Biblioteca Nacional: a revoada dos abaixo-assinados
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Biblioteca Nacional: a revoada dos abaixo-assinados
Biblioteca Nacional: a revoada dos abaixo-assinados
Anda por aí à solta um abaixo-assinado pedindo a suspensão do previsto encerramento da Biblioteca Nacional de Portugal. Como é do conhecimento geral, a BN estará fechada ao público durante nove meses, pois a construção de uma nova torre exige a aplicação de cautelas extremas na salvaguarda das valiosas colecções existentes na instituição; nada mais que as mais preciosas peças do património bibliográfico nacional, impressas ou manuscritas. Se as obras se realizassem sem a devida protecção de tal património, a poeira resultante dos trabalhos de edificação iria causas danos irreparáveis. Contudo, a cultura do protesto e do desabafo imperantes disso não quer saber para nada.
Lembro que em França, aquando da transferência da Biblioteca Nacional de Drouot Richelieu para o novo edifício-torre, a instituição fechou portas durante dezoito meses. Que eu saiba, não houve abaixo-assinados nem esboço algum de felonia. Os utilizadores da BNF compreenderam e até exprimiram regozijo pelo facto do Estado francês fazer tão grande investimento na protecção do património cultural do país. O mesmo aconteceu com a Vaticana, que agora reabriu portas após três anos de renovação das instalações.
O abaixo-assinado é coisa tão corriqueira e insípida que perdeu valor. Recebo pelo correio electrónico dúzias de petições, raramente perdendo um segundo com a leitura das fundibulárias reclamações. Se eu fosse o Director Geral da BN, pediria que me facultassem a relação de títulos requisitados pelos peticionários do protesto. Estou certo que a maioria, ou nunca foi à BN ou por lá passa uma vez por ano. Tendo ali trabalhado durante muitos anos, conto pelos dedos de uma mão as "notabilidades" que enchem os escaparates das montras das livrarias e que à BN concedem o favor de por lá passar cinco minutos da sua (deles) agitada fome de conhecimento. Protestar é fácil. Fazer obra, isso requer trabalho, coisa que os auto-proclamados defensores da cultura não estão habituados a fazer.
Publicada por Combustões em 1.7.10 0 comentários
Anda por aí à solta um abaixo-assinado pedindo a suspensão do previsto encerramento da Biblioteca Nacional de Portugal. Como é do conhecimento geral, a BN estará fechada ao público durante nove meses, pois a construção de uma nova torre exige a aplicação de cautelas extremas na salvaguarda das valiosas colecções existentes na instituição; nada mais que as mais preciosas peças do património bibliográfico nacional, impressas ou manuscritas. Se as obras se realizassem sem a devida protecção de tal património, a poeira resultante dos trabalhos de edificação iria causas danos irreparáveis. Contudo, a cultura do protesto e do desabafo imperantes disso não quer saber para nada.
Lembro que em França, aquando da transferência da Biblioteca Nacional de Drouot Richelieu para o novo edifício-torre, a instituição fechou portas durante dezoito meses. Que eu saiba, não houve abaixo-assinados nem esboço algum de felonia. Os utilizadores da BNF compreenderam e até exprimiram regozijo pelo facto do Estado francês fazer tão grande investimento na protecção do património cultural do país. O mesmo aconteceu com a Vaticana, que agora reabriu portas após três anos de renovação das instalações.
O abaixo-assinado é coisa tão corriqueira e insípida que perdeu valor. Recebo pelo correio electrónico dúzias de petições, raramente perdendo um segundo com a leitura das fundibulárias reclamações. Se eu fosse o Director Geral da BN, pediria que me facultassem a relação de títulos requisitados pelos peticionários do protesto. Estou certo que a maioria, ou nunca foi à BN ou por lá passa uma vez por ano. Tendo ali trabalhado durante muitos anos, conto pelos dedos de uma mão as "notabilidades" que enchem os escaparates das montras das livrarias e que à BN concedem o favor de por lá passar cinco minutos da sua (deles) agitada fome de conhecimento. Protestar é fácil. Fazer obra, isso requer trabalho, coisa que os auto-proclamados defensores da cultura não estão habituados a fazer.
Publicada por Combustões em 1.7.10 0 comentários
Vitor mango- Pontos : 117520
Re: Biblioteca Nacional: a revoada dos abaixo-assinados
Mas, ó Mango, qual a dúvida?!
O portuguesinho morre, se não opina sobre tudo e mais alguma, com a agravante de adorarem o encarneiramento.
Quando me lembro de uma cena, via TV, aquando do problema da co-inceneração, onde uma senhora barafustava e dizia que não queria aquilo para os deus netinhos, o jornalista acercou-se e perguntou-lhe, se ela sabia o que era a co-incineração. Ela ficou um pouco perplexa, mas respondeu: - Isso não sei, mas se o senhor presidente (da Câmara) diz que é mau, é porque é mau! E lá continuou a barafustar, junto dos outros manifestantes...
O portuguesinho morre, se não opina sobre tudo e mais alguma, com a agravante de adorarem o encarneiramento.
Quando me lembro de uma cena, via TV, aquando do problema da co-inceneração, onde uma senhora barafustava e dizia que não queria aquilo para os deus netinhos, o jornalista acercou-se e perguntou-lhe, se ela sabia o que era a co-incineração. Ela ficou um pouco perplexa, mas respondeu: - Isso não sei, mas se o senhor presidente (da Câmara) diz que é mau, é porque é mau! E lá continuou a barafustar, junto dos outros manifestantes...
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Amigos?Longe! Inimigos? O mais perto possível!
Joao Ruiz- Pontos : 32035
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