Eurodeputado neonazi da Hungria descobriu que tinha raízes judaicas
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Eurodeputado neonazi da Hungria descobriu que tinha raízes judaicas
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15.08.2012 - 20:11
Por Victor Ferreira
Szegedi saltou para a ribalta em 2007, quando fundou a Guarda Húngar (Karoly Arvai/Reuters)
Csanad Szegedi, 29 anos, era uma estrela
no partido de extrema-direita Jobbik, na Hungria. Crítico de ciganos e
de judeus, Szegedi é, afinal, ele próprio judeu e descobriu-o há dois
anos. O partido não via nisso um problema, mas forçou-o a demitir-se
porque tentou escondê-lo durante meses, até com tentativas de suborno.
Szegedi classificava os judeus como ameaça aos
símbolos da Hungria, acusando-os também de terem "açambarcado o país".
Porém, em 2010, soube que era descendente de judeus.
A verdade
sobre os avós maternos – uma sobrevivente de Auschwitz e um sobrevivente
de campos de trabalho forçado geridos pelos nazis de Adolf Hitler –
foi-lhe revelada por um homem, Zoltan Ambrus, que cumpria pena de prisão
devido a um caso que envolvia posse de armas e explosivos.
Ambrus
sustentou, num encontro entre os dois, que tinha documentos que
provavam as raízes judaicas de Szegedi – que fará 30 anos em Setembro e
que saltou para a ribalta em 2007, quando fundou a Guarda Húngara, uma
organização nacionalista, proibida dois anos mais tarde.
De
acordo com a agência de notícias Associated Press, a conversa entre os
dois foi gravada e o registo áudio mostra que Szegedi ficou surpreendido
com a revelação. Tentou depois comprar o silêncio de Ambrus
oferecendo-lhe dinheiro e um cargo no Parlamento Europeu, para o qual
tinha sido eleito deputado.
A gravação foi parar à Internet e
alimentou especulações. Até que, no passado mês de Junho, Szegedi veio a
público, sob pressão, confirmar que tinha sangue judeu, embora
sublinhasse que não professava o judaísmo.
Tentou também negar
que fosse anti-semita, mas diferentes registos de intervenções públicas
no passado demonstravam que ele não se coibia de atacar os judeus.
O
líder do Jobbik, Gábor Vona, garante que o partido não investiga o
passado familiar dos seus membros, e que apenas está a exigir o
afastamento de Szegedi por causa da tentativa de suborno em que foi
apanhado.
Depois de admitir em público a verdade sobre a família,
Szegedi encontrou-se com um rabi, Slomo Koves, perante o qual se
desculpou por qualquer comentário ofensivo para os judeus que possa ter
feito, prometendo igualmente visitar Auschwitz para prestar homenagem à
memória dos judeus mortos naquele campo alemão de extermínio. Jobbik
demitiu-se também dos cargos partidários e está a ser pressionado para
deixar o lugar de eurodeputado em Estrasburgo.
Em Abril, o Jobbik
tornou-se a terceira força política na Hungria, e entrou pela primeira
vez no parlamento húngaro, elegendo 47 deputados com 16,67% dos votos.
As eleições legislativas foram ganhas pelo partido de centro-direita
Fidesz. A ascensão da extrema-direita marca, aliás, o contexto político
actual da Hungria.
O próprio partido do Governo é conotado com
posições mais extremistas, sendo-lhe frequentemente atribuído o pecado
de não se distanciar suficientemente, em algumas matérias, das opiniões
do Jobbik. De resto, tem ajudado mesmo a reabilitar figuras históricas
do país ligadas ao nazismo, como o escritor József Nyírö, um fascista
incluído no novo currículo escolar, de leitura obrigatória.
Por
mão do Jobbik, outra figura tem sido proclamada aos quatro ventos, a do
almirante Miklós Horthy, que governou os húngaros entre as duas guerras
mundiais do século XX, se aliou a Hitler e praticou leis antisemitas).
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118184
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