O abortista Mitt Romney, os idiotas úteis e o Vaticano

O abortista Mitt Romney, os idiotas úteis e o Vaticano
Paulo Gaião
1:00 Quarta feira, 29 de agosto de 2012

11 5

Aumentar Texto Diminuir Texto Link para esta página Imprimir Enviar por email
Deixe aqui o seu comentário 12 comentários

O candidato republicano à Casa Branca Mitt Romney reafirmou que é a a favor do aborto em casos de violação, incesto, perigo para a vida e saúde da mulher. Romney já foi pró-aborto quando era candidato a governador do Masssachutes, depois tornou-se em 2005 contra o aborto. O extremismo pró-Vida dos sectores mais conservadores do Partido Republicano, que conseguiram impor no seu programa a defesa contra o aborto mesmo em caso de violação, deu hoje margem de manobra a Romney para equilibrar as posições e manter um minímo de modernidade na sua candidatura.

Romney deve agradecer ao pastor evangelista Todd Akin, candidato republicano ao Senado que disse que as mulheres violadas não engravidam porque o corpo tem formas naturais de expulsar o feto ( o que lembra os velhos ordálios bíblicos em que a mulher adúltera bebia uma água contaminada, se fosse adúltera morreria, se fosse fiel sobreviveria). Também ao compincha Tom Smith, outro candidato republicano ao Senado que comparou a gravidez resultante de uma violação a... ter um filho fora do casamento.

Também deve agradecer ao coro universal de protestos que as palavras de Todd Akin geraram, particularmente na Europa, sem cheta mas nunca renunciando a ser farol da modernidade em matéria de costumes liberais.

Espanta é que esta consciência moderna europeia não olhe muitas vezes para dentro de casa e prefira centrar o seu fervor contra as novas igrejas evangelistas americanas e os seus pastores. Como se a tacanhez de espírito só pudesse vir do outro lado do Atlântico.

As posições do Vaticano sobre o aborto não são muito diferentes das de Todd Akin, dando primazia ao novo ser independentemente das circunstâncias em que ocorreu a gravidez, com base no princípio de que a vida humana deve ser respeitada e protegida, de modo absoluto, a partir do momento da concepção.

É bom nunca esquecer a comparação feita em 1991, na Polónia, entre o Holocausto e "os grandes cemitérios das crianças que não nasceram" por esse ícone ocidental que deu pelo nome de João Paulo II. Como é bom nunca esquecer a permissão que deu em 1994 a responsáveis do Vaticano para afirmarem que as mulheres bósnias violadas durante a guerra da ex-Jugoslávia não deviam abortar.

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/o-abortista-mitt-romney-os-idiotas-uteis-e-o-vaticano=f749554#ixzz24y3AhXoi