Norte-americano executado apesar das "muitas dúvidas"
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Norte-americano executado apesar das "muitas dúvidas"
Norte-americano executado apesar das "muitas dúvidas"
publicado
08:53
22 setembro '11
Sete testemunhas em nove retrataram-se do depoimento que levou à condenação, mas isso não foi suficiente para a justiça dos EUA Amnistia Internacional
Troy Davis, o prisioneiro do corredor da
morte que congregou a comunidade internacional em torno da sua luta, foi
executado às onze da noite nos Estados Unidos, quatro horas após o que
estava previsto. Com forte apoio de várias personalidades, Davis
sustentou até ao último momento a sua inocência: "Eu nem tinha uma
arma".
Norte-americano executado apesar das "muitas dúvidas"
0 twitter
À última hora o Supremo Tribunal dava ontem a ordem para a
penitenciária de Jackson, suspendendo temporariamente a execução,
enquanto analisava um último apelo submetido minutos antes pela defesa
do condenado.
Este apelo foi submetido pelos advogados de Troy Davis depois de as
autoridades terem recusado um indulto. Após quatro horas de análise do
processo, o Supremo Tribunal norte-americano acabaria por negar o
pedido, dando luz verde à cadeia Jackson, na Geórgia, para que fosse
colocada em marcha a execução deste negro norte-americano de 42 anos, há
mais de 20 no corredor da morte pelo homicídio de um polícia: os
procedimentos tiveram início às 22H53 e Davis foi declarado morto às
23H08 (hora local).
Durante a tarde Davis vira rejeitado o último pedido de clemência
enviado ao comité de indultos da Geórgia. Confrontando-se com a Justiça
americana há duas décadas, Davis gerou um movimento mundial que – de
acordo com uma familiar – ultrapassa a sua própria dimensão: “Há pessoas
a dizer ‘Eu sou Troy Davis’ em línguas que ele não conhece”.
Davis foi condenado à morte por ter matado um polícia em 1989, tese
apoiada então por nove testemunhas. Mais tarde, sete destas nove
testemunhas recuaram nesta versão dos acontecimentos
Tomado como o exemplo acabado do negro injustamente condenado pela morte
de um polícia branco, Davis tornou-se uma causa internacional que
contou com o ex-Presidente norte-americano Jimmy Carter, o Papa Bento
XVI, a União Europeia, um antigo diretor do FBI e personalidades um
pouco por todo o mundo.
O caso de Troy Davis levantou muitas dúvidas aos intervenientes no
processo, incluindo elementos do júri que o condenaram à morte, por
alegada inconsistência das provas apresentadas em tribunal.
Os apoiantes de Davis alegam que o processo está repleto de vícios e de
incertezas, mas esse foi um argumento que não colheu perante as
autoridades, anteriormente, e perante os Supremo Tribunal, esta noite.
Execução marcada pela quarta vez
Foi a quarta data marcada para Troy Davis morrer. Este condenado já
tinha evitado a execução em três ocasiões desde 2007. Em 2008, o Supremo
suspendeu temporariamente a execução, marcando uma audição para 2009,
na qual deveriam ser apresentadas provas da sua inocência, o que não
veio a acontecer, de acordo com um juiz federal.
Ontem, o comité de indultos do Estado da Geórgia declarava no final da
reunião onde foi analisado o pedido de indulto que, “considerada a
totalidade da informação apresentada relativa a este caso, e depois de
profunda deliberação, a decisão foi de negar clemência”.
Inconsistência e testemunhas com dúvidas
Na noite de 19 de agosto de 1989, o agente da polícia Mark MacPhail, de
27 anos, apesar de fora de serviço, intervinha numa zaragata num parque
de estacionamento para impedir a agressão a um sem-abrigo, quando foi
fatalmente atingido no coração e na cabeça. Os agressores eram Davis e
um companheiro. A arma do crime nunca foi encontrada
e não foi registada qualquer impressão digital ou vestígio de ADN na
cena do crime; desde que Troy Davis foi condenado, sete das nove
testemunhas retrataram-se dos depoimentos iniciais, alegando coerção e
intimidação por parte da polícia
Sem provas concretas que o ligassem aos disparos, Troy Davis seria
condenado em 1991 com base nos testemunhos de testemunhas que
presenciaram a cena de violência que naquela noite tomou conta do parque
de estacionamento do Burger King de Savannah.
Grande parte das testemunhas que ajudaram a condenar Davis à pena
capital acabariam por alterar a sua versão dos factos, enquanto outras,
não chamadas a depor, garantem que o outro homem na cena do tiroteio
admitiu ser o autor dos disparos fatais.
Família do polícia insiste na culpa de Davis
Quem aguardava há vários anos o cumprimento da sentença de 1991 era a
família de Mark MacPhail. A viúva do agente que naquela noite de 1989
agiu com inusitado heroísmo em favor de um sem-abrigo chegou mesmo a
considerar de absurdo que Troy Davis tenha sido apresentado como uma
vítima do sistema: “Nós somos as verdadeiras vítimas aqui”, afirmou
ainda ontem, enquanto dava a indicação de que iria fechar o ciclo
assistindo à execução com os dois filhos.
De acordo com as suas palavras, esta seria a única
forma de ter paz.À execução podem assistir os familiares das vítimas, o
que já não acontece com os familiares dos condenados
E foi para a família do agente MacPhail que Troy Davis, já deitado na
maca onde receberia a injeção letal, teve as últimas palavras. De acordo
com o seu advogado, Davis levantou a cabeça e olhando para os
familiares do agente e disse-lhes: “Sou inocente”.
Nos seus últimos momentos terá explicado que lamentava o sofrimento por
que estavam a passar mas que não era ele o responsável por essa
situação.
As derradeiras palavras foram para os funcionários que lhe ministraram a
injeção letal: “Que Deus tenha piedade das vossas almas”, afirmou
Davis, depois de lhes dizer que estavam prestes a tirar a vida a um
homem inocente.
publicado
08:53
22 setembro '11
- Texto
Sete testemunhas em nove retrataram-se do depoimento que levou à condenação, mas isso não foi suficiente para a justiça dos EUA Amnistia Internacional
Troy Davis, o prisioneiro do corredor da
morte que congregou a comunidade internacional em torno da sua luta, foi
executado às onze da noite nos Estados Unidos, quatro horas após o que
estava previsto. Com forte apoio de várias personalidades, Davis
sustentou até ao último momento a sua inocência: "Eu nem tinha uma
arma".
Norte-americano executado apesar das "muitas dúvidas"
0 twitter
À última hora o Supremo Tribunal dava ontem a ordem para a
penitenciária de Jackson, suspendendo temporariamente a execução,
enquanto analisava um último apelo submetido minutos antes pela defesa
do condenado.
Este apelo foi submetido pelos advogados de Troy Davis depois de as
autoridades terem recusado um indulto. Após quatro horas de análise do
processo, o Supremo Tribunal norte-americano acabaria por negar o
pedido, dando luz verde à cadeia Jackson, na Geórgia, para que fosse
colocada em marcha a execução deste negro norte-americano de 42 anos, há
mais de 20 no corredor da morte pelo homicídio de um polícia: os
procedimentos tiveram início às 22H53 e Davis foi declarado morto às
23H08 (hora local).
Durante a tarde Davis vira rejeitado o último pedido de clemência
enviado ao comité de indultos da Geórgia. Confrontando-se com a Justiça
americana há duas décadas, Davis gerou um movimento mundial que – de
acordo com uma familiar – ultrapassa a sua própria dimensão: “Há pessoas
a dizer ‘Eu sou Troy Davis’ em línguas que ele não conhece”.
Davis foi condenado à morte por ter matado um polícia em 1989, tese
apoiada então por nove testemunhas. Mais tarde, sete destas nove
testemunhas recuaram nesta versão dos acontecimentos
Tomado como o exemplo acabado do negro injustamente condenado pela morte
de um polícia branco, Davis tornou-se uma causa internacional que
contou com o ex-Presidente norte-americano Jimmy Carter, o Papa Bento
XVI, a União Europeia, um antigo diretor do FBI e personalidades um
pouco por todo o mundo.
O caso de Troy Davis levantou muitas dúvidas aos intervenientes no
processo, incluindo elementos do júri que o condenaram à morte, por
alegada inconsistência das provas apresentadas em tribunal.
Os apoiantes de Davis alegam que o processo está repleto de vícios e de
incertezas, mas esse foi um argumento que não colheu perante as
autoridades, anteriormente, e perante os Supremo Tribunal, esta noite.
Execução marcada pela quarta vez
Foi a quarta data marcada para Troy Davis morrer. Este condenado já
tinha evitado a execução em três ocasiões desde 2007. Em 2008, o Supremo
suspendeu temporariamente a execução, marcando uma audição para 2009,
na qual deveriam ser apresentadas provas da sua inocência, o que não
veio a acontecer, de acordo com um juiz federal.
Ontem, o comité de indultos do Estado da Geórgia declarava no final da
reunião onde foi analisado o pedido de indulto que, “considerada a
totalidade da informação apresentada relativa a este caso, e depois de
profunda deliberação, a decisão foi de negar clemência”.
Inconsistência e testemunhas com dúvidas
Na noite de 19 de agosto de 1989, o agente da polícia Mark MacPhail, de
27 anos, apesar de fora de serviço, intervinha numa zaragata num parque
de estacionamento para impedir a agressão a um sem-abrigo, quando foi
fatalmente atingido no coração e na cabeça. Os agressores eram Davis e
um companheiro. A arma do crime nunca foi encontrada
e não foi registada qualquer impressão digital ou vestígio de ADN na
cena do crime; desde que Troy Davis foi condenado, sete das nove
testemunhas retrataram-se dos depoimentos iniciais, alegando coerção e
intimidação por parte da polícia
Sem provas concretas que o ligassem aos disparos, Troy Davis seria
condenado em 1991 com base nos testemunhos de testemunhas que
presenciaram a cena de violência que naquela noite tomou conta do parque
de estacionamento do Burger King de Savannah.
Grande parte das testemunhas que ajudaram a condenar Davis à pena
capital acabariam por alterar a sua versão dos factos, enquanto outras,
não chamadas a depor, garantem que o outro homem na cena do tiroteio
admitiu ser o autor dos disparos fatais.
Família do polícia insiste na culpa de Davis
Quem aguardava há vários anos o cumprimento da sentença de 1991 era a
família de Mark MacPhail. A viúva do agente que naquela noite de 1989
agiu com inusitado heroísmo em favor de um sem-abrigo chegou mesmo a
considerar de absurdo que Troy Davis tenha sido apresentado como uma
vítima do sistema: “Nós somos as verdadeiras vítimas aqui”, afirmou
ainda ontem, enquanto dava a indicação de que iria fechar o ciclo
assistindo à execução com os dois filhos.
De acordo com as suas palavras, esta seria a única
forma de ter paz.À execução podem assistir os familiares das vítimas, o
que já não acontece com os familiares dos condenados
E foi para a família do agente MacPhail que Troy Davis, já deitado na
maca onde receberia a injeção letal, teve as últimas palavras. De acordo
com o seu advogado, Davis levantou a cabeça e olhando para os
familiares do agente e disse-lhes: “Sou inocente”.
Nos seus últimos momentos terá explicado que lamentava o sofrimento por
que estavam a passar mas que não era ele o responsável por essa
situação.
As derradeiras palavras foram para os funcionários que lhe ministraram a
injeção letal: “Que Deus tenha piedade das vossas almas”, afirmou
Davis, depois de lhes dizer que estavam prestes a tirar a vida a um
homem inocente.
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118178
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