DAniel Oliveira in expresso
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DAniel Oliveira in expresso
O que está a dar é a conversa de merceeiro. E a coisa foi promovida a ciência económica. Enquanto por esse mundo fora, da Economist ao Finacial Times, de Paul Krugman e George Soros, se fala da cegueira da Alemanha e de como o euro se tem de defender de uma ofensiva especulativa, por cá repete-se até à náusea que não podemos viver acima das nossas possibilidades, como se a maioria dos portugueses não vivesse bem abaixo do que seria admissível.
O problema é a dívida, diz-se. Uma notícia: está longe de ser a maior da Europa. A belga está 21 pontos percentuais acima da nossa e a estabilidade não é a mensagem que tem sido enviada para o exterior - estão mais uma vez sem governo. Estão o sofrer o mesmo ataque que nós? Não. A de Itália está 29 pontos percentuais acima da nossa e eles lá se safam.
Os nossos problemas são dois: sermos uma economia periférica e por isso fácil de atacar para atacar o euro - os especuladores sabem que a irresponsabilidade da senhora Merkel pode deixar-nos cair - e uma economia estagnada há anos. O nosso problema é a dívida, mas apenas porque não crescermos. Qualquer solução que se concentre apenas na dívida e esqueça o crescimento só servirá para nos enterrar ainda mais.
Para resolver o problema são necessárias políticas de Estado que favoreçam o crescimento. Como a crise não é apenas nossa as exportações não chegam. Como temos o défice que temos não é possível baixar muito os impostos. Resta-nos alimentar o mercado interno através do investimento público. Quem nos diga que temos de crescer e investir menos está a brincar com as palavras.
As obras públicas são fundamentais. O debate que vale a pena fazer é se estamos a apostar nas obras certas. Se estas são reprodutivas. Por mim, prefiria investimento na reabilitação de equipamentos públicos e dos centros urbanos do que grandes obras públicas que são pouco descentralizadas e não têm qualquer efeito nas pequenas e médias empresas, que são o motor da nossa economia e as que mais emprego criam, aliviando assim as despesas sociais. Resumindo: se cortarmos no aeroporto e no TGV eles terão de ser para o substituidos por outros investimentos.
Se a solução for apenas a de cortar cegamente para os mercados verem o sangue que exigem as receitas fiscais vão ressentir-se ainda mais (é por isso mesmo que o nosso défice aumentou) e não cresceremos. E se não crescermos ninguém sabe bem como pagaremos a dívida. E os mercados pedirão ainda mais sangue. Até morrermos da cura.
O problema é a dívida, diz-se. Uma notícia: está longe de ser a maior da Europa. A belga está 21 pontos percentuais acima da nossa e a estabilidade não é a mensagem que tem sido enviada para o exterior - estão mais uma vez sem governo. Estão o sofrer o mesmo ataque que nós? Não. A de Itália está 29 pontos percentuais acima da nossa e eles lá se safam.
Os nossos problemas são dois: sermos uma economia periférica e por isso fácil de atacar para atacar o euro - os especuladores sabem que a irresponsabilidade da senhora Merkel pode deixar-nos cair - e uma economia estagnada há anos. O nosso problema é a dívida, mas apenas porque não crescermos. Qualquer solução que se concentre apenas na dívida e esqueça o crescimento só servirá para nos enterrar ainda mais.
Para resolver o problema são necessárias políticas de Estado que favoreçam o crescimento. Como a crise não é apenas nossa as exportações não chegam. Como temos o défice que temos não é possível baixar muito os impostos. Resta-nos alimentar o mercado interno através do investimento público. Quem nos diga que temos de crescer e investir menos está a brincar com as palavras.
As obras públicas são fundamentais. O debate que vale a pena fazer é se estamos a apostar nas obras certas. Se estas são reprodutivas. Por mim, prefiria investimento na reabilitação de equipamentos públicos e dos centros urbanos do que grandes obras públicas que são pouco descentralizadas e não têm qualquer efeito nas pequenas e médias empresas, que são o motor da nossa economia e as que mais emprego criam, aliviando assim as despesas sociais. Resumindo: se cortarmos no aeroporto e no TGV eles terão de ser para o substituidos por outros investimentos.
Se a solução for apenas a de cortar cegamente para os mercados verem o sangue que exigem as receitas fiscais vão ressentir-se ainda mais (é por isso mesmo que o nosso défice aumentou) e não cresceremos. E se não crescermos ninguém sabe bem como pagaremos a dívida. E os mercados pedirão ainda mais sangue. Até morrermos da cura.
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