Issing: "Jamais a Alemanha abandonará o euro"
Vagueando na Notícia :: Salas das mesas de grandes debates de noticias :: Professor Dr e mister Mokas faz a analise do Mundo
Página 1 de 1
Issing: "Jamais a Alemanha abandonará o euro"
Issing: "Jamais a Alemanha abandonará o euro"
01 Outubro 2012 | 11:15
Eva Gaspar - egaspar@negocios.pt
Imprimir|
Enviar|
Reportar Erros|
Partilhar|
Votar|
Total: 5 Votos
Tamanho
Não será pelo abandono
da Alemanha que o euro acabará, mas o risco de a união monetária
colapsar é real. Economista-chefe do BCE refere ainda Portugal como
exemplo de país que optou por respeitar os compromissos e fazer reformas
que deveriam ter sido feitas ao longo da última década. Já a Grécia
continua a fumar num clube de não-fumadores.
Otmar
Issing teme que a estratégia seguida para lidar com a crise das dívidas
soberanas, em particular a recente promessa de maior envolvimento do Banco Central Europeu (BCE), acabe por se revelar "fatal" para a união monetária e até mesmo para o projecto mais vasto da União Europeia. Mas descarta, por completo, a possibilidade de o fim do euro ser desencadeado pela saída da Alemanha.
"Regressar
ao marco ou a uma nova moeda nacional seria um absurdo e muito
perigoso. Estou absolutamente certo de que a Alemanha nunca sairá do
euro, por razões económicas e políticas", assegura o primeiro
economista-chefe do BCE (1999-2006) em entrevista à BBC, no programa "Hard Talk".
Issing
teme, porém, pelo fim do euro. A situação de persistente instabilidade e
de incerteza na Grécia preocupa-o, como o preocupa o regresso dos maus
espíritos em torno do passado da Alemanha, e a transferência de
responsabilidades que diz estar a ocorrer entre países e entre Governos e
BCE.
Tudo isso leva-o a concluir que a partilha de uma mesma
moeda "não tem apoio, nem compreensão suficiente" dos seus povos.
"Quando ouço dizer que a solução agora é 'mais Europa', temo que seja um
erro. O problema é que provavelmente já fomos longe de mais".
Uma
união política, argumenta, deveria ter acompanhado o lançamento do
euro, mas "não vejo como uma união política possa agora ser o mecanismo
para corrigir os problemas actuais, nem tão pouco vejo que as pessos
queiram mais união". "Veremos o que sucede quando o primeiro país tiver
de fazer um referendo".
Issing, que trabalhou muito de perto com o
ministro das Finanças, Vítor Gaspar, no BCE, concorda que manter a
Grécia e preservar a integridade do euro é "um argumento relevante", mas
não pode ser dominante. "A questão é saber o que se faz quando se tem
um clube de não fumadores e um membro continua ou começa a fumar:
Muda-se o clube ou quem quer fumar é obrigado a sair?", exemplifica. Por
oposição à Grécia, refere Portugal como exemplo de um país que está a
fazer reformas que deveriam ter sido desencadeadas na última década, e
de um Governo que optou por "respeitar os compromissos".
Conhecido
como o mais aguerrido "falcão" do euro, pela ortodoxia com que defende o
mandato do BCE centrado no controlo da inflação, Issing considera que o
banco central, agora presidido por Mário Draghi, está já a actuar fora
da sua área de intervenção.
"Estamos numa união de Estados
soberanos que, no fim da linha, são responsáveis pelas suas acções - más
ou boas. A situação actual é o resultado de erros cometidos por vários
Governos no passado", frisa, voltando a lamentar que França e Alemanha
tenham também violado os limites orçamentais, e mudado então, em 2005,
as regras para saírem impunes. "A raiz da solução tem de estar na raiz
dos problemas, que são os governos, certamente não é o banco central".
Não concorda, por tal, com o programa de compra de dívida no mercado secundário
potencialmente "ilimitado", recentemente anunciado, na medida em que
traduz uma transferência inadequada de responsabilidades dos Governos
para o BCE. Por outro lado, acrescenta, a ideia de "mutualizar dívida,
em contrapartida de uma união política no futuro, pode ser fatal para a
união monetária e até para a União Europeia", se não for previamente
submetida e aceite pelos povos europeus.
01 Outubro 2012 | 11:15
Eva Gaspar - egaspar@negocios.pt
Imprimir|
Enviar|
Reportar Erros|
Partilhar|
Votar|
Total: 5 Votos
Tamanho
Não será pelo abandono
da Alemanha que o euro acabará, mas o risco de a união monetária
colapsar é real. Economista-chefe do BCE refere ainda Portugal como
exemplo de país que optou por respeitar os compromissos e fazer reformas
que deveriam ter sido feitas ao longo da última década. Já a Grécia
continua a fumar num clube de não-fumadores.
Otmar
Issing teme que a estratégia seguida para lidar com a crise das dívidas
soberanas, em particular a recente promessa de maior envolvimento do Banco Central Europeu (BCE), acabe por se revelar "fatal" para a união monetária e até mesmo para o projecto mais vasto da União Europeia. Mas descarta, por completo, a possibilidade de o fim do euro ser desencadeado pela saída da Alemanha.
"Regressar
ao marco ou a uma nova moeda nacional seria um absurdo e muito
perigoso. Estou absolutamente certo de que a Alemanha nunca sairá do
euro, por razões económicas e políticas", assegura o primeiro
economista-chefe do BCE (1999-2006) em entrevista à BBC, no programa "Hard Talk".
Issing
teme, porém, pelo fim do euro. A situação de persistente instabilidade e
de incerteza na Grécia preocupa-o, como o preocupa o regresso dos maus
espíritos em torno do passado da Alemanha, e a transferência de
responsabilidades que diz estar a ocorrer entre países e entre Governos e
BCE.
Tudo isso leva-o a concluir que a partilha de uma mesma
moeda "não tem apoio, nem compreensão suficiente" dos seus povos.
"Quando ouço dizer que a solução agora é 'mais Europa', temo que seja um
erro. O problema é que provavelmente já fomos longe de mais".
Uma
união política, argumenta, deveria ter acompanhado o lançamento do
euro, mas "não vejo como uma união política possa agora ser o mecanismo
para corrigir os problemas actuais, nem tão pouco vejo que as pessos
queiram mais união". "Veremos o que sucede quando o primeiro país tiver
de fazer um referendo".
Issing, que trabalhou muito de perto com o
ministro das Finanças, Vítor Gaspar, no BCE, concorda que manter a
Grécia e preservar a integridade do euro é "um argumento relevante", mas
não pode ser dominante. "A questão é saber o que se faz quando se tem
um clube de não fumadores e um membro continua ou começa a fumar:
Muda-se o clube ou quem quer fumar é obrigado a sair?", exemplifica. Por
oposição à Grécia, refere Portugal como exemplo de um país que está a
fazer reformas que deveriam ter sido desencadeadas na última década, e
de um Governo que optou por "respeitar os compromissos".
Conhecido
como o mais aguerrido "falcão" do euro, pela ortodoxia com que defende o
mandato do BCE centrado no controlo da inflação, Issing considera que o
banco central, agora presidido por Mário Draghi, está já a actuar fora
da sua área de intervenção.
"Estamos numa união de Estados
soberanos que, no fim da linha, são responsáveis pelas suas acções - más
ou boas. A situação actual é o resultado de erros cometidos por vários
Governos no passado", frisa, voltando a lamentar que França e Alemanha
tenham também violado os limites orçamentais, e mudado então, em 2005,
as regras para saírem impunes. "A raiz da solução tem de estar na raiz
dos problemas, que são os governos, certamente não é o banco central".
Não concorda, por tal, com o programa de compra de dívida no mercado secundário
potencialmente "ilimitado", recentemente anunciado, na medida em que
traduz uma transferência inadequada de responsabilidades dos Governos
para o BCE. Por outro lado, acrescenta, a ideia de "mutualizar dívida,
em contrapartida de uma união política no futuro, pode ser fatal para a
união monetária e até para a União Europeia", se não for previamente
submetida e aceite pelos povos europeus.
_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118184
Re: Issing: "Jamais a Alemanha abandonará o euro"
"Regressar
ao marco ou a uma nova moeda nacional seria um absurdo e muito
perigoso. Estou absolutamente certo de que a Alemanha nunca sairá do
euro, por razões económicas e políticas", assegura o primeiro
economista-chefe do BCE (1999-2006) em entrevista à BBC, no programa "Hard Talk".
_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118184
Tópicos semelhantes
» O Bigode da alemanha na crise do euro
» Grécia
» Angela Merkel ameaçou retirar Alemanha da Zona Euro
» Alemanha e França foram "pais irresponsáveis" do euro
» Alemanha abandonaria euro sem Atenas, diz líder de coalizão opositora grega
» Grécia
» Angela Merkel ameaçou retirar Alemanha da Zona Euro
» Alemanha e França foram "pais irresponsáveis" do euro
» Alemanha abandonaria euro sem Atenas, diz líder de coalizão opositora grega
Vagueando na Notícia :: Salas das mesas de grandes debates de noticias :: Professor Dr e mister Mokas faz a analise do Mundo
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos