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Mário Soares, ex-Presidente da República e ex-primeiro-ministro, acredita que só Cavaco Silva pode evitar que a crise política agrave a crise financeira do país e pede ao Presidente que intervenha na contenda entre PS e PSD para “impedir uma catástrofe”

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Mensagem por Vitor mango Ter Mar 22, 2011 2:16 am



Mário Soares, ex-Presidente da República e ex-primeiro-ministro, acredita que só Cavaco Silva pode evitar que a crise política agrave a crise financeira do país e pede ao Presidente que intervenha na contenda entre PS e PSD para “impedir uma catástrofe”.

(Daniel Rocha (arquivo))

“No meu modesto entender, só uma pessoa, neste momento, tem possibilidade de intervir, ser ouvido e impedir a catástrofe anunciada: o senhor Presidente da República”, escreve Mário Soares no seu artigo de opinião semanal no Diário de Notícias, acrescentando que Cavaco, no seu entender, tem ainda um ou dois dias para intervir, invocando o conhecimento que o Presidente tem da realidade europeia e a sua formação em Economia.

"Não pode – nem deve – sacudir a água do capote e deixar correr. Como se não pudesse intervir no Parlamento – enviando uma mensagem ou chamando os partidos a Belém – quando estão em jogo, talvez como nunca ‘os superiores interesses nacionais’”, acrescenta, avisando que se Cavaco não intervir, essa situação “ficará a pesar-lhe”.


e sobre este artigo

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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
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Vitor mango
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Mensagem por Joao Ruiz Ter Mar 22, 2011 7:13 am

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Se Cavaco não intervier?!

Com que cara, se foi o primeiro a contribuir para esta crise, com o seu discurso de posse?

Às tantas, até ajuda mais caladinho...


Embarassed

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Amigos?Longe! Inimigos? O mais perto possível!
Joao Ruiz
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Mensagem por Vagueante Ter Mar 22, 2011 11:39 am

A crise política mais estúpida de sempre
22 Março2011 | 11:07
Pedro Santos Guerreiro - psg@negocios.pt

Conhece a expressão "morrer na praia"? Esqueça. Portugal chegou à praia, viu lá um poço e atirou-se.
Os donos da praia, que tinham o posto de S.O.S em alerta, nem querem acreditar nos seus olhos. Em vez da maca para doentes, atiramo-nos para a cama de pregos dos faquires. Estas eleições não são um suicídio, são um homicídio.

Estamos nisto desde Outubro, escapámos por um triz à entrada do FMI em Novembro, o BCE e a Comissão Europeia emprestaram-nos dinheiro e tolerância para ganharmos tempo e entrarmos já na nova forma de ajuda externa, menos intrusiva e cara do que a grega e irlandesa. E Portugal, depois de cinco meses de resistência, de negociação e de ajudas, chega à véspera da Cimeira Europeia e fica sem Governo. Na véspera! É inacreditável, é lamentável, é irresponsável. Salve Luís Amado, o dissonante, o esclarecido, o isolado, que em Bruxelas, Frankfurt e Berlim conhece o sabor do pão que o diabo tantas vezes amassa.

Desde que tomou posse que este Governo está a prazo. Por isso Sócrates constituiu um Executivo manso, por isso negou evidências, por isso faz jogos de palavras com uma notável capacidade de esquecer o que disse antes que faz de qualquer amnésico um homem sempre actualizado. Mas é este o Governo que está eleito pelos portugueses, é a este Governo que tem de cumprir a função de governar.

Estas eleições são um crime porque acontecem no pior dia possível, ameaçando o sucesso da própria cimeira do euro que nos ia acudir. Estas eleições são um crime porque Portugal tem até Junho dez mil milhões de euros para pedir emprestados, porque a banca está em stress, porque as empresas públicas estão a ficar sem dinheiro. Estas eleições são um crime porque vão produzir meses de foguetório político para eventualmente chegar a minorias e inviabilidade negocial entre PS e PSD. Estas eleições são um crime porque são contra o interesse nacional, contra os portugueses, contra a sensatez. Se é crime, há culpado e não é preciso jogar Cluedo: Sócrates foi o primeiro responsável por esta crise política, como admitiu ontem Luís Amado, fosse por calculismo político ou por cegueira não ensaiada. Passos Coelho podia ter evitado a crise, se engolisse outro elefante, e pode mesmo perder nestas eleições o que ganharia noutras daqui a mais tempo. Ou seja: depois da ajuda externa que ainda não chegou mas já partiu.

Portugal está mentalizado para eleições, mas não está preparado para eleições. Só um milagre de último minuto pode evitá-las. Sim, um milagre, porque estão cruzadas as únicas duas mãos humanas mandatadas para travar esta imolação política regada com gasolina da demência. Cavaco Silva é Presidente da República. É sua função zelar pelo regular funcionamento das instituições. Talvez o Presidente ainda nos surpreenda. Talvez nos mostre que as suas palavras na tomada de posse não eram vistosos invólucros de pólvora seca. A impotência não é uma função, é uma resignação.

Vamos para a sétima eleição antecipada desde 1979. Os países estáveis têm eleições de quatro em quatro anos, Portugal tem uma eleição antecipada de quatro anos e meio em quatro anos e meio. Ninguém se governa assim. Entretanto, há um PEC IV, que tem de ser mais do que o PEC que fica entre o III e o V. Caro Eng.º Sócrates, governe; caro Professor Cavaco, presida. De outra forma, não somos apenas nós que não merecemos ir a eleições, são os senhores que não merecem ser eleitos.

Quem diz que a economia dominou a política não conhece Portugal.


psg@negoci


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Mensagem por Vagueante Ter Mar 22, 2011 11:46 am

Tudo em aberto
21 Março2011 | 11:59
Manuela Arcanjo

Manuela Arcanjo
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Portugal, descobriu-se, está em crise total: económica, financeira, social e política.
Diria que nada é verdadeiramente novo mas a sucessão de acontecimentos recentes veio suscitar muitas interrogações e tentativas de interpretação sobre a saída da crise política.

Permito-me recuar ao discurso da tomada de posse do Presidente da República (PR): finalmente percebeu-se o que significava "magistratura activa": criticar o Governo - está no seu direito - mas seleccionar, ou omitir, os factos que lhe interessam. A crise económica e financeira tem diversas determinantes, para além da governação mais recente: a crise europeia, as fragilidades estruturais da economia portuguesa e a nossa reconhecida incapacidade de disciplinar as finanças públicas. Claro que entendo que o PR não poderia recordar as trapalhadas orçamentais dos seus governos, mas omitir aquelas determinantes foi um acto deliberado com uma clara falta de isenção.

Mas eis que de repente surge, da forma mais trapalhona, a apresentação pelo Ministro das Finanças (MF) em conferência de imprensa de um novo pacote de austeridade enquanto que as imagens televisivas mostravam um muito sorridente primeiro-ministro (PM) na Cimeira da Zona Euro. A partir daqui temos assistido a informação e contra-informação que não nos ajuda a clarificar as ideias, e pior, a situação.

O que é que já sabíamos? O OE para 2011 assentava num cenário macroeconómico optimista, deveríamos apresentar em Abril a revisão do Programa de Estabilidade e Crescimento, temos estado a obter financiamento a taxas insustentáveis, o BCE iria deixar de adquirir títulos da dívida portuguesa no mercado secundário para se centrar no controlo da inflação, as medidas de austeridade prosseguiriam para 2012-2013 e estava em discussão (lenta, muito lenta) uma flexibilização do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) de modo a responder a problemas de liquidez mantendo-se o modelo de resgate (com o FMI) para problemas de insolvência.

Não sabemos o que foi discutido na Cimeira em relação a Portugal, não conhecemos as conclusões da equipa da CE e do BCE que esteve em Lisboa, não sabemos de forma clara as condições de acesso ao flexibilizado FEEF.

Sabemos, no entanto, que o PSD (menos o seu líder) tem pressa em chegar ao Governo, que o pequeno (mas útil) CDS já tem uma estrutura ministerial e sabemos que ambos esperavam um momento especial. E percebemos que o PM o ofereceu porque também tem pressa. Se as suas trapalhadas institucionais podem ser entendidas à luz da sua personalidade, o que pode explicar esta pressa em precipitar a crise? A inclusão de medidas já rejeitadas antes pelo PSD, a ausência de tempo útil para qualquer negociação, a opção pela mensagem (repetida pelos ministros próximos) da inevitabilidade de apoio do FMI se o PEC revisto não for aprovado na quarta-feira, traduz uma estratégia orientada apenas para um objectivo: no caos político, ele seria sempre a vitima e o salvador. Não sei se resulta, mas nada do que tem acontecido é mera coincidência nem tão pouco, como alguns interpretam, o resultado do voluntarismo e da obstinação do PM. Aliás, a notícia da passada sexta feira relativa ao "engano" do MF ao incluir o congelamento das pensões sociais e mínimas é esclarecedor: foi necessária uma semana para esta "descoberta"?

Criei alguma "expectativa" com a sua comunicação ao País e, a seguir, com a longa entrevista televisiva: o PM iria mesmo explicar aos massacrados portugueses a necessidade de novas medidas ao mesmo tempo que apontaria um resultado para este esforço brutal? Mas o PM não me desiludiu, falou dele e do País, do seu mérito e do demérito da oposição (aqui com razão) mas aos portugueses disse nada!

Seja pelo deficiente crescimento económico, seja pela necessidade de contabilização dos dois mil milhões do BPN, seja porque os mercados e as agências de notação financeira continuam insensíveis ao esforço português, seja porque a flexibilização do FEEF só estará operacional no Verão, seja afinal por tudo isto, o PM tem pressa. A dúvida, caso se realizem eleições dentro de meses é esta: será que os portugueses/eleitores confiarão nas promessas irrealistas de menos austeridade do PSD? Será que pensarão que desta vez o PM fala verdade? Tudo em aberto.


Professora universitária (ISEG) e investigadora. Economista.
Assina esta coluna mensalmente à segunda-feira


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