Mediterrâneo levou dois anos para encher
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Mediterrâneo levou dois anos para encher
Mediterrâneo levou dois anos para encher
por Bruno AbreuHoje
Afinal não foram precisos 10 mil anos para o Mediterrâneo encher. Uma
equipa de cientistas espanhóis fez um estudo e concluiu que um período
de entre uns meses e dois anos foi o necessário, isto devido à força da
água do Atlântico, que caiu de uma altura de um quilómetro e meio. O
Mediterrâneo esteve quase a secar há cerca de seis milhões de anos.Afinal
a previsão dos cientistas estava errada: não foram precisos de dez a 10
mil anos para encher o mar Mediterrâneo, mas apenas uns meses ou no
máximo dois anos. Esta é uma das principais conclusões de um estudo do
Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) de Espanha, que
foi ontem publicado na revista científica Nature. A descoberta
deu--se quando os investigadores analisaram uma cratera de 200
quilómetros de comprimento perto do Estreito de Gilbraltar. Ao estudar
dados sísmicos, para perceber de que forma a erosão tinha sido feita,
acabaram por conseguir estimar o tempo que demorou a encher aquele mar.Os
cientistas detectaram ainda que a descarga de água que preencheu o
espaço vazio chegou a ser mil vezes superior ao actual rio Amazonas,
dizem os cientistas.
O mar Mediterrâneo esteve quase a secar há seis
milhões de anos, ao ficar isolado dos oceanos durante 350 mil anos,
devido ao actual levantamento tectónico do Estreito de Gibraltar. As
águas do oceano Atlântico tiveram, então, de encontrar um novo caminho
através do Estreito. Quando o descobriram encheram o Mediterrâneo com a
maior e mais brusca inundação que a Terra jamais conheceu, segundo
contam os investigadores espanhóis.A enorme descarga de água
aconteceu quando o istmo que liga a África à Europa se abateu. O
desnível de ambos os mares, com um quilómetro e meio, fez encher o
Mediterrâneo ao ritmo de até dez metros diários de subida do nível do
mar. A inundação que ligou o Atlântico ao Mediterrâneo provocou no
fundo marinho uma erosão de cerca de 200 quilómetros de comprimento e
vários quilómetros de largura, segundo indica o estudo. Foi
neste período de até dois anos que o mar se encheu com 90 por cento da
água que tem actualmente. O investigador do CSIC, Daniel
García-Castellanos, que trabalha no Instituto de Ciências da Terra
Jaume Almera, em Barcelona, disse que "a inundação que pôs fim à
dessecação [processo de secagem extrema] do Mediterrâneo foi
extremamente curta e mais do que assemelhar-se a uma enorme cascata,
deve ter consistido numa descida mais ou menos gradual desde o
Atlântico até ao centro do mar de Alborán".Segundo o investigador, tratou--se de um "megarrápido" por onde a água circulou a centenas de quilómetros por hora. Os
cientistas desenvolveram um modelo que explica como os lagos
montanhosos "deixam rapidamente de existir", quando a erosão produz
rios que permitem que essa água seja drenada.Geólogos estavam erradosQuando
há uns anos os engenheiros pretendiam construir um túnel que unisse a
Europa à África, tiveram de fazer estudos sobre o subsolo do Estreito
de Gibraltar. Foi então que se depararam com um rego de várias centenas
de metros de profundidade, que tinha sido enchido por sedimentos pouco
consolidados. Os geólogos e geofísicos nos anos 90 pensaram erradamente
que esta enorme erosão tinha sido causada por algum rio de grande
caudal durante a dessecação do Mediterrâneo."Esperamos que o
artigo contribua, em certa medida, para planear as obras do túnel para
unir a Europa a África", declarou García-Castellanos. Neste
sentido, o investigador explicou que o trabalho se baseia em boa parte
nos estudos preliminares deste projecto, "muito condicionado pela
presença desse canal erosivo" que é relacionado com a inundação".
por Bruno AbreuHoje
Afinal não foram precisos 10 mil anos para o Mediterrâneo encher. Uma
equipa de cientistas espanhóis fez um estudo e concluiu que um período
de entre uns meses e dois anos foi o necessário, isto devido à força da
água do Atlântico, que caiu de uma altura de um quilómetro e meio. O
Mediterrâneo esteve quase a secar há cerca de seis milhões de anos.Afinal
a previsão dos cientistas estava errada: não foram precisos de dez a 10
mil anos para encher o mar Mediterrâneo, mas apenas uns meses ou no
máximo dois anos. Esta é uma das principais conclusões de um estudo do
Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) de Espanha, que
foi ontem publicado na revista científica Nature. A descoberta
deu--se quando os investigadores analisaram uma cratera de 200
quilómetros de comprimento perto do Estreito de Gilbraltar. Ao estudar
dados sísmicos, para perceber de que forma a erosão tinha sido feita,
acabaram por conseguir estimar o tempo que demorou a encher aquele mar.Os
cientistas detectaram ainda que a descarga de água que preencheu o
espaço vazio chegou a ser mil vezes superior ao actual rio Amazonas,
dizem os cientistas.
O mar Mediterrâneo esteve quase a secar há seis
milhões de anos, ao ficar isolado dos oceanos durante 350 mil anos,
devido ao actual levantamento tectónico do Estreito de Gibraltar. As
águas do oceano Atlântico tiveram, então, de encontrar um novo caminho
através do Estreito. Quando o descobriram encheram o Mediterrâneo com a
maior e mais brusca inundação que a Terra jamais conheceu, segundo
contam os investigadores espanhóis.A enorme descarga de água
aconteceu quando o istmo que liga a África à Europa se abateu. O
desnível de ambos os mares, com um quilómetro e meio, fez encher o
Mediterrâneo ao ritmo de até dez metros diários de subida do nível do
mar. A inundação que ligou o Atlântico ao Mediterrâneo provocou no
fundo marinho uma erosão de cerca de 200 quilómetros de comprimento e
vários quilómetros de largura, segundo indica o estudo. Foi
neste período de até dois anos que o mar se encheu com 90 por cento da
água que tem actualmente. O investigador do CSIC, Daniel
García-Castellanos, que trabalha no Instituto de Ciências da Terra
Jaume Almera, em Barcelona, disse que "a inundação que pôs fim à
dessecação [processo de secagem extrema] do Mediterrâneo foi
extremamente curta e mais do que assemelhar-se a uma enorme cascata,
deve ter consistido numa descida mais ou menos gradual desde o
Atlântico até ao centro do mar de Alborán".Segundo o investigador, tratou--se de um "megarrápido" por onde a água circulou a centenas de quilómetros por hora. Os
cientistas desenvolveram um modelo que explica como os lagos
montanhosos "deixam rapidamente de existir", quando a erosão produz
rios que permitem que essa água seja drenada.Geólogos estavam erradosQuando
há uns anos os engenheiros pretendiam construir um túnel que unisse a
Europa à África, tiveram de fazer estudos sobre o subsolo do Estreito
de Gibraltar. Foi então que se depararam com um rego de várias centenas
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caudal durante a dessecação do Mediterrâneo."Esperamos que o
artigo contribua, em certa medida, para planear as obras do túnel para
unir a Europa a África", declarou García-Castellanos. Neste
sentido, o investigador explicou que o trabalho se baseia em boa parte
nos estudos preliminares deste projecto, "muito condicionado pela
presença desse canal erosivo" que é relacionado com a inundação".
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