financeiro”.
“Já temos sanções e podemos ir mais longe. Estamos prontos para isso”, apontou Angela Merkel. Sublinhou ainda que as sanções seriam mais eficazes com o apoio da China e da Rússia.
Israel tem sido pressionado pela comunidade internacional para retomar o diálogo com os palestinianos sobre o conflito no Médio Oriente. Netanyahu espera “poder relançar as negociações no prazo de um ou dois meses” e disse estar pronto para se encontrar com a Autoridade Palestiniana.
O primeiro-ministro reforçou, no entanto, que um futuro Estado palestiniano deve reconhecer Israel como “o Estado hebraico”.
Merkel alertou que “parar a colonização dos territórios ocupados é uma pedra angular na retoma das negociações de paz”. “Deve haver uma mudança substancial” na política israelita quanto à ocupação de novos territórios para habitação, continuou Merkel. Os Estados Unidos também já apelaram ao Governo de Israel para cessar as construções na Cisjordânioa, para promover a retoma das conversações.
O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, afirmou que só retomará o diálogo para a discussão da paz quando Israel cessar as construções na Cisjordânia.
Planos de Auschwitz
Netanyahu visitou uma localidade alemã onde Nazis planearam o extermínio de judeus e recebeu plantas originais do campo de concentração de Auschwitz, que datam de 1941 e 1942 e foram descobertas no ano passado. Esta oferta foi um símbolo da relação histórica entre a Alemanha e o Estado judaicvo criado depois do Holocausto.
“Não podemos permitir que o mal cause a morte em massa de inocentes. A coisa mais importante a fazer é cortar esse mal pela raiz”, afirmou Netanyahu, aludindo às ameaças do Presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, que referiu a sua intenção de apagar Israel do mapa.
São frequentes os encontros entre os dirigentes dos dois países, e Merkel reforçou que o próximo terá lugar no final deste ano, com o novo Governo alemão, eleito a 27 de Setembro. Israel e Alemanha pretendem reforçar a cooperação económica, particularmente no campo da investigação científica.
Israel pede "sanções paralisantes" contra o Irão, com o apoio da Alemanha
PÚBLICO
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, pediu hoje, em Berlim, “sanções paralisantes” para impedir o programa de armamento nuclear do Irão.
“O mais importante que podemos fazer é aplicar sanções paralisantes. É possível fazer pressões reais sobre o regime de Teerão se as grandes potências se unirem”, declarou Netanyahu, de visita à Alemanha, numa conferência de imprensa com a chanceler alemã, Angela Merkel.
Netanyahu apontou que se o Conselho de Segurança das Nações Unidas não tomar a decisão de aplicar sanções mais severas ao Irão, apesar da recusa da China e da Rússia, deverá caber a uma “coligação de voluntários” aplicar tais medidas - uma declaração que recorda a retórica da Administração de George W. Bush.
Merkel afirmou que Teerão deve responder às ofertas de diálogo para cessar o seu programa de enriquecimento de urânio, até Setembro, num prazo estabelecido pelos Estados Unidos. Se não se verificarem progressos nas negociações, frisou a chanceler, “tomaremos medidas firmes” em relação ao Irão, “nos sectores energético e financeiro”.
“Já temos sanções e podemos ir mais longe. Estamos prontos para isso”, apontou Angela Merkel. Sublinhou ainda que as sanções seriam mais eficazes com o apoio da China e da Rússia.
Israel tem sido pressionado pela comunidade internacional para retomar o diálogo com os palestinianos sobre o conflito no Médio Oriente. Netanyahu espera “poder relançar as negociações no prazo de um ou dois meses” e disse estar pronto para se encontrar com a Autoridade Palestiniana.
O primeiro-ministro reforçou, no entanto, que um futuro Estado palestiniano deve reconhecer Israel como “o Estado hebraico”.
Merkel alertou que “parar a colonização dos territórios ocupados é uma pedra angular na retoma das negociações de paz”. “Deve haver uma mudança substancial” na política israelita quanto à ocupação de novos territórios para habitação, continuou Merkel. Os Estados Unidos também já apelaram ao Governo de Israel para cessar as construções na Cisjordânioa, para promover a retoma das conversações.
O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, afirmou que só retomará o diálogo para a discussão da paz quando Israel cessar as construções na Cisjordânia.
Planos de Auschwitz
Netanyahu visitou uma localidade alemã onde Nazis planearam o extermínio de judeus e recebeu plantas originais do campo de concentração de Auschwitz, que datam de 1941 e 1942 e foram descobertas no ano passado. Esta oferta foi um símbolo da relação histórica entre a Alemanha e o Estado judaicvo criado depois do Holocausto.
“Não podemos permitir que o mal cause a morte em massa de inocentes. A coisa mais importante a fazer é cortar esse mal pela raiz”, afirmou Netanyahu, aludindo às ameaças do Presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, que referiu a sua intenção de apagar Israel do mapa.
São frequentes os encontros entre os dirigentes dos dois países, e Merkel reforçou que o próximo terá lugar no final deste ano, com o novo Governo alemão, eleito a 27 de Setembro. Israel e Alemanha pretendem reforçar a cooperação económica, particularmente no campo da investigação científica.
LJSMN- Pontos : 1769
Re: Assim vai o Médio Oriente...
É a mesma notícia, apenas com títulos diferentes. Novidades não tem...
LJSMN- Pontos : 1769
Re: Assim vai o Médio Oriente...
Ha uma duvida minha que coloca a V. ExasSam escreveu:É a mesma notícia, apenas com títulos diferentes. Novidades não tem...
a mesma noticia na mesam mesa é mesmo para mandar para spams
Mas em mesas diferentes pode ter diferentes abordagens e ai se cortarmo esse entusiasmo perdemos algo de interessante
Ate porque pode haver postadores que por qualquert razao nao entrem em mesas onde
eu dizia mais
Onde ...
Vitor mango- Pontos : 118268
Re: Assim vai o Médio Oriente...
Não concordo.
Notícias aparentemente iguais em título, podem ser muito diferentes no conteúdo, tudo dependendo do ângulo por que tenha sido visto ou ouvido o facto relatado e também da capacidade de agarrar o destinatário, pela sua transmissão (escrita ou oral).
Não é por acaso, que, assistimos muitas vezes a declarações como esta:
Não foi bem isso, que eu disse!
Notícias aparentemente iguais em título, podem ser muito diferentes no conteúdo, tudo dependendo do ângulo por que tenha sido visto ou ouvido o facto relatado e também da capacidade de agarrar o destinatário, pela sua transmissão (escrita ou oral).
Não é por acaso, que, assistimos muitas vezes a declarações como esta:
Não foi bem isso, que eu disse!
Última edição por João Ruiz em Sex Ago 28, 2009 2:51 am, editado 1 vez(es)
Joao Ruiz- Pontos : 32035
Re: Assim vai o Médio Oriente...
Vitor mango escreveu:Netanyahu, por seu turno, aproveitou a ocasião para voltar a exigir que os palestinianos reconheçam Israel como Estado Judeu.
Ja viram o que seria
Os EUA é um estado IURD
Por favor
Uma coisa é um estado laico outra coisa sao fantasias religiosas
oh mango o k tas a dizer nao tem pes nem cabeça, israel eh um estado (quasi)secular, o unico, para alem da turkia no medio oriente. tem os mesmos feriados do calendario judaico k a maioria dos estados cristaos tem de biblicos, mais baseados em tradiçao social do que religiosa. kualker religiao pode ser praticada em israel, livremente, embora o judaismo seja previligiado, tal como o cristianismo eh noutros estados.
se me disseres, k para estado REALMENTE secular, ainda pode melhorar muito, pode. achares k ao ser referido "estado judaico" eh o mesmo que USA- IURD, ou ai sim, republica islamica do irao, eh um disparate total.
tal como jah te disse varias vezes o vagueante, k tem imensa paciencia para te explicar as coisas tim-tim por tim, tu podes ODIAR judeus, mas nao tens o direito de dizeres INVERDADES, nem de alterares o sentido das coisas a teu bel prazer.
mas, e para esclarecimento desta tua afirmaçao, nada melhor do que LERES o k REALMENTE DISSE NETANYAHU, pode ser k percebas o k eh significa realmente a designaçao de estado judaico, e te deixares de fantasias:
We also discussed the peace process with the Palestinians, and I expressed my intention to work towards ending this conflict, and described also what I believe is a winning formula for peace: a demilitarized Palestinian state that recognizes the Jewish state, or as Theodore Herzl called it more than a century ago, “the Judenstat”, the Jewish state. He called it a Jewish state not in the religious sense, although there are religious Jews living in it, but in the sense of Israel, the Jewish state, being the nation-state of the Jewish people. There are non-Jews living there as well, and they enjoy full civil rights, full equal, individual rights as few do in a very, very wide radius in the Middle East.
A peace agreement between us and the Palestinians asks that we recognize the Palestinian state as the nation-state of the Palestinian people, and it must equally ask that the Palestinians recognize Israel as the nation-state of the Jewish people.This is our vision for peace – two peoples living side-by-side, in mutual dignity, in mutual respect, in mutual recognition. I believe that my government has moved rapidly in the last four months to change the reality on the ground so that the possibility of reaching a political peace is strengthened.
A peace agreement between us and the Palestinians asks that we recognize the Palestinian state as the nation-state of the Palestinian people, and it must equally ask that the Palestinians recognize Israel as the nation-state of the Jewish people.This is our vision for peace – two peoples living side-by-side, in mutual dignity, in mutual respect, in mutual recognition. I believe that my government has moved rapidly in the last four months to change the reality on the ground so that the possibility of reaching a political peace is strengthened.
Terminator- Pontos : 2544
Re: Assim vai o Médio Oriente...
embora o judaismo seja previligiado, tal como o cristianismo eh noutros estados.
olha olha a quem queres ens9inar a musicalidade
ja pareces o Antonio salazar a dizer que os " pretos " em Angola eram Portugueses e que qauilo eram provincias Portuguesas pah
Aonde é que um arabe tem os mesmos direitos que um Judeu que lhe deu na moina e nascido em NY pega num aviao e 5 minutos depois é Israelita e pode matar Palestianos
O mango Odeia violencia e cinismo pah
E o vagueante tem muitaaaaaaaaaaaas ideias que se encaixam comigo
Olha vai ás Viagens do Poças e esse sim odeia Arabes e acha que se os judeus lhes limparem o sarampo o ocidente esta livre
Calmex e regista ai na tua ciaxa do DEVE E HAVER
Os JUDEUS estao a fazer o mesmo freta aos americanos que os Salazarentos faziam em Africa mantendo a pax para as multi sacarem a riqueza
Ale no merdio Oriente é o petroleo
Outra coisa
O Mango nunca le nada em Ingles porque é um fanatico da lingua Tuga e por isso esgravata tudo o que é anonimo vindo cheirar o vagueando
Eles os brazucas jamais utilizam a lingua barbara ...agarram nela e aportuguezam-na
olha olha a quem queres ens9inar a musicalidade
ja pareces o Antonio salazar a dizer que os " pretos " em Angola eram Portugueses e que qauilo eram provincias Portuguesas pah
Aonde é que um arabe tem os mesmos direitos que um Judeu que lhe deu na moina e nascido em NY pega num aviao e 5 minutos depois é Israelita e pode matar Palestianos
O mango Odeia violencia e cinismo pah
E o vagueante tem muitaaaaaaaaaaaas ideias que se encaixam comigo
Olha vai ás Viagens do Poças e esse sim odeia Arabes e acha que se os judeus lhes limparem o sarampo o ocidente esta livre
Calmex e regista ai na tua ciaxa do DEVE E HAVER
Os JUDEUS estao a fazer o mesmo freta aos americanos que os Salazarentos faziam em Africa mantendo a pax para as multi sacarem a riqueza
Ale no merdio Oriente é o petroleo
Outra coisa
O Mango nunca le nada em Ingles porque é um fanatico da lingua Tuga e por isso esgravata tudo o que é anonimo vindo cheirar o vagueando
Eles os brazucas jamais utilizam a lingua barbara ...agarram nela e aportuguezam-na
Admin- Admin
- Pontos : 5709
Re: Assim vai o Médio Oriente...
o atestado em cima é da autoria do Mister mango e nao da administração que no vagueando nao tem pila sagrada limada como os judeus nem o vovo chamou o rabino para afinar a gaita mas sim um medico qualificado pela Ordem dos medicos nacionais
Gramei caro Tremidor o fanatismo do catolocismo em Portugal e gramei Aulas de religião e moral exp'osta pelo cardeal Cerejeira que cvom o Papa garanmtiam a Roma que todos os portugueses morreriam em defesa da fe e do Imperio
Pois
So que quando o Botas meteu um exercito a combater populaçao civil os soldados acordaram nja moina e meteram os miolos a racicionar
Porra estou a matar SEres Humanos que lutam pela terra onde nasceram
O que estou aqui a fazer ?
E é ai nessa altura que perdemos as colonias
Porque nunca se mete um exércitos a combater civis creianças velhos e coixos com um exercito
Jamais um exercito ganha
Jamé
O que sucede é sempre uma revolta intestina dentro do exercito
Foi por isso que os capitães deram um murro na porra no assunto em 24 de Abril
E sera o mesmo que vai axcontecer com os smoking com nodoas inundadas de sangue das vitimas
keres uma aposta ?
mais
Nunca os judeus poderao vger reconhecidas as fronteiras que roubaram a povos desaramados em que apenas tinham os tomates para enfrentar tanta armas com o apoio de um louco completamente varrido chamado Bush e sus assassinos
Por isso a america disse basta
Co0mo o disse no Vietname
Gramei caro Tremidor o fanatismo do catolocismo em Portugal e gramei Aulas de religião e moral exp'osta pelo cardeal Cerejeira que cvom o Papa garanmtiam a Roma que todos os portugueses morreriam em defesa da fe e do Imperio
Pois
So que quando o Botas meteu um exercito a combater populaçao civil os soldados acordaram nja moina e meteram os miolos a racicionar
Porra estou a matar SEres Humanos que lutam pela terra onde nasceram
O que estou aqui a fazer ?
E é ai nessa altura que perdemos as colonias
Porque nunca se mete um exércitos a combater civis creianças velhos e coixos com um exercito
Jamais um exercito ganha
Jamé
O que sucede é sempre uma revolta intestina dentro do exercito
Foi por isso que os capitães deram um murro na porra no assunto em 24 de Abril
E sera o mesmo que vai axcontecer com os smoking com nodoas inundadas de sangue das vitimas
keres uma aposta ?
mais
Nunca os judeus poderao vger reconhecidas as fronteiras que roubaram a povos desaramados em que apenas tinham os tomates para enfrentar tanta armas com o apoio de um louco completamente varrido chamado Bush e sus assassinos
Por isso a america disse basta
Co0mo o disse no Vietname
Vitor mango- Pontos : 118268
Re: Assim vai o Médio Oriente...
O Mango nunca le nada em Ingles porque é um fanatico da lingua Tuga
Por isso a trata tão mal!
Olha se não era fanático.....
Joao Ruiz- Pontos : 32035
Re: Assim vai o Médio Oriente...
So que quando o Botas meteu um exercito a combater populaçao civil os soldados acordaram nja moina e meteram os miolos a racicionar
Porra estou a matar SEres Humanos que lutam pela terra onde nasceram
O que estou aqui a fazer ?
Para começar, Mango, esses soldados, na sua maioria vindos das aldeias e analfabetos, nem pensavam nem se revoltavam e acabavam por, no regresso, voltar com mais do que o que tinham levado e disso faziam gala. Muitos pereciam, é um facto, mas há que dizê-lo, a maior parte das vezes de acidente normal, por incúria ou desleixo.
Já o mesmo se não dirá dos oficiais, esses sim, na sua maioria politizados e do reviralho -que quem não era da situação, era comunista e ponto final.
Assim, aquilo a que se foi assistindo na Guerra Colonial, foi um minar lento e progressivo, que viria a desaguar no conhecido mal-estar dos oficiais do quadro vs milicianos, que viria a ser o real motivo que levou ao 25 de Abril e, consequentemente ao fim da guerra em África.
Isto muito resumidamente, porque há muita coisa, que não saltou para a via pública , está no segredo dos deuses e lá continuará. Acredite!
Joao Ruiz- Pontos : 32035
Ashrawi é a primeira mulher no Comité Executivo da OLP
Ashrawi é a primeira mulher no Comité Executivo da OLP
por LUMENA RAPOSO
Hoje
Os 500 membros do Parlamento da OLP realizaram a primeira eleição por voto secreto da história da organização
Hanan Ashrawi foi eleita para o Comité Executivo da Organização de Libertação da Palestina (OLP), tornando-se assim na primeira mulher a integrar a principal instância dirigente da organização. O escrutínio realizou-se na noite de quarta-feira em Ramallah (Cisjordânia), durante a reunião do Conselho Nacional Palestiniano (CNP, Parlamento da OLP), a primeira desde 1996, em Gaza.
Constituído por 500 elementos, o CNP escolheu, pela primeira vez por voto secreto, seis novos membros do Comité Executivo, destinados a preencher outros tantos lugares deixados vagos em consequência da morte de dirigentes. Entre estes está o líder histórico da Fatah e da OLP, Yasser Arafat, que faleceu em 2004, e Faisal Husseini, antigo dirigente da OLP em Jerusalém, que morreu em 2001.
Saeb Erakat, um dos principais negociadores do processo de paz com Israel, e o antigo primeiro-ministro Ahmad Qorei (mais conhecido por Abu Alaa), foram também eleitos para o Comité Executivo, formado por 18 elementos, da OLP, organização a que - para além da Fatah - pertencem ainda a Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP) e a Frente Democrática de Libertação da Palestina (FDLP). O Hamas, apesar de ter feito várias tentativas para integrar a OLP, nunca o conseguiu: a organização sempre privilegiou grupos laicos.
A eleição de Hanan Mikhail Ashrawi foi uma autêntica surpresa: o nome desta cristã, que nasceu a 8 de Outubro de 1946, não tinha sido referido por ninguém. No entanto, ela é bem conhecida da sociedade palestiniana e mesmo da comunidade internacional. Com o lançamento do processo de paz israelo-árabe, na conferência de Madrid de 1991, Ashrawi e Husseini tornaram-se os rostos mais conhecidos da delegação palestiniana, então associada à jordana.
Com um inglês perfeito, Ashrawi - casada com um cristão de Jerusalém e mãe de duas filhas - e Husseini eram os dois porta-vozes do povo palestiniano.
Em Abril de 1988, cinco meses após o início da primeira Intifada, Ashrawi surge no programa Nightline da ABC, em Jerusalém. "Foi uma pedrada no charco", consideraram muitos americanos ao verem-na no programa de Peter Jennings, o jornalista de origem canadiana que Ashrawi conhecera quando, anos antes, estudava inglês e Literatura Inglesa na Universidade Americana de Beirute. É que, de repente, o telespectador dos EUA - onde, aliás, Ashrawi estudou nos anos 70 - descobre que nos territórios palestinianos existem pessoas com nível intelectual considerável e que dominam a língua inglesa.
Activista dos direitos humanos, Ashrawi recusou integrar os governos de Arafat.
DN
por LUMENA RAPOSO
Hoje
Os 500 membros do Parlamento da OLP realizaram a primeira eleição por voto secreto da história da organização
Hanan Ashrawi foi eleita para o Comité Executivo da Organização de Libertação da Palestina (OLP), tornando-se assim na primeira mulher a integrar a principal instância dirigente da organização. O escrutínio realizou-se na noite de quarta-feira em Ramallah (Cisjordânia), durante a reunião do Conselho Nacional Palestiniano (CNP, Parlamento da OLP), a primeira desde 1996, em Gaza.
Constituído por 500 elementos, o CNP escolheu, pela primeira vez por voto secreto, seis novos membros do Comité Executivo, destinados a preencher outros tantos lugares deixados vagos em consequência da morte de dirigentes. Entre estes está o líder histórico da Fatah e da OLP, Yasser Arafat, que faleceu em 2004, e Faisal Husseini, antigo dirigente da OLP em Jerusalém, que morreu em 2001.
Saeb Erakat, um dos principais negociadores do processo de paz com Israel, e o antigo primeiro-ministro Ahmad Qorei (mais conhecido por Abu Alaa), foram também eleitos para o Comité Executivo, formado por 18 elementos, da OLP, organização a que - para além da Fatah - pertencem ainda a Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP) e a Frente Democrática de Libertação da Palestina (FDLP). O Hamas, apesar de ter feito várias tentativas para integrar a OLP, nunca o conseguiu: a organização sempre privilegiou grupos laicos.
A eleição de Hanan Mikhail Ashrawi foi uma autêntica surpresa: o nome desta cristã, que nasceu a 8 de Outubro de 1946, não tinha sido referido por ninguém. No entanto, ela é bem conhecida da sociedade palestiniana e mesmo da comunidade internacional. Com o lançamento do processo de paz israelo-árabe, na conferência de Madrid de 1991, Ashrawi e Husseini tornaram-se os rostos mais conhecidos da delegação palestiniana, então associada à jordana.
Com um inglês perfeito, Ashrawi - casada com um cristão de Jerusalém e mãe de duas filhas - e Husseini eram os dois porta-vozes do povo palestiniano.
Em Abril de 1988, cinco meses após o início da primeira Intifada, Ashrawi surge no programa Nightline da ABC, em Jerusalém. "Foi uma pedrada no charco", consideraram muitos americanos ao verem-na no programa de Peter Jennings, o jornalista de origem canadiana que Ashrawi conhecera quando, anos antes, estudava inglês e Literatura Inglesa na Universidade Americana de Beirute. É que, de repente, o telespectador dos EUA - onde, aliás, Ashrawi estudou nos anos 70 - descobre que nos territórios palestinianos existem pessoas com nível intelectual considerável e que dominam a língua inglesa.
Activista dos direitos humanos, Ashrawi recusou integrar os governos de Arafat.
DN
Joao Ruiz- Pontos : 32035
Príncipe saudita ferido por atentado suicida
Príncipe saudita ferido por atentado suicida
Hoje
Um atentado suicida levado a cabo em Jidá, no litoral do mar Vermelho, causou ferimentos ligeiros ao príncipe Mohammed bin Naif bin Abdul Aziz, membro da família real da Arábia Saudita e terceiro na linha de sucessão ao trono.
Segundo um comunicado da Casa Real Saudita, citado pela agência de notícias estatal e pela espanhola EFE, o atentado ocorreu quando o príncipe recebia cidadãos para os felicitar pelo mês de jejum do Ramadão.
O príncipe, que também é vice-ministro para assuntos de segurança do Ministério do Interior, já prometeu ao Rei Abdullah bin Abdul Aziz que o incidente só fará com que a determinação em combater o terrorismo.
O atentado, o primeiro naquele país desde 2003, foi reinvindicado pela ramificação da Al-Qaeda na Arábia Saudita, segundo o Intelligence Group, especialista a rastrear estas mensagens.
DN
Hoje
Um atentado suicida levado a cabo em Jidá, no litoral do mar Vermelho, causou ferimentos ligeiros ao príncipe Mohammed bin Naif bin Abdul Aziz, membro da família real da Arábia Saudita e terceiro na linha de sucessão ao trono.
Segundo um comunicado da Casa Real Saudita, citado pela agência de notícias estatal e pela espanhola EFE, o atentado ocorreu quando o príncipe recebia cidadãos para os felicitar pelo mês de jejum do Ramadão.
O príncipe, que também é vice-ministro para assuntos de segurança do Ministério do Interior, já prometeu ao Rei Abdullah bin Abdul Aziz que o incidente só fará com que a determinação em combater o terrorismo.
O atentado, o primeiro naquele país desde 2003, foi reinvindicado pela ramificação da Al-Qaeda na Arábia Saudita, segundo o Intelligence Group, especialista a rastrear estas mensagens.
DN
Joao Ruiz- Pontos : 32035
Re: Assim vai o Médio Oriente...
Admin escreveu:
O Mango nunca le nada em Ingles ....
entao se nao leste, continua a dizer coisas inventadas, falsas e k nao correspondem ah realidade, k te fica sempre bem.
Terminator- Pontos : 2544
Re: Assim vai o Médio Oriente...
João Ruiz escreveu:O Mango nunca le nada em Ingles porque é um fanatico da lingua Tuga
Por isso a trata tão mal!
Olha se não era fanático.....
iece meni
Vitor mango- Pontos : 118268
Re: Assim vai o Médio Oriente...
João Ruiz escreveu:So que quando o Botas meteu um exercito a combater populaçao civil os soldados acordaram nja moina e meteram os miolos a racicionar
Porra estou a matar SEres Humanos que lutam pela terra onde nasceram
O que estou aqui a fazer ?
Para começar, Mango, esses soldados, na sua maioria vindos das aldeias e analfabetos, nem pensavam nem se revoltavam e acabavam por, no regresso, voltar com mais do que o que tinham levado e disso faziam gala. Muitos pereciam, é um facto, mas há que dizê-lo, a maior parte das vezes de acidente normal, por incúria ou desleixo.
Já o mesmo se não dirá dos oficiais, esses sim, na sua maioria politizados e do reviralho -que quem não era da situação, era comunista e ponto final.
Assim, aquilo a que se foi assistindo na Guerra Colonial, foi um minar lento e progressivo, que viria a desaguar no conhecido mal-estar dos oficiais do quadro vs milicianos, que viria a ser o real motivo que levou ao 25 de Abril e, consequentemente ao fim da guerra em África.
Isto muito resumidamente, porque há muita coisa, que não saltou para a via pública , está no segredo dos deuses e lá continuará. Acredite!
Fui fanaticamente colonianista e PRO Israel considerando na altura que tudo com cheiro a árabe
ZAZ limpeza do sarampo
E de repente veio um anjo S,. Gabriel nao para me dizer que eu Ser pai ( onde é que eu ja li isto ) mas para me avisar para eu abrir a porra dos olhos
E abri
E o que vi
Crianças na Palestina a enfrentarem tanques de guerra
CRIANÇAS ...my GOD
E depois eu julgava que os colonatos era na frionteira mais metro menos metro e quando abri os holofotes vi que os Judeus tinham invadido o alentejo Cercado as herdades com Muros e torres de disparo e nas estrdas todo o exercito Judeu vigiava
Em Belém o Sampaio estava num bunker e nao podia mijar fora do sitio
Em Alverca a aviaçao judaico tinha bombardeado a cidade porque ninguem tinha pintado a cruz de David na porta de entrada
Feita a queixa na ONU o Judeu mor baixou o cu e mostrou-o ao nosso exercito enquanto o BUSH aplaudia de pé
Vitor mango- Pontos : 118268
Re: Assim vai o Médio Oriente...
um exercito de ocupaçao Jamais e em tempo algum vence uma guerrilha
Vitor mango- Pontos : 118268
Re: Assim vai o Médio Oriente...
Vitor mango escreveu:um exercito de ocupaçao Jamais e em tempo algum vence uma guerrilha
Um exército de ocupação, que não deixa de ser regular, cumpre com as leis militares estabelecidas e frente a guerrilhas, não opera diferentemente.
O que acontece neste conflito Palestina/Israel, é que os "valentes guerrilheiros" não oferecem o corpo às balas, mas escudam-se, preferencialmente atrás dos mais fracos, usando-os como escudos: mulheres, crianças e velhos, sendo o caso das criamças a apedrejar tanques o mais flagrante.
Diga-me só: por que não são os homens feitos a fazê-lo? Pelo mesmo motivo que são usadas para se fazerem explodir! Nem sequer sabem o que estão a fazer, as pobres, enquanto os marmanjões se escondem... e salvam a pele, à sua custa!!!
E é claro que, nestas circunstâncias, não têm futuro, não. Ainda que o tal exército o quisesse!
Joao Ruiz- Pontos : 32035
Re: Assim vai o Médio Oriente...
João Ruiz escreveu:Vitor mango escreveu:um exercito de ocupaçao Jamais e em tempo algum vence uma guerrilha
Um exército de ocupação, que não deixa de ser regular, cumpre com as leis militares estabelecidas e frente a guerrilhas, não opera diferentemente.
O que acontece neste conflito Palestina/Israel, é que os "valentes guerrilheiros" não oferecem o corpo às balas, mas escudam-se, preferencialmente atrás dos mais fracos, usando-os como escudos: mulheres, crianças e velhos, sendo o caso das criamças a apedrejar tanques o mais flagrante.
Diga-me só: por que não são os homens feitos a fazê-lo? Pelo mesmo motivo que são usadas para se fazerem explodir! Nem sequer sabem o que estão a fazer, as pobres, enquanto os marmanjões se escondem... e salvam a pele, à sua custa!!!
E é claro que, nestas circunstâncias, não têm futuro, não. Ainda que o tal exército o quisesse!
A fotografia desmente totalmente o post
vemops crianças tpotalmente desarmadas e um soldado judeu armado
mais a Comunidade internacional nunca reconheceu esta ocupaçao da Cijosrdania logo nenhum exercito tem legalidade para aqui meter os pés
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Re: Assim vai o Médio Oriente...
http://pt.euronews.net/2009/07/24/os-colonatos-ilegais-na-cisjordania/
roubo é sempre um roubo
roubo é sempre um roubo
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Re: Assim vai o Médio Oriente...
Admin escreveu:http://pt.euronews.net/2009/07/24/os-colonatos-ilegais-na-cisjordania/
roubo é sempre um roubo
e nao sou eu o mauzao da fita
Todo o mundo aponta o dedo a estes criminosos de guerra que matam em nome de uma religião
Se os arabes fazem o mesmo ( nunca os defendi por esse facto )
Washington e Bruxelas pressionam o governo de Israel para desmantelar os bairros clandestinos e para parar as actividades de construção ilegal, mas os colonos não estão preocupados. A crescente fricção entre os colonos violentos e os vizinhos palestinianos esta semana em Sawa.
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Re: Assim vai o Médio Oriente...
repito o sentimento que nao o meu
Mas da america e da Europa
Mas da america e da Europa
Washington e Bruxelas pressionam o governo de Israel para desmantelar os bairros clandestinos e para parar as actividades de construção ilegal, mas os colonos não estão preocupados. A crescente fricção entre os colonos violentos e os vizinhos palestinianos esta semana em Sawa.
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Re: Assim vai o Médio Oriente...
Legitimando o Roubo de Terras
Editorial HAARETZ - 27/02/2007
- traduzido pelo PAZ AGORA/BR -
O roubo de terras privadas e construções ilegais - com a colaboração de autoridades - há muito têm sido rotina na Cisjordânia. A magnitude desses fatos e sua seriedade estão extensivamente descritas no relatório sobre outposts ilegais compilado por Talia Sasson, antiga procuradora do Estado de Israel. Esse relatório foi enterrado há quase dois anos.
Entretanto, a decisão do Conselho Superior de Planejamento da Judéia e Samária (CSP), revelada neste domingo pelo Haaretz, de legitimar o plano de construir no bairro de Matitiahu Leste em Modiin Ilit, além da Linha Verde, é o pior que se poderia esperar.
O plano é de legitimizar 42 prédios de apartamentos que estão em vários estágios de construção, alguns deles em terras que teriam sido roubadas de palestinos da aldeia de Bil'in. Todos os edifícios em construção infringem as leis de planejamento e construção.
O PAZ AGORA e moradores de Bil'in peticionaram à Suprema Corte de Justiça há dois anos para interromper as obras. O assessor legal de Modi'in Ilit advertiu por escrito sobre "infrações nas obras de proporções tão colossais, ignorando as normas legais, que palavras não poderiam descrever..."
Após a petição, com o apoio da Procuradoria do Estado, a Suprema Corte ordenou, há mais de um ano, a interrupção das obras e proibiu a ocupação do bairro. Àquele tempo, a promotoria instruiu a polícia a abrir uma investigação sobre os envolvidos no caso.
As autoridades reponsáveis pela imposição das leis de planejamento e construção na região sabiam o que estava acontecendo e fecharam os olhos. Em vez disto, recentemente decidiram legitimá-la retroativamente.
Matitiahu Leste é o último de uma série de casos nos quais a barreira de separação, que supostamente deveria servir às necessidades de segurança de Israel, é usada para anexar território da Cisjordânia na expansão de assentamentos. O Ministro da Defesa está ensebando em tudo o que se refere à evacuação de postos avançados ilegais. Ao mesmo tempo, órgãos pelos quais é responsável - a começar da Administração Civil dos territórios - são coniventes com o roubo de terras e a a legitimização de construções ilegais por toda a Cisjordânia.
O procurador-geral Menachem Mazuz não está cumprindo o seu dever de denunciar publicamente a anarquia nos territórios em tudo que concerne à imposição da lei. Ele deve exigir que o Ministro da Defesa suspenda a implementação do plano do CSP até que seja concluído o inquérito sobre indícios de roubo de terras.
A magnitude das infrações e os avançados estágios na construção e venda de apartamentos não podem servir como abrigos para os fora-da-lei. O PAZ AGORA deve ser aplaudido por sua ajuda legal aos moradores de Bil'in - assim como os ativistas israelenses e estrangeiros que semanalmente se manifestam no local contra a cerca que ali está sendo construída.
A Suprema Corte de Israel não hesitou em suspender a construção em Matitiahu Leste até que os procedimentos de planejamento e o inquérito sobre a questão de propriedade fossem concluídos.
Se o governo não anular a decisão do CSP de permitir a continuação das obras, a Suprema Corte não terá opção a não ser responder à recente petição. Terá que derrogar aquela decisão, para proteger tanto o domínio da lei quanto os direitos das vítimas de sua violação.
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Re: Assim vai o Médio Oriente...
SRAEL
Cisjordânia, capitalismo selvagem
Em novo movimento expansionista, Telavive estimula a colonização da Cisjordânia. A ofensiva envolve confisco ilegal de terras palestinas e aliança entre grandes empresas e o fundamentalismo judeu
Gadi Algazi
Modi’in Illit é uma importante colônia de ocupação judaica na Cisjordânia, que ocupa as terras de cinco cidades palestinas: Ni’lin, Kharbata, Saffa, Bil’in e Dir Qadis. De todas, é a colônia que mais rápido se desenvolve. Deverá atingir o estatuto de cidade muito em breve: o ministério da habitação israelense prevê que passará de 30 mil a 150 mil habitantes até 2020. Ela faz parte desses "blocos de colônias" que os sucessivos governos israelenses têm estendido e pretendem anexar. Ilustra também a ligação entre o muro de separação e a extensão das colônias: o desenvolvimento de Modi’in Illit acarretou a ruína dos agricultores palestinos de Bil’in, uma pequena aldeia de 1 700 habitantes que perdeu, com a construção da obra, metade das terras que lhe restavam: cerca de 2 000 dounams [1].
Desde fevereiro de 2005, os habitantes de Bil’in se engajaram numa luta não-violenta contra o muro. Ao lado de militantes pacifistas israelenses e de voluntários internacionais, eles se manifestam todas as sextas-feiras, de mãos dadas, em frente aos tratores e soldados. Convergem com outras aldeias palestinas que promovem, há quatro anos, uma difícil campanha de resistência. Estas ações, quase desconhecidas fora da Palestina e freqüentemente coordenadas pelos Comitês Populares de Resistência, têm obtido resultados modestos, mas apreciáveis. Conseguiram parar ou atrasar a construção das cercas que privam os habitantes de suas terras e os condenam a viver em enclaves. Em Budrus e em Deir Ballut, os Comitês conseguiram até mesmo fazer com que o traçado fosse desviado, recuperando assim uma parte das vinhas, campos e fontes de água confiscadas.
Estas modestas vitórias fazem mais sentido quando se tem em mente a incontestável superioridade militar de Israel. Graças tanto à sua força militar quanto ao apoio dos EUA, e colhendo os frutos do plano de Ariel Sharon, o Estado hebreu ganha terreno em relação aos palestinos, cada vez mais isolados e demonizados. No exterior, aceita-se cada vez mais, mesmo se por vezes a contragosto, a política unilateral de Israel.
Sementes de uma nova resistência
A importância desta "Intifada do muro" deve-se sobretudo a sua influência a longo prazo. As experiências de protestos de massa não-violentos, frágeis e em pequena escala, que tinham papel marginal no começo da segunda Intifada, parecem enraizar e começam a dar frutos. À medida que as chances de um paz justa na Palestina diminuem e que os palestinos da Cisjordânia se acostumam a viver nos enclaves [2] entre barreiras e muros, as manifestações pacíficas abrem novos caminhos para o futuro. E semeiam, por outro lado, os grãos de futuros combates em comum.
No total duzentas pessoas foram feridas em Bil’in durante a violenta dispersão das manifestações e várias outras foram presas sob diversos pretextos. O exército israelense, a guarda de fronteira, a polícia e também as empresas privadas de segurança foram mobilizadas contra os manifestantes desarmados. Matracas, bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e tiros de armas reais fizeram várias vítimas [3]. Os israelenses admitem que forças especiais (pertencentes à unidade Massada) infiltraram agentes provocadores que se faziam passar por árabes nestas manifestações pacíficas, a fim de incitar os participantes a recorrer à força [4]. Só a determinação dos membros do Comitê Popular impediu que estas provocações chegassem a níveis incontroláveis. Na verdade, o muro precisa de uma proteção reforçada contra a oposição pacífica dos camponeses palestinos e de seus aliados. Porque ele está ali para permitir um grande projeto colonial: Modi’in Illit.
A ocupação israelense é freqüentemente definida com termos emprestados dos conflitos interestatais (e a criação da Autoridade Palestina apenas reforça esta tendência). No entanto, trata-se, no fundo, de um conflito colonial. Os gestos simbólicos, as iniciativas diplomáticas e as declarações públicas se esvaziam diante dos fatos brutos: poços e olivais, prédios e estradas, emigração e colônias. É a própria paisagem que se encontra totalmente revirada, não apenas as fronteiras políticas. O controle militar exercido por Israel desde 1967 criou um contexto favorável ao reforço deste mecanismo colonial. Colônias, cercas e estradas são os símbolos mais flagrantes. As colônias são o obstáculo mais sério à criação de um Estado palestino viável e verdadeiramente independente. De 1967 a 2006, estima-se que o Estado hebreu tenha construído cerca de 40 mil moradias na Cisjordânia, a um custo de 4,3 bilhões de dólares. E, em janeiro, o número de colonos implantados em territórios ocupados – fora de Jerusalém e inclusive no Golã – ultrapassava os 25 mil [5].
A lógica que viabiliza as colônias
Geralmente condenadas, as colônias israelenses nos territórios ocupados são raramente estudadas. Para saber a quem o projeto colonial traz lucros e porque as pessoas simples a ele se integram, no entanto, seria necessário olhar mais de perto sua composição e economia. Modi’in Illit é um caso revelador, sob diversos ângulos. Primeiro, é uma empreitada conduzida não por colonos messiânicos e seus representantes políticos, mas por uma aliança heterogênea entre agentes imobiliários interessados por terrenos, investidores capitalistas à espreita de lucros e políticos favoráveis à colonização. É uma das raras colônias que continuou se estendendo durante a segunda Intifada. Ela não abriga pura e simplesmente nacionalistas, mas numerosas famílias ultra-ortodoxas que, sem muita relação com o sionismo político ou mesmo com Israel, procuram acima de tudo melhores condições de vida. Ali convergem miséria social, lucros rápidos e desapropriações impiedosas.
Assim como a maior parte das colônias, Modi’in Illit, que originalmente se chamava Kiryat Sefer, não deve sua criação (1996) a uma aliança entre as autoridades governamentais, as organizações sionistas e os movimentos de colonos extremistas. A iniciativa vem de empresas privadas, depois dos acordos de Oslo (de 1993) e num momento em que a privatização da economia se intensificava em Israel. É o exemplo típico de um novo estilo de implantação colonial, dirigido por capitais privados e apoiado pelo Estado. O conselho local aprovou – conforme indicam os relatórios do tribunal de contas – um tratamento especial em favor dos agentes imobiliários: vantagens especiais, concessões em matéria de regulamentação de construções, redução de impostos, etc. Milhares de moradias foram construídas em clara violação das leis, com a aprovação post facto do conselho local, que regularizou estas construções ilegais reajustando retroativamente o plano de urbanismo [6]. No faroeste israelense, a urgência política da colonização anda junto com os lucros rápidos dos investidores.
Segundo uma investigação conduzida em 1998, o conjunto do "domínio de Brachfeld" sobre as terras de Bil’in, por exemplo, foi erguido sem alvará de construção – no entanto nenhuma casa foi demolida depois. Uma grande parte das águas usadas volta para o rio Modi’in, poluindo os recursos aqüíferos locais. Isso não é resultado de corrupção ou de má administração, mas da própria dimensão estrutural da fronteira colonial. As colônias não-regulamentadas oferecem a possibilidade de fartos lucros, às custas do meio ambiente.
Ocupação ilegal e negócios imobiliários
Cisjordânia, capitalismo selvagem
Em novo movimento expansionista, Telavive estimula a colonização da Cisjordânia. A ofensiva envolve confisco ilegal de terras palestinas e aliança entre grandes empresas e o fundamentalismo judeu
Gadi Algazi
Modi’in Illit é uma importante colônia de ocupação judaica na Cisjordânia, que ocupa as terras de cinco cidades palestinas: Ni’lin, Kharbata, Saffa, Bil’in e Dir Qadis. De todas, é a colônia que mais rápido se desenvolve. Deverá atingir o estatuto de cidade muito em breve: o ministério da habitação israelense prevê que passará de 30 mil a 150 mil habitantes até 2020. Ela faz parte desses "blocos de colônias" que os sucessivos governos israelenses têm estendido e pretendem anexar. Ilustra também a ligação entre o muro de separação e a extensão das colônias: o desenvolvimento de Modi’in Illit acarretou a ruína dos agricultores palestinos de Bil’in, uma pequena aldeia de 1 700 habitantes que perdeu, com a construção da obra, metade das terras que lhe restavam: cerca de 2 000 dounams [1].
Desde fevereiro de 2005, os habitantes de Bil’in se engajaram numa luta não-violenta contra o muro. Ao lado de militantes pacifistas israelenses e de voluntários internacionais, eles se manifestam todas as sextas-feiras, de mãos dadas, em frente aos tratores e soldados. Convergem com outras aldeias palestinas que promovem, há quatro anos, uma difícil campanha de resistência. Estas ações, quase desconhecidas fora da Palestina e freqüentemente coordenadas pelos Comitês Populares de Resistência, têm obtido resultados modestos, mas apreciáveis. Conseguiram parar ou atrasar a construção das cercas que privam os habitantes de suas terras e os condenam a viver em enclaves. Em Budrus e em Deir Ballut, os Comitês conseguiram até mesmo fazer com que o traçado fosse desviado, recuperando assim uma parte das vinhas, campos e fontes de água confiscadas.
Estas modestas vitórias fazem mais sentido quando se tem em mente a incontestável superioridade militar de Israel. Graças tanto à sua força militar quanto ao apoio dos EUA, e colhendo os frutos do plano de Ariel Sharon, o Estado hebreu ganha terreno em relação aos palestinos, cada vez mais isolados e demonizados. No exterior, aceita-se cada vez mais, mesmo se por vezes a contragosto, a política unilateral de Israel.
Sementes de uma nova resistência
A importância desta "Intifada do muro" deve-se sobretudo a sua influência a longo prazo. As experiências de protestos de massa não-violentos, frágeis e em pequena escala, que tinham papel marginal no começo da segunda Intifada, parecem enraizar e começam a dar frutos. À medida que as chances de um paz justa na Palestina diminuem e que os palestinos da Cisjordânia se acostumam a viver nos enclaves [2] entre barreiras e muros, as manifestações pacíficas abrem novos caminhos para o futuro. E semeiam, por outro lado, os grãos de futuros combates em comum.
No total duzentas pessoas foram feridas em Bil’in durante a violenta dispersão das manifestações e várias outras foram presas sob diversos pretextos. O exército israelense, a guarda de fronteira, a polícia e também as empresas privadas de segurança foram mobilizadas contra os manifestantes desarmados. Matracas, bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e tiros de armas reais fizeram várias vítimas [3]. Os israelenses admitem que forças especiais (pertencentes à unidade Massada) infiltraram agentes provocadores que se faziam passar por árabes nestas manifestações pacíficas, a fim de incitar os participantes a recorrer à força [4]. Só a determinação dos membros do Comitê Popular impediu que estas provocações chegassem a níveis incontroláveis. Na verdade, o muro precisa de uma proteção reforçada contra a oposição pacífica dos camponeses palestinos e de seus aliados. Porque ele está ali para permitir um grande projeto colonial: Modi’in Illit.
A ocupação israelense é freqüentemente definida com termos emprestados dos conflitos interestatais (e a criação da Autoridade Palestina apenas reforça esta tendência). No entanto, trata-se, no fundo, de um conflito colonial. Os gestos simbólicos, as iniciativas diplomáticas e as declarações públicas se esvaziam diante dos fatos brutos: poços e olivais, prédios e estradas, emigração e colônias. É a própria paisagem que se encontra totalmente revirada, não apenas as fronteiras políticas. O controle militar exercido por Israel desde 1967 criou um contexto favorável ao reforço deste mecanismo colonial. Colônias, cercas e estradas são os símbolos mais flagrantes. As colônias são o obstáculo mais sério à criação de um Estado palestino viável e verdadeiramente independente. De 1967 a 2006, estima-se que o Estado hebreu tenha construído cerca de 40 mil moradias na Cisjordânia, a um custo de 4,3 bilhões de dólares. E, em janeiro, o número de colonos implantados em territórios ocupados – fora de Jerusalém e inclusive no Golã – ultrapassava os 25 mil [5].
A lógica que viabiliza as colônias
Geralmente condenadas, as colônias israelenses nos territórios ocupados são raramente estudadas. Para saber a quem o projeto colonial traz lucros e porque as pessoas simples a ele se integram, no entanto, seria necessário olhar mais de perto sua composição e economia. Modi’in Illit é um caso revelador, sob diversos ângulos. Primeiro, é uma empreitada conduzida não por colonos messiânicos e seus representantes políticos, mas por uma aliança heterogênea entre agentes imobiliários interessados por terrenos, investidores capitalistas à espreita de lucros e políticos favoráveis à colonização. É uma das raras colônias que continuou se estendendo durante a segunda Intifada. Ela não abriga pura e simplesmente nacionalistas, mas numerosas famílias ultra-ortodoxas que, sem muita relação com o sionismo político ou mesmo com Israel, procuram acima de tudo melhores condições de vida. Ali convergem miséria social, lucros rápidos e desapropriações impiedosas.
Assim como a maior parte das colônias, Modi’in Illit, que originalmente se chamava Kiryat Sefer, não deve sua criação (1996) a uma aliança entre as autoridades governamentais, as organizações sionistas e os movimentos de colonos extremistas. A iniciativa vem de empresas privadas, depois dos acordos de Oslo (de 1993) e num momento em que a privatização da economia se intensificava em Israel. É o exemplo típico de um novo estilo de implantação colonial, dirigido por capitais privados e apoiado pelo Estado. O conselho local aprovou – conforme indicam os relatórios do tribunal de contas – um tratamento especial em favor dos agentes imobiliários: vantagens especiais, concessões em matéria de regulamentação de construções, redução de impostos, etc. Milhares de moradias foram construídas em clara violação das leis, com a aprovação post facto do conselho local, que regularizou estas construções ilegais reajustando retroativamente o plano de urbanismo [6]. No faroeste israelense, a urgência política da colonização anda junto com os lucros rápidos dos investidores.
Segundo uma investigação conduzida em 1998, o conjunto do "domínio de Brachfeld" sobre as terras de Bil’in, por exemplo, foi erguido sem alvará de construção – no entanto nenhuma casa foi demolida depois. Uma grande parte das águas usadas volta para o rio Modi’in, poluindo os recursos aqüíferos locais. Isso não é resultado de corrupção ou de má administração, mas da própria dimensão estrutural da fronteira colonial. As colônias não-regulamentadas oferecem a possibilidade de fartos lucros, às custas do meio ambiente.
Ocupação ilegal e negócios imobiliários
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Re: Assim vai o Médio Oriente...
parte II le monde diplomatique
Os habitantes palestinos de Bil’in enfrentam uma poderosa aliança entre interesses políticos e econômicos. Dois bairros deverão ser construídos sobre as terras que lhes foram confiscadas. Um deles, "Green Park", foi confiado à Dania Cebus, uma filial da Africa Israel Corporation, propriedade de um dos homens de negócios mais influentes de Israel, Lev Leviev [7]. O projeto, de 230 milhões de dólares, prevê a construção de 5 800 apartamentos. Os lucros de especulação realizados pela Africa Israel registraram alta de 129% ao longo dos três primeiros trimestres de 2005 [8]. Outras grandes empresas da construção juntaram-se a Leviev. Todas com investimentos que dependem do traçado do muro – que deverá tirar os camponeses de suas terras e garantir a segurança dos novos bairros. Aqui, assim como em várias outras colônias instaladas entre a Linha Verde e a "cerca de segurança", esta última completa o processo de anexação e valoriza os investimentos imobiliários.
O Custodian of Absente Property (Conservador dos Bens dos Ausentes) e o Land Redemption Fund (Fundo de Resgate de Terras) pretendem-se proprietários legais das terras sobre as quais se constrói um destes bairros. Organismo governamental encarregado de gerenciar as "terras dos ausentes", o Custodian serve na verdade para se apropriar das terras palestinas pertencentes a refugiados em Israel e, mais recentemente, nos territórios ocupados. Organizações israelenses de defesa dos direitos humanos descobriram que eles servem de "laranjas" ao fundo dos colonos, em transações escusas. Já o Fundo de Resgate das Terras foi criado há vinte anos e é especializado na recompra de terras em zonas de expansão de colônias. Entre seus fundadores está Era Rapaport, um dos organizadores da rede terrorista que operava nos territórios ocupados no começo dos anos 80 – ele passou vários anos na cadeia pela tentativa de assassinato na qual o prefeito de Naplus, Bassam Chakaa, perdeu suas duas pernas [9].
Dois jornalistas israelenses pesquisaram minuciosamente os métodos de aquisição deste fundo, cuja "rede de informação compõe-se de antigos colaboradores palestinos que voltaram à sua cidade depois de terem sido presos, de agentes aposentados israelenses dos Serviços de Segurança Geral, que fornecem informações mediante retribuição, [...] e de antigos líderes militares [que utilizam suas] conexões nas aldeias."
Vigaristas árabes servem de intermediários: fazem-se passar por compradores, enquanto as terras são adquiridas graças a "fundos provenientes de judeus milionários de direita como Lev Leviev e o magnata suíço Nissan Khakshouri [10]. Métodos semelhantes já foram empregados para confiscar as terras de Bil’in [11]. O plano colonial mistura inseparavelmente economia e política. Entre os doadores do Fundo, encontram-se os capitalistas que se encarregam da construção e da especulação imobiliária em outras colônias. Eles pagam somas consideráveis aos colonos extremistas, por convicção política mas também à espera de polpudos lucros.
Objetivo: redesenhar mapa de Israel
Os setores onde o Fundo escolheu concentrar atividades são igualmente importantes: seu projeto principal é "queimar a Linha Verde [a fronteira israelense de antes de 1967] religando as colônias [na Cisjordânia] às comunidades no interior da Linha e estendendo essas comunidades em direção aos territórios [ocupados]" a fim de "estabelecer fatos concretos [12]". Isso se inscreve numa operação ainda mais vasta, concebida originalmente por Ariel Sharon, e em curso desde 1980. O objetivo é dissolver a Linha Verde criando colônias destinadas a moradores não-ideológicos e próximas aos centros econômicos de Israel.
Bloqueado pela segunda Intifada, este projeto foi progressivamente retomado em 2003, com a conclusão de algumas partes do muro, que conduziram à anexação de fato das zonas que se encontravam entre ele e Israel. Ao fazer desaparecer as comunidades que estão atrás do muro, pode-se prometer tanto aos investidores quanto aos colonos um nível de vida mais elevado num espaço mais seguro. A limpeza ética não é necessariamente espetacular...
As colônias israelenses adjacentes ao muro de separação ganharam uma importância estratégica. Elas completam o sistema de cercas e barreiras previsto por Israel para anexar algumas partes da Cisjordânia. Mas constituem igualmente o ponto estratégico onde toma forma uma poderosa aliança política e econômica entre capitais, grupos de colonos heterogêneos e políticos no poder.
A "coalizão do muro", que dirige atualmente por Israel, não data das últimas eleições. Reunidos em torno da herança de Ariel Sharon, ela reagrupa os adeptos da anexação progressiva ("Israel deve conservar os blocos de colônias") e os de uma expansão colonial "racional" (que conseguem bancar os bons-moços, ao lado dos colonizadores ideológicos, malvados e desinibidos). Posicionada sob a dupla bandeira da separação étnica e da privatização da economia, esta aliança não promete a paz aos israelenses, mas uma pacificação unilateral ligada a uma anexação parcial que desmembrará a Cisjordânia e dividirá a parte não-anexada em três enclaves cercados.
Se esta aliança foi formada recentemente na arena política (seus partidários não pertencem somente ao Kadima, o partido de Ariel Sharon e Ehud Olmert), ela construiu seus fundamentos econômicos e sociais bem antes, sobre as colinas da Cisjordânia. Ela reagrupa os colonos, os organismos de Estado que financiam as cercas, as empresas do ramo imobiliário e empresas high tech – a velha e a nova economias. As colônias atualmente construídas ou estendidas à sombra do muro as expressam.
Bem além da ideologia
É precisamente porque elas não repousam somente sobre o fervor messiânico de colonos fanáticos, mas respondem também às necessidades sociais – qualidade de vida para a burguesia, emprego e moradia para os menos favorecidos – que estas colônias alargam a base social da movimento de colonização e reúnem outros interesses: verdadeiros oportunistas do muro, empresários, capitalistas e colonos de classes superiores à procura de uma melhor qualidade de vida em novos "guetos dourados", longe dos pobres e protegidos dos palestinos [13].
As colônias judaicas não pararam de crescer durante os anos pós-acordos de Oslo. O número de seus habitantes mais que dobrou entre 1993 e 2000. Mas olhando mais de perto, este crescimento teve como principal palco algumas colônias importantes onde vivem moradores não "ideológicos": imigrantes da Rússia ou da Etiópia ali instalados pelas autoridades, habitantes de subúrbios pobres desejando viver melhor e famílias numerosas ultra-ortodoxas à procura de moradia subvencionada. Essas pessoas só se juntaram ao projeto colonial no fim dos anos 90, a contragosto, empurradas pelas privatizações e o rápido desmantelamento do Estado de Bem-estar Social em Israel. Modi’in Illit e Betar Illit reúnem sozinhas mais de um quarto dos colonos da Cisjordânia, a maior parte judeus ultra-ortodoxos. Enquanto as outras colônias desfrutam de um status sócio-econômico superior à média israelense, estes dois últimos são as mais pobres comunidades judaicas [14].
Como um especialista explicou a um jornalista em setembro de 2003, foi a crise da moradia em Israel que estimulou estas famílias a se instalarem ali: "A situação delas era tão desesperadora que estavam prontas a ir onde quer que fosse." E o porta-voz do conselho de colonos de Modi’in Illit sustenta: "Mesmo que não tenham vindo aqui por razões ideológicas, não renunciariam a suas casas assim tão facilmente [15]". Assim se transformam pessoas em colonos, mesmo contra sua vontade. O prefeito de Betar Illit confessou ao mesmo jornalista que os ultra-ortodoxos são enviados aos territórios ocupados contra sua vontade para os transformar em "bucha de canhão". Agora que o muro está próximo, os colonos de Modi’in Illit e de Betar Illit poderão ali depositar suas esperanças – esperando dele a segurança desejada e identificando-se de repente com a empreitada da expulsão dos Palestinos.
Mas se a extensão das colônias se alimenta da erosão dos direitos sociais em Israel, os conflitos sociais no Estado hebreu têm conseqüências diretas sobre o futuro da ocupação, pois eles colocam em evidência a ligação subjacente entre a luta anti-colonial – contra o roubo das terras palestinas e a implantação de novas colônias – e a luta pela justiça social no interior das fronteiras de Israel.
Tradução: Patrícia Andrade pat.patricia@voila.fr
Os habitantes palestinos de Bil’in enfrentam uma poderosa aliança entre interesses políticos e econômicos. Dois bairros deverão ser construídos sobre as terras que lhes foram confiscadas. Um deles, "Green Park", foi confiado à Dania Cebus, uma filial da Africa Israel Corporation, propriedade de um dos homens de negócios mais influentes de Israel, Lev Leviev [7]. O projeto, de 230 milhões de dólares, prevê a construção de 5 800 apartamentos. Os lucros de especulação realizados pela Africa Israel registraram alta de 129% ao longo dos três primeiros trimestres de 2005 [8]. Outras grandes empresas da construção juntaram-se a Leviev. Todas com investimentos que dependem do traçado do muro – que deverá tirar os camponeses de suas terras e garantir a segurança dos novos bairros. Aqui, assim como em várias outras colônias instaladas entre a Linha Verde e a "cerca de segurança", esta última completa o processo de anexação e valoriza os investimentos imobiliários.
O Custodian of Absente Property (Conservador dos Bens dos Ausentes) e o Land Redemption Fund (Fundo de Resgate de Terras) pretendem-se proprietários legais das terras sobre as quais se constrói um destes bairros. Organismo governamental encarregado de gerenciar as "terras dos ausentes", o Custodian serve na verdade para se apropriar das terras palestinas pertencentes a refugiados em Israel e, mais recentemente, nos territórios ocupados. Organizações israelenses de defesa dos direitos humanos descobriram que eles servem de "laranjas" ao fundo dos colonos, em transações escusas. Já o Fundo de Resgate das Terras foi criado há vinte anos e é especializado na recompra de terras em zonas de expansão de colônias. Entre seus fundadores está Era Rapaport, um dos organizadores da rede terrorista que operava nos territórios ocupados no começo dos anos 80 – ele passou vários anos na cadeia pela tentativa de assassinato na qual o prefeito de Naplus, Bassam Chakaa, perdeu suas duas pernas [9].
Dois jornalistas israelenses pesquisaram minuciosamente os métodos de aquisição deste fundo, cuja "rede de informação compõe-se de antigos colaboradores palestinos que voltaram à sua cidade depois de terem sido presos, de agentes aposentados israelenses dos Serviços de Segurança Geral, que fornecem informações mediante retribuição, [...] e de antigos líderes militares [que utilizam suas] conexões nas aldeias."
Vigaristas árabes servem de intermediários: fazem-se passar por compradores, enquanto as terras são adquiridas graças a "fundos provenientes de judeus milionários de direita como Lev Leviev e o magnata suíço Nissan Khakshouri [10]. Métodos semelhantes já foram empregados para confiscar as terras de Bil’in [11]. O plano colonial mistura inseparavelmente economia e política. Entre os doadores do Fundo, encontram-se os capitalistas que se encarregam da construção e da especulação imobiliária em outras colônias. Eles pagam somas consideráveis aos colonos extremistas, por convicção política mas também à espera de polpudos lucros.
Objetivo: redesenhar mapa de Israel
Os setores onde o Fundo escolheu concentrar atividades são igualmente importantes: seu projeto principal é "queimar a Linha Verde [a fronteira israelense de antes de 1967] religando as colônias [na Cisjordânia] às comunidades no interior da Linha e estendendo essas comunidades em direção aos territórios [ocupados]" a fim de "estabelecer fatos concretos [12]". Isso se inscreve numa operação ainda mais vasta, concebida originalmente por Ariel Sharon, e em curso desde 1980. O objetivo é dissolver a Linha Verde criando colônias destinadas a moradores não-ideológicos e próximas aos centros econômicos de Israel.
Bloqueado pela segunda Intifada, este projeto foi progressivamente retomado em 2003, com a conclusão de algumas partes do muro, que conduziram à anexação de fato das zonas que se encontravam entre ele e Israel. Ao fazer desaparecer as comunidades que estão atrás do muro, pode-se prometer tanto aos investidores quanto aos colonos um nível de vida mais elevado num espaço mais seguro. A limpeza ética não é necessariamente espetacular...
As colônias israelenses adjacentes ao muro de separação ganharam uma importância estratégica. Elas completam o sistema de cercas e barreiras previsto por Israel para anexar algumas partes da Cisjordânia. Mas constituem igualmente o ponto estratégico onde toma forma uma poderosa aliança política e econômica entre capitais, grupos de colonos heterogêneos e políticos no poder.
A "coalizão do muro", que dirige atualmente por Israel, não data das últimas eleições. Reunidos em torno da herança de Ariel Sharon, ela reagrupa os adeptos da anexação progressiva ("Israel deve conservar os blocos de colônias") e os de uma expansão colonial "racional" (que conseguem bancar os bons-moços, ao lado dos colonizadores ideológicos, malvados e desinibidos). Posicionada sob a dupla bandeira da separação étnica e da privatização da economia, esta aliança não promete a paz aos israelenses, mas uma pacificação unilateral ligada a uma anexação parcial que desmembrará a Cisjordânia e dividirá a parte não-anexada em três enclaves cercados.
Se esta aliança foi formada recentemente na arena política (seus partidários não pertencem somente ao Kadima, o partido de Ariel Sharon e Ehud Olmert), ela construiu seus fundamentos econômicos e sociais bem antes, sobre as colinas da Cisjordânia. Ela reagrupa os colonos, os organismos de Estado que financiam as cercas, as empresas do ramo imobiliário e empresas high tech – a velha e a nova economias. As colônias atualmente construídas ou estendidas à sombra do muro as expressam.
Bem além da ideologia
É precisamente porque elas não repousam somente sobre o fervor messiânico de colonos fanáticos, mas respondem também às necessidades sociais – qualidade de vida para a burguesia, emprego e moradia para os menos favorecidos – que estas colônias alargam a base social da movimento de colonização e reúnem outros interesses: verdadeiros oportunistas do muro, empresários, capitalistas e colonos de classes superiores à procura de uma melhor qualidade de vida em novos "guetos dourados", longe dos pobres e protegidos dos palestinos [13].
As colônias judaicas não pararam de crescer durante os anos pós-acordos de Oslo. O número de seus habitantes mais que dobrou entre 1993 e 2000. Mas olhando mais de perto, este crescimento teve como principal palco algumas colônias importantes onde vivem moradores não "ideológicos": imigrantes da Rússia ou da Etiópia ali instalados pelas autoridades, habitantes de subúrbios pobres desejando viver melhor e famílias numerosas ultra-ortodoxas à procura de moradia subvencionada. Essas pessoas só se juntaram ao projeto colonial no fim dos anos 90, a contragosto, empurradas pelas privatizações e o rápido desmantelamento do Estado de Bem-estar Social em Israel. Modi’in Illit e Betar Illit reúnem sozinhas mais de um quarto dos colonos da Cisjordânia, a maior parte judeus ultra-ortodoxos. Enquanto as outras colônias desfrutam de um status sócio-econômico superior à média israelense, estes dois últimos são as mais pobres comunidades judaicas [14].
Como um especialista explicou a um jornalista em setembro de 2003, foi a crise da moradia em Israel que estimulou estas famílias a se instalarem ali: "A situação delas era tão desesperadora que estavam prontas a ir onde quer que fosse." E o porta-voz do conselho de colonos de Modi’in Illit sustenta: "Mesmo que não tenham vindo aqui por razões ideológicas, não renunciariam a suas casas assim tão facilmente [15]". Assim se transformam pessoas em colonos, mesmo contra sua vontade. O prefeito de Betar Illit confessou ao mesmo jornalista que os ultra-ortodoxos são enviados aos territórios ocupados contra sua vontade para os transformar em "bucha de canhão". Agora que o muro está próximo, os colonos de Modi’in Illit e de Betar Illit poderão ali depositar suas esperanças – esperando dele a segurança desejada e identificando-se de repente com a empreitada da expulsão dos Palestinos.
Mas se a extensão das colônias se alimenta da erosão dos direitos sociais em Israel, os conflitos sociais no Estado hebreu têm conseqüências diretas sobre o futuro da ocupação, pois eles colocam em evidência a ligação subjacente entre a luta anti-colonial – contra o roubo das terras palestinas e a implantação de novas colônias – e a luta pela justiça social no interior das fronteiras de Israel.
Tradução: Patrícia Andrade pat.patricia@voila.fr
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A armadilha do reconhecimento de Israel [artigo traduzido]
A armadilha do reconhecimento de Israel [artigo traduzido]
By Rafael Fortes
Abaixo está a tradução de mais um artigo publicado na Intifada Eletrônica. A partir de hoje, com uma novidade: virá acompanhada da foto que ilustra o artigo, quando a mesma tiver sido realizada pela agência Maan Images, que gentilmente autorizou a utilização n’A Lenda. Aproveito para agradecer publicamente o gesto.
* * *
Jonathan Cook, A Intifada Eletrônica, 14 de dezembro de 2006
Palestinas inspecionam os escombros de sua casa após o exército de Israel tê-la demolido, na vila de Al-Walajah, perto de Belém, na Cisjordânia, 12 de dezembro de 2006. (MaanImages/Fadi Tanas)
O problema encarado pela liderança palestina, enquanto ela se esforça para trazer aos milhões vivendo nos territórios ocupados algum alívio de seu sofrimento coletivo, se reduz a uma questão de poucas palavras. Como uma criança má que tem apenas que dizer “desculpa” para ser libertada de seu quarto, o governo do Hamas precisa apenas dizer “nós reconhecemos Israel” e supostamente ajuda e boa vontade aparecerão na Cisjordânia e em Gaza.
Essa, pelo menos, foi a essência do recente discurso do primeiro-ministro israelense Ehud Olmert durante uma visita ao Negev [NT: grande deserto de Israel], quando ele sugeriu que a mão de seu país estava estendida através das areias em direção às massas famintas de Gaza – bastaria o Hamas se arrepender. “Reconheça-nos e estaremos prontos para conversar sobre paz” era a implicação.
Certamente o povo palestino tem sido punido de forma viciosa por fazer sua escolha democrática no início deste ano [NT: 2006] para eleger um governo do Hamas que Israel e as potências do Ocidente desaprovam:
* um bloqueio econômico foi imposto, definhando a Autoridade Palestina por falta de receita para pagar por serviços e remunerar sua extensa força de trabalho;
* milhões de dólares em impostos devidos aos palestinos têm sido retidos ilegalmente por Israel, exacerbando a crise humanitária;
* um bloqueio físico de Gaza imposto por Israel tem impedido os palestinos de exportar sua produção, principalmente produtos agrícolas perecíveis, e de importar produtos básicos como comida e remédios;
* ataques militares israelenses têm destruido a infraestrutura vital de Gaza, incluindo o fornecimento de eletricidade e água, assim como assassinado aleatoriamente seus habitantes;
* e milhares de famílias são separadas à força conforme Israel usa o pretexto de sua briga com o Hamas para parar de renovar os vistos de palestinos detentores de passaportes estrangeiros.
As palavras mágicas “nós lhes reconhecemos” poderiam acabar com todo esse sofrimento. Então porque o primeiro ministro deles, Ismail Haniyeh, jurou semana passada nunca pronunciá-las. O Hamas é tão cheio de ódio e repugnância a Israel como um estado judeu que não consegue fazer uma declaração de boas intenções tão simples?
É fácil esquecer que, embora as condições tenham se deteriorado dramaticamente nos últimos tempos, os problemas dos palestinos não começaram com a eleição do Hamas. A ocupação de Israel dura quatro décadas, e nenhum líder palestino jamais foi capaz de extrair de Israel uma promessa de existência real de um estado em todos os territórios ocupados: nem os mukhtars, líderes locais altamente condescendentes, que por décadas foram os únicos representantes autorizados a falar em nome dos palestinos depois que a liderança nacional foi expulsa; nem a Autoridade Palestina sob a liderança secular de Yasser Arafat, que retornou aos territórios ocupados em meados dos anos 1990 após a OLP [NT: Organização para a Libertação da Palestina] ter reconhecido Israel; nem a liderança de seu sucessor, Mahmoud Abbas, o “moderado” que primeiro demandou o fim da intifada armada; e nem, agora, os líderes do Hamas, embora eles tenham insistentemente demandado uma trégua de longo prazo (hudna) como um primeiro passo na construção de confiança.
De maneira semelhante, poucos palestinos duvidam que Israel vá continuar a fortificar a ocupação – da mesma maneira que fez durante os anos de suposta construção da paz de Oslo, quando o número de colonizadores judeus nos territórios ocupados dobrou -, mesmo se o Hamas for desalojado e um governo de unidade nacional, de tecnocratas, ou mesmo da Fatah, tomar seu lugar.
Há muito mais em jogo para Israel em ganhar essa pequena concessão do Hamas do que a maioria dos observadores percebem. Uma declaração dizendo que o Hamas reconhece Israel faria muito mais que atingir o requisito de Israel para conversações; significaria que o Hamas pisou na mesma armadilha preparada anteriormente para Arafat e o Fatah. Essa armadilha é preparada para garantir que qualquer solução pacífica para o conflito seja impossível.
Ela atinge esse fim de duas formas.
Primeiro, como já foi compreendido, pelo menos por aqueles que prestam atenção, o reconhecimento pelo Hamas do “direito de existência” de Israel efetivamente significaria que o governo palestino estaria publicamente abandonando sua própria meta de lutar para criar um estado palestino viável.
Isso porque Israel recusa-se a demarcar suas próprias fronteiras futuras, deixando uma pergunta aberta sobre o que considera serem as extensões da “própria existência” cujo reconhecimento demanda ao Hamas. Sabemos que ninguém na liderança israelense está falando sobre um retorno às fronteiras de Israel existentes antes da guerra de 1967, ou provavelmente qualquer coisa próxima a isso.
Sem um retorno a essas fronteiras pré-1967 (somado a uma injeção substancial de boa vontade de Israel em assegurar passagem desimpedida entre Gaza e Cisjordânia), não há possibilidade de um estado palestino viável emergir um dia.
E nenhuma boa vontade, é óbvio, está por vir. Todos os líderes israelenses se recusaram a reconhecer os palestinos, primeiro como um povo e agora como uma nação. E no feitio hipócrita típico do Ocidente ao lidar com os palestinos, ninguém jamais sugeriu que Israel se comprometa a tal reconhecimento.
Na verdade, os governos israelenses têm dourado a pílula em sua recusa a estender aos palestinos o mesmo reconhecimento que demandam deles. Fato conhecido, Golda Meir, primeira-ministra [do Partido] Trabalhista, disse que os palestinos não existiam, acrescentando em 1971 que “as fronteiras de Israel são determinadas por onde os judeus vivem, não por onde há uma linha no mapa”. Ao mesmo tempo ela ordenou que a Linha Verde, fronteira de Israel até a guerra de 1967, fosse apagada de todos os mapas oficiais.
Esse legado ganhou as manchetes semana passada, quando a pacífica ministra da Educação, Yuli Tamir, gerou uma tempestade ao editar uma ordem oficial determinando que a Linha Verde deveria ser introduzida nos livros escolares israelenses. Houve amplos protestos de rabinos e políticos contra sua “ideologia de extrema-esquerda”.
De acordo com educadores israelenses, as chances de os livros escolares mostrarem a Linha Verde novamente – ou abandonarem referências a “Judéia e Samaria”, nomes bíblicos para a Cisjordânia, ou incluírem cidades árabes nos mapas de Israel – são próximas a zero. Os editores privados que imprimem os livros escolares se recusariam a assumir os custos adicionais de reimpressão dos mapas, disse o professor Yoram Bar-Gal, diretor de geografia da Universidade de Haifa.
Sensível ao dano que a contenda pode causar à imagem internacional de Israel, e ciente de que é improvável que a diretiva do ministro seja cumprida, Olmert concordou a princípio com a mudança. “Não há nada errado em assinalar a Linha Verde”, disse. Mas, em uma declaração que tornou sua concordância inteiramente vazia, acrescentou: “Mas há uma obrigação de se enfatizar que a posição do governo e o consenso público descartam o retorno aos limites de 1967″.
O segundo elemento da armadilha é muito menos bem compreendido. Ele explica a estranha formulação de palavras que Israel usa ao fazer sua demanda ao Hamas. Israel não solicita que simplesmente “reconheça Israel”, mas que “reconheça o direito de existir de Israel”. A diferença não é apenas questão de semântica.
O conceito de um estado tendo quaisquer direitos não apenas é estranho como está fora das leis internacionais. Pessoas têm direitos, estados não. E é precisamente esse o ponto: quando Israel demanda que seu “direito de existir” seja reconhecido, o subtexto é que não estamos falando do reconhecimento de Israel como um estado-nação normal, mas como um estado de um povo específico, os judeus.
Ao demandar reconhecimento de seu direito a existir, Israel está garantindo que os palestinos concordem com o caráter de Israel sendo reconhecido para sempre como um estado exclusivamente judeu, que privilegia os direitos dos judeus sobre todos os outros grupos étnicos, religiosos e nacionais dentro do mesmo território. A discussão sobre o que um estado desse tipo acarreta é em grande medida encoberta tanto por Israel quanto pelo Ocidente.
Para a maioria dos observadores, significa simplesmente que Israel tem que negar permissão para o retorno dos milhões de palestinos definhando em campos de refugiados por toda a região, cujas antigas casas em Israel foram apropriadas para o benefício dos judeus. Se lhes fosse permitido retornar, a maioria judaica de Israel seria erodida da noite para o dia e ele [Israel] não poderia mais alegar ser um estado judeu, exceto no mesmo sentido que a África do Sul do apartheid era um estado branco.
Essa conclusão é aparentemente aceita por Romano Prodi, primeiro-ministro da Itália, após uma rodada de lobbies em capitais européias realizada pela fotogênica [NT: o termo original, telegenic, poderia ser traduzido livremente como "que fica bem na televisão"] ministra das Relações Exteriores, Tzipi Livni. De acordo com o Jerusalem Post, Prodi anda dizendo privadamente que Israel deveria receber garantias dos palestinos de que seu caráter judeu nunca será posto em dúvida.
Autoridades israelenses estão celebrando o que consideram a primeira fenda no apoio da Europa às leis internacionais e aos direitos dos refugiados. “É importante colocar todos no mesmo rumo nesse assunto”, declarou uma autoridade ao Post.
Mas na verdade as conseqüências de a liderança palestina reconhecer Israel como um estado judeu vão muito além da questão do futuro dos refugiados palestinos. Em meu livro Blood and Religion [NT: Sangue e religião, inédito no Brasil], demonstro essas cruéis conseqüências, tanto para os palestinos nos territórios ocupados quanto para os cerca de um milhão que vivem dentro de Israel como cidadãos, supostamente com os mesmos direitos que os cidadãos judeus.
Meu argumento é que essa necessidade de manter o caráter judaico de Israel a todo custo é atualmente o motor de seu conflito com os palestinos. Não há solução possível enquanto Israel insistir em privilegiar cidadania para os judeus acima de outros grupos e em distorcer as realidades territorial e demográfica da região para garantir que os números continuem a pesar a favor dos judeus.
Embora ultimamente o retorno dos refugiados imponha a maior ameaça à “existência” de Israel, Israel tem um problema demográfico muito mais urgente: a recusa dos palestinos vivendo na Cisjordânia a deixar as partes daquele território que Israel cobiça (e que conhece pelos nomes bíblicos de Judéia e Samaria).
Dentro de uma década, os palestinos nos territórios ocupados e o milhão de cidadãos palestinos vivendo dentro de Israel vão excecer em número os judeus, tanto os que vivem em Israel quanto os colonizadores na Cisjordânia.
Essa foi uma das principais razões para a saída de Gaza: Israel poderia alegar que, mesmo ainda ocupe militarmente o pequeno pedaço de terra, não era mais responsável pela população lá vivendo. Ao retirar uns poucos milhares de colonizadores da Faixa, 1,4 milhão de gazenses foram instantaneamente varridos dos índices de contagem demográfica.
Mas embora a perda de Gaza tenha adiado por alguns anos a ameaça de uma maioria palestina no estado expandido que Israel deseja, não garantiu num toque de mágica a existência contínua de Israel como um estado judaico. Isso porque os cidadãos palestinos de Israel, embora uma minoria consistindo em não mais de 1/5 da população de Israel, potencialmente podem fazer o castelo de cartas vir abaixo.
Na última década eles têm demandado que Israel seja reformado de um estado judeu, que sistematicamente os discrimina e nega sua identidade palestina, para um “estado de todos os seus cidadãos”, uma democracia liberal que daria a todos os cidadãos, judeus e palestinos, direitos iguais.
Israel tem caracterizado a reivindicação de um estado de todos os cidadãos como subversão ou traição, percebendo que, se o estado judaico se tornasse uma democracia liberal, os cidadãos palestinos poderiam justificadamente requerer:
* o direito de se casarem com palestinos dos territórios ocupados e da diáspora, garantindo-lhes cidadania israelense – “um direito de retorno pela porta dos fundos”, como chamam as autoridades.
* o direito de trazer familiares palestinos no exílio de volta a Israel sob um programa de Direito de Retorno que seria uma pálida versão da Lei de Retorno existente, que garante a todo judeu, em qualquer parte do mundo, o direito automático à cidadania israelense.
Para prevenir a primeira ameaça, Israel aprovou em 2003 uma lei flagrantemente racista que torna quase impossível para os palestinos com cidadania israelense trazerem um cônjuge palestino para Israel. Até que algo mude, esses casais têm poucas opções além de buscar refúgio no exterior, se outros países lhes derem asilo.
Mas assim como a retirada de Gaza, essa peça legislativa é mais uma tática de retardamento que uma solução para o problema da “existência” de Israel. Por isso, nos bastidores Israel vem formulando idéias que, postas em conjunto, removeriam grandes segmentos da população palestina de Israel de suas fronteiras e privariam quaisquer “cidadãos” remanescentes de seus direitos políticos – a menos que jurem lealdade a um “estado democrátido e judaico” e, conseqüentemente, renunciem sua reivindicação de que Israel reforme-se e vire uma democracia liberal.
Esse é o ponto essencial de um estado judaico, assim como foi para o apartheid branco na África do Sul: se vamos sobreviver, então precisamos ser capazes de fazer tudo que for preciso para nos mantermos no poder, mesmo se isso significar violar sistematicamente os direitos humanos de todos sob nosso mando e que não pertençam a nosso grupo.
By Rafael Fortes
Abaixo está a tradução de mais um artigo publicado na Intifada Eletrônica. A partir de hoje, com uma novidade: virá acompanhada da foto que ilustra o artigo, quando a mesma tiver sido realizada pela agência Maan Images, que gentilmente autorizou a utilização n’A Lenda. Aproveito para agradecer publicamente o gesto.
* * *
Jonathan Cook, A Intifada Eletrônica, 14 de dezembro de 2006
Palestinas inspecionam os escombros de sua casa após o exército de Israel tê-la demolido, na vila de Al-Walajah, perto de Belém, na Cisjordânia, 12 de dezembro de 2006. (MaanImages/Fadi Tanas)
O problema encarado pela liderança palestina, enquanto ela se esforça para trazer aos milhões vivendo nos territórios ocupados algum alívio de seu sofrimento coletivo, se reduz a uma questão de poucas palavras. Como uma criança má que tem apenas que dizer “desculpa” para ser libertada de seu quarto, o governo do Hamas precisa apenas dizer “nós reconhecemos Israel” e supostamente ajuda e boa vontade aparecerão na Cisjordânia e em Gaza.
Essa, pelo menos, foi a essência do recente discurso do primeiro-ministro israelense Ehud Olmert durante uma visita ao Negev [NT: grande deserto de Israel], quando ele sugeriu que a mão de seu país estava estendida através das areias em direção às massas famintas de Gaza – bastaria o Hamas se arrepender. “Reconheça-nos e estaremos prontos para conversar sobre paz” era a implicação.
Certamente o povo palestino tem sido punido de forma viciosa por fazer sua escolha democrática no início deste ano [NT: 2006] para eleger um governo do Hamas que Israel e as potências do Ocidente desaprovam:
* um bloqueio econômico foi imposto, definhando a Autoridade Palestina por falta de receita para pagar por serviços e remunerar sua extensa força de trabalho;
* milhões de dólares em impostos devidos aos palestinos têm sido retidos ilegalmente por Israel, exacerbando a crise humanitária;
* um bloqueio físico de Gaza imposto por Israel tem impedido os palestinos de exportar sua produção, principalmente produtos agrícolas perecíveis, e de importar produtos básicos como comida e remédios;
* ataques militares israelenses têm destruido a infraestrutura vital de Gaza, incluindo o fornecimento de eletricidade e água, assim como assassinado aleatoriamente seus habitantes;
* e milhares de famílias são separadas à força conforme Israel usa o pretexto de sua briga com o Hamas para parar de renovar os vistos de palestinos detentores de passaportes estrangeiros.
As palavras mágicas “nós lhes reconhecemos” poderiam acabar com todo esse sofrimento. Então porque o primeiro ministro deles, Ismail Haniyeh, jurou semana passada nunca pronunciá-las. O Hamas é tão cheio de ódio e repugnância a Israel como um estado judeu que não consegue fazer uma declaração de boas intenções tão simples?
É fácil esquecer que, embora as condições tenham se deteriorado dramaticamente nos últimos tempos, os problemas dos palestinos não começaram com a eleição do Hamas. A ocupação de Israel dura quatro décadas, e nenhum líder palestino jamais foi capaz de extrair de Israel uma promessa de existência real de um estado em todos os territórios ocupados: nem os mukhtars, líderes locais altamente condescendentes, que por décadas foram os únicos representantes autorizados a falar em nome dos palestinos depois que a liderança nacional foi expulsa; nem a Autoridade Palestina sob a liderança secular de Yasser Arafat, que retornou aos territórios ocupados em meados dos anos 1990 após a OLP [NT: Organização para a Libertação da Palestina] ter reconhecido Israel; nem a liderança de seu sucessor, Mahmoud Abbas, o “moderado” que primeiro demandou o fim da intifada armada; e nem, agora, os líderes do Hamas, embora eles tenham insistentemente demandado uma trégua de longo prazo (hudna) como um primeiro passo na construção de confiança.
De maneira semelhante, poucos palestinos duvidam que Israel vá continuar a fortificar a ocupação – da mesma maneira que fez durante os anos de suposta construção da paz de Oslo, quando o número de colonizadores judeus nos territórios ocupados dobrou -, mesmo se o Hamas for desalojado e um governo de unidade nacional, de tecnocratas, ou mesmo da Fatah, tomar seu lugar.
Há muito mais em jogo para Israel em ganhar essa pequena concessão do Hamas do que a maioria dos observadores percebem. Uma declaração dizendo que o Hamas reconhece Israel faria muito mais que atingir o requisito de Israel para conversações; significaria que o Hamas pisou na mesma armadilha preparada anteriormente para Arafat e o Fatah. Essa armadilha é preparada para garantir que qualquer solução pacífica para o conflito seja impossível.
Ela atinge esse fim de duas formas.
Primeiro, como já foi compreendido, pelo menos por aqueles que prestam atenção, o reconhecimento pelo Hamas do “direito de existência” de Israel efetivamente significaria que o governo palestino estaria publicamente abandonando sua própria meta de lutar para criar um estado palestino viável.
Isso porque Israel recusa-se a demarcar suas próprias fronteiras futuras, deixando uma pergunta aberta sobre o que considera serem as extensões da “própria existência” cujo reconhecimento demanda ao Hamas. Sabemos que ninguém na liderança israelense está falando sobre um retorno às fronteiras de Israel existentes antes da guerra de 1967, ou provavelmente qualquer coisa próxima a isso.
Sem um retorno a essas fronteiras pré-1967 (somado a uma injeção substancial de boa vontade de Israel em assegurar passagem desimpedida entre Gaza e Cisjordânia), não há possibilidade de um estado palestino viável emergir um dia.
E nenhuma boa vontade, é óbvio, está por vir. Todos os líderes israelenses se recusaram a reconhecer os palestinos, primeiro como um povo e agora como uma nação. E no feitio hipócrita típico do Ocidente ao lidar com os palestinos, ninguém jamais sugeriu que Israel se comprometa a tal reconhecimento.
Na verdade, os governos israelenses têm dourado a pílula em sua recusa a estender aos palestinos o mesmo reconhecimento que demandam deles. Fato conhecido, Golda Meir, primeira-ministra [do Partido] Trabalhista, disse que os palestinos não existiam, acrescentando em 1971 que “as fronteiras de Israel são determinadas por onde os judeus vivem, não por onde há uma linha no mapa”. Ao mesmo tempo ela ordenou que a Linha Verde, fronteira de Israel até a guerra de 1967, fosse apagada de todos os mapas oficiais.
Esse legado ganhou as manchetes semana passada, quando a pacífica ministra da Educação, Yuli Tamir, gerou uma tempestade ao editar uma ordem oficial determinando que a Linha Verde deveria ser introduzida nos livros escolares israelenses. Houve amplos protestos de rabinos e políticos contra sua “ideologia de extrema-esquerda”.
De acordo com educadores israelenses, as chances de os livros escolares mostrarem a Linha Verde novamente – ou abandonarem referências a “Judéia e Samaria”, nomes bíblicos para a Cisjordânia, ou incluírem cidades árabes nos mapas de Israel – são próximas a zero. Os editores privados que imprimem os livros escolares se recusariam a assumir os custos adicionais de reimpressão dos mapas, disse o professor Yoram Bar-Gal, diretor de geografia da Universidade de Haifa.
Sensível ao dano que a contenda pode causar à imagem internacional de Israel, e ciente de que é improvável que a diretiva do ministro seja cumprida, Olmert concordou a princípio com a mudança. “Não há nada errado em assinalar a Linha Verde”, disse. Mas, em uma declaração que tornou sua concordância inteiramente vazia, acrescentou: “Mas há uma obrigação de se enfatizar que a posição do governo e o consenso público descartam o retorno aos limites de 1967″.
O segundo elemento da armadilha é muito menos bem compreendido. Ele explica a estranha formulação de palavras que Israel usa ao fazer sua demanda ao Hamas. Israel não solicita que simplesmente “reconheça Israel”, mas que “reconheça o direito de existir de Israel”. A diferença não é apenas questão de semântica.
O conceito de um estado tendo quaisquer direitos não apenas é estranho como está fora das leis internacionais. Pessoas têm direitos, estados não. E é precisamente esse o ponto: quando Israel demanda que seu “direito de existir” seja reconhecido, o subtexto é que não estamos falando do reconhecimento de Israel como um estado-nação normal, mas como um estado de um povo específico, os judeus.
Ao demandar reconhecimento de seu direito a existir, Israel está garantindo que os palestinos concordem com o caráter de Israel sendo reconhecido para sempre como um estado exclusivamente judeu, que privilegia os direitos dos judeus sobre todos os outros grupos étnicos, religiosos e nacionais dentro do mesmo território. A discussão sobre o que um estado desse tipo acarreta é em grande medida encoberta tanto por Israel quanto pelo Ocidente.
Para a maioria dos observadores, significa simplesmente que Israel tem que negar permissão para o retorno dos milhões de palestinos definhando em campos de refugiados por toda a região, cujas antigas casas em Israel foram apropriadas para o benefício dos judeus. Se lhes fosse permitido retornar, a maioria judaica de Israel seria erodida da noite para o dia e ele [Israel] não poderia mais alegar ser um estado judeu, exceto no mesmo sentido que a África do Sul do apartheid era um estado branco.
Essa conclusão é aparentemente aceita por Romano Prodi, primeiro-ministro da Itália, após uma rodada de lobbies em capitais européias realizada pela fotogênica [NT: o termo original, telegenic, poderia ser traduzido livremente como "que fica bem na televisão"] ministra das Relações Exteriores, Tzipi Livni. De acordo com o Jerusalem Post, Prodi anda dizendo privadamente que Israel deveria receber garantias dos palestinos de que seu caráter judeu nunca será posto em dúvida.
Autoridades israelenses estão celebrando o que consideram a primeira fenda no apoio da Europa às leis internacionais e aos direitos dos refugiados. “É importante colocar todos no mesmo rumo nesse assunto”, declarou uma autoridade ao Post.
Mas na verdade as conseqüências de a liderança palestina reconhecer Israel como um estado judeu vão muito além da questão do futuro dos refugiados palestinos. Em meu livro Blood and Religion [NT: Sangue e religião, inédito no Brasil], demonstro essas cruéis conseqüências, tanto para os palestinos nos territórios ocupados quanto para os cerca de um milhão que vivem dentro de Israel como cidadãos, supostamente com os mesmos direitos que os cidadãos judeus.
Meu argumento é que essa necessidade de manter o caráter judaico de Israel a todo custo é atualmente o motor de seu conflito com os palestinos. Não há solução possível enquanto Israel insistir em privilegiar cidadania para os judeus acima de outros grupos e em distorcer as realidades territorial e demográfica da região para garantir que os números continuem a pesar a favor dos judeus.
Embora ultimamente o retorno dos refugiados imponha a maior ameaça à “existência” de Israel, Israel tem um problema demográfico muito mais urgente: a recusa dos palestinos vivendo na Cisjordânia a deixar as partes daquele território que Israel cobiça (e que conhece pelos nomes bíblicos de Judéia e Samaria).
Dentro de uma década, os palestinos nos territórios ocupados e o milhão de cidadãos palestinos vivendo dentro de Israel vão excecer em número os judeus, tanto os que vivem em Israel quanto os colonizadores na Cisjordânia.
Essa foi uma das principais razões para a saída de Gaza: Israel poderia alegar que, mesmo ainda ocupe militarmente o pequeno pedaço de terra, não era mais responsável pela população lá vivendo. Ao retirar uns poucos milhares de colonizadores da Faixa, 1,4 milhão de gazenses foram instantaneamente varridos dos índices de contagem demográfica.
Mas embora a perda de Gaza tenha adiado por alguns anos a ameaça de uma maioria palestina no estado expandido que Israel deseja, não garantiu num toque de mágica a existência contínua de Israel como um estado judaico. Isso porque os cidadãos palestinos de Israel, embora uma minoria consistindo em não mais de 1/5 da população de Israel, potencialmente podem fazer o castelo de cartas vir abaixo.
Na última década eles têm demandado que Israel seja reformado de um estado judeu, que sistematicamente os discrimina e nega sua identidade palestina, para um “estado de todos os seus cidadãos”, uma democracia liberal que daria a todos os cidadãos, judeus e palestinos, direitos iguais.
Israel tem caracterizado a reivindicação de um estado de todos os cidadãos como subversão ou traição, percebendo que, se o estado judaico se tornasse uma democracia liberal, os cidadãos palestinos poderiam justificadamente requerer:
* o direito de se casarem com palestinos dos territórios ocupados e da diáspora, garantindo-lhes cidadania israelense – “um direito de retorno pela porta dos fundos”, como chamam as autoridades.
* o direito de trazer familiares palestinos no exílio de volta a Israel sob um programa de Direito de Retorno que seria uma pálida versão da Lei de Retorno existente, que garante a todo judeu, em qualquer parte do mundo, o direito automático à cidadania israelense.
Para prevenir a primeira ameaça, Israel aprovou em 2003 uma lei flagrantemente racista que torna quase impossível para os palestinos com cidadania israelense trazerem um cônjuge palestino para Israel. Até que algo mude, esses casais têm poucas opções além de buscar refúgio no exterior, se outros países lhes derem asilo.
Mas assim como a retirada de Gaza, essa peça legislativa é mais uma tática de retardamento que uma solução para o problema da “existência” de Israel. Por isso, nos bastidores Israel vem formulando idéias que, postas em conjunto, removeriam grandes segmentos da população palestina de Israel de suas fronteiras e privariam quaisquer “cidadãos” remanescentes de seus direitos políticos – a menos que jurem lealdade a um “estado democrátido e judaico” e, conseqüentemente, renunciem sua reivindicação de que Israel reforme-se e vire uma democracia liberal.
Esse é o ponto essencial de um estado judaico, assim como foi para o apartheid branco na África do Sul: se vamos sobreviver, então precisamos ser capazes de fazer tudo que for preciso para nos mantermos no poder, mesmo se isso significar violar sistematicamente os direitos humanos de todos sob nosso mando e que não pertençam a nosso grupo.
Vitor mango- Pontos : 118268
Re: Assim vai o Médio Oriente...
ii parte
No fim das contas, as conseqüências de se permitir que Israel permaneça um estado judaico serão sentidas por todos nós, onde quer que vivamos – e não apenas por causa dos efeitos da contínua e crescente raiva nos mundos árabe e muçulmano em relação aos padrões divergentes aplicados pelo Ocidente ao conflito entre Israel e os palestinos.
Dada a visão de Israel de que seu interesse mais urgente não é a paz ou a acomodação regional com seus vizinhos, mas a necessidade de garantir uma maioria judaica a qualquer custo para proteger sua “existência”, Israel tende a agir de maneiras que colocam em risco a estabilidade regional e global.
Uma pitada disso foi sugerida pelo papel desempenhado pelos partidários de Israel em Washington ao produzirem o caso para a invasão do Iraque e, nesse verão, no ataque de Israel ao Líbano. Mas é mais evidente no rufar dos tambores de guerra contra o Irã.
Israel tem liderado as tentativas de caracterizar o regime iraniano como profundamente anti-semita e suas presumidas ambições de possuir armas nucleares como dirigidas pelo objetivo único de querer “varrer Israel do mapa” – um calculadamente malicioso erro de tradução do discurso do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad.
A maioria dos observadores toma por certo que Israel está genuinamente preocupado em se proteger de um ataque nuclear, não importando o quão implausível seja a idéia de que mesmo o mais fanático regime muçulmano iria, sem ser provocado, lançar mísseis nucleares contra uma pequeno espaço de terra que contém alguns dos lugares mais sagrados do Islã, em Jerusalém.
Mas na verdade há uma outra razão para a preocupação de Israel com um Irã possuidor de armas nucleares, que nada tem a ver com idéias convencionais sobre segurança.
Mês passado, Ephraim Sneh, um dos mais eminentes generais e agora vice-ministro da Defesa de Olmert, revelou que a preocupação principal do governo não era a ameaça de Ahmadinejad lançar mísseis nucleares contra Israel, mas o efeito de o Irã possuir tais armas sobre judeus que esperam que Israel tenha o monopólio da ameaça nuclear.
Se o Irã tiver essas armas, “a maioria dos israelenses preferiria não viver aqui; a maioria dos judeus preferiria não vir para cá com famílias, e os israelenses que podem viver no exterior irão… Temo que Ahmadinejad seja capaz de matar o sonho sionista sem apertar um botão. É por isso que temos que evitar a qualquer custo que seu regime obtenha capacidade nuclear.”
Em outras palavras, o governo de Israel está considerando: ou um ataque antecipado dele mesmo sobre o Irã, ou encorajar os Estados Unidos para que se encarreguem de tal ofensiva – apesar das terríveis conseqüências para a segurança global – simplesmente porque um Irã com armas nucleares poderia tornar Israel um lugar menos atrativo para os judeus viverem, levar ao crescimento da imigração e inclinar a balança demográfica em favor dos palestinos.
Uma guerra regional e possivelmente global pode ser iniciada apenas para garantir que a “existência” de Israel como um estado que oferece privilégio exclusivo aos judeus continue.
Para nosso próprio bem, precisamos torcer para que os palestinos e seu governo do Hamas continuem se recusando a “reconhecer o direito de Israel de existir”.
Jonathan Cook é um escritor e jornalista baseado em Nazaré, Israel. Seu livro Blood and Religion: The Unmasking of the Jewish and Democratic State é publicado pela Pluto Press.
[Artigo originalmente publicado n'A Intifada Eletrônica. Tradução: Rafael Fortes]
No fim das contas, as conseqüências de se permitir que Israel permaneça um estado judaico serão sentidas por todos nós, onde quer que vivamos – e não apenas por causa dos efeitos da contínua e crescente raiva nos mundos árabe e muçulmano em relação aos padrões divergentes aplicados pelo Ocidente ao conflito entre Israel e os palestinos.
Dada a visão de Israel de que seu interesse mais urgente não é a paz ou a acomodação regional com seus vizinhos, mas a necessidade de garantir uma maioria judaica a qualquer custo para proteger sua “existência”, Israel tende a agir de maneiras que colocam em risco a estabilidade regional e global.
Uma pitada disso foi sugerida pelo papel desempenhado pelos partidários de Israel em Washington ao produzirem o caso para a invasão do Iraque e, nesse verão, no ataque de Israel ao Líbano. Mas é mais evidente no rufar dos tambores de guerra contra o Irã.
Israel tem liderado as tentativas de caracterizar o regime iraniano como profundamente anti-semita e suas presumidas ambições de possuir armas nucleares como dirigidas pelo objetivo único de querer “varrer Israel do mapa” – um calculadamente malicioso erro de tradução do discurso do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad.
A maioria dos observadores toma por certo que Israel está genuinamente preocupado em se proteger de um ataque nuclear, não importando o quão implausível seja a idéia de que mesmo o mais fanático regime muçulmano iria, sem ser provocado, lançar mísseis nucleares contra uma pequeno espaço de terra que contém alguns dos lugares mais sagrados do Islã, em Jerusalém.
Mas na verdade há uma outra razão para a preocupação de Israel com um Irã possuidor de armas nucleares, que nada tem a ver com idéias convencionais sobre segurança.
Mês passado, Ephraim Sneh, um dos mais eminentes generais e agora vice-ministro da Defesa de Olmert, revelou que a preocupação principal do governo não era a ameaça de Ahmadinejad lançar mísseis nucleares contra Israel, mas o efeito de o Irã possuir tais armas sobre judeus que esperam que Israel tenha o monopólio da ameaça nuclear.
Se o Irã tiver essas armas, “a maioria dos israelenses preferiria não viver aqui; a maioria dos judeus preferiria não vir para cá com famílias, e os israelenses que podem viver no exterior irão… Temo que Ahmadinejad seja capaz de matar o sonho sionista sem apertar um botão. É por isso que temos que evitar a qualquer custo que seu regime obtenha capacidade nuclear.”
Em outras palavras, o governo de Israel está considerando: ou um ataque antecipado dele mesmo sobre o Irã, ou encorajar os Estados Unidos para que se encarreguem de tal ofensiva – apesar das terríveis conseqüências para a segurança global – simplesmente porque um Irã com armas nucleares poderia tornar Israel um lugar menos atrativo para os judeus viverem, levar ao crescimento da imigração e inclinar a balança demográfica em favor dos palestinos.
Uma guerra regional e possivelmente global pode ser iniciada apenas para garantir que a “existência” de Israel como um estado que oferece privilégio exclusivo aos judeus continue.
Para nosso próprio bem, precisamos torcer para que os palestinos e seu governo do Hamas continuem se recusando a “reconhecer o direito de Israel de existir”.
Jonathan Cook é um escritor e jornalista baseado em Nazaré, Israel. Seu livro Blood and Religion: The Unmasking of the Jewish and Democratic State é publicado pela Pluto Press.
[Artigo originalmente publicado n'A Intifada Eletrônica. Tradução: Rafael Fortes]
Vitor mango- Pontos : 118268
Re: Assim vai o Médio Oriente...
Nenhum pais no Mundo reconheceu os territorios ocupados pelo exercito Judeu
Eu digo Judeu porque é exactamente isso que os judeus querem
Ser um estado Judaico
Eu digo Judeu porque é exactamente isso que os judeus querem
Ser um estado Judaico
Vitor mango- Pontos : 118268
Re: Assim vai o Médio Oriente...
Primeiro, vou ler isso tudo com calma e depois respondo-lhe.
Agora, quanto às crianças, é óbvio que estão desarmadas, mas estavam ali, a fazer o quê, já que o exército israelita estava na área, ao que parece?
Agora, quanto às crianças, é óbvio que estão desarmadas, mas estavam ali, a fazer o quê, já que o exército israelita estava na área, ao que parece?
Joao Ruiz- Pontos : 32035
Re: Assim vai o Médio Oriente...
João Ruiz escreveu:Primeiro, vou ler isso tudo com calma e depois respondo-lhe.
Agora, quanto às crianças, é óbvio que estão desarmadas, mas estavam ali, a fazer o quê, já que o exército israelita estava na área, ao que parece?
Jamaisa e em tempo algum mister mango Vitor esteve ao lado da Força bruta e os DNE chip, e chipinhos me colocam ao lado de crianças mulheres e velharia
Uma especie de templário
Como toda a gente sabe Mister Vitor jamais GOSTOU de ver politica misturada com religião seja eloa Romana Judaica ou arabizada
Sou como tiveram a prova dos facto no vagueando contra linchamento e expulsões de alguém que tenha ideias diferentes das minhas ( quando as tenho )
O meu amigo Poças nao grama arabes nem fritos o que noa impede de o ouvir e respeitar a sua Portugalidade e afeição aos Judeus
Outro dia na terra do Poças ( Porto de mos ) estava a janatar numa casa das melhores familias sa area
No grupo havia um padre casado ( pediu despensa e separou-se do oficio ) e no grupo havia Extremistas judaicos e pro judaismo
O mais sensato era o padre
e ( and ) TUDO conversou numa boa rfegando a discussao com o mais puro nectar tinto
Como sabem a igreja viveu muitos milenios na base de maldizer o judaismo
Porque ?
Porque após a crucificação de Jesus Cristo os judeus tomaram-se de razões com os Romanos e o exercito poderoso de Roma veio danado para a Palestina e eskeikerou tudo e o Templo de Salomao FOICE ...só ficou um muro
Nessa altura tudo deixou de ser judeu para passar a ser cristão que era uma salvaguarda
e pronto meus amigos
Vou a banhos na minha piscima privada que o calor aperta
Admin- Admin
- Pontos : 5709
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