AS GRANDES OBRAS
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AS GRANDES OBRAS
AS GRANDES OBRAS
Pedro Lains esclareceu ontem (na RTP-2) com meridiana clareza o imbróglio das grandes obras públicas, v.g. o TGV entre Lisboa e Madrid, o novo aeroporto de Lisboa e a terceira travessia do Tejo. Questão ideológica, disse. E explicou porquê.
Como também escreveu sobre o assunto, cito: «[...] Alguém pensa que isto foi decidido sem se ter o pleno aval de Bruxelas? Ou, melhor dizendo, pondo em hipótese de investigação arquivística futura: se não houver clamor do lado de lá, porventura tal acontece porque a decisão foi tomada com o aval implícito de Bruxelas. Essa hipótese até tem um bom fundamento pois, afinal, parte da massa vem do Banco Europeu de Investimento, uma instituição comunitária.
2) Ao contrário do que os analistas monetaristas-mesmo-sem-o-saberem poderiam pensar, as agências de rating não reagiram ao anúncio. Porquê? [...]» O sublinhado é de minha responsabilidade.
Para quem não sabe: Pedro Lains, licenciado em Economia e doutorado em História pelo Instituto Universitário Europeu (Florença), investigador-coordenador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e investigador do Instituto Laureno Figuerola da Universidade Carlos III de Madrid, dirige a revista Análise Social. Não confundir com os blogueiros que vêm em linha recta da escola Palma Cavalão.
Voltando à vaca fria, i.e., às grandes obras. Se, como afirmam os economistas anti-Sócrates, o TGV, o aeroporto e a ponte vão arruinar Portugal, por que carga de água o Presidente da República, que é economista, não faz uma comunicação ao país, dizendo, preto no branco, o que pensa? Verdade que, se o fizer com ênfase, provocará uma crise política de consequências imprevisíveis. Afinal, o speech representaria uma desautorização pública do governo. Cavaco não o fará. Melhor que ninguém sabe que tudo se resume a querela política. Tendo de ser reeleito daqui a oito meses, não pode alienar o centro. Portanto, faz com o grande investimento público o que a Igreja fez com o casamento gay: cumpre os mínimos para direita ouvir. Ainda ontem sugeriu aos decisores repensarem... coisas que ele já promulgou. Adiante.
posted by Eduardo Pitta
Pedro Lains esclareceu ontem (na RTP-2) com meridiana clareza o imbróglio das grandes obras públicas, v.g. o TGV entre Lisboa e Madrid, o novo aeroporto de Lisboa e a terceira travessia do Tejo. Questão ideológica, disse. E explicou porquê.
Como também escreveu sobre o assunto, cito: «[...] Alguém pensa que isto foi decidido sem se ter o pleno aval de Bruxelas? Ou, melhor dizendo, pondo em hipótese de investigação arquivística futura: se não houver clamor do lado de lá, porventura tal acontece porque a decisão foi tomada com o aval implícito de Bruxelas. Essa hipótese até tem um bom fundamento pois, afinal, parte da massa vem do Banco Europeu de Investimento, uma instituição comunitária.
2) Ao contrário do que os analistas monetaristas-mesmo-sem-o-saberem poderiam pensar, as agências de rating não reagiram ao anúncio. Porquê? [...]» O sublinhado é de minha responsabilidade.
Para quem não sabe: Pedro Lains, licenciado em Economia e doutorado em História pelo Instituto Universitário Europeu (Florença), investigador-coordenador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e investigador do Instituto Laureno Figuerola da Universidade Carlos III de Madrid, dirige a revista Análise Social. Não confundir com os blogueiros que vêm em linha recta da escola Palma Cavalão.
Voltando à vaca fria, i.e., às grandes obras. Se, como afirmam os economistas anti-Sócrates, o TGV, o aeroporto e a ponte vão arruinar Portugal, por que carga de água o Presidente da República, que é economista, não faz uma comunicação ao país, dizendo, preto no branco, o que pensa? Verdade que, se o fizer com ênfase, provocará uma crise política de consequências imprevisíveis. Afinal, o speech representaria uma desautorização pública do governo. Cavaco não o fará. Melhor que ninguém sabe que tudo se resume a querela política. Tendo de ser reeleito daqui a oito meses, não pode alienar o centro. Portanto, faz com o grande investimento público o que a Igreja fez com o casamento gay: cumpre os mínimos para direita ouvir. Ainda ontem sugeriu aos decisores repensarem... coisas que ele já promulgou. Adiante.
posted by Eduardo Pitta
Viriato- Pontos : 16657
Re: AS GRANDES OBRAS
Voltando à vaca fria, i.e., às grandes obras. Se, como afirmam os economistas anti-Sócrates, o TGV, o aeroporto e a ponte vão arruinar Portugal, por que carga de água o Presidente da República, que é economista, não faz uma comunicação ao país, dizendo, preto no branco, o que pensa? Verdade que, se o fizer com ênfase, provocará uma crise política de consequências imprevisíveis. Afinal, o speech representaria uma desautorização pública do governo. Cavaco não o fará. Melhor que ninguém sabe que tudo se resume a querela política. Tendo de ser reeleito daqui a oito meses, não pode alienar o centro. Portanto, faz com o grande investimento público o que a Igreja fez com o casamento gay: cumpre os mínimos para direita ouvir. Ainda ontem sugeriu aos decisores repensarem... coisas que ele já promulgou. Adiante.
Cavaco Silva continua igual a si mesmo. Publica Leis com as quais não concorda enviando recados ao Governo.
Se a sua preocupação é real, poderia usar o veto explicando as suas razões. Se entende que as Leis devem ser promulgadas, então assuma a sua parte de responsabilidade nas mesmas.
Não fazendo isto, o que está a fazer é juntar-se à querela política, contribuindo para a desestabilização do país.
Cavaco Silva continua igual a si mesmo. Publica Leis com as quais não concorda enviando recados ao Governo.
Se a sua preocupação é real, poderia usar o veto explicando as suas razões. Se entende que as Leis devem ser promulgadas, então assuma a sua parte de responsabilidade nas mesmas.
Não fazendo isto, o que está a fazer é juntar-se à querela política, contribuindo para a desestabilização do país.
Vagueante- Pontos : 1698
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