A crise, a política dos EUA e os reflexos em Portugal
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A crise, a política dos EUA e os reflexos em Portugal
A crise, a política dos EUA e os reflexos em Portugal
Editorial do DN de hoje
O acordo político alcançado em Washington para sanear a crise financeira nos EUA caiu nas malhas da mais rasteira politiquice. Na Câmara dos Representantes, a câmara baixa do Congresso norte-americano, 67% dos republicanos juntaram os seus votos negativos a 40% dos seus colegas democratas, chumbando o plano Paulson, mesmo com todas as revisões nele incorporadas ao fim de uma maratona negocial com os líderes parlamentares de ambos partidos, que subestimaram a pulsão populista e a ambição pessoal de serem reeleitos, já que dentro de 35 dias todos vão a votos. E as sondagens (bem como as entrevistas de rua das televisões) faziam-se eco de uma grande rejeição popular ao plano, visto como usando o dinheiro de todos para salvar a pele dos magnatas de Wall Street, os verdadeiros responsáveis pela enorme crise na qual o país mergulhou.
O que o povo anónimo (na repetidamente invocada Main Street) não parece querer reconhecer é o facto inelutável de ser ele quem sofrerá muitíssimo mais se a bola de neve das falências na banca não for parada quanto antes. Pagará duramente em desemprego a crescer, em salários a descer, em poupanças perdidas nos fundos de investimento, em hipotecas executadas.
O ataque a uma crise de grandes dimensões nunca se confina ao estrito foro das soluções técnicas, não pode passar ao lado da formação de uma vontade política majoritária. O contexto de uma renhida campanha eleitoral para a Presidência e para o Congresso dos EUA é o menos favorável à construção de um tal consenso. Mais e mais concessões, para eleitor ver, vão continuar a ser pedidas para comprar cada voto "sim". Mas, entretanto, a tendência recessiva aprofunda-se.
Até agora, Portugal foi poupado a episódios de ruptura no sistema financeiro. Mas a crise já entrou cá através da travagem do crescimento económico. Na última informação do andamento das finanças públicas, que acaba de ser enviada a Bruxelas, o Governo português reafirma a meta de 2,2% do PIB de défice público para 2008. Mas o valor ajustado do produto interno bruto, que usa, representa o reconhecimento que, em termos reais, o crescimento da economia este ano se ficará por 0,9% a 1%. Este corte para metade da projecção inicial, constante do Orçamento do Estado para 2009, representa uma travagem de dois mil milhões de euros de crescimento real que acabou por não se dar.
Com a Espanha, a Alemanha, o Reino Unido, a Itália e a Irlanda à beira da recessão (se é que não estão já), uma pequena economia aberta, como a nossa, não pode passar ao lado de uma travagem tão súbita e brutal. E o próximo OE para 2009 tem a difícil responsabilidade de propor um caminho mobilizador, mas também realista, num ano em que a envolvente económica será com grande probabilidade ainda pior do que a deste ano.
Editorial do DN de hoje
O acordo político alcançado em Washington para sanear a crise financeira nos EUA caiu nas malhas da mais rasteira politiquice. Na Câmara dos Representantes, a câmara baixa do Congresso norte-americano, 67% dos republicanos juntaram os seus votos negativos a 40% dos seus colegas democratas, chumbando o plano Paulson, mesmo com todas as revisões nele incorporadas ao fim de uma maratona negocial com os líderes parlamentares de ambos partidos, que subestimaram a pulsão populista e a ambição pessoal de serem reeleitos, já que dentro de 35 dias todos vão a votos. E as sondagens (bem como as entrevistas de rua das televisões) faziam-se eco de uma grande rejeição popular ao plano, visto como usando o dinheiro de todos para salvar a pele dos magnatas de Wall Street, os verdadeiros responsáveis pela enorme crise na qual o país mergulhou.
O que o povo anónimo (na repetidamente invocada Main Street) não parece querer reconhecer é o facto inelutável de ser ele quem sofrerá muitíssimo mais se a bola de neve das falências na banca não for parada quanto antes. Pagará duramente em desemprego a crescer, em salários a descer, em poupanças perdidas nos fundos de investimento, em hipotecas executadas.
O ataque a uma crise de grandes dimensões nunca se confina ao estrito foro das soluções técnicas, não pode passar ao lado da formação de uma vontade política majoritária. O contexto de uma renhida campanha eleitoral para a Presidência e para o Congresso dos EUA é o menos favorável à construção de um tal consenso. Mais e mais concessões, para eleitor ver, vão continuar a ser pedidas para comprar cada voto "sim". Mas, entretanto, a tendência recessiva aprofunda-se.
Até agora, Portugal foi poupado a episódios de ruptura no sistema financeiro. Mas a crise já entrou cá através da travagem do crescimento económico. Na última informação do andamento das finanças públicas, que acaba de ser enviada a Bruxelas, o Governo português reafirma a meta de 2,2% do PIB de défice público para 2008. Mas o valor ajustado do produto interno bruto, que usa, representa o reconhecimento que, em termos reais, o crescimento da economia este ano se ficará por 0,9% a 1%. Este corte para metade da projecção inicial, constante do Orçamento do Estado para 2009, representa uma travagem de dois mil milhões de euros de crescimento real que acabou por não se dar.
Com a Espanha, a Alemanha, o Reino Unido, a Itália e a Irlanda à beira da recessão (se é que não estão já), uma pequena economia aberta, como a nossa, não pode passar ao lado de uma travagem tão súbita e brutal. E o próximo OE para 2009 tem a difícil responsabilidade de propor um caminho mobilizador, mas também realista, num ano em que a envolvente económica será com grande probabilidade ainda pior do que a deste ano.
O dedo na ferida- Pontos : 0
Re: A crise, a política dos EUA e os reflexos em Portugal
Se acreditas nisso esmais BRONCO, do que eu pensava!!! POR ISSO que nunca foste NADA!!!!! Para alem de um funcionariozito!!
RONALDO ALMEIDA- Pontos : 10367
Re: A crise, a política dos EUA e os reflexos em Portugal
RONALDO ALMEIDA escreveu:Se acreditas nisso esmais BRONCO, do que eu pensava!!! POR ISSO que nunca foste NADA!!!!! Para alem de um funcionariozito!!
O senhor Ronaldo já devia saber há muito o meu pensamento sobre as suas pobres observações. Qualquer "funcionariozito" tem um estatuto ético e moral 1000 vezes superior a um proxeneta. Por isso talvez seja melhor não ir por aí, a classificar as pessoas pelas suas actividades. Capiche??
O dedo na ferida- Pontos : 0
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