A novela de espiões e maçons que pelo meio até meteu um panda
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A novela de espiões e maçons que pelo meio até meteu um panda
A novela de espiões e maçons que pelo meio até meteu um panda
Por Sílvia Caneco, publicado em 2 Jun 2012 - 03:10 | Actualizado há 8 horas 31 minutos
Ex-superespião quer ir já para julgamento e pediu mesmo para ser desvinculado do segredo de Estado
Nas declarações que prestou à procuradora Teresa Almeida, em Agosto de
2011, Júlio Pereira, secretário-geral do SIRP (a cúpula do SIS e do
SIED), admitiu que os serviços de informações mantêm contactos com
empresas nacionais na área da energia, banca e telecomunicações para as
alertar para “oportunidades e riscos” de certos negócios. Essas
informações, esclareceu o chefe máximo das secretas, são passadas
informalmente e não através de relatórios internos dos serviços – como o
que Silva Carvalho terá enviado à Ongoing sobre os russos envolvidos
num negócio no porto de Astakos, na Grécia, e levou a 9ª secção do DIAP
de Lisboa a acusar o ex-superespião de violação do segredo de Estado.
Embora o chefe máximo das secretas revele abertamente ser essa uma das
funções dos serviços, o Ministério Público defende, no despacho de
acusação do processo que ficou conhecido como o caso das secretas, que
ninguém, de fora dos serviços, pode obter informação classificada e que a
revelação de informação dos serviços a empresas privadas “põe em causa a
segurança do Estado”.
No final de Abril de 2012, o Departamento de Investigação e Acção Penal
(DIAP) de Lisboa, voltou a receber um email que denunciava que o SIED
fazia “favores” a empresas privadas ou com participação do Estado como a
Galp, o Bes, a PT ou o Millenium BCP.
Como tudo começou A 23 de
Junho de 2011, o “Expresso” levantava as suspeitas, ao revelar que
Silva Carvalho teria passado informações à Ongoing antes de abandonar a
direcção do SIED. Mas foi um requerimento de Júlio Pereira, enviado ao
procurador-geral da República, Pinto Monteiro, a 28 de Julho de 2011,
que desencadeou a investigação do Ministério Público.
Nessa carta, o secretário-geral do SIRP apresentava como motivo para
abrir uma investigação criminal as declarações de Silva Carvalho ao
“Diário de Notícias”. Numa entrevista publicada nesse mesmo dia, o
ex-espião confirmava ter transmitido informação a entidades privadas,
ainda enquanto director do SIED, através do seu email pessoal. Mas
negava ter alguma vez violado o segredo de Estado.
Nessa altura já o inquérito interno para apurar responsabilidades sobre
a alegada fuga de informações decorria. Júlio Pereira escolheu F.T.,
funcionária do SIED que o ex-espião viria a propor para adjunta da
secreta externa na lista enviada a Miguel Relvas, para liderar o
processo de averiguações. Os sms trocados entre F.T. e Silva Carvalho
mostram que teriam proximidade a ponto de admitirem sentir saudades e a
denúncia que chegou ao DIAP em Abril de 2012 apontava F.T. como uma das
fontes de Silva Carvalho dentro dos serviços. Mas F.T. permanece até
hoje nos serviços. Luciano de Oliveira, que entretanto chegou a número
dois do SIS, também foi nomeado instrutor num dos processos. A 19 de
Maio, enviava um sms ao ex-espião com em que fazia referência ao “grande
arquitecto”: os dois eram da Loja Mozart, da Grande Loja Legal de
Portugal (GJLP).
Além de ter nomeado para os inquéritos internos agentes que seriam
próximos de Silva Carvalho, Júlio Pereira, nas declarações que prestou
ao DIAP, a 22 de Agosto de 2011, tanto atacou como defendeu o ex-espião,
fazendo notar que o primeiro email teria sido enviado pelo ex-espião
quando este ainda estava no SIED, mas “de férias” e “demissionário”. E o
segundo num momento em que “já não exercia funções públicas”.
A 5 de Agosto, João Luís, director operacional do SIED, e terceiro
arguido no processo acusado de acesso indevido a dados pessoais, foi
exonerado do cargo. A público já tinham vindo as notícias de que Silva
Carvalho teria espiado a facturação detalhada do então jornalista do
Público, Nuno Simas, para saber quem eram as suas fontes. Instado a
obter essa informação, João Luís terá pedido a um funcionário do SIS
responsável pela frota automóvel, casado com uma funcionária da Optimus,
para obter a facturação detalhada do jornalista. Nem o agente Nuno
Dias, nem a mulher Gisela Teixeira, foram acusados: o Ministério Público
concluiu que Dias estava apenas a cumprir ordens superiores. Gisela foi
demitida da Optimus.
Romance A novela das
secretas não envolve só espiões pouco cautelosos, membros de obediências
maçónicas e interesses de uma empresa privada. Tem também uma pitada de
romance e de traições. Em vários sms que trocou com pessoas de dentro e
fora dos serviços, Silva Carvalho mostra estar convencido de que
existia um plano interno para o aniquilar, perpetrado por G.V., o agente
do SIS casado com a sua ex-namorada, H.R., também agente na secreta
interna. Silva Carvalho chega mesmo a partilhar com Miguel Relvas, num
sms enviado na ressaca das eleições, que H.R. teria tanto de bela como
de desequilibrada. Apesar do tom confidente do sms, o ministro adjunto
repetiu por duas vezes na I Comissão parlamentar que não tinha uma
relação próxima com o espião contratado pela Ongoing. Na agenda e nos
sms encontrados nos telemóveis apreendidos a Silva Carvalho, ficaram
registados três encontros e nove sms trocados com Relvas.
Ao romance das secretas junta-se ainda uma cobrança de dívidas,
perpetrada pela mãe de Vasconcellos e principal accionista da Ongoing.
Beluxa, como é conhecida entre os amigos, usou Silva Carvalho para
mandar cobrar uma dívida de quatro mil euros de um aspirador. De acordo
com o processo, um dos homens de confiança de Silva Carvalho terá usado o
estatuto de PJ para assustar a devedora, mas os investigadores não
conseguiram descobrir quem foi.
A 5 de Novembro, a unidade anticorrupção da PJ entrou na casa do
ex-espião para fazer buscas. Apreendeu três telemóveis, oito pens, um
iPad, um cartão SIM, um portátil, um computador de bolso e uma agenda
com a designação SIED (encontrada na arrecadação) e um envelope com a
palavra “Secreto”. Consigo, Jorge Silva Carvalho guardava três listas
com contactos dos serviços. No telemóvel milhares de contactos, a que
acrescentava informações como matrículas e orientação sexual – e que o
Ministério Público mandou destruir. Na agenda do outlook uma descrição
detalhada de todos os seus passos – dos almoços, com gente do PSD, como
Relvas, a gente do PS, como o deputado João Portugal – ao shiatsu e às
aulas de salsa.
A confirmar que o caso tem tudo para ser uma novela, junta-se ainda a
mexeriquice e a devassa. Além de ter encomendado um relatório sobre a
Finertec, a ex-empresa de Relvas, Silva Carvalho também guardava um
relatório com um tom difamatório sobre Francisco Pinto Balsemão e outro
sobre Ricardo Costa, director do Expresso e irmão do presidente da
Câmara de Lisboa.
A luta para chegar à Ongoing, numa curta volta até chegar a
secretário-geral do SIRP ou a ministro, como ambicionava, começou em
Outubro de 2010, quando perguntou directamente a Nuno Vasconcellos,
irmão da Loja Mozart, quanto poderia valer, por mês, líquido. Nos sms
das negociações, o ex-espião que chegou a fazer uma analogia com a
história do Panda do Kung-Fu no seu Facebook, acrescentava que não era
ambicioso.
Por Sílvia Caneco, publicado em 2 Jun 2012 - 03:10 | Actualizado há 8 horas 31 minutos
Ex-superespião quer ir já para julgamento e pediu mesmo para ser desvinculado do segredo de Estado
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Nas declarações que prestou à procuradora Teresa Almeida, em Agosto de
2011, Júlio Pereira, secretário-geral do SIRP (a cúpula do SIS e do
SIED), admitiu que os serviços de informações mantêm contactos com
empresas nacionais na área da energia, banca e telecomunicações para as
alertar para “oportunidades e riscos” de certos negócios. Essas
informações, esclareceu o chefe máximo das secretas, são passadas
informalmente e não através de relatórios internos dos serviços – como o
que Silva Carvalho terá enviado à Ongoing sobre os russos envolvidos
num negócio no porto de Astakos, na Grécia, e levou a 9ª secção do DIAP
de Lisboa a acusar o ex-superespião de violação do segredo de Estado.
Embora o chefe máximo das secretas revele abertamente ser essa uma das
funções dos serviços, o Ministério Público defende, no despacho de
acusação do processo que ficou conhecido como o caso das secretas, que
ninguém, de fora dos serviços, pode obter informação classificada e que a
revelação de informação dos serviços a empresas privadas “põe em causa a
segurança do Estado”.
No final de Abril de 2012, o Departamento de Investigação e Acção Penal
(DIAP) de Lisboa, voltou a receber um email que denunciava que o SIED
fazia “favores” a empresas privadas ou com participação do Estado como a
Galp, o Bes, a PT ou o Millenium BCP.
Como tudo começou A 23 de
Junho de 2011, o “Expresso” levantava as suspeitas, ao revelar que
Silva Carvalho teria passado informações à Ongoing antes de abandonar a
direcção do SIED. Mas foi um requerimento de Júlio Pereira, enviado ao
procurador-geral da República, Pinto Monteiro, a 28 de Julho de 2011,
que desencadeou a investigação do Ministério Público.
Nessa carta, o secretário-geral do SIRP apresentava como motivo para
abrir uma investigação criminal as declarações de Silva Carvalho ao
“Diário de Notícias”. Numa entrevista publicada nesse mesmo dia, o
ex-espião confirmava ter transmitido informação a entidades privadas,
ainda enquanto director do SIED, através do seu email pessoal. Mas
negava ter alguma vez violado o segredo de Estado.
Nessa altura já o inquérito interno para apurar responsabilidades sobre
a alegada fuga de informações decorria. Júlio Pereira escolheu F.T.,
funcionária do SIED que o ex-espião viria a propor para adjunta da
secreta externa na lista enviada a Miguel Relvas, para liderar o
processo de averiguações. Os sms trocados entre F.T. e Silva Carvalho
mostram que teriam proximidade a ponto de admitirem sentir saudades e a
denúncia que chegou ao DIAP em Abril de 2012 apontava F.T. como uma das
fontes de Silva Carvalho dentro dos serviços. Mas F.T. permanece até
hoje nos serviços. Luciano de Oliveira, que entretanto chegou a número
dois do SIS, também foi nomeado instrutor num dos processos. A 19 de
Maio, enviava um sms ao ex-espião com em que fazia referência ao “grande
arquitecto”: os dois eram da Loja Mozart, da Grande Loja Legal de
Portugal (GJLP).
Além de ter nomeado para os inquéritos internos agentes que seriam
próximos de Silva Carvalho, Júlio Pereira, nas declarações que prestou
ao DIAP, a 22 de Agosto de 2011, tanto atacou como defendeu o ex-espião,
fazendo notar que o primeiro email teria sido enviado pelo ex-espião
quando este ainda estava no SIED, mas “de férias” e “demissionário”. E o
segundo num momento em que “já não exercia funções públicas”.
A 5 de Agosto, João Luís, director operacional do SIED, e terceiro
arguido no processo acusado de acesso indevido a dados pessoais, foi
exonerado do cargo. A público já tinham vindo as notícias de que Silva
Carvalho teria espiado a facturação detalhada do então jornalista do
Público, Nuno Simas, para saber quem eram as suas fontes. Instado a
obter essa informação, João Luís terá pedido a um funcionário do SIS
responsável pela frota automóvel, casado com uma funcionária da Optimus,
para obter a facturação detalhada do jornalista. Nem o agente Nuno
Dias, nem a mulher Gisela Teixeira, foram acusados: o Ministério Público
concluiu que Dias estava apenas a cumprir ordens superiores. Gisela foi
demitida da Optimus.
Romance A novela das
secretas não envolve só espiões pouco cautelosos, membros de obediências
maçónicas e interesses de uma empresa privada. Tem também uma pitada de
romance e de traições. Em vários sms que trocou com pessoas de dentro e
fora dos serviços, Silva Carvalho mostra estar convencido de que
existia um plano interno para o aniquilar, perpetrado por G.V., o agente
do SIS casado com a sua ex-namorada, H.R., também agente na secreta
interna. Silva Carvalho chega mesmo a partilhar com Miguel Relvas, num
sms enviado na ressaca das eleições, que H.R. teria tanto de bela como
de desequilibrada. Apesar do tom confidente do sms, o ministro adjunto
repetiu por duas vezes na I Comissão parlamentar que não tinha uma
relação próxima com o espião contratado pela Ongoing. Na agenda e nos
sms encontrados nos telemóveis apreendidos a Silva Carvalho, ficaram
registados três encontros e nove sms trocados com Relvas.
Ao romance das secretas junta-se ainda uma cobrança de dívidas,
perpetrada pela mãe de Vasconcellos e principal accionista da Ongoing.
Beluxa, como é conhecida entre os amigos, usou Silva Carvalho para
mandar cobrar uma dívida de quatro mil euros de um aspirador. De acordo
com o processo, um dos homens de confiança de Silva Carvalho terá usado o
estatuto de PJ para assustar a devedora, mas os investigadores não
conseguiram descobrir quem foi.
A 5 de Novembro, a unidade anticorrupção da PJ entrou na casa do
ex-espião para fazer buscas. Apreendeu três telemóveis, oito pens, um
iPad, um cartão SIM, um portátil, um computador de bolso e uma agenda
com a designação SIED (encontrada na arrecadação) e um envelope com a
palavra “Secreto”. Consigo, Jorge Silva Carvalho guardava três listas
com contactos dos serviços. No telemóvel milhares de contactos, a que
acrescentava informações como matrículas e orientação sexual – e que o
Ministério Público mandou destruir. Na agenda do outlook uma descrição
detalhada de todos os seus passos – dos almoços, com gente do PSD, como
Relvas, a gente do PS, como o deputado João Portugal – ao shiatsu e às
aulas de salsa.
A confirmar que o caso tem tudo para ser uma novela, junta-se ainda a
mexeriquice e a devassa. Além de ter encomendado um relatório sobre a
Finertec, a ex-empresa de Relvas, Silva Carvalho também guardava um
relatório com um tom difamatório sobre Francisco Pinto Balsemão e outro
sobre Ricardo Costa, director do Expresso e irmão do presidente da
Câmara de Lisboa.
A luta para chegar à Ongoing, numa curta volta até chegar a
secretário-geral do SIRP ou a ministro, como ambicionava, começou em
Outubro de 2010, quando perguntou directamente a Nuno Vasconcellos,
irmão da Loja Mozart, quanto poderia valer, por mês, líquido. Nos sms
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história do Panda do Kung-Fu no seu Facebook, acrescentava que não era
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 117475
Re: A novela de espiões e maçons que pelo meio até meteu um panda
.
Metia... ou mete... um panda, ou um grande pândego?????
Metia... ou mete... um panda, ou um grande pândego?????
_________________
Amigos?Longe! Inimigos? O mais perto possível!
Joao Ruiz- Pontos : 32035
Re: A novela de espiões e maçons que pelo meio até meteu um panda
nem li porque ja sei o tema que esta por detrasJoao Ruiz escreveu:.
Metia... ou mete... um panda, ou um grande pândego?????
RTPII ,,,carteira anuncios ...balsemao e Oinging
a todos uma frase do ze povinho
a mainada
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 117475
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» Hoja vou falar da montanha do Moises e se pelo meio meter Sexo nada de panico ja que sexo religião e politica é a mesma dança
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