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Estudo diz que Serviço Nacional de Saúde gratuito tem os dias contados

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Estudo diz que Serviço Nacional de Saúde gratuito tem os dias contados  Empty Estudo diz que Serviço Nacional de Saúde gratuito tem os dias contados

Mensagem por Vitor mango Sáb Dez 04, 2010 6:39 am

Avaliação do Instituto Superior de Economia e Gestão Estudo diz que Serviço Nacional de Saúde gratuito tem os dias contados Estudo diz que Serviço Nacional de Saúde gratuito tem os dias contados  Vazio


04.12.2010 - 11:11 Por Romana Borja-Santos .»

O Serviço Nacional de Saúde gratuito é um mito com os dias contados. Prestar todo o tipo de cuidados de saúde a toda a gente leva à "degradação do sistema de saúde" e é "insustentável". Ou o actual modelo de financiamento é reformado, ou até 2020 Portugal fará com que o SNS como o conhecemos morra por si próprio.

Estudo diz que Serviço Nacional de Saúde gratuito tem os dias contados  320662?tp=UH&db=IMAGENS&w=350 Estudo diz que a saúde tornou-se insustentável em Portugal (Rui Gaudêncio (arquivo))




Estas são algumas das conclusões do estudo Sustentabilidade e Competitividade na Saúde em Portugal, realizado pelo Instituto Superior de Economia e Gestão para a Health Cluster Portugal, ontem apresentado em Lisboa.

Augusto Mateus, coordenador do estudo encomendado pela associação que representa mais de 100 parceiros e que pretende promover a competitividade na saúde, explicou que o sector pode e deve contribuir para criar riqueza, mas defendeu que "Portugal em matéria de saúde entrou num ideal manifestamente insustentável" com a despesa pública a "atingir patamares de terreno desproporcionados", correndo agora o "risco de chegar a 2010 com o SNS destruído".

Como saídas para a actual situação, o documento sugere que Portugal invista de forma clara e sustentada na inovação e desenvolvimento, o que passa por colocar todos os profissionais de saúde, instituições e empresas em sintonia e por "internacionalizar" o cluster. E critica a instabilidade da política do medicamento, lembrando que "sem medicamentos inovadores não há medicamentos genéricos". Presente apenas no início da sessão, a ministra da Saúde destacou que o próximo Plano Nacional de Saúde, que arranca em 2011, já prevê uma aposta clara numa agenda de investigação em saúde.

As propostas-chave foram bem acolhidas, mas o economista especialista em saúde Pedro Pita Barros criticou o facto de a maioria delas assentarem na iniciativa pública. Já Manuel Antunes, dos Hospitais da Universidade de Coimbra, defendeu que é preciso apostar numa reeducação da classe médica, com destaque para as boas práticas. "Os médicos sempre foram educados a dar o melhor ao doente, pressupondo-se que o que é mais caro é melhor. (...) Mas não se pode comer sempre lagosta ao jantar", ilustrou.

Augusto Mateus, também antigo ministro da Economia do Governo de António Guterres, sugeriu ainda que os pagamentos passem a ser feitos em função de resultados pretendidos e que haja uma verdadeira articulação entre os sectores público, privado e social. "Não se pode pensar que prolongar a vida por um minuto vale qualquer preço", explicou ao PÚBLICO Augusto Mateus, que defende que o financiamento do sistema de saúde seja feito de forma plurianual e em função das necessidades da população. O responsável lembrou também que o actual sistema já não é gratuito e poderá encarecer ainda mais, se continuar a haver abusos, como acontece com as demasiadas idas a urgências hospitalares - o que passa por "exercer pedagogia junto do cidadão", o que para o presidente da Health Cluster Portugal, Luís Portela, pode implicar cobrar mais pelos usos indevidos e por fechar serviços, à semelhança do que fez o ex-ministro Correia de Campos, já que "não é possível ter qualidade em todo o lado".

"Não há caminho que não o da reforma. O Estado deve querer que os portugueses tenham acesso a cuidados de saúde e não ter três hospitais separados por 30 quilómetros. O que é preciso é que ninguém fique de fora por não ter recursos financeiros", exemplificou Augusto Mateus. E acrescentou: "O Estado tem um enorme papel de regulação. Deve ser prestador de cuidados apenas naquilo em que é insubstituível. Se usasse as Misericórdias e os novos investimentos privados em articulação com o sistema público, teria mais sucesso." Como saídas, o estudo aponta três: uma primeira - que condena - passa por manter a subida dos custos para convergir com outros países, o que atiraria a despesa em saúde em percentagem da despesa total de 15 por cento em 2008 para quase 24 em 2020. O segundo caminho - que rejeita - centra-se no congelamento em prejuízo dos cuidados prestados e permitiria que em 2020 o valor baixasse para pouco mais de 12 por cento. O terceiro e último caminho - que considera ser a porta - passa por um aumento moderado, mudando-se práticas e apostando-se em resultados de relevo, o que faria a despesa praticamente manter-se.
Vitor mango
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