Vagueando na Notícia


Participe do fórum, é rápido e fácil

Vagueando na Notícia
Vagueando na Notícia
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Nicolau Santos A vida não é como os analistas pensam

+2
RONALDO ALMEIDA
Vitor mango
6 participantes

Página 2 de 2 Anterior  1, 2

Ir para baixo

Nicolau Santos A vida não é como os analistas pensam - Página 2 Empty Nicolau Santos A vida não é como os analistas pensam

Mensagem por Vitor mango Seg Set 22, 2008 2:51 pm

Relembrando a primeira mensagem :

Nicolau Santos - Nicolau Santos
A vida não é como os analistas pensam

Na sexta-feira da semana passada, a Lehman Brothers, uma sólida e reputada casa financeira com 158 anos de história e quarto maior banco de investimento dos Estados Unidos, por onde qualquer graduado em Harvard desejaria começar a carreira, tinha activos líquidos de 42 mil milhões de dólares. Na segunda-feira desta semana, protagonizava a maior falência de sempre dos Estados Unidos, lançando no desemprego 25 mil trabalhadores altamente qualificados em vários países.

Nessa mesma segunda-feira, o Bank of America comprava por 50 mil milhões de dólares a Merrill Lynch, outra casa financeira histórica - para no dia seguinte, terça-feira, o mundo acordar com o credo na boca face à possível falência da maior seguradora americana, a AIG (American International Group), a quem na quarta-feira a Reserva Federal norte-americana (FED) decidiu pôr a mão por baixo, concedendo-lhe um empréstimo de 85 mil milhões de dólares.

Em vez de acalmar os mercados, a operação ainda os alarmou mais e outros dois históricos bancos de investimento, Goldman Sachs e Morgan Stanley, sofreram quedas recordes nas suas acções de 26% e 44%, crescendo os rumores de que poderão ser as próximas vítimas.

Na quinta-feira foi a vez de o banco inglês Lloyds comprar o seu rival escocês HBOS, que perdeu três quartos do seu valor só este ano e da bolsa russa estar suspensa todo o dia para evitar perdas arrasadoras.

Nesse mesmo dia, os bancos centrais da Europa, Estados Unidos, Japão, Canadá, Inglaterra e Suíça voltaram a injectar liquidez no mercado (o valor já ultrapassava os 200 mil milhões de dólares nos três primeiros dias da semana), mas a instabilidade permanecia elevadíssima.

Na Europa, a preocupação é com a UBS, uma das maiores instituições financeiras do Velho Continente, que já teve de assumir perdas de 30,9 mil milhões de euros por causa da crise do "subprime" e de 212 milhões de euros por causa da falência da Lehman. Nos três primeiros dias da semana, as acções da UBS perderam 33% do seu valor.

Tiremos então algumas conclusões destes dias de verdadeiro horror económico e que vêm na sequência de uma peça que está já há um ano em cena.

1) Não, a crise, financeira e económica, não acabou. Vai haver novas vítimas nos Estados Unidos, nomeadamente entre os bancos de investimento (Morgan Stanley e Goldman Sachs estão na calha), mas também em instituições financeiras regionais e locais.

2) Sim, o que aconteceu levanta a questão de se saber se haverá vida autónoma para os bancos de investimento depois desta crise ou se só continuarão a existir integrados em grandes bancos comerciais.

3) Não, as vítimas não serão apenas nos Estados Unidos. Já houve duas no Reino Unido (Northern Rock e agora o HBOS) e outros bancos europeus vão enfrentar fortes tempestades, porque os "hedge funds", que têm andado entretidos no mercado americano, podem vir a atacar bancos europeus mais vulneráveis. Contudo, o risco de falência da UBS está afastado. A UBS "é" a Suíça - e a Suíça não o deixará falir.

4) Sim, a supervisão bancária nos Estados Unidos falhou redondamente (responsável: Alan Greenspan), ao permitir que os bancos criassem produtos financeiros cada vez mais complexos, de altíssimo risco, com os quais eram alavancados os balanços.

5) Sim, as auditorias internas dos bancos norte-americanos também falharam redondamente, ao permitir que este caminho fosse prosseguido ao longo de anos e anos sem reparos.

6) Sim, os banqueiros são grandes responsáveis por esta crise, ao sancionarem um caminho assente em balanços muitíssimo alavancados nestes produtos, como forma de garantirem chorudos bónus (em 2007, o presidente da Merryll recebeu 10,6 milhões de euros, o da Lehman 3 milhões, o da AIG 2,7 milhões, o da Fannie Mae 1,6 milhões e o da Freddie Mac 1,5 milhões), em detrimento de uma gestão sólida, conservadora e prudente.

6) Não, a vida não é sucessivamente em alta como os analistas pensam. Não acontece com cada um de nós, não acontece com as empresas. Por isso, foram completamente incapazes de prever o colapso da Lehman ou da AIG. Será que depois disto as indicações destes jovens de pouco mais de 20 anos que influenciam tão decisivamente as cotações continuarão a ser aceites acriticamente pelos mercados?

7) Sim, os juros vão aumentar, porque os bancos não confiam nos seus pares e não lhes emprestam dinheiro.

Cool Sim, o sector financeiro vai encolher, mas haverá instituições ainda maiores, o que levanta um problema filosófico: a partir de agora nunca os governos deixarão falir estes grandes grupos por causa do impacto que tal provocaria? É que isso dará dois sinais: que há que crescer a todo o custo, porque é um seguro de vida; e que a irresponsabilidade não será castigada.

9) Sim, esta crise tem por pano de fundo um terramoto ainda maior: uma colossal transferência de riqueza, estimada anualmente em mais de três triliões de dólares, para os países produtores de petróleo e para várias potências emergentes. As ondas de choque da crise financeira serão assim aprofundadas à medida que esta revolução se acentuar e consolidar.

Nicolau Santos
8:00 | Segunda-feira, 22 de Set de 2008, Deixe aqui o seu comentário 5 comentários, 324 visitas
Vitor mango
Vitor mango

Pontos : 118178

Ir para o topo Ir para baixo


Nicolau Santos A vida não é como os analistas pensam - Página 2 Empty Re: Nicolau Santos A vida não é como os analistas pensam

Mensagem por Vitor mango Qua Set 24, 2008 1:50 am

No Brasil todo o pessoal que saiba ler é Doutor tal como era tipico em Coimbra tal tratamento
Só que no Brasil o tratamento pela primeira pessoa é vulgar ao contrario de Portugal que temos que puxar pelo nome de familia e gravata quando somos abordados
No Brasil e na area que conheço Florestal os exames e a materia é Directa e pratica
As humanisticas ocupam um lugar muito secundário na matéria
Ora era exactamente que carregado de uma " cultura " lusitana em que temos que estudar e cheirar o histórico que me colocava varios degraus acima dos Brasileiros
Termos que eles utilizam como Varejo como eles nao teem Oliveiras nem sabiam o que significava
Igualmente o Reco reco feito de bambu que era obrigatório nos sanatório com peste para avisar o pessoal para nao se aproximarem
e isso fazia e faz a diferença
Hoje PORTUGAL no Mundo ja sem a porra das colonias sabemos e somos chamados a cheirar conflitos
porque
Temos e tivemos uma Cultura colonial
Por acaso este termo no Brasil
Como cafe Colonial tem um significado POSITIVO
Vitor mango
Vitor mango

Pontos : 118178

Ir para o topo Ir para baixo

Página 2 de 2 Anterior  1, 2

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos