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Cimeira de Copenhague

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Mensagem por Joao Ruiz Ter Dez 08, 2009 9:22 am

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Cimeira de Copenhague Ng1226113

Acompanhe a extensa cobertura que o DN vai dedicar à Cimeira de Copenhaga. A partir de dia 7 e até dia 18, o enviado especial João Céu e Silva irá dar a sua visão sobre as notícias e bastidores da reunião. Para além do noticiário e reportagens na cimeira, encontrará aqui especiais sobre temas de ambiente.



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Última edição por João Ruiz em Dom Dez 27, 2009 9:31 am, editado 2 vez(es)

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Mensagem por Joao Ruiz Ter Dez 08, 2009 9:28 am

Entre delegações o Brasil não aceita posição inferior e traz 'metade' do país a copenhaga

por JOÃO CÉU E SILVA
Ontem

Cimeira de Copenhague Ng1227301

Cimeira de Copenhaga arranca hoje.

Está tudo a postos para o início, esta manhã, da 15.ª Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, na capital dinamarquesa, onde marcam presença 192 países, muitos através dos seus chefes de Estado. ou do Governo. Entre eles, estará o primeiro-ministro José Sócrates

Uma das principais críticas à Cimeira de Copenhaga é o seu gigantismo e são muitos os que se questionam se seria necessário reunir 15 mil pessoas - um número por baixo, pois a polícia montou um dispositivo para o dobro - nesta cidade nórdica gelada para debater o aquecimento global.

A opinião dos críticos é que a pegada ecológica que os participantes vão deixar nos céus do planeta, num total de mais de 30 mil viagens de avião, poderia ser diminuída se o espectáculo montado em Copenhaga não obrigasse tantos actores como os que vão aparecer. Há quem tenha evitado este triste espectáculo de concentração de tantos sem saberem o que vêm fazer à Dinamarca, ocupando os lugares do comboio (Climate Express) que partiu de Bruxelas e doze horas depois estava na capital dinamarquesa, gastando por passageiro apenas 14,2 kg de CO2 em vez dos 82,4 dos que utilizaram aviões - se as contas forem apenas feitas neste percurso.

Entre as delegações que fizeram questão de marcar presença em Copenhaga e abusar da emissão de carbono está a do Brasil. O número de elementos deste país na conferência rondará os 700, serão chefiados pela ministra do Ambiente, Dilma Roussef, e abençoados pelo presidente Lula na recta final.

Quem perde é o planeta. Quem ganha com esta expedição amarela e verde é a TAP, pois o tráfego dos brasileiros faz-se todo por Lisboa e nos aviões da empresa aérea portuguesa só se ouvem sotaques de todos os estados daquele país.

A dimensão desta delegação não acontece por acaso, é que no próximo ano vão realizar-se eleições no Brasil e a actual ministra do Ambiente é a candidata apadrinhada por Lula. Portanto, é preciso dar fôlego à liderança da ministra para ganhar espaço mediático e ir começando a campanha pelo Partido dos Trabalhadores, de modo a evitar que a candidatura do PSDB, de Marina Silva, possa rivalizar com a da sucessora de Lula. Curiosamente, Marina - que antecedeu Dilma no cargo do Ambiente - lutara para que o desenvolvimento brasileiro fosse sustentável. Como a sua doutrina não agradava à poderosa indústria automobilística, entre outras, o Presidente foi obrigado a substituir a ministra que regressa à cena política noutro partido e numa época em que uma candidatura com cores ambientalistas dá muitos votos. Talvez, também por essa razão, a proposta que Lula traz para o acordo de Copenhaga seja arrojada, quando aponta para uma redução de emissões em valor superior aos 30% e, o próprio, prepara-se para ter um intervenção em Copenhaga à medida do governante do país que é quarto emissor de gases de efeito de estufa.

Uma situação é certa, nunca o Ministério do Ambiente teve tanta força no Brasil como nos últimos meses, tornando-se num fenómeno que eclipsa as políticas que potenciaram o combate à fome e a construção de infra-estruturas. Até mesmo o ex-candidato presidencial José Serra, actual governador do Estado de São Paulo, apresentou metas audaciosas recentemente, igualando alguns dos propósitos do seu homólogo californiano Arnold Schwarznneger, que o inspira.

Em Copenhaga já está grande parte dos delegados brasileiros, entre os quais o autarca de Porto Velho, Roberto Sobrinho, uma localidade localizada no estado de Manaus - o da floresta amazónica - que garante que entrará para o livro de recordes Guinness por ter plantado cinco milhões de árvores no seu mandato. Algo que, decerto, faltará na cidade do Rio de Janeiro onde, para usar uma imagem bem conhecida dos portugueses, se pode ver que a ecologia até há bem pouco tempo interessava ao Brasil desenvolvimentista que agora se apresenta na COP15 como ambientalista. A imagem é a da estátua do Cristo Redentor, que na rica zona sul, à sua frente, tem muitas zonas verdes, enquanto a zona norte é um reduto de habitações onde a temperatura é superior em dois graus ao outro lado da cidade.

O Brasil é um dos melhores exemplos de que a indústria ambientalista é uma nova arma económica para os tempos pós-crise financeira e económica em que o planeta está a viver. Durão Barroso pensa o mesmo para a União Europeia, José Sócrates defende as energias renováveis como uma resposta à profunda crise que nos afecta. Para não serem só estes os exemplos de países que pensam verde para se salvar, também a China se está a pintar desta cor no pós--maoismo e até Obama vem a Copenhaga no fim da COP15 pressionar os dirigentes políticos para a obtenção de um acordo que baixe a temperatura do planeta.

In DN

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Mensagem por Joao Ruiz Ter Dez 08, 2009 9:33 am

Portugueses já estão em Copenhaga a negociar acordo

por JOÃO CÉU E SILVA
Ontem

Cimeira de Copenhague Ng1227245

Na Dinamarca está um vento frio que os portugueses - participantes e jornalistas - ainda toleram sem dificuldade. Faz lembrar um pouco as rajadas dos invernos do Marão transmontano, tal é a violência com que sopra, mas mesmo assim, são muitos os que vieram à COP15 e que fazem figas para que a neve caia em Copenhaga

O nosso país, apesar de responsável por 1,6% das emissões de gases da União Europeia, não é dos piores "alunos" em investimento nas energias renováveis. É até pioneiro nas experiências a nível de captação da energia dos oceanos, mesmo que, em simultâneo, tenha uma exploração extremamente deficitária da captação solar. É caso para dizer que menor que o interesse que Portugal tem demonstrado nas energias renováveis, é o tamanho da sua delegação presente na Conferência de Copenhaga. É variada, desde técnicos muito especializados na discussão do documento final da COP15, até aos responsáveis da Organização não Governamental Quercus (ler texto ao lado), que está integrada na representação nacional.

Por Copenhaga passará também o primeiro-ministro nos últimos dois dias, 17 e 18, da Conferência, juntando-se a mais de uma centena de governantes que já confirmaram a sua presença na capital dinamarquesa. Antes de José Sócrates chegarão ainda a Copenhaga vários portugueses, designadamente do Ministério do Ambiente. É o caso da recém-nomeada ministra, Dulce Pássaro, que estará na cidade a partir do dia 14, do secretário de Estado Humberto Rosa e de técnicos como Nuno Lacasta, entre outros.

A liderar a equipa que negoceia o documento final está Pedro Martins Barata, que já acompanha as negociações há várias conferências e que desde o princípio da semana passada se encontra em Copenhaga a participar dos trabalhos preparatórios desta conferência. Cabe-lhe a dura negociação entre representantes de vários países que decidem quais as exactas palavras que vão compor o texto, que já vem de várias reuniões realizadas, mas que ainda não está na sua versão final. Quando se refere negociação de palavras é mesmo essa a realidade que se passa entre os representantes de delegações, que podem passar horas a decidirem em que tempo o verbo, por exemplo, fica inscrito na declaração a ser aprovada nesta COP15.

O português mais em evidência, no entanto, não estará a representar o seu país, mas os 27 Estados membros da União Europeia. Trata-se do presidente da Comissão, Durão Barroso, que apostou nas energias renováveis como uma das propostas principais para a saída da crise no final do seu primeiro mandato e que as escolheu como a aposta para obter a reeleição à frente da instituição europeia. Um dos elementos da sua equipa, um outro português, Viriato Soromenho-Marques, não deverá deslocar-se à COP15 a não ser em caso de alguma situação grave que exija a sua presença. É este cientista que assessora Durão Barroso no grupo de Alto Nível para a Energia e Alterações Climáticas e que colabora na preparação de documentos e dossiers oficiais do presidente da UE.

Os trabalhos já começaram para muitos dos portugueses presentes em Copenhaga. É o caso de Francisco Ferreira e Ana Rita Antunes, que ontem estiveram numa reunião preparatória com mais de 350 participantes de ONG de ambiente e desenvolvimento de todo o mundo, para obter o direito a participar nas negociações em plenário juntamente com os representantes de países e outras organizações observadoras, procurando influenciar cada um dos países; a Presidência Europeia (Suécia), Comissão Europeia e os eurodeputados presentes.

In DN

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Mensagem por Joao Ruiz Ter Dez 08, 2009 9:39 am

ONG vão à cimeira alertar e pressionar líderes políticos

por RITA CARVALHO
Ontem

Cimeira de Copenhague Ng1227310
Dois membros da Quercus e dois da associação Tese viajarão para Copenhaga, integrados na delegação nacional

Na cimeira, as ONG portuguesas trabalharão a dois ritmos: para fora e nos bastidores. Através de acções simbólicas, feitas juntamente com outros activistas, vão alertar o mundo para a discussão em causa, não hesitando em apontar o dedo aos países com posições menos amigas do ambiente. Na retaguarda, vão acompanhar as negociações e pressionar a delegação nacional a assumir acordos mais ambiciosos.

Do lado do ambiente, e integrados na delegação portuguesa, estarão os membros da Quercus Ana Rita Antunes e Francisco Ferreira, este já na sua décima COP e com muita experiência destas negociações. A dar voz às ONG do desenvolvimento, e pela primeira vez numa cimeira climática, estarão João Rabaça e Pedro Jerónimo, da associação Tese, mas também representantes da plataforma nacional destas organizações não governamentais.

"O tema é climático. Mas é preciso fazer um diálogo entre os assuntos ambientais e o desenvolvimento. Até porque as iniciativas de mitigação e adaptação das alterações climáticas ajudam a resolver problemas graves que geram pobreza, como a seca ou a dependência energética", disse ao DN João Rabaça. É esta mensagem que a Tese tentará passar aos políticos da delegação nacional, sublinhando que as mudanças climáticas têm de ser encaradas como uma oportunidade para os países em desenvolvimento.

Mais habituados a este trabalho de acompanhamento das negociações e de lobby junto dos grupos políticos, as ONG de ambiente poderão ser chamadas também a intervir directamente, explica Francisco Ferreira, que desde 2000 acompanha as cimeiras. Se o tema é sensível e as posições inflexíveis ao ponto de inviabilizarem que dois estados ou grupos políticos se sentem à mesa para negociar, as ONG funcionam como força de desbloqueio. Ou seja, consertam posições com outras ONG e transmitem mensagens entre os dois lados.

Mas há um compromisso, diz a Quercus. "Apesar de estarmos na delegação nacional, não somos administração. Há assuntos que seguimos e discutimos com eles. Outros não."

In DN

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Mensagem por Joao Ruiz Ter Dez 08, 2009 10:17 am

Milhares pelas renováveis,uma pessoa pelo nuclear

Hoje

Cimeira de Copenhague Ng1227593

A Conferência das Nações Unidas, que pretende encerrar duas semanas de debate e negociações com um acordo que evite as alterações climáticas que ameaçam o planeta, já está em marcha

O que poderia espantar mais os milhares de delegados que chegam à COP15 para participar da orgia colectiva em torno das energias renováveis do que depararem com uma jovem a fazer propaganda da energia nuclear como fonte alternativa?

Era essa a situação que ontem acontecia à porta do metro de onde saíam os milhares de participantes preparados para assistir à sessão inaugural da conferência de Copenhaga e, durante uma primeira dúzia de horas no interior do Centro Bella, debaterem a salvação do planeta com o recurso às energias das marés, eólica e solar. Para a jovem que tinha ao peito um cartaz a defender o uso do nuclear e nas mãos um monte de prospectos a criticar o "genocídio que os delegados de quase 200 países preparam na COP15", esta alternativa energética é a mais correcta. Nem se preocupava que toda a romaria de tantas raças acreditem mais no mar, no vento e no sol para salvar o planeta e que se virassem à jovem para lhe dar o correctivo que parecia estar a pedir.

Curiosamente, enquanto no interior do edifício se preparava o início dos trabalhos, com a presença das principais personalidades, às portas do edifício reinava o habitual festival de quem não o pode protagonizar no interior. Activistas do Greenpeace destacavam-se, com um grupo que tocava tambores bem alto, enquanto outras associações aproveitavam o momento para criticar os males do sistema capitalista, enfiar na mão dos participantes da COP15 todas as informações possíveis sobre as suas organizações, pôr pins na lapela e até tirar fotografias com um cenário de palavras de ordem, de onde a imagem desta conferência saía muito denegrida. O trivial!

Ninguém destes grupos de protesto dava atenção à jovem do nuclear, que define como um novo fascismo a política de energias renováveis, nem aos grandes efectivos de polícia que protegiam as entradas do Centro Bella e organizavam as filas de participantes ainda não acreditados, ao frio matinal.

No interior, contrariando a pontualidade dinamarquesa - em que um minuto de atraso é uma hora para os portugueses -, os delegados amontoavam-se em frente ao bengaleiro, para deixar os sobretudos, e aumentavam a espera pelo princípio da sessão oficial. Quarenta e cinco minutos após a hora marcada, foram apresentados aos "queridos" delegados os presentes na mesa. O primeiro-ministro Lars Lokke Rasmussen, que confirmou que a COP15 é um desafio de duas semanas aos líderes mundiais; a autarca de Copenhaga Ritt Bjerregaard, que referiu serem as cidades as responsáveis por 75% das emissões de gases; o responsável do painel intergovernamental, Rajendra Pachauri, que criticou o caso dos e-mails roubados aos cientistas que alegadamente manipularam os dados do aquecimento global; e, a fechar, o secretário executivo da ONU, Yvo de Boer, que comparou o combate às alterações climáticas às várias camadas de um bolo de Natal.

Aberta a 15.ª Conferência das Nações Unidas, iniciaram-se dezenas de reuniões imediatamente. As questões não divergem do que se tem ouvido falar, nem as palavras são diferentes das proferidas nos últimos meses. A ainda ministra do Clima, Connie Hedegaard, garantiu que "nunca a vontade política foi tão forte para se chegar a um acordo" e a "vice" da Universidade de Copenhaga alertou para o facto de esta ser "a primeira geração com capacidade tecnológica para combater os seus próprios estragos". O que nenhum destes altos responsáveis escutou foram as declarações de Jonathan Pershing, o representante de Barack Obama, que foi bem claro na firmeza dos EUA na estratégia para contrariar as alterações climáticas - muito pouco preocupada com a dos restantes países.

In DN

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Mensagem por Joao Ruiz Ter Dez 08, 2009 10:24 am

Figura do diaUma dinamarquesa pouco tradicional

por JOÃO CÉU E SILVA
Hoje

Cimeira de Copenhague Ng1227543

O Centro Bella é um labirinto gigantesco e um edifício onde é difícil aos jornalistas - aos participantes menos - encontrarem as salas e auditórios onde acontecem as dezenas de eventos diários. Para evitar que se percam, a organização montou um sistema de informação gráfica que pouco ajuda, tal é a sua especificidade, mas contratou vários jovens que se oferecem educada e voluntariamente para levar os profissionais perdidos entre as salas e auditórios até ao seu destino final.

Há jovens de ambos os sexos nessa situação, mas a que mais chama a atenção é Sahar Butt. Como se pode ver na fotografia aqui reproduzida, a jovem Sahar não é visualmente a dinamarquesa que se espera encontrar numa cidade nórdica como é o caso de Copenhaga. A sua família, conta ao DN, é originária do Paquistão, mas mudaram de país e escolheram a Dinamarca para se fixar. Sahar nasceu há 25 anos na Escandinávia e nunca regressou, nem a família, ao Paquistão. Quando se lhe pergunta porque, mesmo tendo vivido toda a vida num país sem os hábitos da sociedade que os pais deixaram, mantém os símbolos que as suas antepassadas eram obrigadas a cumprir, Sahar responde que foi uma opção própria: "Foi o que escolhi para mim." E acrescenta que nunca se lhe pôs a hipótese de deixar de usar o véu sobre a cabeça e mangas compridas a cobrir a pele.

Sahar não se preocupa com os olhares constantes que reparam em si, mesmo "quando as pessoas ficam um pouco inibidas e não sabem como se comportar" com ela. É assim há muitos anos e garante que já se acostumou à situação.

Quanto à iniciativa contra as alterações climáticas, a sua opinião é muito positiva. Acha que é uma boa oportunidade para alertar o mundo para a situação de perigo do planeta, mas o que mais lhe agradou foi saber que o Governo dinamarquês evitou a maioria dos gastos em propaganda e ofertas e usou essa verba para formar no país, durante dois anos, vários jovens do Bangladesh que jamais poderiam continuar os estudos.

In DN

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Mensagem por Joao Ruiz Qua Dez 09, 2009 3:46 pm

Copenhaga: Terceiro dia de cimeira

http://dn.sapo.pt/galerias/fotos/?content_id=1442964&seccao=Globo

In DN

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Mensagem por Joao Ruiz Qua Dez 09, 2009 4:06 pm

Sarah Palin desafia Barack Obama a boicotar conferência

por Lusa
Hoje

Cimeira de Copenhague Ng1228116

A ex-candidata à vice-presidência dos Estados Unidos Sarah Palin desafiou o Presidente Barack Obama a boicotar a conferência de Copenhaga sobre clima, num texto hoje publicado no Washington Post.

"O que Obama espera verdadeiramente trazer de Copenhaga é mais pressão para fazer votar a proposta de lei dos democratas sobre a regulamentação dos gases com efeito de estufa. É uma estratégia política", escreve Sarah Palin.

"O Presidente devia boicotar Copenhaga", defendeu.

A Câmara dos Representantes adoptou em Junho um projecto de lei democrata que prevê a redução das emissões de dióxido de carbono (CO2) nos Estados Unidos em 17 por cento até 2020, tendo por base a situação de 2005. Um texto semelhante foi apresentado no Senado, prevendo uma descida de 20 por cento, mas não deverá ser adoptado antes de 2010.

"A última coisa que a América precisa é de uma legislação malevolente que aumente as taxas e faça mal ao emprego", referiu Sarah Palin.

"As políticas (...) que estão em análise em Copenhaga não vão mudar o tempo que faz mas vão mudar a nossa economia e para pior", acrescentou.

Barack Obama anunciou que vai estar na conferência de Copenhaga a 18 de Dezembro, último dia dos trabalhos, para participar nas negociações finais com outros dirigentes mundiais.

Delegações de 192 países estão reunidas até 18 de Dezembro em Copenhaga naquele que é já considerado o maior e mais importante encontro de sempre sobre o clima. O objectivo é chegar a um consenso em relação a um texto para um acordo legalmente vinculativo, que concretize os objectivos necessários para assegurar que o aquecimento global não será superior a dois graus centígrados em relação à era pré-industrial.

Está confirmada a presença de mais de cem chefes de Estado e de Governo na conferência de Copenhaga, convocada pela ONU, a que também assistirão cerca de 15 mil delegados e o próprio secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. O primeiro-ministro português, José Sócrates, participará na cimeira.

In DN

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Mensagem por Viriato Qua Dez 09, 2009 4:11 pm

João Ruiz escreveu:Sarah Palin desafia Barack Obama a boicotar conferência

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Porque vai a sopeira além da chinela?????
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Cimeira de Copenhague Empty Não há borlas para quem gosta de maçã na COP15

Mensagem por Joao Ruiz Qui Dez 10, 2009 3:33 pm

Não há borlas para quem gosta de maçã na COP15

por J.C.S.Hoje

Cimeira de Copenhague Ng1228435

Deve ser o cidadão - os políticos não contam - que mais frustrações provoca no Centro Bella. Chama-se Simon Kristensen, tem 21 anos, e passeia-se o dia inteiro no pavilhão a pedalar um carro cheio de maçãs com um ar apetitoso.

Enquanto falámos aproximaram-se do carro mais de uma dúzia de participantes na COP15 e dois deles pegaram num fruto e puseram-se a andar porque achavam que era oferta da casa. Claro, que o jovem os chamou imediatamente e apontou para um pequeno cartaz onde se informa que cada maçã custa sete coroas. Há quem a volte a pôr no sítio, mas a maioria procura moedas e segue. Simon considera que deveriam ser de graça, mas nada pode fazer, nem sequer baixar um preço que considera um pouco alto. Estava desempregado e aceitou este lugar para ganhar algumas coroas enquanto não encontra um emprego. Deixou de estudar porque perdeu o interesse, queria ser polícia mas não passou nos exames. Quando pergunta de onde sou, franze a testa durante segundos. Depois, desculpa-se: "Solo hablo español".

In DN

Cimeira de Copenhague 0002009D

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Mensagem por Joao Ruiz Qui Dez 10, 2009 3:40 pm

Convencer um país que não acredita no aquecimento global

por HELENA TECEDEIRO
Hoje

Cimeira de Copenhague Ng1228444

Com as sondagens a mostrar que só 57% dos americanos acreditam que as alterações climáticas ameaçam o planeta, o Presidente Barack Obama chega a Copenhaga dia 18 com a difícil tarefa de alcançar um acordo que receba a aprovação do Senado. Entretanto, Sarah Palin apelou ao boicote da cimeira

Os Estados Unidos até podem ser o país com mais emissões de CO2 per capita - em termos globais já foi ultrapassado pela China -, mas quase metade dos americanos continua a não acreditar no aquecimento global. Uma sondagem do instituto Pew revelou que só 57% estão convencidos de que há provas de que as alterações climáticas ameaçam o planeta. Bem longe dos 71% que deram a mesma resposta em 2007. Este aumento do cepticismo não só assusta os cientistas como promete dificultar a tarefa do Presidente Barack Obama quando chegar à Cimeira de Copenhaga com o propósito de assinar um acordo para a redução das emissões de gases com efeito de estufa.

Pressionado pelos lóbis do petróleo e do carvão e criticado pela oposição republicana, que se opõe à sua proposta de lei sobre o ambiente, Obama alterou a ida a Copenhaga para estar presente na recta final da cimeira que tem como objectivo encontrar um sucessor para o Protocolo de Quioto. Em Novembro, a Câmara dos Representantes aprovou um projecto do Presidente democrata para reduzir em 20% até 2050 as emissões de gases com efeito de estufa em relação aos níveis de 2005. Mas a proposta de Obama - com umas impressionantes 959 páginas - tem ainda de passar pelo voto do Senado, onde os republicanos têm feito forte oposição, com o apoio, inclusive, de alguns democratas. "A minha Administração está empenhada em aprovar uma lei que criará novos empregos e dará incentivos às energias alternativas", afirmou Obama em Novembro.

Mas a promessa de cinco milhões de empregos "verdes" nos próximos dez anos não parece suficiente para convencer os americanos de que proteger o ambiente é prioritário. Carrol Doherty, do Instituto Pew, confessou à ABC que mais do que uma questão política o cepticismo dos americanos é acentuado pela crise económica. "As pessoas pensam: 'Se não podemos pagar as soluções talvez seja melhor começar a duvidar de que os problemas existam", garantiu a investigadora.

Quem decidiu cavalgar a onda foi Sarah Palin. A antiga governadora do Alasca e ex-candidata republicana à vice-presidência em 2008 escreveu um artigo de opinião no Washington Post no qual apela a Obama para cancelar a ida a Copenhaga. Palin, cada vez mais provável candidata às presidenciais de 2012, criticou "uma legislação maldosa que vai aumentar os impostos e prejudicar o emprego". A ex-governadora, que percorre os EUA a promover a autobiografia Going Rogue (Como Me Tornei Rebelde), escreveu ainda que o Climagate - o escândalo dos e-mails de cientistas suspeitos de dissimular dados que punham em causa o aquecimento global - torna a ciência "pouco digna de confiança".

Rodeado de conselheiros conhecidos pelo seu compromisso com o ambiente - como o secretário da Energia, o Nobel da Física Steven Chu, ou a directora do Gabinete para a Energia e Alterações Climáticas, Carol Browner, que liderou a Agência de Protecção Ambiental durante os oito anos de Administração Clinton -, Obama continua empenhado num acordo em Copenhaga. E mesmo que o ambiente surja em último lugar na lista dos 20 assuntos que mais preocupam os americanos e que 52% nem saibam qual o tema da Cimeira de Copenhaga, a presença do Presidente americano no último dia do encontro veio reacender as esperanças de que os líderes mundiais consigam fixar metas para a redução das emissões de gases poluentes. Se Obama voltar da Dinamarca com um acordo, terá ainda de convencer os seus eleitores - e o Senado - de que o futuro da Terra depende da sua aprovação.

In DN

Cimeira de Copenhague 0002008A

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Cimeira de Copenhague Empty Bjørn Lomborg mantém posição deambientalista céptico em Copenhaga

Mensagem por Joao Ruiz Qui Dez 10, 2009 3:45 pm

Bjørn Lomborg mantém posição deambientalista céptico em Copenhaga

por JOÃO CÉU E SILVA
Hoje

É conhecido de políticos e ambientalistas pelo livro crítico para com o combate às alterações climáticas. Sobre o sucesso da COP15, acredita que será o melhor para líderes que estiverem na foto oficial

O dinamarquês Bjørn Lomborg não é muito apreciado por ambientalistas - e bloguistas -, mas mesmo assim passa os seus dias no Centro Bella a acompanhar a Conferência das Nações Unidas. Apesar de ser um académico, não atrai simpatias porque cometeu um pecado mortal com a publicação de um livro com o provocante título O Ambientalista Céptico, que defendia posições não muito ortodoxas e bastante distantes das que estão sobre a mesa nesta Conferência de Copenhaga. Mesmo assim, fomos ouvir o que tem para dizer e compreendeu-se que existe uma outra razão para ser tão pouco querido nestes ambientes corporativos: não ter papas na língua.

Quando se lhe pergunta o que pensa da fuga do texto preparatório que saiu no jornal inglês The Guardian responde que, se for verdadeiro, é "surpreendente". Acrescenta que "pode ser uma boa proposta porque aponta uma saída para o Protocolo de Quioto que não nos levou a lugar algum". Para Lomborg, este protocolo teve início já em 1992, no Rio de Janeiro, e quando foi finalizado em Quioto, em 1997, "foram maiores as promessas que as práticas" por parte de todos os países que o rubricaram. Ao questionar-se se a fuga foi facilitada ou é mesmo um furo jornalístico, o autor confessa que foi bom que ela se tenha verificado, independentemente das razões, porque "é bom para se encontrar um rumo para a estratégia das Alterações Climáticas". Considera também que o texto "mostra que o Congresso norte-americano não vai cumprir as promessas que a Administração Obama anuncia". E, refere que esta conferência é, fundamentalmente, "só espectáculo" e que vai repetir-se Quioto, as "belas promessas de então e um documento final muito eloquente. Toda a gente vai para casa feliz e veremos que daqui resultará zero". No seu entender, é preciso encontrar soluções inteligentes e investir muito mais em pesquisa das tecnologias verdes. Ou seja, conclui-se, é crítico da COP15: "Não da parte científica, sim na política de promessas. Não queria que falhasse esta nova tentativa". Para Bjørn Lomborg, mesmo com tantos governantes presentes na capital dinamarquesa, veremos que se irá repetir o fracasso de Quioto.

In DN

Cimeira de Copenhague 0002009B

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Cimeira de Copenhague Empty O que a Bolívia quer de Copenhaga é 'jallalla pachamama'

Mensagem por Joao Ruiz Qui Dez 10, 2009 3:51 pm

O que a Bolívia quer de Copenhaga é 'jallalla pachamama'

por JOÃO CÉU E SILVA
Hoje

Cimeira de Copenhague Ng1228438

A fuga de informação que revelava a existência de um acordo fabricado por países ricos enervou as delegações dos mais pobres. E extremou posições

Minutos antes de o representante dos países do G77-China se mostrar muito irritado com as traições da presidência dinamarquesa ao promover nos bastidores um alegado acordo que beneficia os países ricos, os representantes da Bolívia entraram em cena e fizeram as suas reclamações quanto ao documento a sair de Copenhaga. A crítica deve-se à ausência no texto do acordo da defesa de uma tradição com cinco mil anos na Bolívia, a de mascar folhas de coca. Ressalvaram, no entanto, que são contra o consumo de cocaína.

Esta reclamação é uma entre as muitas que os países pequenos podem fazer num palco mundial. Ontem, até Tuvalu parou os trabalhos dos negociadores ao recusar--se a debater um futuro tratado que ignora o Protocolo de Quioto. A todas estas situações, o secretário executivo das Nações Unidas sorriu durante a conferência de imprensa que deu por volta da hora de almoço. Yvo de Boer até fez uma piada com a pretensão de Tuvalu ao dizer que após a refeição as coisas se recomporiam.

O mesmo sorriso já não apresentava quando o tema foi a fuga de informação publicada na terça--feira à noite pelo jornal The Guardian, que revelava um alegado esboço de um acordo anterior ao início deste megaevento em curso na Dinamarca. Um encontro para o qual se deslocaram mais de dez mil delegados de todo o mundo, que se dizem agora sem uma razão justificável para continuarem a debater as suas propostas caso seja verdadeira a notícia. Aí, Yvo de Boer teve mesmo de dar explicações, mesmo que sorrindo muito mais do que lhe é habitual nestas situações: nada.

A fuga de informação dominou os bastidores nas primeiras horas e, quando foi do conhecimento geral, a situação exigiu desmentidos sérios por parte de todos os responsáveis das Nações Unidas. Afinal, até a própria delegação da Bolívia perguntara: "Para que viemos até Copenhaga se já está tudo resolvido?" Para a delegação são as questões económicas que provocam as alterações climatéricas e os países em desenvolvimento têm uma palavra a dar neste processo que não a de um simples aceitar de uma decisão acertada entre uns poucos países. Os bolivianos despediram-se afirmando que estão muito desiludidos porque não viam espaço para um ditado do seu povo - Jallalla pachamama - que significa: "Aproveitem a vida na Mãe Terra."

A revelação pública do já baptizado Texto Dinamarquês esteve na base da forte crítica do representante dos países do G77-China que acusou as Nações Unidas de "falta de transparência" ao antecipar-se à discussão do plenário na redacção do futuro acordo e considerou a existência do texto de oito páginas, que define as condições para a redução até 2050 de 50% das emissões de CO2, um "insulto". Para Lumumba Stanislaus Di-Aping, o texto "mata o Protocolo de Quioto e foi redigido com muito cuidado e à revelia" mas, como é uma "ficção, é preciso reabrir a discussão de modo a que a COP15 termine com um acordo que cumpra o preceito "Um planeta, uma posição."

Logo a seguir, Yvo de Boer respondeu que o embaixador "estava há demasiado tempo em Nova Iorque para saber das questões de África" e acusou o sudanês de se ter esquecido da sua participação "há uma semana e um dia" no debate sobre um outro esboço que está sobre a mesa da COP15. Desdramatizou ainda o 'Texto Dinamarquês', porque é normal haver vários esboços, mas negou a existência desta "proposta formal da presidência dinamarquesa".

Este é, contudo, um tema que deixará marcas no relacionamento entre as várias delegações presentes em Copenhaga e que teve origem no mesmo jornal que já denunciara a existência de manipulação de dados científicos sobre as alterações climáticas que desacreditaram o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), um caso conhecido como Climagate e que obrigou o Governo inglês a iniciar uma investigação policial para apurar a autoria do desvio dos e-mails da Universidade de East Anglia que comprometem os cientistas. C

In DN

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Mensagem por Joao Ruiz Sex Dez 11, 2009 3:36 pm

Salazar perseguido pelo urso-polar do Alasca à Conferência de Copenhaga

por JOÃO CÉU E SILVA
Hoje

Cimeira de Copenhague Ng1228994

O secretário de Estado do Interior teve, uma vez mais, a companhia de um urso-polar que critica a política norte-americana. O protesto costuma acompanhar nos EUA todas as deslocações de Ken Salazar, mas, desta vez, veio até à Dinamarca para ver se salva a sua pele

A América está a investir bastante na sua imagem ambientalista na Conferência de Copenhaga, e todos os dias chegam enviados especiais da Administração Obama.

Primeiro vieram analistas e conselheiros, em seguida chegaram subsecretários e ontem foi a vez da primeira grande estrela dos boys do Prémio Nobel da Paz: o secretário de Estado Ken Salazar.

No anúncio da sua conferência de imprensa dizia-se que "vinha explicar a visão do Presidente Obama como líder da economia de energias limpas".

Era fácil saber que havia um VIP no Centro de Encontros dos EUA tal era a quantidade de seguranças que marcavam posição no espaço e o nervoso miudinho dos assessores, normalmente calmos.

Durante 75 minutos, Salazar explicou as directrizes da política ambiental do Presidente e deu exemplos de como "na sua liderança, o Departamento do Interior deu prioridade ao rápido e responsável desenvolvimento em larga escala de projectos de energias renováveis no sector público e nos oceanos.

Quem também aproveitou a sua presença foi o urso-polar que está ameaçado de extinção no Alasca.

Chegámo-nos ao pé do urso, bastante encalorado com a temperatura da sala, para ouvir as razões desta perseguição a Salazar: "Há 20 mil a 25 mil ursos-polares que vão certamente morrer nas próximas décadas devido ao aquecimento global. O secretário Ken Salazar diz que tomou conta da questão, mas é falso e, por isso, sempre que vai a algum lugar, eu vou atrás dele."

É verdade, Salazar estava a falar e o urso acabou por roubar-lhe algum protagonismo. Fartou-se de tirar fotografias com os participantes da COP15 e de fazer queixas.

Uma inglesa mais curiosa até lhe perguntou se aquela fatiota era feita com a pele de um urso verdadeiro: "Não!", disse logo, acrescentando que "parece mesmo a de um urso, mas é sintética." Ufa... Foi por pouco.

In DN

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Mensagem por Joao Ruiz Sex Dez 11, 2009 3:41 pm

Gilberto Gil procura inspiração na COP15

por J.C.S.
Hoje

Cimeira de Copenhague Ng1228962

É um entre milhares de participantes na Conferência de Copenhaga, mas Gilberto Gil não passa despercebido ao DN.

Faz questão de se colocar à margem de qualquer delegação ou organização e informa que está ali com o estatuto de cidadão. Porquê? "Interesse pessoal no desvendamento desses mistérios sobre a intensidade da intervenção humana na natureza." Acrescenta um segundo porquê: "A situação que vivemos traz compromissos sérios para o futuro da humanidade, até no sentido político." Não há dúvida que o ex-ministro da Cultura brasileiro não deixou a carreira política de lado desde que regressou à de músico... Volta-se ao tema da política e pergunta-se se acha que a posição do Brasil é a correcta na relação com o planeta. "Cada vez mais o Brasil tem assumido, através dos seus governos e da sociedade, o compromisso de fazer esforços para a racionalidade do sistema de relação homem-natureza em todos os sentidos." E dá exemplos: "Na questão da floresta, a evitar os desmatamentos, a promover a produção de biocombustível, a regular a matriz eléctrica e a racionalizar os processos agrícolas."

E porque tantos candidatos presidenciais brasileiros vêm à Dinamarca? O ambiente dá votos? "Até as donas de casa se começam a preocupar com a boa gestão de recursos hídricos e os oceanos. São questões que se estão tornando de interesse nacional e que tanto dão como tiram votos devido à sua delicadeza. Porque se entrelaçam na questão económica". E já conseguiu encontrar respostas para o que procura na COP15? Responde: "Uma resposta definitiva ainda não mas já encontrei muitas pergunta novas." E, do que viu e escutou em Copenhaga, o baiano já se inspirou para compor uma nova canção? "Quem sabe? Talvez..."

In DN

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Cimeira de Copenhague Empty O 'impostor', 'irresponsável' e mistificador' Bjorn Lomborg

Mensagem por Joao Ruiz Sex Dez 11, 2009 3:53 pm

O 'impostor', 'irresponsável' e mistificador' Bjorn Lomborg

Hoje

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Tal como já aconteceu a Claude Allègre e a Ian Plimer, também Bjorn Lomborg, apesar de mais moderado nos seus propósitos do que estes, já foi mimoseado com epítetos como "impostor", "irresponsável", "mistificador" e outros que aqui não podem ser reproduzidos.

Nascido em 1965, este autor e professor de economia dinamarquês não tem formação científica académica, ao contrário de Allègre e Plimer, que são cientistas de profissão, embora tenha estudado matemática e estatística aplicada às ciências sociais. Lomborg é também vegetariano e homossexual assumido. Opositor do Protocolo de Quioto, é da opinião que o homem se deve adaptar às pequenas subidas de temperatura que se vão verificando no planeta, e que em vez de despejar dinheiro em enormes quantidades nos países do Terceiro Mundo, como que para mitigar o seu complexo de culpa, os países desenvolvidos deveriam antes aplicá-lo na investigação e no desenvolvimento de soluções a longo termo para os problemas do meio ambiente, bem como na erradicação de doenças como a malária ou a sida, bem como da malnutrição e das reservas de água potável.

Tem dois livros emblemáticos das suas teses, o elogiadíssimo e atacadíssimo The Skeptical Environmentalist, e Cool It. No primeiro, escreve a dada altura: "Não devemos deixar que as organizações de defesa do meio ambiente, os lobbies ou órgãos de informação apresentem verdades e prioridades unilaterais. Ao contrário, devemos olhar para a cuidadosa verificação do debate sobre o meio ambiente, conhecendo o verdadeiro estado do mundo".


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Mensagem por Joao Ruiz Sex Dez 11, 2009 3:59 pm

Ian Plimer duvida do aquecimento global

Hoje

Cimeira de Copenhague Ng1228999

Conhecido quer pela sua oposição cerrada e militante às teorias sobre o aquecimento global, quer ao criacionismo, Ian Plimer nasceu em Sydney, em 1946 e formou-se em Geologia, que continua a ensinar na Universidade de Adelaide, sendo também director de três companhias mineiras (o que lhe é reprovado pelos seus críticos).

É também consultor do grupo de cépticos do aquecimento global Global Warming Policy Foundation. Ganhou por duas vezes o prémio científico Eureka (2002 e 2004), bem como a Medalha Clarke das Ciências Naturais (2004) e a plaqueta da Sociedade Alemã de Geologia, entre outras distinções na área da ciência. Já publicou vários livros, entre os quais Telling Lies for God-Reason Versus Creationism, e Heaven and Earth. Neste, que foi recusado por todas as grandes editoras australianas, denuncia e ataca, nomeadamente, os múltiplos beneficiários da histeria da mudança do clima, caso do governo dos EUA, das grandes companhias energéticas, de organizações como a Greenpeace e dos jornalistas especializados em temas do meio ambiente.

De acordo com Ian Plimer, o debate sobre o estado do planeta foi feito refém "pelos políticos, pelos ambientalistas e pelos oportunistas", e urge por isso restaurar o sentido da perspectiva científica, para que tal debate possa ser retomado nos seus termos genuínos. Segundo ele, os modelos teóricos construídos para explicar fenómenos como o aquecimento global "não têm nada a ver com a ciência nem com o empirismo, mas sim com o torturar os números até eles confessarem o que eles querem ouvir".

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Mensagem por Viriato Sex Dez 11, 2009 4:02 pm

Clima

Cimeira de Copenhague Seca

A propósito da reunião de Copenhague sobre o clima, António Guterres publica hoje no "International Herald Tribune" (*) um artigo muito interessante em que analisa os efeitos das alterações climáticas nas movimentações forçadas das populações.

No texto, diz uma verdade que às vezes alguns esquecem: "O que se pode dizer, com considerável certeza, é que o impacto da mudança climática será sentido mais fortemente pelos países mais pobres, que são os menos responsáveis pelo fenómeno e que estão menos preparados para lidar com ele".

Postado por Francisco Seixas da Costa


(*) Bracing for the Flood

Earthquakes. Cyclones. Tsunamis. Floods. Mudslides. Natural disasters have doubled in frequency over the last two decades. Catastrophes have also become more intense, destructive and threatening to human life. In 2008 alone, some 36 million people were suddenly displaced by these phenomena.

While that is an enormous figure, it is dwarfed by the number of people whose security and livelihoods are being steadily undermined by the longer-term consequences of climate change: droughts and unpredictable rainfall patterns, the degradation and desertification of the land, coastal erosion and salinification.

A particularly disturbing characteristic of these developments is their potential to ignite conflicts within and between states, especially in situations where communities are competing for increasingly scarce resources such as fresh water and grazing land.

Looking a little further into the future, citizens of small and low-lying islands will face the prospect of their countries crumbling into the rising sea, their nationalities, cultures and identities drowned.

Nobody can say exactly how many people will be displaced by natural disasters and climate change in the decades to come. Current predictions vary enormously: from tens of millions to over a billion.

What one can say with considerable confidence, however, is that the impact of climate change will be felt most strongly by those low-income countries that are least responsible for the phenomenon and least equipped to deal with it.

Within the developing world, moreover, disadvantaged women and men — subsistence farmers and fishermen, slum and shantytown dwellers, members of ethnic and religious minorities — will bear the brunt of the changes taking place in our ecosystem.

In these respects, addressing the challenge of climate change cannot be separated from the struggle to promote effective forms of development cooperation and to secure human rights for all.

We are now confronted with a number of global megatrends that interact with each other. In addition to climate change, they include population growth, migration, urbanization and food, water and energy insecurity, all compounded by the global economic crisis.

As U.N. Secretary General Ban Ki-moon has frequently reminded us, climate change is at the fulcrum of these trends, multiplying the impacts of the others.

Attempting to deal with these trends individually would doom the effort to failure. They require a common response, which often eludes the international community given the fragmented nature of its analytical and policy tools.

Due to its relationship to the other trends, our response needs to begin with climate change. I would propose a three-pillared strategy.

First, as recognized by the Copenhagen climate change conference, there is a need for effective mitigation, particularly by means of measures that reduce carbon emissions and thereby slow the place of global warming.

Second, affected communities must be supported in their efforts to adapt to climate change, recognizing that in some instances, mobility may be one of the elements of adaptation.

And finally, timely and coherent responses are required in those situations where people are forced to flee due to the impact of climate change, both directly and as an accelerator of other drivers of displacement, such as natural disasters, food insecurity and conflict.

Recent experience suggests that the majority of people who are forced to move as a result of these phenomena are likely to remain within the borders of their own country. Primary responsibility for their protection and well-being will thus lie with the states concerned.

But if governments in developing regions are to meet the needs of displaced citizens, they will need strong and long-term support from the world’s industrialized and industrializing states — those countries that bear primary responsibility for the process of climate change.

Traditionally, the international community has responded to disasters and displacement in “humanitarian emergency mode,” establishing camps, distributing food and water, building schools and clinics.

We must reconsider our approach. The billions of dollars spent on international relief over the past three or four decades have generally not achieved the sustainable improvements to local capacity that one would have hoped for.

At the same time, a growing proportion of the people affected by disaster and displacement will in future be found in urban areas, where it makes no sense to accommodate victims in camps or to establish separate and parallel services for them.

A development-oriented approach is now required in response to displacement, emphasizing the inclusion of the most vulnerable and marginalized sections of society in efforts to ensure that they benefit from the livelihoods, services and security to which they are entitled.

People who have been displaced need a hand up, and not a hand out, if they are to find lasting solutions to their plight.

António Guterres is United Nations High Commissioner for Refugees and former prime minister of Portugal.
Viriato
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Cimeira de Copenhague Empty Países Pobres usam quioto para dar Acordo de copenhaga a ricos

Mensagem por Joao Ruiz Sex Dez 11, 2009 4:08 pm

Países Pobres usam quioto para dar Acordo de copenhaga a ricos

por JOÃO CÉU E SILVA
Hoje

Cimeira de Copenhague Ng1228937

O trocadilho é fácil - há algo de podre na Dinamarca -, mas é a sensação que se vai adquirindo a cada dia que passa nesta maratona negocial. As metas ambientais são ultrapassadas pela economia

Quando os líderes mundiais chegarem a Copenhaga no fim da próxima semana, têm à sua espera um presente especial - três mil borboletas de papel que as crianças da Austrália fizeram, e onde desenharam e escreveram os seus desejos para um planeta melhor.

Provavelmente, nenhum dos 110 presidentes e primeiros-ministros que vão até à capital dinamarquesa, para assinar um acordo político que salve a Terra do aquecimento global, estará preocupado com estas acções infantis e preferirão conhecer o seu lugar exacto na fotografia oficial, de modo a ficar bem no retrato da COP15. Até porque muitos dos dirigentes já não estarão vivos na altura em que, se não forem agora travadas, as alterações climáticas terão provocado uma modificação total da forma de viver. Por isso, conscientes dessa situação, centenas de jovens coloriram ontem o Centro Bella com T-shirts cor de laranja e uma frase onde perguntavam: "Que idade terás em 2050?"

Essa previsão do futuro não é, no entanto, a tónica desta mega-reunião em Copenhaga e, nos gabinetes fechados das delegações, os negociadores continuam num contra-relógio para ter prontos na próxima quarta-feira os temas mais quentes dos vários dossiers que os ministros do Ambiente e do Clima terão de decidir antes de os seus governantes aterrarem em Kastrup, na quinta e na sexta-feira. E não são poucos os pontos de discórdia, nem muito confluentes as vontades das Partes da Conferência que vieram a Copenhaga com a obrigação de tentar impor uma vontade comum num acordo ainda muito nebuloso.

Uma coisa é certa: de Copenhaga ainda não sairá um acordo juridicamente vinculativo entre todos os países presentes na negociação. É impossível obtê--lo com tantas divergências de interesses e com os Estados Unidos num tempo político diferente do resto do mundo. Até a China deu passos maiores que Obama e tem estado a forçar tudo e todos para, mais do que melhorar o ambiente, garantir uma estratégia política que lhe proporcione uma liderança mundial e segura dentro de alguns anos.

O ambiente é, até no entender da cimeira que ontem começou em Bruxelas entre os dirigentes dos 27 Estados membros da União Europeia (ver página 26), a saída para a crise financeira ao relançar uma economia verde, lucrativa e geradora de empregos e novas actividades comerciais.

Pode concluir-se pelo que se vê na negociação que o que está em causa nesta COP15 é mais essa liderança a nível global, que abana a bandeira ambiental, do que evitar o aquecimento da Terra para valores incomportáveis e as consequências que advirão. Se assim não fosse, os negociadores dos vários países teriam outro perfil e estariam voltados para outras questões. É manifesto que entre os grandes ninguém se preocupa se Tuvalu fica submerso daqui a poucos anos com a subida do nível dos oceanos, tal como entre os pequenos a luta é por verbas que lhes permitam desenvolver-se pelos padrões dos países ricos.

A principal moeda de troca que está sobre a mesa em Copenhaga é, surpreendentemente, a manutenção do Protocolo de Quioto - ao qual se anticipava a morte na COP15 - e das suas benesses em vez de um novo acordo, que inaugure uma nova época para a Terra. Os países em desenvolvimento desejam que o Protocolo permaneça, os desenvolvidos querem que os seus mecanismos de financiamento sejam executados - situação que até agora quase não se verificou - e, para todos, as metas para a redução de emissões de gases são apenas uma questão negocial para obter dividendos. À margem desta situação estarão as organizações não governamentais sem a dimensão da Greenpeace ou a WWF, por exemplo, e alguns milhares de participantes, os não solidários com as políticas desenvolvimentistas dos seus governos - como é o caso de muitas do Brasil.

Nestes quatro primeiros dias da COP15 formou-se uma frente de combate entre os países pobres e em desenvolvimento que chantageia os países ricos e se agarra à bóia de salvação que é, até agora, um Protocolo de Quioto com novo fôlego. Os países do G77-China solicitaram ontem, mais uma vez, ao Presidente Obama que ratifique esse tratado, de 1997, e não exigiram as medidas inovadoras que os negociadores profissionais, como os mais preocupados com o ambiente, estão a tentar introduzir num acordo a sair da Dinamarca. Aliás, o país anfitrião, depois do alegado escândalo do 'Texto Dinamarquês', já se envolveu noutro, o da cedência à China no reconhecimento do Tibete como parte do seu território, numa tentativa desesperada de obter mais favores nesta Conferência. Por seu lado, os EUA já clarificaram que não o vão ratificar, em sucessivas e diárias declarações dos emissário da Administração Obama. Sairá um acordo da Dinamarca, sem dúvida. A quem interessará, não se sabe.C

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Mensagem por Joao Ruiz Sáb Dez 12, 2009 2:54 pm

Polícia: Mais de 600 detidos nos incidentes de Copenhaga

por Lusa
Hoje

Cimeira de Copenhague Ng1229460

Entre 600 e 700 pessoas já foram detidas pelas autoridades dinamarquesas, em Copenhaga, na sequência de vários incidentes violentos durante a manifestação à margem da conferência da ONU sobre o clima, segundo um novo balanço da polícia.

O último balanço da polícia dinamarquesa dava conta de "mais de 400 detenções", na sua maioria membros dos 'Black Blocks', um grupo autónomo violento, oriundo da Europa do Norte e já referenciado pelas autoridades europeias por ter causado distúrbios durante a última reunião da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Estrasburgo.

Os incidentes na capital dinamarquesa, onde decorrem as negociações para encontrar um novo acordo sobre o clima, começaram pouco depois das 14:00 locais (13:00 em Lisboa), quando cerca de 300 encapuçados vestidos de preto atacaram montras e fachadas de bancos, assim como o ministério dos Negócios Estrangeiros da Dinamarca, segundo o numero dois da policia, Per Larsen.

As autoridades dinamarquesas, "temendo uma escalda dos conflitos", decidiram enfrentar os desordeiros, que estavam munidos de tijolos, martelos e latas com gás, mas não utilizaram a força.

Um elemento da polícia foi ferido na cara por um arremesso de uma pedra, e vários carros foram incendiados.

Na sequência destes incidentes, que ocorrem no fim da tarde de hoje, a policia deteve mais duas dezenas de pessoas, não sabendo-se ao certo quantos desordeiros foram detidos no total.

Estes distúrbios têm vindo a marcar o desfile que saiu às ruas da capital dinamarquesa.

Um protesto a favor de um acordo equitativo e ambicioso e contra as alterações climáticas, em qual participaram cerca de 30.000 pessoas, segundo uma estimativa da polícia, 100 mil segundo os organizadores.

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Mensagem por Joao Ruiz Sáb Dez 12, 2009 3:32 pm

Líderes da UE levam 7 mil milhões a Copenhaga

por ALEXANDRA CARREIRA,
Hoje

Cimeira de Copenhague Ng1229357

Após longa noite de negociações, UE decidiu o montante que será destinado nos próximos três anos ao combate às alterações climáticas nos países em desenvolvimento. Mas há já quem considere a verba decepcionante

Os líderes da União Europeia (UE) conseguiram ontem chegar a acordo sobre o montante que os 27 vão destinar nos próximos três anos para o combate às alterações climáticas nos países em desenvolvimento. Foi precisa uma longa noite de negociações, mas Fredrik Reinfeldt, primeiro-ministro da Suécia, fechou ontem a presidência rotativa sueca da UE com 7,2 mil milhões de euros no bolso para levar na próxima semana à Conferência de Copenhaga.

O esforço europeu representa cerca de um terço do total global com que os países ricos de todo o mundo no seu conjunto vão financiar o mecanismo de início rápido da luta pelo clima. O período de três anos, em que o financiamento é visto como de curto prazo, vai cobrir 2010, 2011 e 2012, ou seja, até que o tratado internacional que se pretende que resulte de Copenhaga, o sucessor do Protocolo de Quioto, entre em vigor. Por ano, e durante os próximos três, a UE contribuirá com 2,4 mil milhões e a presidência garantiu compromissos de todos os Estados membros da UE - uma situação que não estava ainda assegurada à hora em que os líderes interromperam a cimeira na quinta-feira à noite, com alguns países do Leste a manterem a relutância.

Ao mesmo tempo, e de acordo com o que já constava do projecto de conclusões do Conselho Europeu, os 27 confirmaram a intenção de intensificar os esforços de redução das emissões de gases tóxicos para a atmosfera dos já acordados 20% para os 30%. Isto, claro, sob condição de "outras partes do mundo fazerem uma contribuição semelhante", explicou Reinfeldt no final da cimeira.

"Ainda não estamos lá", disse também Angela Merkel, a chanceler alemã que comprometeu ontem o seu país num montante de curto prazo igual a 420 milhões por ano. A declaração da líder alemã referia-se a várias questões, do financiamento de curto e longo prazo da luta contra a mudança do clima, os objectivos vinculativos relativos às emissões mundiais, bem como a garantia de que todos os parceiros mundiais aceitem o objectivo de reduzir em dois graus as temperaturas do planeta até 2020. "Há muitas coisas a decorrer nos bastidores", disse Merkel e deu como exemplo que ainda ontem de manhã, à margem da cimeira, falou ao telefone com o primeiro-ministro indiano.

Ainda os líderes da UE estavam dentro do edifício que empresta a sede ao Conselho Europeu e já várias organizações não governamentais manifestavam o desencanto em relação ao anúncio rejubilante em Bruxelas.

A ActionAid, uma das mais influentes ONG antipobreza, acusava os 27 de mascararem a ajuda financeira, já que, diz Anne-Catherine Claude, especialista daquela agência, "muitos estados da UE reorganizam e reanunciam compromissos de ajuda ao desenvolvimento e tal parece ser o caso também aqui".

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, assume que não se trata só de "dinheiro novo", mas explica que é um "esforço adicional para aquele que estaríamos preparados para fazer".

Durão Barroso classificou de "impressionante" o número a que os 27 chegaram, dada "a situação em que se encontram os orçamentos na Europa", já que a grande maioria se encontra hoje sob procedimentos por défice excessivo e enfrentam situações graves ao nível do emprego.

In DN

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Cimeira de Copenhague Empty Algumas pedras para atirar e muitas palavras para alertar

Mensagem por Joao Ruiz Dom Dez 13, 2009 10:37 am

Algumas pedras para atirar e muitas palavras para alertar

por JOÃO CÉU E SILVA
Hoje

Cimeira de Copenhague Ng1229609

A polícia prendeu 1,3% dos 30 mil que diz terem participado na marcha até ao Centro Bella. As ONG contaram cem mil contra o falhanço de um acordo em Copenhaga. Um desentendimento igual ao que se verifica até na COP15. Um polícia ferido e quatro carros queimados foram os danos colaterais.

Vestidos de negro, com os rostos cobertos por gorros de lã, marcavam a diferença para com os outros milhares de manifestantes. Enquanto se reuniam num círculo uns à volta dos outros, os que estavam no centro abriram um buraco na calçada da praça Christiansborg, onde se deu a concentração para a grande marcha, e a partir daí foi fácil para os que quiseram retirar as pedras, disfarçá-las nos grossos blusões. Ficaram mais gordos e pesados estes membros do Black Blocs até que, meia hora depois, pegaram nas pedras e atiraram-nas às janelas do Ministério dos Negócios Estrangeiros e de um banco. A polícia, para evitar mais violência, avançou e fez logo aí algumas das 400 prisões do dia. Não é difícil identificar estes grupos extremistas do Norte da Europa, mas quando se tenta tirar-lhes uma foto, olhos ameaçadores confundem-se com pulsos fechados que ameaçavam a integridade física de quem se atreve a registar o momento.

A detenção de alguns membros dos Black Blocs pela polícia deu- -se logo após esses incidentes mas sabe-se que regressarão à actividade nos próximos dias. A polícia tem mesmo a certeza que com a chegada dos governantes, irão retirar mais pedras de alguma praça de Copenhaga e dar uso aos petardos que trazem consigo para protestar. As autoridades dinamarquesas estão mais à vontade do que nunca para reprimir qualquer desobediência civil porque estão em vigor leis extraordinárias que permitem mais margem de manobra. Em vez de detenções de seis horas, o período foi duplicado e pode mesmo ir até 40 dias.

Ontem, o balanço das detenções saldou-se em 400 activistas, mas houve também um polícia ferido e quatro carros incendiados. E não foi só à hora da manifestação, pois desde cedo que as autoridades foram "recolhendo" manifestantes pela cidade, barrando várias ruas de acesso à praça onde está o parlamento, de forma a deixar uma única via para as demonstrações de violência. O mesmo se passou nos seis km até ao Centro Bella, com a escolta policial a impedir a saída do cordão humano do caminho oficial, tendo em Tildigere dado uso aos bastões.

A manifestação estava marcada para as 14.00 e exactamente a essa hora terminaram os discursos de aquecimento e os palhaços verdes entraram em palco. Estranhamente - para quem não é daqui -, o palhaço principal começou a chamar as grandes organizações não governamentais para se fazerem ao caminho e elas obedeceram. Passaram os militantes do Greenpeace com um globo gigante a voar, com uma bóia de salvamento à sua volta, depois os da WWF vestidos a rigor, de panda como é o seu símbolo, e seguiram- -se todos os que estavam na lista de chamada.

Antes de o palhaço verde ter iniciado o processo ainda distraiu os milhares de pessoas com um discurso divertido - como é seu dever - e pôs os enregelados a pular e a dar abraços uns aos outros. Mais sérios, foram os discursos que pretendiam inflamar os manifestantes. Arenga contra os governantes, que se empenham pouco na luta do ambiente, críticas às políticas financeiras e avisos às empresas. Quanto à COP15, foi a vez do alerta se dirigir ao Presidente Obama: "Ele disse na campanha 'Sim, nós podemos.' Agora é a vez de afirmar 'Sim, nós devemos' e 'Sim, nós faremos' um acordo juridicamente vinculativo." Outros intervenientes apelaram à mudança de políticas ou de políticos e ao fim das divisões entre países pobres e ricos na Conferência.

Quando o palhaço verde terminou de ler a chamada, pelas 14.30, poucos eram os que ainda não tinham partido para o Centro Bella. E, tendo seguido a sua recomendação, comprado velas e tochas nas lojas próximas para, ao fim de três horas de percurso, iniciarem uma vigília pela COP15 e ouvirem mais discursos, entre os quais o do bispo sul-africano Desmond Tutu.

No interior do Centro Bella, estiveram muito menos participantes do que o habitual. Só os negociadores e os delegados que não foram à marcha e, por isso, ouviram o puxão de orelhas da ex-ministra do Clima, Connie Hedergaard, a exigir que trabalhem hoje (domingo) para ter o acordo pronto e a tempo dos governantes discutirem os últimos pormenores. O texto que for possível alinhavar nesta Conferência de Copenhaga, claro, não o que os manifestantes exigiram.

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Cimeira de Copenhague Empty "Já se sabe que não haverá acordo" em Copenhaga

Mensagem por Joao Ruiz Dom Dez 13, 2009 2:37 pm

"Já se sabe que não haverá acordo" em Copenhaga

por Lusa
Hoje

Cimeira de Copenhague Ng1229840

O presidente cubano, Raul Castro, deu hoje como facto consumado o fracasso da cimeira sobre o clima da ONU em Copenhaga quando falava na inauguração da cimeira da Aliança Bolivariana (ALBA).

Referindo-se à cimeira de Copenhaga, Raul Castro declarou que "já se sabe que não haverá acordo" e que terminará nos próximos dias com uma simples declaração política.

O mandatário anfitrião da cimeira da ALBA, a decorrer em Havana, lamentou a ausência do deposto governante hondurenho Manuel Zelaya no encontro e criticou os Estados Unidos, considerando que Washington continua a considerar a América Latina como o seu pátio das traseiras e quer continuar a dominar a região "a qualquer preço".

"Agudiza-se o confronto" entre o "império" norte-americano e as forças "revolucionárias e progressistas" da América Latina, adiantou.

Raul Castro culpou o governo "usurpador e golpista" das Honduras, liderado por Roberto Micheleti, de ter impedido a "presença física" de Zelaya na cimeira da ALBA, à qual assistem os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, da Bolívia, Evo Morales, e da Nicarágua, Daniel Ortega.

O Presidente cubano também criticou os governos que "acabaram por aceitar" a manobra golpista e a "farsa eleitoral" nas Honduras.

Uma eventual presença de Fidel Castro na cimeira da ALBA foi avançada nas últimas semanas por Hugo Chavez e Evo Morales, mas o ex-Presidente cubano não apareceu.

"Transmito-lhes uma saudação do Fidel, que está a seguir atentamente esta reunião", afirmou Raul Castro, que também felicitou Morales pela recente reeleição.

Sobre a ALBA, Raul Castro afirmou que os cinco anos de existência da organização deram "resultados encorajadores", como o da erradicação do analfabetismo na Venezuela, na Bolívia e na Nicarágua.

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Cimeira de Copenhague Empty Presidente demite-se e foi substituída por PM dinamarquês

Mensagem por Joao Ruiz Qua Dez 16, 2009 8:59 am

Presidente demite-se e foi substituída por PM dinamarquês

por Lusa
Hoje

Cimeira de Copenhague Ng1230986

A presidente da conferência sobre alterações climáticas da Organização das Nações Unidas, que decorre em Copenhaga, Connie Hedegaard, demitiu-se e foi substituída pelo primeiro-ministro dinamarquês.

O primeiro-ministro dinamarquês Lars Loekke Rasmussen assumiu hoje a presidência da conferência sobre alterações climáticas, substituindo Connie Hedegaard, que fica encarregue das consultas informais para chegar a um acordo contra o aquecimento.

Esta decisão foi anunciada na sessão plenária pelo secretário executivo da Convenção da ONU sobre Alterações Climáticas, Yvo de Boer.

Connie Hedegaard, que vai dedicar-se exclusivamente às consultas informais dos ministros visando obter um acordo, sexta-feira, foi várias vezes criticada pela forma como geria os trabalhos, nomeadamente pelos países em desenvolvimento.

Estes apontavam-lhe "falta de transparência" por ter organizado no fim-de-semana reuniões ministeriais restritas quando a maior parte dos ministros ainda não tinha chegado a Copenhaga.

Delegações de 192 países estão reunidas até sexta-feira em Copenhaga naquele que é já considerado o maior e mais importante encontro de sempre sobre o clima. O objectivo é chegar a um consenso em relação a um texto para um acordo legalmente vinculativo, que concretize os objectivos necessários para assegurar que o aquecimento global não será superior a dois graus centígrados em relação à era pré-industrial.

Está confirmada a presença de mais de cem chefes de Estado e de Governo na conferência de Copenhaga, convocada pela ONU, a que também assistem cerca de 15 mil delegados e o próprio secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. O primeiro-ministro português, José Sócrates, participará na cimeira.

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Cimeira de Copenhague Empty Se todos vêm até Copenhaga, Tony Blair também tem direito a salvar o planeta

Mensagem por Joao Ruiz Qua Dez 16, 2009 9:46 am

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Se todos vêm até Copenhaga, Tony Blair também tem direito a salvar o planeta

por JOÃO CÉU E SILVA
Hoje

Cimeira de Copenhague Ng1230874

Antes de ontem ter chegado à capital dinamarquesa o herdeiro da coroa inglesa, o príncipe Carlos, e de aterrar Gordon Brown, esteve em Copenhaga o ex-primeiro-ministro, três vezes eleito, Tony Blair. Afinal, é um ambientalista

Quem só acha que o activismo do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair era apenas pró-invasão do Iraque, está enganado. O político também está empenhado nas questões do ambiente e muito, pois até lidera a associação Breaking the Climate Deadlock Inititative. Por isso, esteve em Copenhaga e falou das suas preocupações. Como estava no meu hotel, fui ouvi-lo e transmito uma parte.

Antes de mais, um aviso. Não lhe façam uma pergunta ou temos cinco minutos de resposta! Longe vão os tempos em que os seus comentários se resumiam a dizer: "Não tenho comentários." Não é que seja um problema escutar um ex-primeiro-ministro que quase poderia ter sido presidente do Conselho Europeu se Durão Barroso não tivesse feito tudo para evitar alguém num cargo que lhe poderia tirar o protagonismo e que tanto trabalho deu na reeleição.

Tony Blair é simpático, sabe contar umas piadas e tem aquele modo de falar que, mesmo dizendo o óbvio, nos distrai e leva a pensamentos elevados, se for no caso do ambiente. Vamos à pergunta que se lhe fez: É difícil os políticos chegarem a acordo em Copenhaga?

Resposta: "Poderia dizer que é fácil, mas como já estive na posição deles, hoje, sei bem como é difícil obter os fundos necessá- rios para haver um compromisso e, ao mesmo tempo, assistir a demonstrações tão grandes como as que se observam a favor desta conferência. Não será fácil fazê-lo com a crise financeira, mas é preciso aprender a vender um projecto como este desde que se prove que funciona. As pessoas conseguem em momentos de crise superar os problemas. Como está a acontecer na COP15, em que vai haver o acordo possível, porque como o tempo está curto é preciso agir. Existe vontade política e quando essa situação acontece (...)." Continua mais dois minutos.

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Cimeira de Copenhague Empty Do filme-catástrofe 'ecológico' ao documentário ambientalista

Mensagem por Joao Ruiz Qua Dez 16, 2009 10:00 am

Do filme-catástrofe 'ecológico' ao documentário ambientalista

por EURICO DE BARROS
Hoje

Cimeira de Copenhague Ng1230864

espectáculo costumava ter o primado sobre a "mensagem" nos filmes sobre catástrofes ecológicas. Mas a ficção foi substituída pela realidade, e assistimos nos últimos anos ao advento do documentário de denúncia e intervenção sobre o ambiente

O cinema sempre gostou de catástrofes, porque fotografam bem, emocionam ainda mais e há sempre quem se salve no fim. O chamado filme-catástrofe (ou disaster movie) tem no filme-catástrofe ecológico uma das suas subcategorias mais activas, muito embora, e quase sempre, o espectáculo tenha o primado sobre a "mensagem" ambientalista, pendurada às três pancadas.

Num dos mais consensualmente ridículos filmes do género, O Enxame, de Irwin Allen (1978), o tema da perturbação do habitat das abelhas pelo homem mais não é do que uma desculpa para uma sucessão de cenas de pânico entre a população atacada por milhares de abelhas em fúria, que levam à intervenção dos militares, tudo servido por efeitos especiais risíveis.

Foi a ficção científica que forneceu ao filme-catástrofe ecológico um dos seus raros bons momentos, graças a Perto do Fim, de Richard Fleischer (1973), baseado no livro Make Room! Make Room!, de Harry Harrison. Num mundo futuro em que a população disparou, a comida escasseia, as temperaturas subiram a níveis quase insuportáveis, a poluição é generalizada e a água racionada, um homem descobre de que é realmente feita a comida baptizada Soylent Green (título original do filme) que é distribuída às populações, supostamente manufacturada a partir de vegetação oceânica. E recorde-se que a trilogia de culto Mad Max, de George Miller (1979/81/85) decorre após o colapso da civilização, devido ao esgotamento das reservas de petróleo.

Nos últimos anos, e apesar de continuarem a ser feitos vistosos filmes de ficção sobre catástrofes ambientais, caso de Waterworld, de Kevin Reynolds (1995), ou de O Dia Depois de Amanhã, de Roland Emmerich (2004), assistiu-se ao advento do documentário de denúncia e intervenção, cujo paradigma é Uma Verdade Inconveniente, de Davis Guggenheim (2006), veículo para o activismo de Al Gore, e que teve como precursores títulos mais estetizantes do que militantes, como Koyaanisqatsi, de Godfrey Reggio (1982), ou Baraka, de Ron Fricke (1992).

Entre estes documentários contam-se títulos como Earthlings, de Shaun Monson (2003), sobre a industrialização maciça da comida, e The Future of Food, de Deborah Koons Garcia (2004), sobre os alimentos geneticamente modificados; O Pesadelo de Darwin, de Hubert Sauper (2004), que mostra como a introdução pelo homem de um tipo de peixe no lago Vitória, na Tanzânia, causou um desastre ecológico na zona; Crude Awakening - The Oil Crash, de Ray McCormack, Basil Gelpke e Reto Caduff (2006), centrado na sobreexploração do petróleo e numa possível grande crise de energia futura; ou The End of the Line, de Rupert Murray (2009), sobre as espécies de peixe ameaçadas pela pesca intensiva.

E há ainda os muitos documentários chineses, quase todos rodados à revelia das autoridades, em que surgem denúncias dos estragos feitos ao meio ambiente em nome do desenvolvimento galopante promovido pelo actual regime híbrido de comunista e neocapitalista. Os velhos filmes-catástrofe acabaram por se tornar reais

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Cimeira de Copenhague Empty "Hasta la vista, Copenhaga"

Mensagem por Joao Ruiz Qua Dez 16, 2009 10:11 am

"Hasta la vista, Copenhaga"

por JOÃO CÉU E SILVA, em Copenhaga
Hoje

Cimeira de Copenhague Ng1230862

A megarreunião com 110 líderes mundiais a assinar um acordo global contra as alterações climáticas está cada vez mais distante de legar um documento sério. É o politicamente correcto e possível.

Era impossível Arnold Schwarzenegger passar despercebido na Conferência de Copenhaga. Chegou, teve mais fotógrafos que as restantes personalidades e uma sala cheia para representar, com a plateia curiosa em saber porque é considerado o actor ideal para o papel de governador da Califórnia. No palco, ouviu a deixa do anterior interveniente no debate, actuou e saiu em palmas.
O que é que o protagonista de O Exterminador tem para espantar uma plateia de entendidos em ambiente como aconteceu ontem. Comparado com o governador José Serra, de São Paulo, que falou antes, tem um script menos aborrecido. Depois, não personaliza o trabalho e pede palmas para a sua equipa. E, antes de acabar um falso improviso, com a ajuda de telepontos, soube electrizar a audiência com propostas. Quem acreditou no que ouviu, saiu do debate com a certeza de que a Califórnia está um brinco e que o mundo pode ser a pérola dessa jóia se o poder local agir. É que Arnie não se ficou pelos elogios à sua America-zinha, convidou o secretário-geral da ONU a promover em seguida uma conferência como a de Copenhaga para os poderes abaixo dos governos, de modo a pressionar os centros decisores: "O movimento pelo ambiente faz-se com o povo. Os governos respondem em seguida."

Nem faltou o exemplo da família mais aristocrática dos EUA, ao contar como a mãe da sua mulher, Maria, Eunice Kennedy Shriver, promoveu as Paraolimpíadas especiais sem o apoio do Governo norte-americano porque, "quando os competido-res chegavam à meta, nenhum governante estava lá para abraçar atletas pouco conhecidos. É preciso fazer para obrigar, posteriormente, as autoridades a participarem". Foi essa a sua principal mensagem, de que um ambiente diferente para a Terra está na mão do povo.

Schwarzenegger não podia mexer uma mão, que cem fotógrafos disparavam para apanhar a imagem, e, talvez por isso, referiu ser preciso abanar o mundo: "Não sou o único que gosta de acção? Não esperemos pelas decisões de Washington ou de Pequim, façamos as mudanças, para que Obama tenha de as incorporar nas medidas do seu Governo."

Quem o ouvisse, lembrava-se que os seus filmes violentos acabam sempre com a vitória do bem, seja lá isso o que for na óptica de Hollywood. Referiu ainda que Copenhaga foi muito importante na sua vida profissional, pois fizera nos ginásios da cidade muito bodybuilding e promovera com sucesso os seus filmes. Mas desta vez veio à Dinamarca porque "Quioto ficou para sempre na memória das pessoas como um marco no ambiente, e Copenhaga representará o mesmo, se quisermos."

Como não podia deixar de ser, terminou o discurso com a sua frase ícone: "I'll be back." Ou seja, para usar outra frase desses filmes: "Hasta la vista, Copenhaga."

A América do Norte teve ontem na COP15 um lugar à parte. Começou com Todd Stern, o enviado especial do Presidente Obama, a afirmar que a União Europeia não estava assim tão melhor no que respeita às propostas de redução de emissões que os EUA. Em seguida, Al Gore, o único rival do magnetismo de Schwarzenegger, fez uma declaração fatal: "O mundo não pode esperar um ano para se fechar o acordo de Copenhaga. É preciso antecipar para Julho a COP16, do México." Um banho de água fria para o Governo dinamarquês, que, há dois anos prepara esta megarreunião e que, se os delegados corresponderem ao apelo de Gore, vê esvaziar a conferência como um balão furado. Usando as palavras que Obama enviara à COP15, numa mensagem desesperada no fim desta segunda-feira, quando os Estados africanos quase deitaram abaixo a possibilidade de se fechar um acordo, Gore pediu para o "tratado vir a ser traduzido num sucessor, que obrigue as partes a um compromisso para salvar o planeta".

O que Gore pediu aos delegados foi um acordo ambicioso em vez de um fracasso. Palavras que a presidente da conferência já pronunciara no balanço dos traba-lhos do início da tarde e que o responsável da ONU Yvo de Boer disse estar perto de acontecer, porque a qualquer momento Connie Hedegaard entregaria aos negociadores de alto nível um texto para os ministros apararem e os chefes de governo assinarem. De Boer apresentou-se com uma bóia de salvação, símbolo de uma das organizações não governamentais, mas mais parecia estar a fazer a metáfora de que quem não se agarrar ao barco vai borda fora.

O secretário de Estado português Humberto Rosa considerou que o acordo é possível e que umas noites sem dormir dos delegados permitirão encontrá-lo.

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Mensagem por Viriato Qui Dez 17, 2009 4:30 pm

Clima

Cimeira de Copenhague Climat

"Salvar o planeta ou salvar Copenhague?" pergunta o "Le Monde" hoje.

Esta é uma questão fundamental: se acaso a tentação de obter um acordo a todo o preço na cimeira do clima vier a prevalecer, Copenhague pode fazer bem pior ao mundo do que o "statu quo", com base no qual sempre será possível trabalhar num futuro próximo, num novo esforço político, suscitado pelo fracasso agora constatado. O que, com certeza, não acontecerá se se vier a obter um "acordo de mínimos", ao qual se colarão, por muito tempo, os mais reticentes à mudança.

O que está em jogo em Copenhaga é muito mais importante que o saldo "glorioso" de algumas conferências de imprensa. Esperemos que o bom senso prevaleça.

Postado por Francisco Seixas da Costa
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Mensagem por Viriato Qui Dez 17, 2009 4:36 pm

Merkel e Ban Ki Moon temem inevitabilidade do fracasso em Copenhaga

A sensação de oportunidade perdida, de que já dava aqui conta o Porfírio, começa a dominar os espíritos em Copenhaga. Angela Merkel confessa-se agora ansiosa quanto ao risco de um eventual fracasso da Cimeira. Ben Ki Moon, Secretário Geral da ONU reforçou esta convicção notando que o tempo se estava a esgotar. Os dois lados da trincheira, os países desenvolvidos e os PVD, não dão tréguas. A questão é financeira e envolve o mito das compensações aos PVD por compromissos quanto a emissões. E inerentemente a exigência de algo mais do que lhes era pedido em Quioto. A falácia da curva de Kuznets ambiental continua no discurso político.

Já desenvolvi o problema mais que uma vez. A crença de que os percursos de industrialização envolvem um acréscimo de emissões de CO2 até certo ponto, e depois uma quebra, é um mito sem base científica. Não há qualquer evidência estatística dessa relação generalizável. Os processos de desenvolvimento são diferentes nos diferentes países: a Inglaterra da revolução industrial não fez o mesmo percurso que o Japão modernizado em 40 anos. Não há sustentação cinetífica de que seja inevitável esse percurso para o desenvolvimento.

A impreparação técnica pode justificar parte das armadilhas do discurso político mas ignora uma segunda realidade. Degradação ambiental e pobreza estão correlacionados. Os país mais pobres e os PVDs sabem que são as suas populações de menor rendimento quem está mais exposto a intempéries, contaminação de águas, alimentação sem requisitos de controlo de qualidade, etc. O Banco Mundial tem documentado extensamente o problema.

As guerras entre EUA e UE, ou as considerações de Scharzenegger são secundárias face à trincheira de fundo. E o pior é a falácia em que ela assenta.


publicado por Carlos Santos
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Mensagem por Joao Ruiz Sex Dez 18, 2009 11:10 am

Obama apela a dirigentes para conclusão de acordo

por Lusa
Hoje

Cimeira de Copenhague Ng1231943

O Presidente norte-americano, Barack Obama, apelou hoje, em Copenhaga, aos dirigentes do mundo para a conclusão de um acordo de luta contra o aquecimento global, mesmo que "não seja perfeito".

Obama defendeu que, para que seja possível um acordo sobre as alterações climáticas, nenhum país poderá ter tudo o que quer.

"Não temos muito tempo. Nesta fase, a questão é saber se avançamos juntos ou se nos desagregamos, se preferimos as posturas à acção", disse o presidente norte-americano no seu discurso em plenário.

"O tempo de falar acabou: Nós podemos conseguir este acordo, dar um passo significativo em frente e continuar a refiná-lo e a construir em cima desta base... ou podemos escolher a demora e cair novamente nas mesmas divisões que impediram o caminho da acção durante anos", salientou.

O presidente norte-americano assegurou que todos os países "serão mais fortes e mais seguros" com um acordo sobre o aquecimento global, que deve incluir "acções decisivas" de "todas as principais economias" para reduzir as emissões de gases com feito de estufa e um mecanismo que permita verificar se os países cumprem os seus compromissos "de maneira transparente".

"Não importa o que acontecer em Copenhaga, pensamos que será bom para nós e para todo o mundo. Tudo será mais seguro se agirmos juntos", afirmou, lembrando que veio a Copenhaga "não para falar, mas sim para actuar".

"Estamos prontos para começar este feito hoje, mas tem de haver movimento de todos os lados para reconhecer que é melhor para nós agir do que falar", vincou Obama.

As negociações forçaram Barack Obama, que chegou hoje à capital dinamarquesa, a alterar a sua agenda e a reunir-se à porta fechada com 19 dirigentes mundiais para tentar chegar a um acordo de última hora sobre a luta contra o aquecimento global.

Ao início da manhã, alguns delegados culpavam tanto os Estados Unidos como a China pela falta de consenso de um acordo político que Obama, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, e outros 110 dirigentes do mundo deveriam assinar dentro de horas.

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