Uma baleia azul na minha mesa
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Uma baleia azul na minha mesa
Uma baleia azul na minha mesa
A mulher-menina que nasceu na Ilha Azul acendeu o primeiro cigarro não reparando sequer no aviso inscrito no maço – «Fumar mata». O jantar era uma festa e a ementa, não podendo incluir nem alcatra nem alfenim, foi mesmo assim, uma delícia começando com um rolo de carne com espinafres e acabando num fresquíssimo cheese cake. A nuvem de fumo circulava entre nós e criava um espaço de sonho num lugar convencional, um restaurante do Bairro Alto em Lisboa. Era como se de repente estivéssemos num filme e aquele fumo fosse afinal o fumo dos grandes vapores que nos anos cinquenta demandavam a Horta («a mais bela pequena cidade do Mundo» – como diz o poeta) para carregar carvão e adquirir demais aprestos marítimos necessário à navegação do alto mar. A mulher-menina que nasceu na Ilha Azul acendeu o segundo cigarro desprezando de novo os avisos prudentes do maço de tabaco: «Deixar de fumar reduz os riscos de doenças cardiovasculares e pulmonares mortais». E mais; colocou entre nós uma baleia azul que circula entre os pratos, os telemóveis desligados e os talheres. A baleia viaja num isqueiro onde surgem 14 letras – Peter Café Sport. A mulher-menina que nasceu na Ilha Azul acendeu o terceiro cigarro e rejeitou os elogios sobre a sua forma física (não envelhece nem engorda) recorrendo a um conceito inesperado: «Ai eu, por trás Liceu, pela frente Museu!». Não estamos de acordo e a baleia azul, do isqueiro do Peter Café Sport, também não. E o bilhete de identidade, se pudesse falar também não. E o cigarro com mãos ternura que tabaco, também não. Porque esta mulher-menina continua, afinal, no Liceu da Ilha Azul de onde nunca saiu.
Publicado por jcf
A mulher-menina que nasceu na Ilha Azul acendeu o primeiro cigarro não reparando sequer no aviso inscrito no maço – «Fumar mata». O jantar era uma festa e a ementa, não podendo incluir nem alcatra nem alfenim, foi mesmo assim, uma delícia começando com um rolo de carne com espinafres e acabando num fresquíssimo cheese cake. A nuvem de fumo circulava entre nós e criava um espaço de sonho num lugar convencional, um restaurante do Bairro Alto em Lisboa. Era como se de repente estivéssemos num filme e aquele fumo fosse afinal o fumo dos grandes vapores que nos anos cinquenta demandavam a Horta («a mais bela pequena cidade do Mundo» – como diz o poeta) para carregar carvão e adquirir demais aprestos marítimos necessário à navegação do alto mar. A mulher-menina que nasceu na Ilha Azul acendeu o segundo cigarro desprezando de novo os avisos prudentes do maço de tabaco: «Deixar de fumar reduz os riscos de doenças cardiovasculares e pulmonares mortais». E mais; colocou entre nós uma baleia azul que circula entre os pratos, os telemóveis desligados e os talheres. A baleia viaja num isqueiro onde surgem 14 letras – Peter Café Sport. A mulher-menina que nasceu na Ilha Azul acendeu o terceiro cigarro e rejeitou os elogios sobre a sua forma física (não envelhece nem engorda) recorrendo a um conceito inesperado: «Ai eu, por trás Liceu, pela frente Museu!». Não estamos de acordo e a baleia azul, do isqueiro do Peter Café Sport, também não. E o bilhete de identidade, se pudesse falar também não. E o cigarro com mãos ternura que tabaco, também não. Porque esta mulher-menina continua, afinal, no Liceu da Ilha Azul de onde nunca saiu.
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