Vagueando na Notícia


Participe do fórum, é rápido e fácil

Vagueando na Notícia
Vagueando na Notícia
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Aposto que sabes a resposta

Ir para baixo

Aposto que sabes a resposta Empty Aposto que sabes a resposta

Mensagem por Viriato Dom Out 24, 2010 11:01 am

Aposto que sabes a resposta

O debate político, em todas as democracias desde a primeira, não pode abdicar da espuma dos dias, das parvoíces enfunadas, dos desvarios emocionais, das futilidades da vaidade, da retórica pronta-a-cuspir, das hipocrisias metodológicas – nem das invejas, dos medos, das raivas, das inseguranças, das ignorâncias, das ilusões, das soberbas, da maldade. A luta pelo Poder implica a luta pela riqueza social e material, pelo estatuto, o ideal, a honra, a realização individual e, em variados casos e de variadas formas, a dignidade ou a mera sobrevivência. É a história do mundo, repetindo-se com inevitabilidade igual em todas as épocas e lugares. E a comunicação social, apesar das suas características libertárias, depende de excepções (sempre imprevistas) para correr o risco de ser adubadora e catalisadora de um acrescento de inteligência cívica, escapando ao sensacionalismo e à miopia intelectual. Basta ver que não há um único órgão de comunicação social privado que seja um bastião de independência jornalística; sem favores, simpatias e cumplicidades políticas. Talvez o Público de Vicente Jorge Silva tenha sido isso, ou nisso tenha acreditado como horizonte. Talvez a TSF, numa vocação de serviço público onde a modéstia do meio refreia as tentações, seja o que temos de mais próximo, actualmente. Existem vozes que criaram marcas independentes na política-espectáculo – como Vicente Jorge Silva ou Miguel Sousa Tavares, por exemplo – não existem corpos de profissionais constituídos e chefiados para cultivar a independência como regra e ideal na prática do jornalismo de investigação e reflexão.

Também se pode meter na gaveta esta conversa, admitindo que a esterilidade política e social é impossível e, ainda por cima, nefasta. Cada agente político, até ao átomo do sistema em que consiste o cidadão, está condenado à parcialidade, à distorção, ao erro e, portanto, à injustiça. Emitir uma opinião é apenas dar conta dos limites da informação e do entendimento próprios. A complexidade circundante fica anulada no fragmento com que se abre caminho, defende a propriedade ou alcança a ração.

Sendo assim, e assim é, que processos lógicos e objectivos levam às escolhas e recusas dos eleitores? Que leva a que o PCP, o partido que se propõe dar trabalho, aumento de salários e pensões a toda a gente, não ganhe eleições, sequer seja posto numa posição de ser parceiro governativo? Que leva a que o BE, o partido que se propõe roubar os bancos para dar o dinheiro aos pobres, não ganhe eleições, sequer leve a que se façam manifestações de apoio ao saque prometido? Que leva a que o PSD, o partido que se propõe baixar impostos e encher as pequenas e médias empresas de regalias, não ganhe eleições, sequer se destaque nas sondagens? Que leva a que o CDS, o partido que se propõe colocar um polícia em cada esquina para acabar com a ladroagem ao mesmo tempo que salva a lavoura e os feirantes, não ganhe eleições, seque seja levado a sério pelos adultos? E, claro, que leva a que o PS, o partido que se propõe governar sejam quais forem as condições nacionais e internacionais, continue o preferido dos eleitores, e isto apesar das mais violentas campanhas difamatórias e caluniosas contra um primeiro-ministro de que há memória em Portugal e das pesadas medidas de austeridade?

Publicado por Val
Viriato
Viriato

Pontos : 16657

Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos