A utilidade do governo-sombra
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A utilidade do governo-sombra
A utilidade do governo-sombra
por JOÃO MARCELINO
1. Os 61% de Pedro Passos Coelho no PSD garantem-lhe uma legitimidade à prova dos barões que fazem política na comunicação social. Finalmente, o maior partido da oposição tem condições para trabalhar estratégias viradas para o País e deixar de perder tempo com a gestão das intrigas internas. A primeira grande tarefa do novo líder será, ainda assim, transformar o próximo congresso numa manifestação de unidade que tranquilize os eleitores - ou seja, demonstrar que, quando for necessário, o PSD será capaz de apresentar aos portugueses uma solução de governo com os seus melhores, sem exclusões. Seguir-se-á no imediato uma intervenção no que diz respeito ao PEC, no qual Manuela Ferreira Leite mais uma vez soçobrou perante a vontade de Cavaco Silva, e no médio prazo será interessante perceber se Pedro Passos Coelho entende como útil nomear rostos para questionarem, passo a passo, sectorialmente, as políticas governamentais. A oposição talvez não deva fazer-se apenas, como pensava MFL, com intervenções avulsas a marcar medidas também elas às vezes avulsas. A qualidade do que poderá ser um governo PSD sob a liderança de Pedro Passos Coelho deveria ser possível de medir pelos eleitores. Em Portugal não há a tradição do governo- -sombra que permita comparar o que temos com o que poderíamos ter, e isso parece-me manifestamente um erro. Um líder não tem de se pronunciar sobre tudo e sobre todos. E um partido precisa de demonstrar que tem mais pessoas capazes e com qualidade em áreas importantes da governação. Não sei qual será a estratégia de oposição a seguir, mas parece-me claro que o PSD ganharia em mostrar rostos de gente competente em meia dúzia de áreas pelo menos. O líder marca o primeiro-ministro, o "seu" governo-sombra trata do dia-a-dia dos outros ministros. É só trocar a política pelas políticas. Acredito que dá votos porque solidifica convicções e alternativas.
2. Pacheco Pereira, na Sábado, ao contrário do que é habitual, escreve só sobre um tema: Manuela Ferreira Leite. Faz a defesa da estratégia da ex-líder, que foi, como se sabe, obra sua. Ou seja, sem vergonha nem remorso, desculpabiliza-se na hora da derrota. A tese é muito minimalista: os portugueses, tontos, não foram capazes de escolher o caminho de verdade e honestidade que MFL contrapôs à prática política de José Sócrates (que deve inferir-se desonesta e mentirosa). Ou seja, 20 anos depois, tivemos aqui mais uma erupção da onda moralista inventada pelo PRD de Ramalho Eanes. Obviamente, desapareceu como a outra, varrida pelas opções dos eleitores, primeiro, e pelo realismo da esmagadora maioria dos militantes do PSD, depois. Mas a hipocrisia e a desonestidade intelectual de Pacheco Pereira, tanta vez exercitada durante os últimos dois anos, vão com certeza manter-se, sobretudo no único meio onde ele tem existência, a comunicação social. É garantido.
3. Depois de a justiça inglesa ter decidido investigar o Freeport de Alcochete, dossier gerido por um governo PS, a justiça alemã debruça-se sobre os dois submarinos que ainda temos, comprados por um governo PSD/PP. Podemos, pois, estar descansados: lá fora, longe dos interesses ditados pelo financiamento partidário, pela instrumentalização judicial e pela chantagem político-emocional, alguém estará sempre solidário com o desespero dos contribuintes portugueses. Valha-nos isso e a certeza de que os corruptos parceiros internacionais que se metam a negociar por aqui, e a estender a maçã a alguns dos nossos, serão sempre apanhados. Assim houvesse franceses metidos no BPP, espanhóis no BPN e italianos nos sobreiros. Para começar, claro...
por JOÃO MARCELINO
1. Os 61% de Pedro Passos Coelho no PSD garantem-lhe uma legitimidade à prova dos barões que fazem política na comunicação social. Finalmente, o maior partido da oposição tem condições para trabalhar estratégias viradas para o País e deixar de perder tempo com a gestão das intrigas internas. A primeira grande tarefa do novo líder será, ainda assim, transformar o próximo congresso numa manifestação de unidade que tranquilize os eleitores - ou seja, demonstrar que, quando for necessário, o PSD será capaz de apresentar aos portugueses uma solução de governo com os seus melhores, sem exclusões. Seguir-se-á no imediato uma intervenção no que diz respeito ao PEC, no qual Manuela Ferreira Leite mais uma vez soçobrou perante a vontade de Cavaco Silva, e no médio prazo será interessante perceber se Pedro Passos Coelho entende como útil nomear rostos para questionarem, passo a passo, sectorialmente, as políticas governamentais. A oposição talvez não deva fazer-se apenas, como pensava MFL, com intervenções avulsas a marcar medidas também elas às vezes avulsas. A qualidade do que poderá ser um governo PSD sob a liderança de Pedro Passos Coelho deveria ser possível de medir pelos eleitores. Em Portugal não há a tradição do governo- -sombra que permita comparar o que temos com o que poderíamos ter, e isso parece-me manifestamente um erro. Um líder não tem de se pronunciar sobre tudo e sobre todos. E um partido precisa de demonstrar que tem mais pessoas capazes e com qualidade em áreas importantes da governação. Não sei qual será a estratégia de oposição a seguir, mas parece-me claro que o PSD ganharia em mostrar rostos de gente competente em meia dúzia de áreas pelo menos. O líder marca o primeiro-ministro, o "seu" governo-sombra trata do dia-a-dia dos outros ministros. É só trocar a política pelas políticas. Acredito que dá votos porque solidifica convicções e alternativas.
2. Pacheco Pereira, na Sábado, ao contrário do que é habitual, escreve só sobre um tema: Manuela Ferreira Leite. Faz a defesa da estratégia da ex-líder, que foi, como se sabe, obra sua. Ou seja, sem vergonha nem remorso, desculpabiliza-se na hora da derrota. A tese é muito minimalista: os portugueses, tontos, não foram capazes de escolher o caminho de verdade e honestidade que MFL contrapôs à prática política de José Sócrates (que deve inferir-se desonesta e mentirosa). Ou seja, 20 anos depois, tivemos aqui mais uma erupção da onda moralista inventada pelo PRD de Ramalho Eanes. Obviamente, desapareceu como a outra, varrida pelas opções dos eleitores, primeiro, e pelo realismo da esmagadora maioria dos militantes do PSD, depois. Mas a hipocrisia e a desonestidade intelectual de Pacheco Pereira, tanta vez exercitada durante os últimos dois anos, vão com certeza manter-se, sobretudo no único meio onde ele tem existência, a comunicação social. É garantido.
3. Depois de a justiça inglesa ter decidido investigar o Freeport de Alcochete, dossier gerido por um governo PS, a justiça alemã debruça-se sobre os dois submarinos que ainda temos, comprados por um governo PSD/PP. Podemos, pois, estar descansados: lá fora, longe dos interesses ditados pelo financiamento partidário, pela instrumentalização judicial e pela chantagem político-emocional, alguém estará sempre solidário com o desespero dos contribuintes portugueses. Valha-nos isso e a certeza de que os corruptos parceiros internacionais que se metam a negociar por aqui, e a estender a maçã a alguns dos nossos, serão sempre apanhados. Assim houvesse franceses metidos no BPP, espanhóis no BPN e italianos nos sobreiros. Para começar, claro...
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