Vinho do Porto
Página 1 de 1
Vinho do Porto
Vinho do Porto
"É lá da quinta!". A quinta não era dele, mas o nosso jovem diplomata, convencido que isso lhe conferia o "coté" finaço de proprietário rural no Douro, utilizava a quinta da tia como origem do vinho do Porto que oferecia, com orgulho, aos seus convidados, em garrafas sem rótulo, que entendia darem maior genuinidade ao afirmado néctar.
Naquela noite, tinha o seu embaixador para jantar. Apurado "gourmet", o velho diplomata tinha fama de ser um "connoisseur" de vinhos. Os Portos seriam, aliás, a sua grande especialidade, pertencendo até à respetiva confraria.
O jovem anfitrião não resistiu enquanto não passou um cálice do Porto "lá da quinta" ao Embaixador, não se coibindo de adiantar: "O senhor embaixador vai deliciar-se com este Porto!". Fez-se na sala um silêncio ansioso, enquanto o embaixador degustava um trago do Porto "lá da quinta". O velho diplomata rolou com calma o líquido na boca e, para satisfação maior dos donos da casa e informação útil aos restantes convidados, disse: "estupendo!".
Só o empregado português, contratado à hora pelo diplomata, que o embaixador encontrava por todas as receções naquela capital, terá notado que, segundos depois, com a discrição coreográfica que a carreira ensina a quem a sabe aprender, o embaixador pousou na sua bandeja o resto do cálice daquela zurrapa que tentava passar por um Porto "lá da quinta" e optou por um seguro copo de água.
Postado por Francisco Seixas da Costa
"É lá da quinta!". A quinta não era dele, mas o nosso jovem diplomata, convencido que isso lhe conferia o "coté" finaço de proprietário rural no Douro, utilizava a quinta da tia como origem do vinho do Porto que oferecia, com orgulho, aos seus convidados, em garrafas sem rótulo, que entendia darem maior genuinidade ao afirmado néctar.
Naquela noite, tinha o seu embaixador para jantar. Apurado "gourmet", o velho diplomata tinha fama de ser um "connoisseur" de vinhos. Os Portos seriam, aliás, a sua grande especialidade, pertencendo até à respetiva confraria.
O jovem anfitrião não resistiu enquanto não passou um cálice do Porto "lá da quinta" ao Embaixador, não se coibindo de adiantar: "O senhor embaixador vai deliciar-se com este Porto!". Fez-se na sala um silêncio ansioso, enquanto o embaixador degustava um trago do Porto "lá da quinta". O velho diplomata rolou com calma o líquido na boca e, para satisfação maior dos donos da casa e informação útil aos restantes convidados, disse: "estupendo!".
Só o empregado português, contratado à hora pelo diplomata, que o embaixador encontrava por todas as receções naquela capital, terá notado que, segundos depois, com a discrição coreográfica que a carreira ensina a quem a sabe aprender, o embaixador pousou na sua bandeja o resto do cálice daquela zurrapa que tentava passar por um Porto "lá da quinta" e optou por um seguro copo de água.
Postado por Francisco Seixas da Costa
Viriato- Pontos : 16657
Tópicos semelhantes
» Vinho do Porto
» Pudim de vinho do Porto
» Vinhos
» Douro vinhateiro
» O Vinho do Porto nas Invasões Francesas
» Pudim de vinho do Porto
» Vinhos
» Douro vinhateiro
» O Vinho do Porto nas Invasões Francesas
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos