PSD, um partido bipolar? Um partido entre o brilho e a náusea
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PSD, um partido bipolar? Um partido entre o brilho e a náusea
PSD, um partido bipolar? Um partido entre o brilho e a náusea
Tenho algumas dificuldades de relacionamento com o PSD de hoje, quando Pedro Passos Coelho tece uma estratégia que visa colocar o ovo da austeridade no ninho de Sócrates vejo um líder preocupado com o país, não interessado em crises. No dia seguinte quando o vou ouvir de novo esperando um discurso coerente vejo-o a abandonar a linguagem do rapaz certinho para a do jogador de poker político.
Até compreendo esta gestão do discurso político por parte de alguém que quer ser governo mas não sabe se é o momento adequado, nem tem a certeza de o conseguir. Mas o aspecto mais grave da bipolaridade do PSD nem está no discurso político do seu líder, está na forma como se comportam algumas personalidades do PSD.
Toda a gente sabe que o que Pedro Passos Coelho pensa sobre economia é o que António Nogueira Leite lhe diz, o que só abona em seu favor pois está muito bem aconselhado, está muito melhor aconselhado do que se ouvisse um outro senhor que não se cansa de dizer que sabe muito de economia, António Nogueira Leite sabe de economia, o outro é um conhecido especialista num ramo muito estreito da economia, a economia eleitoral.
Quando ouvimos Nogueira Leite falar podemos discordar ou, como sucede comigo, concordar com muito do que o diz, até fico com a sensação que um Nogueira Leite no PSD é como uma flor num canteiro invadido por ervas daninhas. Mas quando em vez de Nogueira Leite sou obrigado a ouvir Pacheco Pereira vai-se o prazer, vem a vontade de vomitar.
Temos portanto um PSD que se quer afirmar pelo diálogo, pela afirmação de princípios, pela dedicação à resolução dos problemas do país, mas ao mesmo tempo temos o PSD do ódio, da vingança, da total ausência de regras. Podemos discutir as opções liberais de Nogueira Leite, até podemos discordar delas, mas num país de falsos liberais e de liberais idiotas é um prazer ouvir quem sabe o que diz. O que não consigo ouvir, me provoca a maior repulsa é ouvir Pacheco Pereira a tecer considerações com base em escutas que foram declaradas ilegais e que só podem servir para caluniar com base em insinuações.
No meio desta bipolaridade está um Pedro Passos Coelho que quer manter a imagem de homem de princípios, que quer levar à prática as ideias de Nogueira Leite, mas parece que para lá chegar opta pelos métodos de Pacheco Pereira. O conhecido deputado companheiro de Manuela Ferreira Leite na bancada do PSD parece ser detestado, mas ao mesmo tempo parece que os seus métodos podem vir a ser úteis ao líder do PSD.
Publicada por Jumento
Tenho algumas dificuldades de relacionamento com o PSD de hoje, quando Pedro Passos Coelho tece uma estratégia que visa colocar o ovo da austeridade no ninho de Sócrates vejo um líder preocupado com o país, não interessado em crises. No dia seguinte quando o vou ouvir de novo esperando um discurso coerente vejo-o a abandonar a linguagem do rapaz certinho para a do jogador de poker político.
Até compreendo esta gestão do discurso político por parte de alguém que quer ser governo mas não sabe se é o momento adequado, nem tem a certeza de o conseguir. Mas o aspecto mais grave da bipolaridade do PSD nem está no discurso político do seu líder, está na forma como se comportam algumas personalidades do PSD.
Toda a gente sabe que o que Pedro Passos Coelho pensa sobre economia é o que António Nogueira Leite lhe diz, o que só abona em seu favor pois está muito bem aconselhado, está muito melhor aconselhado do que se ouvisse um outro senhor que não se cansa de dizer que sabe muito de economia, António Nogueira Leite sabe de economia, o outro é um conhecido especialista num ramo muito estreito da economia, a economia eleitoral.
Quando ouvimos Nogueira Leite falar podemos discordar ou, como sucede comigo, concordar com muito do que o diz, até fico com a sensação que um Nogueira Leite no PSD é como uma flor num canteiro invadido por ervas daninhas. Mas quando em vez de Nogueira Leite sou obrigado a ouvir Pacheco Pereira vai-se o prazer, vem a vontade de vomitar.
Temos portanto um PSD que se quer afirmar pelo diálogo, pela afirmação de princípios, pela dedicação à resolução dos problemas do país, mas ao mesmo tempo temos o PSD do ódio, da vingança, da total ausência de regras. Podemos discutir as opções liberais de Nogueira Leite, até podemos discordar delas, mas num país de falsos liberais e de liberais idiotas é um prazer ouvir quem sabe o que diz. O que não consigo ouvir, me provoca a maior repulsa é ouvir Pacheco Pereira a tecer considerações com base em escutas que foram declaradas ilegais e que só podem servir para caluniar com base em insinuações.
No meio desta bipolaridade está um Pedro Passos Coelho que quer manter a imagem de homem de princípios, que quer levar à prática as ideias de Nogueira Leite, mas parece que para lá chegar opta pelos métodos de Pacheco Pereira. O conhecido deputado companheiro de Manuela Ferreira Leite na bancada do PSD parece ser detestado, mas ao mesmo tempo parece que os seus métodos podem vir a ser úteis ao líder do PSD.
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