Grécia prepara novas medidas de austeridade

Grécia prepara novas medidas de austeridade




Publicada em 29/04/2010 às 11h49mReuters/Brasil
Online






BERLIM - A Grécia preparou severas medidas de austeridade fiscal
nesta quinta-feira para garantir um resgate bilionário, aliviando os
mercados mas levantando ameaças de forte relutância dos sindicatos
gregos.

Uma autoridade sindical disse que o Fundo Monetário Internacional
(FMI) pediu à Grécia que elevasse o imposto sobre valor agregado,
descartasse os bônus salariais equivalentes a dois meses extras de
pagamento no setor público e aceitasse um congelamento salarial de 3
anos.

"É um acordo fechado", disse Ilias Iliopoulos, secretário-geral
do sindicato do setor público ADEDY depois de ter se reunido com o
primeiro-ministro George Papandreou.

A União Europeia deve completar as negociações com a Grécia
"dentro de alguns dias" sobre o pacote de resgate, que está condicionado
à redução do déficit do país, disse o comissário de assuntos econômicos
e monetários da UE, Olli Rehn.

A
Grécia está discutindo um pacote de resgate de até 135 bilhões de
euros.

Em declaração lida a jornalistas, Rehn disse que não pode dar
detalhes sobre o pacote, mas disse que ele envolve empréstimos
bilaterais de membros da zona do euro e que será "condicionado a uma
consolidação fiscal".

Fontes familiares com as negociações sobre o pacote fiscal
disseram que as autoridades devem anunciar detalhes de um acordo de três
anos até segunda-feira. Isso foi suficiente para gerar um alívio nos
mercados, que temem o contágio da crise grega ao longo da zona do euro.

- As conversas estão difíceis - disse o porta-voz George
Petalotis a jornalistas sobre as reuniões com o FMI, o Banco Central
Europeu (BCE) e a União Europeia. Ele acrescentou que "ninguém pode
garantir nada, nós sabemos o quão difícil é a situação do país."

Os sindicatos deixaram claro que vão se opor a novas medidas de
austeridade e convocaram uma série de greves - possivelmente complicando
os esforços do governo para cortar gastos. Uma manifestação na
terça-feira atraiu 2 mil pessoas.

- É um desastre! O governo passou do limite. Nós não podemos
viver desse jeito - disse Despina Spanou, membro do conselho do ADEDY.
Spanou disse que vai "lutar contra essas medidas com toda força, porque
essa é uma batalha por sobrevivência."

Pesquisas de opinião mostram que a maioria dos gregos se opõe ao
envolvimento da UE e do FMI e que dois terços acreditam que haverá
agitação social.

A chanceler alemã Angela Merkel, cujo país teria um papel
importante em um acordo de resgate, deixou claro que a Alemanha exigirá o
rígido cumprimento dos termos em um acordo.

- A Alemanha ajudará assim que - e eu enfatizaria o 'assim
que' - as condições forem cumpridas - disse.

Em Bruxelas, o comissário de assuntos econômicos e monetários
Olli Rehn disse que a UE deveria completar as negociações com a Grécia
dentro de alguns dias. Ele não deu detalhes sobre o pacote.