Agências de notação de crédito ...em total descrédito!
Vagueando na Notícia :: Salas das mesas de grandes debates de noticias :: Professor Dr e mister Mokas faz a analise do Mundo
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Agências de notação de crédito ...em total descrédito!
Agências de notação de crédito ...em total descrédito!
[Publicado por AG]
Eu estava a começar a adormecer e sobretudo não estava nada a pensar pôr-me a escrever aqui, a esta hora (mais uma que Lisboa, em Bruxelas).
Mas um comentário a palavras do Ministro Teixeira dos Santos no Telejornal da meia-noite da SIC-Noticias indignou-me, pela manifesta parcialidade. A roçar a desonestidade.
A peça começa com uma referência às palavras "violentas" com que o Ministro reagiu sobre as apreciações negativas relativamente ao OE, emitidas pela Moody's. Aparece o Ministro a lembrar que o crédito das chamadas agências de notação de crédito é mais do que duvidoso - afinal, diz o Ministro, elas são principais responsáveis por várias apreciações erradas que estão na base da grave crise financeira que todo o mundo vive.
Logo a seguir, entra um jornalista/economista encartado a fazer o contraponto ao Ministro e a explicar quem são, afinal, as tais agências de notação de crédito: são os especialistas que avaliam a capacidade de reembolsar os empréstimos pedidos pelos países, tal como os que existem nos bancos com a competência para avaliar se cada um de nós podemos pagar o emprestimo que pedimos para pagar as nossas casas.
Ficou-se por aqui, o comentário do jornalista/economista. Ou pelo menos, a peça passada na SIC-Noticias. Sugerindo que o Ministro está errado, que a sua irritação e "violência" verbal são despropositadas. E que os diligentes avaliadores da Moody's são gente séria e competente.
Ora, e se quem fez esta peça da SIC-Noticias fosse lamber sabão ou antes passasse a ler relatórios das mais insuspeitas proveniências e o basicozinho "Financial Times" para notar, por exemplo, o que diz o respeitado Martin Wolf: "É um escândalo que o modelo de pagamento para as agencias de notação de crédito não tenha sido mudado. Elas deviam ser pagas por agentes dos compradores, não dos vendedores. Mais importante, o papel regulador das notações deveria ser eliminado pura e simplesmente. Elas não têm credibilidade, nesta matéria. O meu ponto de vista é que, quando muito, elas são um persistente indicator do que está errado no mercado. Na pior das hipóteses, elas estão activamente a enganar".
De facto, ao contrário do que sugere a peça da SIC-Noticias e muitos outros candidatos a cangalheiros da economia nacional que para aí estão a ulular, o Ministro tem carradas de razão: as tais agências de notação de crédito como a Moody's, a Fitch e a Standard and Poor's não têm hoje a mais pequena ponta de credibilidade, depois de ter ficado claro que davam as notações mais altas a bancos, companhias e países que, afinal, não os mereciam, como se veio a descobrir com o eclodir da crise, a partir da queda do Lehman Brothers em 2008. E davam essas e outras notas sem base em avaliação séria e não apenas por incompetência. Muito pior: por falta de imparcialidade e idoneidade - davam notas mais altas a quem lhes pagava mais! A promiscuidade era total.
E o pior é que continua a ser!
Por isso a regulação e supervisão financeiras são urgentes e têm de incluir a disciplina, a responsabilização e a punição desta corja mercenária de pseudo-especialistas que se armam em avaliadores da capacidade de endividamento de países. Uma corja que continua a fazer mossa, porque há comentadores politicos e economicos palermas, ignorantes ou mal-intencionados que continuam a ... dar-lhes crédito!
[Publicado por AG]
Eu estava a começar a adormecer e sobretudo não estava nada a pensar pôr-me a escrever aqui, a esta hora (mais uma que Lisboa, em Bruxelas).
Mas um comentário a palavras do Ministro Teixeira dos Santos no Telejornal da meia-noite da SIC-Noticias indignou-me, pela manifesta parcialidade. A roçar a desonestidade.
A peça começa com uma referência às palavras "violentas" com que o Ministro reagiu sobre as apreciações negativas relativamente ao OE, emitidas pela Moody's. Aparece o Ministro a lembrar que o crédito das chamadas agências de notação de crédito é mais do que duvidoso - afinal, diz o Ministro, elas são principais responsáveis por várias apreciações erradas que estão na base da grave crise financeira que todo o mundo vive.
Logo a seguir, entra um jornalista/economista encartado a fazer o contraponto ao Ministro e a explicar quem são, afinal, as tais agências de notação de crédito: são os especialistas que avaliam a capacidade de reembolsar os empréstimos pedidos pelos países, tal como os que existem nos bancos com a competência para avaliar se cada um de nós podemos pagar o emprestimo que pedimos para pagar as nossas casas.
Ficou-se por aqui, o comentário do jornalista/economista. Ou pelo menos, a peça passada na SIC-Noticias. Sugerindo que o Ministro está errado, que a sua irritação e "violência" verbal são despropositadas. E que os diligentes avaliadores da Moody's são gente séria e competente.
Ora, e se quem fez esta peça da SIC-Noticias fosse lamber sabão ou antes passasse a ler relatórios das mais insuspeitas proveniências e o basicozinho "Financial Times" para notar, por exemplo, o que diz o respeitado Martin Wolf: "É um escândalo que o modelo de pagamento para as agencias de notação de crédito não tenha sido mudado. Elas deviam ser pagas por agentes dos compradores, não dos vendedores. Mais importante, o papel regulador das notações deveria ser eliminado pura e simplesmente. Elas não têm credibilidade, nesta matéria. O meu ponto de vista é que, quando muito, elas são um persistente indicator do que está errado no mercado. Na pior das hipóteses, elas estão activamente a enganar".
De facto, ao contrário do que sugere a peça da SIC-Noticias e muitos outros candidatos a cangalheiros da economia nacional que para aí estão a ulular, o Ministro tem carradas de razão: as tais agências de notação de crédito como a Moody's, a Fitch e a Standard and Poor's não têm hoje a mais pequena ponta de credibilidade, depois de ter ficado claro que davam as notações mais altas a bancos, companhias e países que, afinal, não os mereciam, como se veio a descobrir com o eclodir da crise, a partir da queda do Lehman Brothers em 2008. E davam essas e outras notas sem base em avaliação séria e não apenas por incompetência. Muito pior: por falta de imparcialidade e idoneidade - davam notas mais altas a quem lhes pagava mais! A promiscuidade era total.
E o pior é que continua a ser!
Por isso a regulação e supervisão financeiras são urgentes e têm de incluir a disciplina, a responsabilização e a punição desta corja mercenária de pseudo-especialistas que se armam em avaliadores da capacidade de endividamento de países. Uma corja que continua a fazer mossa, porque há comentadores politicos e economicos palermas, ignorantes ou mal-intencionados que continuam a ... dar-lhes crédito!
Viriato- Pontos : 16657
Re: Agências de notação de crédito ...em total descrédito!
Afinal, toda a gente quer emprestar dinheiro à Grécia
João Pinto e Castro
Os investidores internacionais tentaram ontem aplicar 20 mil milhões de euros em obrigações do Estado grego, um valor quatro vezes maior do que a oferta.
Possíveis conclusões:
1. Com esta desproporção entre oferta e procura, é evidente que os gregos poderiam ter angariado a mesma quantia pagando uma taxa de juro consideravalmente mais baixa.
2. As notícias alarmistas que correram nos últimos dias na imprensa internacional pressionaram o Estado grego no sentido de oferecer juros mais atraentes - o que, como agora se viu, não era preciso.
3. Percebe-se que quem compra obrigações em grandes quantidades tenha interesse em alimentar a especulação contra estados soberanos.
4. As agências de rating e os media que contribuem para a criação de um estado de alarme tornam-se suspeitos de cumplicidade com esses movimentos especulativos.
Pensem nisto.
João Pinto e Castro
Os investidores internacionais tentaram ontem aplicar 20 mil milhões de euros em obrigações do Estado grego, um valor quatro vezes maior do que a oferta.
Possíveis conclusões:
1. Com esta desproporção entre oferta e procura, é evidente que os gregos poderiam ter angariado a mesma quantia pagando uma taxa de juro consideravalmente mais baixa.
2. As notícias alarmistas que correram nos últimos dias na imprensa internacional pressionaram o Estado grego no sentido de oferecer juros mais atraentes - o que, como agora se viu, não era preciso.
3. Percebe-se que quem compra obrigações em grandes quantidades tenha interesse em alimentar a especulação contra estados soberanos.
4. As agências de rating e os media que contribuem para a criação de um estado de alarme tornam-se suspeitos de cumplicidade com esses movimentos especulativos.
Pensem nisto.
Viriato- Pontos : 16657
Re: Agências de notação de crédito ...em total descrédito!
nas próximas eleções vamos votar nelas?
afinal alguém anda a governar este país e agora descobrimos que são as chamadas agências de rating. e quem é que faz parte dessas ditas agências? quais são os interesses que as movem? o que é que pretendem? quem são as pessoas por trás dessas coisas com nome de pastilha elástica que mandam no orçamento, que irritam tanto o ministro das finanças e que só respondem a perguntas por correio electrónico?
Publicada por dina
afinal alguém anda a governar este país e agora descobrimos que são as chamadas agências de rating. e quem é que faz parte dessas ditas agências? quais são os interesses que as movem? o que é que pretendem? quem são as pessoas por trás dessas coisas com nome de pastilha elástica que mandam no orçamento, que irritam tanto o ministro das finanças e que só respondem a perguntas por correio electrónico?
Publicada por dina
Viriato- Pontos : 16657
O regresso dos homens sem rosto
O regresso dos homens sem rosto
‘A empresa para a qual trabalha, a Moody's, vive uma profunda crise de credibilidade, afectada pelos erros de avaliação que, com outras agências de rating, cometeu e que foram relevantes no desencadear da crise financeira. Naturalmente que os erros cometidos têm custos: Anthony Thomas e os seus colegas agem como animais acossados, que atacam ao mais pequeno sinal de fragilidade. Em teoria, são fiéis intérpretes do modo como o mercado percepciona o risco; na prática não é tanto assim. Ainda esta semana, os mercados procuraram obrigações do Estado grego a um ritmo três vezes superior ao esperado. Ou seja, os analistas foram contraditados pelo próprio mercado. Logo, não podemos deixar de pensar que a "confiança dos mercados" é também um eufemismo para potenciar movimentos especulativos.’
Pedro Adão e Silva
‘A empresa para a qual trabalha, a Moody's, vive uma profunda crise de credibilidade, afectada pelos erros de avaliação que, com outras agências de rating, cometeu e que foram relevantes no desencadear da crise financeira. Naturalmente que os erros cometidos têm custos: Anthony Thomas e os seus colegas agem como animais acossados, que atacam ao mais pequeno sinal de fragilidade. Em teoria, são fiéis intérpretes do modo como o mercado percepciona o risco; na prática não é tanto assim. Ainda esta semana, os mercados procuraram obrigações do Estado grego a um ritmo três vezes superior ao esperado. Ou seja, os analistas foram contraditados pelo próprio mercado. Logo, não podemos deixar de pensar que a "confiança dos mercados" é também um eufemismo para potenciar movimentos especulativos.’
Pedro Adão e Silva
Viriato- Pontos : 16657
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