O DE Bate na Visao
Vagueando na Notícia :: Salas das mesas de grandes debates de noticias :: "Revolta em marcha" :: Caixote para esmolas politicas :: Vomitorio para almas empenadas o :: Zaroio - Charges com animais,,,carregue na foto
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O DE Bate na Visao
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Filipe Luís: "Nem um voto mudou"
Só mesmo estes dois me podiam interromper o jantar da vindima: arroz de feijão com um coelhinho grelhado, tinto da colheita anterior, a boa maçã de Alcobaça. Olhemos para o écrã, a ver se vale a pena...
(Escrevo este comentário na província, sem canais do cabo e sem ouvir outros comentários. Penso, porém, que a frase de Sócrates "se ganhar as eleições, formo UM NOVO GOVERNO COM NOVOS MINISTROS", dita en passant, e passando quase despercebida, é o facto político desta campanha. Aceitam-se apostas para a constituição do hipotético novo Governo socialista)
Os comentários que os leitores do nosso site VISÃO farão em baixo, dirão tudo: o vencedor do debate foi aquele com que simpatizam mais. Não haverá meio termo nem distanciamento possível. A crispação entre PS e PSD e, sobretudo, entre as respectivas lideranças, não permite leituras desapaixonadas. O veredicto do comentador será atacado, de qualquer maneira. O árbitro é sempre o culpado. E no entanto...
Outra vez uma analogia futebolística
E, no entanto, a exibição das duas equipas foi, senão fraca, calculista e para não perder. Utilizei imagens do futebol no debate Sócrates-Louçã e, desculpem lá, tenho de me socorrer, de novo, do mesmo truque. Prometo que não abuso. Só uma frase: este tão aguardado debate foi como a final do campeonato da Europa entre a República Checa e a Alemanha em que, depois de um jogo táctico muito chato, a coisa se decidiu num penalti. Neste caso, nem sequer houve um penalti. Foi um desafio de zero a zero, em que as defesas se superiorizaram aos ataques. Ainda outra analogia que serve às mil maravilhas em partidos tão clubísticos como o PS e o PSD: quando a nossa equipa perde, não mudamos para o adversário. Mesmo que um deles tenha perdido, o que é que isso interessa?...
Afinal, quem ganhou?
Se me perguntassem, diria que teria ganho José Sócrates. Mas foi uma vitória de Pirro, ou seja, sem efeito nenhum. Teve melhor postura, irritou-se menos, irritou menos o espectador neutro, foi - imaginem! - menos arrogante, explicou melhor os seus pontos de vista. Manuela Ferreira Leite foi mais trapalhona - não consegue explicar-se bem - foi exageradamente severa, não conseguiu esclarecer aparentes contradições. Nenhum esteve grande coisa: Sócrates foi como um Citroen Saxo artilhado: montes de papéis, gráficos, recortes, tudo previsto para dar 220 naquela auto-estrada (não sei se repararam...) da mesa do debate. Manuela foi uma Ford Transit pastelona, mas pesada, a amolgar o chassi do adversário sempre que o encostava à berma. Ou seja: Sócrates fez o que se esperava dele - mas não mais do que isso. E Manuela aguentou-se nas curvas. Se Sócrates ganhou, não lhe serve de nada: não foi o suficiente para conquistar um único voto ao PSD. E, aí, Manuela, mesmo que tenha perdido, ganhou: porque o adversário vem de uma derrota eleitoral e está na mó de baixo. Ele é que tinha de acelerar. Mais: há um ano o PS era dado como aspirante a uma maioria absoluta. Assim, se Sócrates não lhe conseguir roubar eleitores, Sócrates perderá...
Alguns flashes
Sócrates desmonta bem a história da qualidade da democracia e da asfixia democrática.
Manuela apresenta a história de vida - e académica, uma boca ao diploma de Sócrates - como garante da credibilidade.
Sócrates ataca os arguidos candidatos a deputados.
Manuela contra-ataca como os duplos candidatos - casos de Ana Gomes e Elisa Ferreira, candidatas às europeias e às autárquicas.
Sócrates replica com o caso Jardim, falso candidato ao Parlamento nacional.
Manuela diz que não abre excepções a falar de casos na Justiça - alusão ao caso Freeport, "não me puxem pela língua"...
Sócrates volta à credibilidade e diz que a política faz-se com humildade e não com arrogância - fantástico...
Manuela é eficaz na descrição da crise de responsabilidade socialista.
Sócrates usa a mesma táctica que usou contra Louçã e começa a descascar o programa do PSD: SCUT's, Serviço Nacional de Saúde, Segurança Social...
Manuela defende-se melhor do que Louçã mas, apesar de dizer que não é ela que está a ser julgada, passa boa parte do debate a justificar-se e a justificar as suas propostas.
Sócrates defende bem o TGV, mas Manuela empata, atacando bem o TGV.
Sócrates fala no Pagamento Especial por Conta - invenção de Manuela - e ela fala-lhe de Paulo Macedo, o eficaz director-geral dos Impostos a quem o PS também tanto deve - também "inventado" por ela.
Sócrates é bom a puxar pelos galões da política social e a atacar o pessimismo da adversária, ela diz que o optimismo também não cria empregos.
Manuela ataca com a demagogia do papão de Espanha, Sócrates contra-ataca com a demagogia do papão privatizador do PSD, no Estado Social.
O discurso de Sócrates é mais compreensível, claro, terra-a-terra, o de Manuela mais hermético, para iniciados.
Sócrates está mais descontraído, nada intimidado, Manuela Faz o seu número de preceptora castigadora do menino mal comportado, e não lhe mostra os dentes. O que não é bom: um sorriso, nas câmaras, não se destina ao adversário, mas aos eleitores. Ninguém a instruiu sobre isso?
Ah, não esqueçamos: Manuela deixou de dizer "piquenas" para corrigir para "pequenas" e médias empresas. Quem ganha o debate é Ricardo Araújo Pereira (o primeiro humorista a apanhar a expressão "piquenas").
Conclusão? Mas qual conclusão?
Desculpem lá: futebol outra vez. Quando uma equipa de que não se espera muito conquista um ponto no Estádio da Luz, os comentadores dizem que jogou melhor do que o Benfica. Manuela Ferreira Leite conquistou um ponto no terreno do adversário - a televisão. O que não é "piquena" coisa.
Filipe Luís: "Nem um voto mudou"
Só mesmo estes dois me podiam interromper o jantar da vindima: arroz de feijão com um coelhinho grelhado, tinto da colheita anterior, a boa maçã de Alcobaça. Olhemos para o écrã, a ver se vale a pena...
(Escrevo este comentário na província, sem canais do cabo e sem ouvir outros comentários. Penso, porém, que a frase de Sócrates "se ganhar as eleições, formo UM NOVO GOVERNO COM NOVOS MINISTROS", dita en passant, e passando quase despercebida, é o facto político desta campanha. Aceitam-se apostas para a constituição do hipotético novo Governo socialista)
Os comentários que os leitores do nosso site VISÃO farão em baixo, dirão tudo: o vencedor do debate foi aquele com que simpatizam mais. Não haverá meio termo nem distanciamento possível. A crispação entre PS e PSD e, sobretudo, entre as respectivas lideranças, não permite leituras desapaixonadas. O veredicto do comentador será atacado, de qualquer maneira. O árbitro é sempre o culpado. E no entanto...
Outra vez uma analogia futebolística
E, no entanto, a exibição das duas equipas foi, senão fraca, calculista e para não perder. Utilizei imagens do futebol no debate Sócrates-Louçã e, desculpem lá, tenho de me socorrer, de novo, do mesmo truque. Prometo que não abuso. Só uma frase: este tão aguardado debate foi como a final do campeonato da Europa entre a República Checa e a Alemanha em que, depois de um jogo táctico muito chato, a coisa se decidiu num penalti. Neste caso, nem sequer houve um penalti. Foi um desafio de zero a zero, em que as defesas se superiorizaram aos ataques. Ainda outra analogia que serve às mil maravilhas em partidos tão clubísticos como o PS e o PSD: quando a nossa equipa perde, não mudamos para o adversário. Mesmo que um deles tenha perdido, o que é que isso interessa?...
Afinal, quem ganhou?
Se me perguntassem, diria que teria ganho José Sócrates. Mas foi uma vitória de Pirro, ou seja, sem efeito nenhum. Teve melhor postura, irritou-se menos, irritou menos o espectador neutro, foi - imaginem! - menos arrogante, explicou melhor os seus pontos de vista. Manuela Ferreira Leite foi mais trapalhona - não consegue explicar-se bem - foi exageradamente severa, não conseguiu esclarecer aparentes contradições. Nenhum esteve grande coisa: Sócrates foi como um Citroen Saxo artilhado: montes de papéis, gráficos, recortes, tudo previsto para dar 220 naquela auto-estrada (não sei se repararam...) da mesa do debate. Manuela foi uma Ford Transit pastelona, mas pesada, a amolgar o chassi do adversário sempre que o encostava à berma. Ou seja: Sócrates fez o que se esperava dele - mas não mais do que isso. E Manuela aguentou-se nas curvas. Se Sócrates ganhou, não lhe serve de nada: não foi o suficiente para conquistar um único voto ao PSD. E, aí, Manuela, mesmo que tenha perdido, ganhou: porque o adversário vem de uma derrota eleitoral e está na mó de baixo. Ele é que tinha de acelerar. Mais: há um ano o PS era dado como aspirante a uma maioria absoluta. Assim, se Sócrates não lhe conseguir roubar eleitores, Sócrates perderá...
Alguns flashes
Sócrates desmonta bem a história da qualidade da democracia e da asfixia democrática.
Manuela apresenta a história de vida - e académica, uma boca ao diploma de Sócrates - como garante da credibilidade.
Sócrates ataca os arguidos candidatos a deputados.
Manuela contra-ataca como os duplos candidatos - casos de Ana Gomes e Elisa Ferreira, candidatas às europeias e às autárquicas.
Sócrates replica com o caso Jardim, falso candidato ao Parlamento nacional.
Manuela diz que não abre excepções a falar de casos na Justiça - alusão ao caso Freeport, "não me puxem pela língua"...
Sócrates volta à credibilidade e diz que a política faz-se com humildade e não com arrogância - fantástico...
Manuela é eficaz na descrição da crise de responsabilidade socialista.
Sócrates usa a mesma táctica que usou contra Louçã e começa a descascar o programa do PSD: SCUT's, Serviço Nacional de Saúde, Segurança Social...
Manuela defende-se melhor do que Louçã mas, apesar de dizer que não é ela que está a ser julgada, passa boa parte do debate a justificar-se e a justificar as suas propostas.
Sócrates defende bem o TGV, mas Manuela empata, atacando bem o TGV.
Sócrates fala no Pagamento Especial por Conta - invenção de Manuela - e ela fala-lhe de Paulo Macedo, o eficaz director-geral dos Impostos a quem o PS também tanto deve - também "inventado" por ela.
Sócrates é bom a puxar pelos galões da política social e a atacar o pessimismo da adversária, ela diz que o optimismo também não cria empregos.
Manuela ataca com a demagogia do papão de Espanha, Sócrates contra-ataca com a demagogia do papão privatizador do PSD, no Estado Social.
O discurso de Sócrates é mais compreensível, claro, terra-a-terra, o de Manuela mais hermético, para iniciados.
Sócrates está mais descontraído, nada intimidado, Manuela Faz o seu número de preceptora castigadora do menino mal comportado, e não lhe mostra os dentes. O que não é bom: um sorriso, nas câmaras, não se destina ao adversário, mas aos eleitores. Ninguém a instruiu sobre isso?
Ah, não esqueçamos: Manuela deixou de dizer "piquenas" para corrigir para "pequenas" e médias empresas. Quem ganha o debate é Ricardo Araújo Pereira (o primeiro humorista a apanhar a expressão "piquenas").
Conclusão? Mas qual conclusão?
Desculpem lá: futebol outra vez. Quando uma equipa de que não se espera muito conquista um ponto no Estádio da Luz, os comentadores dizem que jogou melhor do que o Benfica. Manuela Ferreira Leite conquistou um ponto no terreno do adversário - a televisão. O que não é "piquena" coisa.
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