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No rescaldo do Casa Pia

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Mensagem por Joao Ruiz Ter Set 07, 2010 6:44 am

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Cruz revela 200 nomes na Internet no final do mês

por DN.pt
Hoje

No rescaldo do Casa Pia Ng1339049

Carlos Cruz vai divulgar no seu site Provas da Verdade mais de 200 nomes que foram referidos no processo Casa Pia como alegados abusadores mas que segundo o ex-apresentador de televisão não chegaram a ser investigados. Os nomes só chegam à Internet no final de Setembro porque neste momento decorrem os trabalhos de digitalização.

Depois de ser condenado a sete anos de prisão no processo Casa Pia pelo tribunal de primeira instância, Carlos Cruz revelou ao jornal i que vai divulgar no seu site Provas da Verdade -http://www.processocarloscruz.com/ - mais de 200 nomes que constam do processo de pedofilia.

Um antigo Presidente da República, ex-líderes do PS, do PSD e do CDS, actuais líderes partidários, ex-futebolistas internacionais pela selecção nacional, actores de televisão e teatro e vários deputados. A lista de nomes que Carlos Cruz vai revelar foram todos referidos pelas vítimas como abusadores durante a fase de inquérito do Casa Pia, garantiu ao i o ex-apresentador de televisão.

Mas esses nomes apenas constarão no site Provas da Verdade no final de Setembro, bem como o restante processo – que inclui as fases de inquérito, incluindo todos os autos de interrogatório onde se podem ler as descrições feitas pelos rapazes alegadamente abusados, as fases de instrução e de julgamento – confirmou ao i Carlos Cruz.

O ex-apresentador de televisão diz que nada o move contra essas pessoas, pois os seus nomes foram atirados para os autos da mesma forma que o seu. “O que é estranho, é que estas pessoas, muitas delas referenciadas por alegadas vítimas e, inclusive, por indivíduos que também me acusam, nunca tenham sido sequer constituídas arguidas e interrogadas pelas autoridades. Então os testemunhos são válidos só para algumas pessoas?”, questiona Carlos Cruz.

Questionado também sobre o facto de poder vir a ser acusado de crimes de desobediência, por estar a revelar peças processuais Carlos Cruz mostra-se determinado: “Sei que isso pode acontecer, mas não tenho medo”.

In DN

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No rescaldo do Casa Pia Empty "Penas exageradas e para satisfazer fúria justiceira"

Mensagem por Joao Ruiz Ter Set 07, 2010 7:02 am

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"Penas exageradas e para satisfazer fúria justiceira"

por ALFREDO TEIXEIRA
Hoje

No rescaldo do Casa Pia Ng1339002

Marinho Pinto diz que abusos na Casa Pia aconteciam há décadas e que o processo "só aconteceu em condições políticas especiais".

O bastonário da Ordem dos Advogados afirmou ontem, no programa Prós e Contras da RTP, que ficou "perplexo" com o acórdão lido na sexta-feira e que condenou seis dos arguidos do caso Casa Pia. Marinho Pinto diz que as penas aplicadas foram "exageradas". Deu o exemplo dos 18 anos a que Carlos Silvino foi condenado, depois de o arguido ter confessado e colaborado com a justiça.

Para Marinho Pinto, as penas atribuídas tiveram como objectivo "mais o satisfazer da fúria justiceira da turba mediática do que de prevenção geral criminal". O bastonário faz a comparação do que tem acontecido com outras condenações pelo mesmo tipo de crime aplicadas pelos tribunais portugueses. "Os abusos na Casa Pia aconteciam há décadas e isto só aconteceu em condições políticas especiais", afirmou.

As críticas de Marinho Pinto derivam do facto de considerar a fragilidade como o colectivo de juízes apresentou as provas das condenações. "A sentença devia ser uma súmula mas que convencesse as pessoas e que apresentasse a justificação para umas penas tão pesadíssimas", acrescentou, lamentando a ausência no debate de representantes dos "rostos da justiça portuguesa", nomeadamente da Procuradoria-Geral da República, do Conselho Superior da Magistratura e do Supremo Tribunal de Justiça, entidades que justificaram a não comparência por tal acto poder colidir com o seu estatuto de reserva. Marinho Pinto diz que pretendia apenas discutir a credibilidade dos procedimentos que deram origem ao acórdão e criticou "a espécie de clandestinidade" daqueles órgãos.

As palavras do bastonário não agradaram à maioria dos convidados do programa moderado pela jornalista Fátima Campos Ferreira. Rui Rangel contestou a ligeireza das palavras de Marinho Pinto. "Como é que alguém que não conhece o processo ou as provas pode dizer que as penas foram exageradas", afirmou, acrescentando "que a súmula é uma questão que se agiganta devido à paixão que se desenvolveu junto de determinadas pessoas.

Carlos Cruz diz que "nem sequer houve súmula" e que, preso há oito, tinha o direito de conhecer a fundamentação da sua condenação. O seu site já foi visitado por 350 mil pessoas. Recebeu 35 mil mensagens de apoio e 65 mil provocações.

In DN

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Mensagem por Joao Ruiz Ter Set 07, 2010 7:06 am


Como sempre, Marinho Pinto a pôr o dedo na ferida e a ir bem fundo, removendo o pus.

Mas parece, que não se vêem jeitos de cicatrização...



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No rescaldo do Casa Pia Empty Cobertura do processo Casa Pia justifica-se

Mensagem por Joao Ruiz Sáb Set 11, 2010 10:47 am

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Cobertura do processo Casa Pia justifica-se

por Lusa
Hoje

No rescaldo do Casa Pia Ng1340751

O director de Informação da RTP entende que "os acontecimentos da última semana relativos ao processo Casa Pia levaram a que se instalassem na opinião pública dúvidas sobre o funcionamento da justiça e da sua aplicação".

Numa carta de resposta ao Provedor do Telespectador da RTP, José Alberto Carvalho considera que "a certeza serena de uma conclusão que se desejaria - em especial neste processo - não foi alcançada", pelo que é necessário debater "a administração da justiça".

O director de Informação da RTP reagiu assim ao comunicado, divulgado na quinta feira, pelo Provedor do Telespectador da RTP, Paquete de Oliveira, que referiu ter recebido dezenas de mensagens a protestar contra a forma como a RTP tem tratado o julgamento e a sentença do caso. Em particular, entendem os telespectadores que contactaram o provedor, está a ser dado a Carlos Cruz, antigo profissional da RTP, um "tratamento preferencial" de defesa perante a opinião pública.

Paquete de Oliveira, que se mantém em funções até à nomeação de outro provedor, discorda e lamenta que o tratamento do assunto "não esteja a obedecer a parâmetros de equidade, privilegiando, com efeito, o sr. Carlos Cruz, provavelmente por critérios editoriais".

A isto, José Alberto Carvalho responde que "é obrigação do jornalismo suscitar o debate sobre a administração da justiça, pilar fundamental da democracia e do Estado de Direito".

José Alberto Carvalho refere especificamente a "leitura da súmula do acórdão; os incidentes públicos entre magistrados e advogados; a não divulgação integral do acórdão; o sucessivo adiamento -- por três vezes -- da entrega desse documento à secretaria do tribunal e aos arguidos/condenados; as críticas e as interrogações que diversos agentes da justiça fazem das diversas fases do processo".

Para o director de Informação da RTP, o debate sobre a administração da justiça "não pode, em nenhuma circunstância, ser confundido com qualquer intenção de produzir 'julgamentos mediáticos', seja em que sentido for".

A Direcção de Informação da RTP -- prossegue José Alberto Carvalho -- "está ciente de que o assunto em causa suscita paixões".

"Mas recordamos que procuramos ouvir sistematicamente diversos agentes envolvidos no processo -- vítimas, advogados de acusação, magistrados judiciais e magistrados do Ministério Público", lê-se no documento, que está disponível no site da RTP, no qual acrescenta que alguns intervenientes não quiseram ou não puderam intervir no debate.

No entanto, entende José Alberto Carvalho, "tal constatação não pode significar que a recusa de alguns leve ao silêncio de outros por si só".

O director de Informação da estação pública de televisão garante ainda que "não foi facultado ao agora condenado Carlos Cruz qualquer oportunidade de se exprimir sem fundamentar a sua opinião" em nenhuma das suas intervenções na RTP (debates "Especial Informação" e "Prós&Contras" e "Grande Entrevista").

José Alberto Carvalho adianta que o trabalho da estação que dirige "não se esgotou ainda", pelo que, "nos próximos dias, novos trabalhos jornalísticos serão apresentados dando perspectivas diferentes e, muito provavelmente, divergentes sobre o processo Casa Pia".

In DN

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No rescaldo do Casa Pia Empty Até a Microsoft foi dar uma ajuda à juíza da Casa Pia

Mensagem por Joao Ruiz Sáb Set 11, 2010 10:55 am

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Até a Microsoft foi dar uma ajuda à juíza da Casa Pia

por FILIPA AMBRÓSIO DE SOUSA
Hoje

No rescaldo do Casa Pia Ng1340634

Ana Peres garante que na segunda- -feira o texto será entregue aos advogados.

Segunda-feira é a nova data marcada para a entrega do acórdão na íntegra do processo Casa Pia. Ontem, a meio da tarde, o tribunal enviou uma notificação aos advogados dos arguidos e dos assistentes a comprometer-se com esta entrega. Durante a tarde, a juíza Ana Peres estava a ser ajudada por especialistas da Microsoft, disponibilizados pelo Ministério da Justiça para resolução dos problemas informáticos detectados há dois dias.

Esta marcação da data, porém, já não é levada muito a sério pelos advogados de defesa dos arguidos. Os constantes adiamentos - de quarta-feira para quinta-feira de manhã, de quinta-feira de manhã para a tarde, de quinta-feira à tarde para sexta-feira e, agora, de sexta-feira para segunda-feira justificam este cepticismo por parte de alguns.

No dia da leitura da sentença - sexta-feira, dia 3 deste mês -, os juízes garantiram que o documento integral do acórdão, com quase duas mil páginas, seria disponibilizado na quarta-feira, dia 8 deste mês.

Perante isto, Sá Fernandes, que acabara de ouvir a condenação do seu cliente, Carlos Cruz, a sete anos de prisão efectiva por três crimes de abuso sexual de menores, insinuou, no final da sessão, que o documento não estaria sequer escrito, apesar de os magistrados Ana Peres, Lopes Barata e Ester Santos exibirem ao longo da sessão os seis volumes do acórdão para todos verem. "Isso é que não", disse em tom zangado a presidente do colectivo, Ana Peres, apoiada por Lopes Barata.

Em comunicado enviado às redacções ontem à tarde, o Conselho Superior da Magistratura (CSM) garantia que "o texto, no dia 3 do corrente mês encontrava--se pronto em suporte informático, sendo composto por vários ficheiros".

O CSM justificava ainda o atraso pela desformatação com blocos de texto contendo indicações de índole informática, anotações essas que não tinham interesse nem devem constar no texto de qualquer peça processual. E adianta ainda que essa situação foi confirmada por um dos advogados de um arguido.

"Parece que desta é de vez", diz Paulo Sá e Cunha, advogado de Manuel Abrantes, ex-provedor adjunto da Casa Pia, condenado a cinco anos e nove meses de prisão.

"Vamos aguardar com serenidade", segundo José Maria Martins, advogado de Carlos Silvino, explicou ao DN. Nos últimos dias este advogado foi dos poucos que se mostraram compreensivos com os constantes atrasos do tribunal.

In DN

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No rescaldo do Casa Pia Empty Os rostos que Portugal esqueceu em oito anos

Mensagem por Joao Ruiz Dom Set 12, 2010 7:05 am

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Os rostos que Portugal esqueceu em oito anos

por FILIPA AMBRÓSIO DE SOUSA
Hoje

No rescaldo do Casa Pia Ng1340921

Enquanto não é revelado o acórdão do processo - (re)agendado para amanhã -, o DN recorda alguns protagonistas do início...

O caso Casa Pia rebenta em Novembro de 2002 com a notícia de de Felícia Cabrita em que denunciava, em primeira mão, o ex--motorista da instituição Carlos Silvino. Quem não se lembra da célebre fotografia que circulou meses pelos jornais em que Bibi, bastante mais novo e mais magro que hoje, aparecia com um kispo vermelho vestido. E este arguido, que viria a ser condenado a 18 anos de prisão efectiva, continua como um dos habitués nos telejornais e páginas de jornais, ainda mais numa altura em que o acórdão foi conhecido.

Já outros rostos, volvidos oito anos, desapareceram da "ribalta". O DN viajou no tempo e foi descobrir essas personalidades. Teresa Costa Macedo, que deu a cara por algumas denúncias, mas perdeu--se no caminho, chegando a ser chamada ao julgamento. Carlos Mota, o ex-secretário de Carlos Cruz, considerado testemunha- -chave do processo, desapareceu em Fevereiro de 2003. O provedor Luís Rebelo, que entretanto se reformou, e ainda alguns advogados que abraçaram outras defesas mas deixaram para trás a da Casa Pia sem justificação aparente.

Para amanhã está de novo prevista a divulgação das duas mil páginas do acórdão do processo. Depois de dois adiamentos, arguidos e advogados esperam conhecer o texto integral.

Teresa Costa Macedo


Corria o ano de 1980. A Casa Pia comemorava 200 anos de existência. Numa reportagem feita pela RTP, alguns alunos da instituição denunciavam casos de abusos sexuais de que teriam sido vítimas. A RTP, devido a nomes sonantes envolvidos e suspeitos de abusarem sexualmente de alguns alunos, decidiu não publicar essa reportagem. Esse facto foi questionado na altura por Teresa Costa Macedo, então secretária de Estado da Família. Já no julgamento, a jornalista Felícia Cabrita afirmava ter na sua posse um documento que lhe havia sido entregue por Costa Macedo. Da folha manuscrita constavam uma série de nomes.

Passados uns meses, Teresa Costa Macedo chegou mesmo a emitir um comunicado em que garantiu ser falso que "alguma vez tenha referido nomes de eventuais implicados em práticas de pedofilia" e que "tivesse em seu poder quaisquer nomes ou listas de pessoas pretensamente implicadas nas referidas actividades ilícitas".


Carlos Mota


"Se o Carlos Cruz é pedófilo, eu também sou." A frase é de Carlos Mota, dita em 2003, após ter ido visitar o amigo Carlos Cruz à cadeia, onde se encontrava em prisão preventiva. Dias depois, a SIC noticiava que o DIAP (Departamento de Investigação e Acção Penal) de Évora investigava um caso de abusos sexuais de menores ocorrido em Odemira em que Mota estaria envolvido. A partir daí, desapareceu. E o processo acabou arquivado. Ao longo dos anos, Mota terá sido visto algures pela Europa e Brasil, mas nenhuma das pistas se revelou consistente. O ex-secretário de Carlos Cruz é procurado em todo o mundo pela justiça portuguesa, tendo actualmente um processo-crime aberto na 2.ª secção do DIAP de Lisboa, liderado por João Guerra.

Francisco Alves


O arqueólogo Francisco Alves foi um dos suspeitos do caso Casa Pia no início da investigação. O processo deste acabou por ser separado do processo principal de pedofilia de Casa Pia. Apesar de ter sido suspeito de 34 crimes de incentivo à prostituição de ex-alunos da Casa Pia, até hoje, já conhecida a sentença, o nome deste suspeito não voltou a ser referido, apesar de serem mencionados outros, como Ferro Rodrigues, Jaime Gama, Carlos Mota ou ainda Paulo Pedroso. Francisco Alves chegou mesmo, em 2004, a revelar publicamente que ia processar o Estado português, por danos causados à sua imagem, mas as suas intenções ficaram por aí. A juíza de instrução Ana Teixeira e Silva decidiu ainda levá-lo a julgamento apenas por posse de arma - uma pistola de 1912 pertencente "ao pai ou ao avô de um tio", que, segundo Francisco Alves, era guardada como uma relíquia.

Proença de Carvalho


Em Abril de 2004, o advogado Daniel Proença de Carvalho desistiu da defesa da Casa Pia, depois de dois anos no processo. Acabou por ser substituído por António Pinto Pereira. O advogado, que patrocina José Sócrates há anos, não quis justificar na altura a decisão de sair deste processo, alegando segredo profissional. O seu colega Pinto Pereira alegou razões pessoais, e não do processo em causa, para a desistência de Proença de Carvalho. O advogado, que actualmente lidera o escritório espanhol com sede em Lisboa Uría e Menéndez, não fala nem quer prestar qualquer tipo de declarações sobre o processo, mesmo depois de conhecida a decisão final, há uma semana.

José António Barreiros


Três anos depois de Proença de Carvalho ter abandonado o processo Casa Pia com a defesa das vítimas, foi a vez do advogado José António Barreiros fazer o mesmo. E, tal como o seu colega, o actual presidente do Conselho Superior da Magistratura, não quis dar explicações sobre essa saída. Ao que o DN apurou na altura, a desis- tência deveu-se a algumas fa- lhas na investigação detectadas pelo advogado. Ainda assim, o advogado esteve presente no julgamento durante dois anos, no Tribunal de Monsanto, em Lisboa. E, tal como Proença de Carvalho, ainda hoje não quer prestar qualquer tipo de declaração sobre o processo, mesmo depois de conhecida a decisão.

Luís Rebelo


O ex-provedor da Casa Pia de Lisboa foi demitido compulsivamente em Novembro de 2002 pelo na altura ministro da Segurança Social e do Trabalho, Bagão Félix. No momento em que acaba de rebentar este escândalo. Na base da decisão estiveram as declarações de Luís Martins Rebelo em relação aos alegados casos de pedofilia na instituição. O ministro disse, então, que as declarações do provedor da Casa Pia eram bastante infelizes. Este afirmou que em 1300 funcionários da instituição havia aparentemente apenas um caso de pedofilia. "Estas questões não são estatísticas, considero essas declarações do senhor provedor bastante infelizes", disse Bagão Félix. O ministro adiantou ainda que o provedor já tinha pedido a passagem à reforma e deveria abandonar a instituição em Dezembro. Desde então nunca mais o responsável pela instituição de anos fez declarações sobre o processo.

In DN


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No rescaldo do Casa Pia Empty Acórdão do processo Casa Pia finalmente disponível

Mensagem por Joao Ruiz Seg Set 13, 2010 10:20 am

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Acórdão do processo Casa Pia finalmente disponível

por Lusa
Hoje

No rescaldo do Casa Pia Ng1341281

Após vários adiamentos, o acórdão do processo Casa Pia foi disponibilizado na secretaria da 8.ª Vara Criminal de Lisboa, e já foi levantado por alguns advogados do processo.

O acórdão do processo Casa Pia já foi dado aos advogados das vítimas e do embaixador Jorge Ritto, um dos condenados, depois de um problema informático ter impedido a sua entrega às partes durante vários dias.

Miguel Matias, que representa as vítimas de pedofilia na Casa Pia, e a advogada Olga Garcia, defensora de Jorge Ritto, foram os primeiros a receber o acórdão, cuja súmula foi conhecida no passado dia 03 de Setembro.

Os dois advogados disseram aos jornalistas, à saída do tribunal, em Lisboa, que deverão demorar cerca de uma semana a ler o documento, com mais de duas mil páginas.

Na sexta-feira passada, o Conselho Superior da Magistratura (CSM) revelou, em comunicado, que um problema informático impediu a entrega aos advogados do acórdão do processo durante vários dias.

Problemas de "formatação de texto" adiaram entrega

O CSM reiterava a informação já anteriormente prestada de que a demora na divulgação do acórdão se deveu a problemas de formatação do texto.

O CSM reafirmava ainda que "o texto, no dia 3 de Setembro, se encontrava pronto em suporte informático, sendo composto por diversos ficheiros".

"Na data inicialmente indicada para a entrega, em suporte papel ou em suporte digital [quarta feira] (...), ao efectuar-se a junção dos referidos ficheiros, verificou-se que, nesses suportes, o texto do acórdão se apresentava desformatado, com blocos de texto contendo indicações de índole informática, anotações essas que não tinham interesse nem devem constar no texto desta -- ou de qualquer outra - peça processual", explicava o comunicado.

O CSM referia também que estes contratempos informáticos foram verificados pelo advogado de um dos arguidos.

Julgamento chegou ao fim seis anos depois de ter começado

O julgamento do processo de abusos sexuais na Casa Pia chegou ao fim no dia 03 de Setembro com a leitura do acórdão final, quase seis anos depois de ter começado.

A pena maior foi atribuída a Carlos Silvino, com o ex-funcionário da Casa Pia a ser condenado a 18 anos de prisão.

O apresentador de televisão Carlos Cruz foi condenado a sete anos de prisão, o diplomata aposentado Jorge Ritto a seis anos e oito meses e o ex-provedor-adjunto da Casa Pia Manuel Abrantes a cinco anos e nove meses.

A 8.ª Vara Criminal, no Campus de Justiça de Lisboa, aplicou ainda ao médico Ferreira Diniz a pena de sete anos de prisão e ao advogado Hugo Marçal a de seis anos e meio.

Gertrudes Nunes, dona de uma casa em Elvas onde alegadamente ocorreram abusos sexuais com alunos casapianos, foi absolvida.

In DN

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No rescaldo do Casa Pia Empty Contradições de Cruz reforçaram sentença (leia o acórdão)

Mensagem por Joao Ruiz Ter Set 14, 2010 8:42 am

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Contradições de Cruz reforçaram sentença (leia o acórdão)

por FILIPA AMBRÓSIO DE SOUSA
Hoje

No rescaldo do Casa Pia Ng1341769

(CONSULTE AQUI A VERSÃO INTEGRAL DO ACÓRDÃO)

http://dn.sapo.pt/DNMultimedia/DOCS+PDFS/Casa%20Pia/acordaocasapia_1instancia.pdf

Depois de sucessivos atrasos, chegou ontem às mãos dos advogados o esperado acórdão do processo Casa Pia. Com 1760 páginas (menos 30 do que as disponibilizadas no site do Conselho Superior da Magistratura - versão sem os nomes das vítimas - e que o DN aqui reproduz), o documento não poupa Carlos Cruz, acusando-o de dar explicações contraditórias. Mas também é duro com os restantes arguidos. Os juízes que analisaram os testemunhos em tribunal afastam a tese de "fantasia criada pelos ex-alunos" defendida por Sá Fernandes, e apoiam o trabalho da PJ. Acusam ainda Manuel Abrantes de proteger Bibi e este de ser um "predador sexual". Afirmam que Ferreira Diniz se aproveitou de ser médico para se aproximar dos menores e que Hugo Marçal não mostrou arrependimento. Também acusam Ritto de se ter aproveitado da pobreza das vítimas

A juíza do processo Casa Pia, Ana Peres, considerou pouco credíveis as explicações prestadas em tribunal por Carlos Cruz quanto aos registos de chamadas telefónicas que apresentou para refutar as acusações de abuso sexual de que era alvo e pelas quais foi condenado a sete anos de prisão efectiva.

Não obstante "as qualidades" no discurso de Carlos Cruz, pelo "seu conhecido percurso profissional", a juíza recordou que "a contradição (ou aparência de contradição), a inconsistência (ou aparência de inconsistência) pode ocorrer". Esse foi o caso, aponta Ana Peres.

O colectivo de juízes admite que Carlos Cruz "preparou os dados sobre os quais prestou declarações, prestou as suas declarações com possibilidade de recorrer aos elementos documentais que estavam em causa, concretamente registos de tráfego telefónico, pagamento visa/multibanco e registos de Via Verde". E ainda aponta ao ex- -apresentador "um discurso lógico, sem contradições no raciocínio". Ainda assim, as explicações sobre "os cartões de telemóvel que pode ter utilizado (daqueles que lhe eram oferecidos com telemóveis pelas operadoras) ou que deu à sua filha, ou quanto à utilização de cartões no seu telemóvel, que não fosse o que disse ser o seu número usual", não convenceram os juízes.

Estas e outras frases constam do acórdão integral do processo Casa Pia entregue, ontem, às 09.30, com um atraso de mais de uma semana, aos advogados das vítimas e dos arguidos a que o DN teve acesso.

O tom dos três magistrados não é benevolente para o arguido mais mediático: "A seu favor temos apenas a sua integração social, familiar e económica, que o arguido sempre afirmou em julgamento (...) mas que facilitou a prática dos ilícitos por si cometidos".

E se em relação a Carlos Cruz o colectivo de juízes teve em conta alguma prova documental, para os restantes seis arguidos a prova testemunhal foi assumidamente a base da fundamentação apresentada por Ana Peres. Do extenso documento de 1760 páginas, uma parte considerável é dedicada à "convicção" que o tribunal tem quanto à validade dos testemunhos das vítimas e de Carlos Silvino - condenado a 18 anos de prisão -, que acusaram os arguidos.

Para Ana Peres, segundo a própria explica no documento, é essencial para avaliação da prova testemunhal o "como foi dito" para além do "que foi dito" em audiência de julgamento.

Durante o julgamento, L. M., uma das vítimas que acusam Carlos Cruz e que levaram o ex-apresentador a ser condenado por dois crimes de abuso sexual, demonstrou "uma alteração da voz" e falou de uma "forma" que o tribunal interpretou como "dificuldade em relatar os factos", dando credibilidade ao depoimento.

Já no dia da leitura da súmula da sentença, no passado dia 3, a magistrada considerava os testemunhos das vítimas credíveis e espontâneos, assim como o de Carlos Silvino, que confessou grande parte dos crimes e implicou os restantes arguidos no processo.

Ainda relativamente a L. M., afirma que "este jovem apresentou sofrimento no que disse e quando disse demonstrou proximidade com aquele abuso sexual, naquele prédio, na altura que foi e com a pessoa que foi" - Carlos Cruz. Afirmações, ainda para mais, "corroboradas" pelas declarações de Silvino.

Já no que respeita a Carlos Cruz, o discurso é o oposto: "A sua postura em julgamento não mostrou arrependimento", diz o acórdão. "A sua postura foi de negação, mesmo quando confrontado com o discurso das vítimas, cujo depoimento sempre desvalorizou".

Ainda relativamente a outra vítima que acusa o ex-apresentador, J. P., a juíza concluiu que, "para o tribunal, o seu discurso, quando prestava esclarecimentos que iam sendo pedidos, não foi forçado". Isto apesar de o tribunal não ter considerado os factos relatados por esta vítima como provados face a Carlos Cruz.

Depois das acusações feitas pelas defesas dos arguidos de que o colectivo teria uma condenação preconcebida, Ana Peres justifica- -se: "A convicção do julgador não é arbitrária, mas é objectivada até onde pode ser. Isto porque neste processo pelo qual explicamos porque é que chegamos a determinada conclusão, interpretámos determinado gesto, modo de estar, ou de falar, com determinado sentido, há necessariamente uma componente de convicção não inteiramente objectivável

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No rescaldo do Casa Pia Empty "Rede internacional de pedofilia" ainda está activa

Mensagem por Joao Ruiz Seg Nov 22, 2010 9:34 am

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"Rede internacional de pedofilia" ainda está activa

por Lusa
Hoje

No rescaldo do Casa Pia Ng1383713

Francisco Guerra, uma das testemunhas-chave do processo Casa Pia, garante que "está activa em Portugal uma rede internacional de pedofilia que envolve as crianças e os adolescentes da instituição".

A denúncia consta do livro "Uma dor silenciosa", que será lançado no dia 25 deste mês e apresentado pela antiga provedora da Casa Pia de Lisboa Catalina Pestana. No livro, editado pela Leya, Francisco Guerra aponta o dedo a "personalidades do mundo da política, do futebol, empresários e artistas, alguns ainda no activo e outros não, que estão implicados na rede" de pedofilia que, alegadamente, envolve casapianos.

"A rede não foi desmantelada", escreve Francisco Guerra, garantindo que "em lugares-chave da Casa Pia estão funcionários que, dentro de um ou dois anos, activarão mais uma vez este polvo medonho porque, cá fora, estão os pedófilos que nunca foram a tribunal e que continuarão a querer crianças por perversão".

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No rescaldo do Casa Pia Empty Denúncias de rede pedófila comunicadas em Setembro

Mensagem por Joao Ruiz Qua Nov 24, 2010 9:27 am

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Denúncias de rede pedófila comunicadas em Setembro

por LICÍNIO LIMA
Hoje

No rescaldo do Casa Pia Ng1385239

Fontes policiais garantem desconhecer rede internacional a actuar em Portugal.

A Casa Pia de Lisboa (CPL) garantiu ontem em comunicado "desconhecer a existência de qualquer rede organizada de pedofilia a operar dentro da instituição". A entidade informa que já em Setembro enviara para a Procuradoria-geral da República (PGR) as suspeitas referidas no semanário Sol pela antiga provedora Catalina Pestana. Fonte policiais, que ontem detiveram oito indivíduos por posse e partilha de pornografia infantil, garantiram ao DN não haver indícios de que haja em Portugal uma rede internacional de pedofilia.

O assunto volta a adquirir actualidade no seguimento do anúncio do lançamento do livro "Uma dor silenciosa", da autoria Francisco Guerra. Este ex-aluno da CPL conta na primeira pessoa a experiência de abusos sexuais de que foi vítima na instituição de ensino. A dado passo garante que "está activa também em Portugal uma rede internacional de pedofilia que envolve as crianças e os adolescentes da Casa Pia".

Trata-se de uma suspeita já recorrente. Em Outubro de 2007, Catalina Pestana deu uma grande entrevista ao semanário Sol, em que garantia: "Continua a haver abusadores dentro da Casa Pia e redes externas que usam miúdos para abusos sexuais". E acrescentava: "O procurador já abriu um inquérito."

Em Setembro deste ano, a antiga provedora voltou a referir-se ao assunto num artigo de opinião no semanário Sol, onde colabora regularmente. No seguimento, os responsáveis da CPL enviaram uma carta à PGR reiterando "a sua total receptividade no apuramento de eventuais suspeitas". A instituição, no comunicado ontem emitido, refere-se a esta iniciativa, frisando que "é dever ético dos cidadãos denunciar às autoridades quaisquer suspeitas de eventuais casos de abusos de menores".

Também as fontes policiais contactadas pelo DN garantem desconhecer denúncias que possam dar credibilidade ao que escreveu Francisco Guerra, com a chancela de Catalina Pestana no prefácio onde a antiga provedora reitera as afirmações ao Sol, há três anos. Também a PGR, em resposta a um pedido de esclarecimento do DN, informou que nenhum inquérito foi aberto no Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa no seguimento do anúncio do livro, cuja divulgação foi muito mais ampliada graças às alegadas suspeitas.

Álvaro Guerra, presidente da Associação Rede de Cuidadores, entidade fundada também por Catalina Pestana, garantiu ao DN que há pedófilos activos em Portugal, mas disse desconhecer o envolvimento de alunos da Casa Pia. "Admito que possa haver, atendendo ao desinvestimento que se tem registado, mas de que nos têm chegado ecos", frisou.

Para Adelino Granja, antigo aluno da CPL, as declarações de Francisco Guerra não têm credibilidade. "Se soubesse de alguma coisa, teria de denunciar", disse ao DN.

In DN

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Joao Ruiz
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