in Combustoes O cosmopolitismo de Benghazi
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in Combustoes O cosmopolitismo de Benghazi
O cosmopolitismo de Benghazi
Os
especialistas reúnem mil argumentos para abrir portas à secessão da
Cirenaica. Afirmam a pés juntos que Benghazi é ... um centro
cosmopolita. Ora, pelo que me é dado ver pelas imagens das tv's, aquilo -
a Líbia toda, da Cirenaica à Tripolitânia - parece-se com uma imensa
costa da Caparica, dos abarracamentos aos restaurantes de cadeira de
plástico, povoada por gente que pouco difere daquela que podemos
encontrar na Feira do Relógio. O único momento cosmopolita na história
de Benghazi parece coincidir com passagem de Montgomery e Rommel por tão
arenosas, poeirentas e lunares paragens. As pessoas pelam-se por
mentiras e quanto mais atrevidas, melhor. A Líbia, como a Argélia e a
Tunísia, pararam no tempo no dia em que se procamaram "livres" e
"independentes". O resto é paternalismo, preconceito, mito e tabú. Só a
estupidez, o medo de se dizer a verdade ou a pulsãozinha neo-colonial
-aquela que rouba mas não se sacrifica - podem encarar tais "Estados"
como entidades dignas do respeito e consideração !
especialistas reúnem mil argumentos para abrir portas à secessão da
Cirenaica. Afirmam a pés juntos que Benghazi é ... um centro
cosmopolita. Ora, pelo que me é dado ver pelas imagens das tv's, aquilo -
a Líbia toda, da Cirenaica à Tripolitânia - parece-se com uma imensa
costa da Caparica, dos abarracamentos aos restaurantes de cadeira de
plástico, povoada por gente que pouco difere daquela que podemos
encontrar na Feira do Relógio. O único momento cosmopolita na história
de Benghazi parece coincidir com passagem de Montgomery e Rommel por tão
arenosas, poeirentas e lunares paragens. As pessoas pelam-se por
mentiras e quanto mais atrevidas, melhor. A Líbia, como a Argélia e a
Tunísia, pararam no tempo no dia em que se procamaram "livres" e
"independentes". O resto é paternalismo, preconceito, mito e tabú. Só a
estupidez, o medo de se dizer a verdade ou a pulsãozinha neo-colonial
-aquela que rouba mas não se sacrifica - podem encarar tais "Estados"
como entidades dignas do respeito e consideração !
Publicada por
Combustões
em
7.3.11
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_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118178
Re: in Combustoes O cosmopolitismo de Benghazi
A Líbia, como a Argélia e a
Tunísia, pararam no tempo no dia em que se procamaram "livres" e
"independentes". O resto é paternalismo, preconceito, mito e tabú. Só a
estupidez, o medo de se dizer a verdade ou a pulsãozinha neo-colonial
-aquela que rouba mas não se sacrifica - podem encarar tais "Estados"
como entidades dignas do respeito e consideração !
_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118178
Re: in Combustoes O cosmopolitismo de Benghazi
De certa forma penso que essa linha de analise está tão correta como aquela por ai tantas vezes publicitada de que "isto está pior que no tempo de Salazar".
Ora bem, conheço a realidade da Tunisia e da Libia, mais a da Libia onde trabalhei á uns bons anos no levantamento geologico daquilo que ficou conhecido pelo ( Man Made River 1) ou seja, aquele canal subterraneo que tem qualquer coisa como 1050 km de comprimento.
Nessa altura era visivel que as liberdades tal como as conhecemos depois de Abril, eram uma simples miragem no deserto. Aliás nem sequer se punha a questão de discutir esse aspecto numa sociedade de natureza tribal que tinha acabado de sair do sistema clonialista havia menos de duas decadas.
Por outro lado Kadafi estava a esse tempo empenhado verdadeiramente na transição dessa sociedade tribal para algo diferente que não era o sistema ocidental mas tambem não era uma ditadura, seria assim como uma situação de "status quo" onde ninguem pagava impostos,escola, saude habitação e outros, mas que tambem e por essa razão, não criticava os já então indicios de abusos de poder. Abusos esses não por parte de Kadafi, mas de um sistema que ao nomear os clans da tribo dominante acabava por não ter em consideração os direitos das outras tribos.
E é essa a realidade daquilo que se passa hoje, a tribo instalada no poder, ao longo dos anos, e com a conivencia dos paises ocidentais que aí compravam combustiveis e faziam grandes negocios, ia ignorando o crescente desemprego dos jovens que grassava de forma quase crónica nessas outras tribos, uma vez que tudo aquilo que tinha a ver com o grande empregador "estado" estava destinado a essa outra tribo dominante.
E assim chegamos á crise internacional, e essa camada jovem dos vários paises da região e do mundo, cada vez mais educada, debatia-se com o problema do primeiro emprego, que cada vez mais não passava de uma miragem. Juntando a isso o facto de a globalização dos meios de comunicação terem ficado quase incontroláveis ás vontades dos dirigentes, levou a que pequenos focos de descontentamento na Tunisia tivessem tido repercussões por todo lado, onde como é evidente a Libia, Egipto; Bahrein e muitos outros que se seguirão se enquadram.
Para além deste fenomeno natural cujas consequencias ainda estão longe de ser entendidas, temos ainda que acrescentar os movimentos dos bastidores das varias potencias ocidentais, tentando como é obvio, situarem-se numa plataforma onde possam fazer parte do futuro (?) dessas nações agora em tormoil de forma a continuarem a " zelar" pelos seus interesses.
Assim chegamos a esta encruzilhada onde ninguem, pese o facto de o Professor Marcelo e Pacheco Pereira, já saberem o que se passará no futuro, mais ninguem ter a certeza para onde caminham estas sociedades.
Portanto, partindo deste ponto de vista refuto totalmente aquilo que diz o autor desse artigo que o Mango transcreveu, por se tratar de una analise simplista, tendenciosa e redutora de uma realidade ainda pouco objectiva.
Ora bem, conheço a realidade da Tunisia e da Libia, mais a da Libia onde trabalhei á uns bons anos no levantamento geologico daquilo que ficou conhecido pelo ( Man Made River 1) ou seja, aquele canal subterraneo que tem qualquer coisa como 1050 km de comprimento.
Nessa altura era visivel que as liberdades tal como as conhecemos depois de Abril, eram uma simples miragem no deserto. Aliás nem sequer se punha a questão de discutir esse aspecto numa sociedade de natureza tribal que tinha acabado de sair do sistema clonialista havia menos de duas decadas.
Por outro lado Kadafi estava a esse tempo empenhado verdadeiramente na transição dessa sociedade tribal para algo diferente que não era o sistema ocidental mas tambem não era uma ditadura, seria assim como uma situação de "status quo" onde ninguem pagava impostos,escola, saude habitação e outros, mas que tambem e por essa razão, não criticava os já então indicios de abusos de poder. Abusos esses não por parte de Kadafi, mas de um sistema que ao nomear os clans da tribo dominante acabava por não ter em consideração os direitos das outras tribos.
E é essa a realidade daquilo que se passa hoje, a tribo instalada no poder, ao longo dos anos, e com a conivencia dos paises ocidentais que aí compravam combustiveis e faziam grandes negocios, ia ignorando o crescente desemprego dos jovens que grassava de forma quase crónica nessas outras tribos, uma vez que tudo aquilo que tinha a ver com o grande empregador "estado" estava destinado a essa outra tribo dominante.
E assim chegamos á crise internacional, e essa camada jovem dos vários paises da região e do mundo, cada vez mais educada, debatia-se com o problema do primeiro emprego, que cada vez mais não passava de uma miragem. Juntando a isso o facto de a globalização dos meios de comunicação terem ficado quase incontroláveis ás vontades dos dirigentes, levou a que pequenos focos de descontentamento na Tunisia tivessem tido repercussões por todo lado, onde como é evidente a Libia, Egipto; Bahrein e muitos outros que se seguirão se enquadram.
Para além deste fenomeno natural cujas consequencias ainda estão longe de ser entendidas, temos ainda que acrescentar os movimentos dos bastidores das varias potencias ocidentais, tentando como é obvio, situarem-se numa plataforma onde possam fazer parte do futuro (?) dessas nações agora em tormoil de forma a continuarem a " zelar" pelos seus interesses.
Assim chegamos a esta encruzilhada onde ninguem, pese o facto de o Professor Marcelo e Pacheco Pereira, já saberem o que se passará no futuro, mais ninguem ter a certeza para onde caminham estas sociedades.
Portanto, partindo deste ponto de vista refuto totalmente aquilo que diz o autor desse artigo que o Mango transcreveu, por se tratar de una analise simplista, tendenciosa e redutora de uma realidade ainda pouco objectiva.
jpsatanaz- Pontos : 221
Re: in Combustoes O cosmopolitismo de Benghazi
»»»»»»»»»»A Líbia, como a Argélia e a
, Tunísia pararam no tempo no dia em que se procamaram "livres" e
"independentes". O resto é paternalismo, preconceito, mito e tabú. Só a
estupidez, o medo de se dizer a verdade ou a pulsãozinha neo-colonial
-aquela que rouba mas não se sacrifica - podem encarar tais "Estados"
como entidades dignas do respeito e consideração !»»»»»»»»»»»»»»
Se analisarmos esta frase a vermelho, concluiremos que o seu autor na realidade parte de um principio de pensamento neo-colonialismo nessa afirmação e depois remata com paternalismos e outros adjectivos para tentar dar cor a realidade do seu pensamento.
Ou seja, aquilo naqueles paises era um paraiso terrestre antes de se "proclamarem livres" e "independentes".
, Tunísia pararam no tempo no dia em que se procamaram "livres" e
"independentes". O resto é paternalismo, preconceito, mito e tabú. Só a
estupidez, o medo de se dizer a verdade ou a pulsãozinha neo-colonial
-aquela que rouba mas não se sacrifica - podem encarar tais "Estados"
como entidades dignas do respeito e consideração !»»»»»»»»»»»»»»
Se analisarmos esta frase a vermelho, concluiremos que o seu autor na realidade parte de um principio de pensamento neo-colonialismo nessa afirmação e depois remata com paternalismos e outros adjectivos para tentar dar cor a realidade do seu pensamento.
Ou seja, aquilo naqueles paises era um paraiso terrestre antes de se "proclamarem livres" e "independentes".
jpsatanaz- Pontos : 221
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