O sinal dado por Carvalho da Silva
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O sinal dado por Carvalho da Silva
O sinal dado por Carvalho da Silva
Editorial DN
Já houve um tempo em que o País era Lisboa e Lisboa era o Chiado. O resto era paisagem. Hoje as coisas já não encaixam neste retrato, mas continua a haver encontros no Chiado (à porta d'A Brasileira) com possíveis repercussões à escala nacional. Quando Manuel Carvalho da Silva fala, não é só ele que fala. Quando deseja a António Costa que vença no próximo domingo as autárquicas na capital e saiba congregar toda a Esquerda na futura Câmara Municipal de Lisboa, está a dar um sinal muito forte a milhares de trabalhadores, de que é possível e desejável um entendimento entre socialistas, comunistas e bloquistas.
Na circunstância é a luta por uma Câmara em que há vinte anos essa inédita convergência à esquerda se concretizou pela primeira vez em Portugal. Mas a mensagem do líder da CGTP e militante comunista visa mais longe: se Manuel Alegre deu doses de respeitabilidade ao Bloco de Esquerda e seus debates em prol de uma política de esquerda, Carvalho da Silva sinaliza a possibilidade de um diálogo social aberto e construtivo com a força maioritária à esquerda, o PS.
Dir-se-á que não é esta a primeira vez que das bandas do PCP se vinca a diferença entre um António Costa, com quem a aproximação política é possível, e um José Sócrates, considerado autoritário e intratável. Mas, em política, o que parece é. E o que parece é que os ventos estão de feição para abater diálogos de surdos.
Voltar a crescer, voltar a arrumar a casa
Portugal foi colocado, de novo, sob vigilância pela Comissão Europeia. Motivo: em fins de 2009 vai exceder, e em muito, o limite do défice público estipulado pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento do euro. Com uma diferença capital: enquanto em 2002 estávamos sós a pisar o risco dos 3% do PIB, agora estamos acompanhados por 19 dos nossos 26 parceiros na União Europeia. O desequilíbrio das contas públicas na Europa reflecte a profunda recessão económica de 2007/2009, que se agravará no próximo ano pelas reduzidas receitas estatais e os acrescidos encargos sociais públicos.
Em 2008, Portugal, recorrendo às normas contabilísticas do Eurostat (entidade estatística na UE), beneficiou de receitas extraordinárias sem hipoteca de encargos futuros e lá conseguiu conter o défice em 2,7% do PIB, ganhando, assim, um ano de folga. E a julgar pela leitura que a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu fazem da marcha e das perspectivas de saída da presente crise, o que parece ser realista é conceder três a quatro anos a cada país para deixar de ter um défice excessivo. É um sinal de que os tempos não vão ser fáceis para ninguém, nem se esperam milagres de crescimento impetuoso.
Para o próximo Governo isto significa que vai dispor da próxima legislatura para voltar a pôr as contas em ordem e que o fará quanto antes, se souber congregar os agentes económicos para voltar a produzir mais e a criar mais emprego. Produtividade, internacionalização, rendimentos a crescer e, se possível, impostos a minguar, eis um caminho à procura de um amplo consenso político e social.
Editorial DN
Já houve um tempo em que o País era Lisboa e Lisboa era o Chiado. O resto era paisagem. Hoje as coisas já não encaixam neste retrato, mas continua a haver encontros no Chiado (à porta d'A Brasileira) com possíveis repercussões à escala nacional. Quando Manuel Carvalho da Silva fala, não é só ele que fala. Quando deseja a António Costa que vença no próximo domingo as autárquicas na capital e saiba congregar toda a Esquerda na futura Câmara Municipal de Lisboa, está a dar um sinal muito forte a milhares de trabalhadores, de que é possível e desejável um entendimento entre socialistas, comunistas e bloquistas.
Na circunstância é a luta por uma Câmara em que há vinte anos essa inédita convergência à esquerda se concretizou pela primeira vez em Portugal. Mas a mensagem do líder da CGTP e militante comunista visa mais longe: se Manuel Alegre deu doses de respeitabilidade ao Bloco de Esquerda e seus debates em prol de uma política de esquerda, Carvalho da Silva sinaliza a possibilidade de um diálogo social aberto e construtivo com a força maioritária à esquerda, o PS.
Dir-se-á que não é esta a primeira vez que das bandas do PCP se vinca a diferença entre um António Costa, com quem a aproximação política é possível, e um José Sócrates, considerado autoritário e intratável. Mas, em política, o que parece é. E o que parece é que os ventos estão de feição para abater diálogos de surdos.
Voltar a crescer, voltar a arrumar a casa
Portugal foi colocado, de novo, sob vigilância pela Comissão Europeia. Motivo: em fins de 2009 vai exceder, e em muito, o limite do défice público estipulado pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento do euro. Com uma diferença capital: enquanto em 2002 estávamos sós a pisar o risco dos 3% do PIB, agora estamos acompanhados por 19 dos nossos 26 parceiros na União Europeia. O desequilíbrio das contas públicas na Europa reflecte a profunda recessão económica de 2007/2009, que se agravará no próximo ano pelas reduzidas receitas estatais e os acrescidos encargos sociais públicos.
Em 2008, Portugal, recorrendo às normas contabilísticas do Eurostat (entidade estatística na UE), beneficiou de receitas extraordinárias sem hipoteca de encargos futuros e lá conseguiu conter o défice em 2,7% do PIB, ganhando, assim, um ano de folga. E a julgar pela leitura que a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu fazem da marcha e das perspectivas de saída da presente crise, o que parece ser realista é conceder três a quatro anos a cada país para deixar de ter um défice excessivo. É um sinal de que os tempos não vão ser fáceis para ninguém, nem se esperam milagres de crescimento impetuoso.
Para o próximo Governo isto significa que vai dispor da próxima legislatura para voltar a pôr as contas em ordem e que o fará quanto antes, se souber congregar os agentes económicos para voltar a produzir mais e a criar mais emprego. Produtividade, internacionalização, rendimentos a crescer e, se possível, impostos a minguar, eis um caminho à procura de um amplo consenso político e social.
Viriato- Pontos : 16657
Re: O sinal dado por Carvalho da Silva
Para o próximo Governo isto significa que vai dispor da próxima legislatura para voltar a pôr as contas em ordem e que o fará quanto antes, se souber congregar os agentes económicos para voltar a produzir mais e a criar mais emprego. Produtividade, internacionalização, rendimentos a crescer e, se possível, impostos a minguar, eis um caminho à procura de um amplo consenso político e social.
Vitor mango- Pontos : 118184
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