Tea Party e Occupy Wall Street: demandas iguais, métodos diferentes
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Tea Party e Occupy Wall Street: demandas iguais, métodos diferentes
Tea Party e Occupy Wall Street: demandas iguais, métodos diferentes
A nós, resta apenas imaginar como seria se esses dois movimentos estivessem juntos.
por Pablo Vilarnovo (05/02/2012)
em Mundo
Este ano haverá eleições presidenciais na nação mais poderosa do mundo, em meio a uma crise econômica que mudou o cenário político americano como poucas vezes se viu. Os vetores dessa mudança foram dois movimentos populares que, apesar de tudo, possuem muitas características semelhantes.
O primeiro a nascer foi o Tea Party, surgido da classe média logo após o anúncio do resgate do governo americano às instituições financeiras que se afundaram na crise. Uma característica do Tea Party é que, pelo menos no início, ele foi um movimento apartidário, ou seja, seus integrantes culpavam tanto republicanos quanto democratas pela crise. Em Utah, por exemplo, o senador com vários mandatos Robert Bennett perdeu a campanha por votar favoravelmente ao programa TARP (como ficou conhecido o resgate), em grande parte por conta da desaprovação do Tea Party.
Como forma administrativa, o Tea Party ainda é bastante descentralizado, organizado em comunidades com poucos líderes centrais. De início não havia sequer um comando federalizado, e sim grupos espalhados por diversos estados.
Já o Occupy Wall Street teve como inspiração a Primavera Árabe e nasceu principalmente em grandes centros urbanos como Nova Iorque, Oakland e Portland. Sua base é mais heterogênea que a do Tea Party, aglutinando muitos jovens, pessoas que perderam suas casas na crise, mas também desempregados, estudantes com dívidas educacionais e sindicatos (o que de fato é um pouco antagônico). Diferentemente do Tea Party, o OWS teve uma grande cobertura da mídia desde o início.
E o que esses movimentos demandam? Exatamente as mesmas coisas: são ambos contra o resgate das instituições financeiras, contra o roubo, contra regulações feitas sob medida para grupos financeiros, uso de informações privilegiadas entre outras. Contudo, as diferenças ideológicas de ambos ficam evidenciadas em seus métodos de atuação. Enquanto o Tea Party foi inicialmente ligado a grupos libertários e mais tarde a grupos conservadores (e até de extrema direita), o OWS está ligado, mesmo que indiretamente, à esquerda e extrema esquerda norte americana.
Seus métodos de atuação também são completamente diferentes. O Tea Party trabalha o sistema por dentro, ou seja, apoiando políticos que carregam suas mensagens, e com isso conseguiu importante voz dentro do debate político-fiscal para as próximas eleições. Tem como ídolos pessoas como a ex-governadora do Alasca Sarah Palin e o estridente ex-apresentador da Fox Glenn Beck. Já o Ocuppy Wall Street decidiu fazer uma oposição ao sistema, e, através da tática de ocupação de espaços públicos e privados, realizou seus protestos. Em Nova Iorque recebeu a visita de ícones da esquerda, como o não menos estridente Michael Moore, e da extrema esquerda, como Noam Chomsky. A exemplo de Palin e Beck no campo oposto, Moore e Chomsky tentaram angariar mais fama através do movimento.
Apesar das diferenças, fica claro que os dois movimentos não são antagônicos em suas demandas. Mas, em um país tão dividido e extremado como os Estados Unidos de hoje, a conversa entre esses grupos é quase impossível. Isso mostra como movimentos mais de centro são importantes; e como estadistas como Ronald Reagan, que aumentou impostos quando precisava, e Bill Clinton, que atualmente pede por um corte de impostos do setor corporativo, fazem falta.
A nós, resta apenas imaginar como seria se TP e OWS estivessem juntos.
A nós, resta apenas imaginar como seria se esses dois movimentos estivessem juntos.
por Pablo Vilarnovo (05/02/2012)
em Mundo
Este ano haverá eleições presidenciais na nação mais poderosa do mundo, em meio a uma crise econômica que mudou o cenário político americano como poucas vezes se viu. Os vetores dessa mudança foram dois movimentos populares que, apesar de tudo, possuem muitas características semelhantes.
O primeiro a nascer foi o Tea Party, surgido da classe média logo após o anúncio do resgate do governo americano às instituições financeiras que se afundaram na crise. Uma característica do Tea Party é que, pelo menos no início, ele foi um movimento apartidário, ou seja, seus integrantes culpavam tanto republicanos quanto democratas pela crise. Em Utah, por exemplo, o senador com vários mandatos Robert Bennett perdeu a campanha por votar favoravelmente ao programa TARP (como ficou conhecido o resgate), em grande parte por conta da desaprovação do Tea Party.
Como forma administrativa, o Tea Party ainda é bastante descentralizado, organizado em comunidades com poucos líderes centrais. De início não havia sequer um comando federalizado, e sim grupos espalhados por diversos estados.
Já o Occupy Wall Street teve como inspiração a Primavera Árabe e nasceu principalmente em grandes centros urbanos como Nova Iorque, Oakland e Portland. Sua base é mais heterogênea que a do Tea Party, aglutinando muitos jovens, pessoas que perderam suas casas na crise, mas também desempregados, estudantes com dívidas educacionais e sindicatos (o que de fato é um pouco antagônico). Diferentemente do Tea Party, o OWS teve uma grande cobertura da mídia desde o início.
E o que esses movimentos demandam? Exatamente as mesmas coisas: são ambos contra o resgate das instituições financeiras, contra o roubo, contra regulações feitas sob medida para grupos financeiros, uso de informações privilegiadas entre outras. Contudo, as diferenças ideológicas de ambos ficam evidenciadas em seus métodos de atuação. Enquanto o Tea Party foi inicialmente ligado a grupos libertários e mais tarde a grupos conservadores (e até de extrema direita), o OWS está ligado, mesmo que indiretamente, à esquerda e extrema esquerda norte americana.
Seus métodos de atuação também são completamente diferentes. O Tea Party trabalha o sistema por dentro, ou seja, apoiando políticos que carregam suas mensagens, e com isso conseguiu importante voz dentro do debate político-fiscal para as próximas eleições. Tem como ídolos pessoas como a ex-governadora do Alasca Sarah Palin e o estridente ex-apresentador da Fox Glenn Beck. Já o Ocuppy Wall Street decidiu fazer uma oposição ao sistema, e, através da tática de ocupação de espaços públicos e privados, realizou seus protestos. Em Nova Iorque recebeu a visita de ícones da esquerda, como o não menos estridente Michael Moore, e da extrema esquerda, como Noam Chomsky. A exemplo de Palin e Beck no campo oposto, Moore e Chomsky tentaram angariar mais fama através do movimento.
Apesar das diferenças, fica claro que os dois movimentos não são antagônicos em suas demandas. Mas, em um país tão dividido e extremado como os Estados Unidos de hoje, a conversa entre esses grupos é quase impossível. Isso mostra como movimentos mais de centro são importantes; e como estadistas como Ronald Reagan, que aumentou impostos quando precisava, e Bill Clinton, que atualmente pede por um corte de impostos do setor corporativo, fazem falta.
A nós, resta apenas imaginar como seria se TP e OWS estivessem juntos.
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
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