Negócios com cafeína
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Negócios com cafeína
Negócios com cafeína
Helena Cristina Coelho
Quando Rui Nabeiro se envolveu no negócio dos cafés, uma bica era um produto banal que se pedia ao balcão e custava 40 centavos.
Quase 60 anos depois, o ‘expresso' ganhou ares de sofisticação: tornou-se num produto ‘gourmet' que se vende em cápsulas descartáveis, separadas por milhentos aromas, origens e categorias, e se prepara em máquinas nas quais grandes multinacionais investem milhões para conseguir o ‘design' mais invejado do mercado. Nas lojas de marca, como a da Nespresso, máquinas e cápsulas são um fenómeno de vendas semelhante ao da Apple, que leva muito boa gente a esperar horas em filas para comprar, não apenas um café, mas uma moda.
O café em cápsulas tornou-se uma espécie de luxo. E é neste mercado altamente competitivo - no qual a Nespresso controla a fatia de leão - que a portuguesa Delta bate o pé à multinacional Nestlé. Rui Nabeiro não se amedrontou e, a partir de Campo Maior, avançou com a sua marca para desafiar a liderança do gigante que possui 1.700 patentes do produto e já vendeu mais de 20 mil milhões de cápsulas.
O resultado, garante o próprio empresário em entrevista ao Diário Económico, é que hoje "Portugal é o único país onde a Nespresso está a sentir pressão. Aqui, já não são muito superiores e nós é que estamos em vantagem, pois jogamos ao ataque. Têm uma imagem diferente, mas a nossa lá vai chegar".
Um português a desafiar uma das mais poderosas multinacionais do planeta parece ousadia, quase uma guerra perdida. Mas Rui Nabeiro arriscou e o certo é que, de acordo com dados de Maio, o café em cápsulas da Delta já conquistou 44% do mercado. Mais: conseguiu ‘roubar' essa fatia usando apenas artigos ‘made in' Portugal. A máquina Qosmo é feita pela Flama, as cápsulas saem da fábrica da Logoplaste e são embaladas e seladas nas instalações da Delta - apenas o café vem de fora, mas se fosse uma cultura que se desse bem por terras alentejanas, seguramente que também haveria plantações em Portugal. É com esta seleccção nacional que Rui Nabeiro foi a jogo e hoje disputa taco-a-taco um mercado ‘gourmet'.
O caso Delta é só um bom exemplo de como o ‘made in' Portugal, afinal, funciona e é reconhecido pelos consumidores. Mas não é o único. No concorrido mercado da produção de calçado - no qual os industriais portugueses têm perdido clientes e encomendas para as distantes fábricas asiáticas -, grandes marcas de luxo como Armani, Kenzo ou Lanvin, ou as desportivas Nike e Adidas, estão a regressar às empresas nacionais. A razão: qualidade na execução e cumprimento de prazos.
Num país que continua a gastar milhões em campanhas a promover o ‘made in' Portugal e a pedir aos consumidores que "comprem o que é nosso", iniciativas empresariais como a da Delta provam que esses carimbos não chegam para fazer a diferença. A Nestlé pode ter dimensão e o sex symbol´ George Clooney a promover as tão desejadas cápsulas de café ‘gourmet'. Mas o que falta em dimensão à Delta, sobra-lhe em ousadia e inovação. E, claro, o toque da qualidade nacional... ‘what else'?
Gostei. Vou já mudar de aparelho. Até porque tenho muita consideração por Nabeiro. Além de visionário sempre teve muito cuidado com o social (empregados e terra onde vive - Campo Maior). Além de tudo não sou grande apreciador do café Nespresso.
Helena Cristina Coelho
Quando Rui Nabeiro se envolveu no negócio dos cafés, uma bica era um produto banal que se pedia ao balcão e custava 40 centavos.
Quase 60 anos depois, o ‘expresso' ganhou ares de sofisticação: tornou-se num produto ‘gourmet' que se vende em cápsulas descartáveis, separadas por milhentos aromas, origens e categorias, e se prepara em máquinas nas quais grandes multinacionais investem milhões para conseguir o ‘design' mais invejado do mercado. Nas lojas de marca, como a da Nespresso, máquinas e cápsulas são um fenómeno de vendas semelhante ao da Apple, que leva muito boa gente a esperar horas em filas para comprar, não apenas um café, mas uma moda.
O café em cápsulas tornou-se uma espécie de luxo. E é neste mercado altamente competitivo - no qual a Nespresso controla a fatia de leão - que a portuguesa Delta bate o pé à multinacional Nestlé. Rui Nabeiro não se amedrontou e, a partir de Campo Maior, avançou com a sua marca para desafiar a liderança do gigante que possui 1.700 patentes do produto e já vendeu mais de 20 mil milhões de cápsulas.
O resultado, garante o próprio empresário em entrevista ao Diário Económico, é que hoje "Portugal é o único país onde a Nespresso está a sentir pressão. Aqui, já não são muito superiores e nós é que estamos em vantagem, pois jogamos ao ataque. Têm uma imagem diferente, mas a nossa lá vai chegar".
Um português a desafiar uma das mais poderosas multinacionais do planeta parece ousadia, quase uma guerra perdida. Mas Rui Nabeiro arriscou e o certo é que, de acordo com dados de Maio, o café em cápsulas da Delta já conquistou 44% do mercado. Mais: conseguiu ‘roubar' essa fatia usando apenas artigos ‘made in' Portugal. A máquina Qosmo é feita pela Flama, as cápsulas saem da fábrica da Logoplaste e são embaladas e seladas nas instalações da Delta - apenas o café vem de fora, mas se fosse uma cultura que se desse bem por terras alentejanas, seguramente que também haveria plantações em Portugal. É com esta seleccção nacional que Rui Nabeiro foi a jogo e hoje disputa taco-a-taco um mercado ‘gourmet'.
O caso Delta é só um bom exemplo de como o ‘made in' Portugal, afinal, funciona e é reconhecido pelos consumidores. Mas não é o único. No concorrido mercado da produção de calçado - no qual os industriais portugueses têm perdido clientes e encomendas para as distantes fábricas asiáticas -, grandes marcas de luxo como Armani, Kenzo ou Lanvin, ou as desportivas Nike e Adidas, estão a regressar às empresas nacionais. A razão: qualidade na execução e cumprimento de prazos.
Num país que continua a gastar milhões em campanhas a promover o ‘made in' Portugal e a pedir aos consumidores que "comprem o que é nosso", iniciativas empresariais como a da Delta provam que esses carimbos não chegam para fazer a diferença. A Nestlé pode ter dimensão e o sex symbol´ George Clooney a promover as tão desejadas cápsulas de café ‘gourmet'. Mas o que falta em dimensão à Delta, sobra-lhe em ousadia e inovação. E, claro, o toque da qualidade nacional... ‘what else'?
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