NATO: Portugal não aceita reforma de comandos que ignore contributo do país para a Aliança – ministro da Defesa

por Kllüx Qui Out 14, 2010 11:10 am

NATO: Portugal não aceita reforma de comandos que ignore contributo do país para a Aliança – ministro da Defesa

Bruxelas, 14 out (Lusa) – O ministro da Defesa português reiterou hoje em Bruxelas a convicção de que Oeiras merece figurar na futura estrutura de comandos da NATO, afirmando que Portugal não aceitará uma decisão que ignore o contributo do país para a Aliança.

“Portugal está disponível para construir o consenso, Portugal não está disponível para uma qualquer decisão que significasse não ter em conta o que nós somos na NATO, a natureza da nossa participação na NATO, a nossa história na NATO e o conjunto de características que distinguem e qualificam o comando que a NATO tem hoje em Portugal”, afirmou Augusto Santos Silva.

O ministro, que falava numa conferência de imprensa por ocasião da reunião conjunta de ministros da Defesa e de Negócios Estrangeiros da NATO, preparatória da Cimeira de Lisboa do próximo mês, lembrou que uma reforma da estrutura de comandos só é possível com unanimidade, vincou que essa unanimidade ainda não existe hoje, e reiterou a posição "simples" de Portugal: "nós queremos uma bandeira da NATO num comando da NATO em Portugal".

Indicando que ainda há um longo caminho a percorrer até haver uma decisão sobre a localização geográfica dos comandos da futura estrutura, o que acontecerá apenas em meados no próximo ano, Santos Silva revelou que ainda não há unanimidade sequer sobre o modelo a adotar, tendo apenas havido hoje acordo sobre um “conjunto de tarefas” a desempenhar até uma decisão em junho de 2011.

“Nós só decidimos quando os 28 aliados estão de acordo, e hoje os 28 aliados não estiveram de acordo sobre a estrutura de comando. Estiveram de acordo em mandatar o secretário geral para a realização de tarefas para que decisões geográficas possam ser tomadas até meados do próximo ano”, afirmou.

Rejeitando qualquer pessimismo, e desvalorizando comentários de outros aliados – como o ministro da Defesa italiano, que hoje disse confiar na manutenção do comando de Nápoles em detrimento do de Oeiras -, Santos Silva preferiu realçar a “panóplia de argumentos muito grande” a favor de um comando como aquele que a Aliança tem em Oeiras, entre os quais “o reconhecimento que é devido a Portugal pela participação de Portugal desde sempre na NATO”, enquanto país fundador e com muitas participações em missões.

A concordar com alguém, Santos Silva concorda com o secretário de Estado da Defesa norte-americano, Robert Gates, que, segundo o ministro, disse na reunião de hoje que “nada está decidido até tudo estar decidido”.

“Não poderia estar mais de acordo”, declarou Santos Silva.