Santos&Pecadores
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O Ministro da Defesa Nacional foi a Belém, nesta terça-feita, para uma audiência com o Presidente da República. Como tem o cuidado de precisar o jornalista do Público, Santos Silva entrou à hora prevista, 16h30, e saiu antes das 17h da audiência com Cavaco Silva.
Estamos, portanto, a falar de 29 minutos, no máximo. A estes temos de subtrair aqueles que demora a chegar da entrada até à sala de reunião. Como não faço a menor ideia do que estou para aqui a dizer, isso garante-me que são 3 minutos entre um ponto e outro numa passada com sentido de Estado; ou seja, 6 para o regresso. Ficamos com 23 minutos. A estes temos de subtrair aqueles que resultam dos cumprimentos dados a diferentes elementos da Casa Civil que recebem as visitas com protocolo pimpão e salamaleques ordinários. Contando alguma inevitável conversa de circunstância, tenho também a cronométrica certeza de que foram gastos uns valentes 5 minutos para lá, mais uns 5 para cá. Porque as coisas que se dizem antes das reuniões são sempre diferentes daquelas que se dizem depois. E porque há recados para dar e receber, a política real faz-se de segredinhos. Ficamos com 13 minutos. Agora já temos o malandro na sala, esperando Sua Excelência. Nisto, entra a Adelaide (desconheço quem seja e tenho sérias dúvidas que a sua situação laboral esteja conforme), perguntando se Sua Também Excelência quer um cafezinho ou uma bolachinha ou mesmo um comprimidozinho para a dor de cabeça. Que não, que tal, que pois, e como é que a senhora tem passado, e os filhos, e os netos, e as doenças, e, olha, já se foram mais 5 minutos. Restam 8. O Ministro da Defesa prepara-se para o ataque presidencial. Respira fundo e deixa que o olhar se perca pelo jardim, ficando de pé junto a uma das janelas. Como sempre lhe acontece naquele espaço donde contempla o Tejo, imagina uma Lisboa quinhentista, azáfama de caravelas, dons e donas galantes, peixeiras roliças e atrevidas. Voa o tempo nesses voos da saudade alucinada; 7 oníricos minutos, para sermos exactos. Falta só 1, it’s the final countdown. Esta demora tem algo de estranho, o Presidente nunca excede os 5 minutos da praxe. Santos mira o relógio. O singular minuto está agora transformado numa multiplicidade de segundos em risco de extinção. Quando faltam só 10 segundos para esta história perder o pouco sentido que tem, eis que o Altíssimo Magistrado assoma à beira da porta e diz ao Ministro: Olhe, deixe aí na mesa a papelada que eu depois vejo. Se precisar de ajuda para encontrar a saída, chame a Adelaide. E abala sem dar mais cavaco.
Irreal este relato? Irreal é a desmiolada tentativa de limpar a vergonha dos discursos de vitória do Aníbal com um bode expiatório. Os carolas que despejaram as notícias de que o alvo era Santos Silva nem se lembram do que foi berrado naquela desgraçada noite:
Não é tempo de recordar a forma como os meus adversários tentaram denegrir a minha dignidade. Foram cinco contra um!
Repare-se que Cavaco incluiu Nobre na sua fúria justiceira, o mesmo Nobre que fez questão de se demarcar dos ataques pessoais e das referências ao BPN. Cegueira total do homem e da sua equipa, a qual lhe alimenta, ou não diminui, a megalomania e as distorções paranóicas. Espasmo de ódio só possível em quem se sente derrotado, devorado pelo medo. E este acaba por ser o maior pecado do Cavaquismo, com tão prolongadas consequências na direita ainda sem conseguir encontrar um projecto alternativo: uma telúrica, colossal, estupidez.
Valupi
O Ministro da Defesa Nacional foi a Belém, nesta terça-feita, para uma audiência com o Presidente da República. Como tem o cuidado de precisar o jornalista do Público, Santos Silva entrou à hora prevista, 16h30, e saiu antes das 17h da audiência com Cavaco Silva.
Estamos, portanto, a falar de 29 minutos, no máximo. A estes temos de subtrair aqueles que demora a chegar da entrada até à sala de reunião. Como não faço a menor ideia do que estou para aqui a dizer, isso garante-me que são 3 minutos entre um ponto e outro numa passada com sentido de Estado; ou seja, 6 para o regresso. Ficamos com 23 minutos. A estes temos de subtrair aqueles que resultam dos cumprimentos dados a diferentes elementos da Casa Civil que recebem as visitas com protocolo pimpão e salamaleques ordinários. Contando alguma inevitável conversa de circunstância, tenho também a cronométrica certeza de que foram gastos uns valentes 5 minutos para lá, mais uns 5 para cá. Porque as coisas que se dizem antes das reuniões são sempre diferentes daquelas que se dizem depois. E porque há recados para dar e receber, a política real faz-se de segredinhos. Ficamos com 13 minutos. Agora já temos o malandro na sala, esperando Sua Excelência. Nisto, entra a Adelaide (desconheço quem seja e tenho sérias dúvidas que a sua situação laboral esteja conforme), perguntando se Sua Também Excelência quer um cafezinho ou uma bolachinha ou mesmo um comprimidozinho para a dor de cabeça. Que não, que tal, que pois, e como é que a senhora tem passado, e os filhos, e os netos, e as doenças, e, olha, já se foram mais 5 minutos. Restam 8. O Ministro da Defesa prepara-se para o ataque presidencial. Respira fundo e deixa que o olhar se perca pelo jardim, ficando de pé junto a uma das janelas. Como sempre lhe acontece naquele espaço donde contempla o Tejo, imagina uma Lisboa quinhentista, azáfama de caravelas, dons e donas galantes, peixeiras roliças e atrevidas. Voa o tempo nesses voos da saudade alucinada; 7 oníricos minutos, para sermos exactos. Falta só 1, it’s the final countdown. Esta demora tem algo de estranho, o Presidente nunca excede os 5 minutos da praxe. Santos mira o relógio. O singular minuto está agora transformado numa multiplicidade de segundos em risco de extinção. Quando faltam só 10 segundos para esta história perder o pouco sentido que tem, eis que o Altíssimo Magistrado assoma à beira da porta e diz ao Ministro: Olhe, deixe aí na mesa a papelada que eu depois vejo. Se precisar de ajuda para encontrar a saída, chame a Adelaide. E abala sem dar mais cavaco.
Irreal este relato? Irreal é a desmiolada tentativa de limpar a vergonha dos discursos de vitória do Aníbal com um bode expiatório. Os carolas que despejaram as notícias de que o alvo era Santos Silva nem se lembram do que foi berrado naquela desgraçada noite:
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