Alemanha abandonaria euro sem Atenas, diz líder de coalizão opositora grega
Vagueando na Notícia :: Salas das mesas de grandes debates de noticias :: Professor Dr e mister Mokas faz a analise do Mundo
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Alemanha abandonaria euro sem Atenas, diz líder de coalizão opositora grega
Alemanha abandonaria euro sem Atenas, diz líder de coalizão opositora grega
Alexis Tsipras, que visitou o Brasil nesta semana, defende a criação de um novo Plano Marshall para a Europa
Vitor Sion/Opera Mundi
O líder do Syriza, Alexis Tsipras, que esteve em São Paulo nesta semana
Em meio à série de cortes que o governo grego aplicou para tentar sair
da crise econômica, surgiu neste ano, nas eleições gerais de junho, uma
voz divergente. Aos 38 anos, o líder da coalizão opositora Syriza,
Alexis Tsipras, por pouco não desbancou o primeiro-ministro Antonis
Samaras com a proposta de parar com as medidas de austeridade.
Em visita ao Brasil durante esta semana, quando se reuniu com
dirigentes de quatro partidos da esquerda do país, Tsipras concedeu
entrevista exclusiva ao Opera Mundi. Ao falar sobre um
eventual governo sob sua liderança, hipótese que considera “provável”
para 2016, o jovem político grego defende a criação de um novo Plano
Marshall para a Europa, com fortes investimentos públicos para diminuir o
índice de desemprego.
Acompanhe a partir deste sábado (22/12) a série de reportagens especiais do Opera Mundi sobre a crise na Grécia
Assim como na campanha do primeiro semestre deste ano, Tsipras não
defende a saída da Grécia da Zona do Euro. Mas alerta que, se o governo
grego adotasse essa alternativa, a Alemanha também deixaria a moeda
comum “no dia seguinte”.
Leia a entrevista completa, na qual o opositor de Samaras faz críticas à
chanceler alemã, Angela Merkel, e prega a união dos países do sul da
Europa.
Opera Mundi: Como líder da coalizão opositora na Grécia, qual a
importância de vir à América do Sul para se reunir com partidos de
esquerda de Brasil e Argentina?
Alexis Tsipras: É uma ação simbólica e de grande importância. A América
do Sul e a Europa são muito diferentes, principalmente devido às
características da União Europeia. Logo, é difícil copiar qualquer tipo
de modelo bem-sucedido daqui. No entanto, a imprensa e políticos
conservadores europeus costumam dizer que não há alternativa além das
medidas de austeridade. E vários países sul-americanos, como Brasil,
Argentina, Bolívia e Venezuela, têm adotado práticas contra essa
corrente e mostrado que há solução, sim, sem que a população precise
perder a dignidade.
OM: E na Europa? Qual a possibilidade de se fazer alianças na esquerda, com partidos que rechaçam as medidas de austeridade?
AT: Na Europa não é muito fácil fazer alianças neste momento com outro
governo. Mas seria muito importante formar alianças com outros partidos
de esquerda, com o objetivo de combater o neoliberalismo. Mantemos um
contato muito próximo, por exemplo, com Jean-Luc Mélenchon [candidato da
Frente de Esquerda nas eleições presidenciais francesas], mas ele não
está no governo. Cm isso, fica difícil implementar as medidas que
desejamos.
Leia mais
OM: Qual o balanço que vocês fazem das eleições deste ano? O
crescimento foi um sucesso ou não ter chegado ao poder por tão poucos
votos foi considerado um fracasso?
AT: Em termos gerais, foi um fracasso, porque estivemos muito perto de
vencer e acabamos perdendo por pressão da mídia e das forças
capitalistas. Em uma análise mais minuciosa, foi uma grande vitória,
pois saímos de 4% para quase 30% [nas eleições de junho, o Syriza obteve
26% dos votos].
O ponto é que, mesmo com o nosso avanço, quem mais perdeu foi a
população grega. O atual governo prometeu interromper as medidas de
austeridade. Eles não cumpriram a promessa e esse é um dos motivos pelos
quais estão perdendo apoio entre os gregos e no Parlamento, onde já não
têm maioria absoluta. O problema é que, pela Constituição, eles ainda
ficarão no governo por mais 3,5 anos. Se o governo deles continuar com
essas medidas, não teremos mais um Estado grego para governar em 2016.
OM: Além do crescimento da Syriza, a última eleição na Grécia
também apresentou um aumento no número de eleitores do partido
neonazista Aurora Dourada. Qual a avaliação que o senhor faz deste
grupo? Quais são os riscos?
AT: É um fenômeno muito perigoso. Estamos insatisfeitos com esse
crescimento, pois os nazistas mataram muitos gregos na Segunda Guerra.
Esse aumento só pode ser explicado pela crise social e pela situação
econômica que vivemos. Temos que proteger a população e nosso sistema
político deles, porque a agenda é passar por cima dos outros,
principalmente dos imigrantes.
Antes das eleições, um dos líderes do Pasok [que faz parte da coalizão
governista] veio me dizer que estava triste com o avanço do Aurora
Dourada. E então eu respondi: “Não fique triste, porque vocês são
responsáveis por isso, com a implementação das medidas de austeridade”.
Agência Efe (20/12/12)
Moradores de Atenas aguardam ônibus durante mais um dia de greve no transporte público
OM: Durante a última campanha eleitoral, o senhor defendeu o
fim das medidas de austeridade e a manutenção da Grécia na Zona do Euro.
Qual a melhor alternativa defendida pela coalizão para diminuir as
taxas de desemprego?
AT: O ponto crucial é interromper as medidas de austeridade. Quando uma
pessoa está doente e seu estado de saúde piora mesmo tomando remédio,
você tem que mudar o remédio. Renegociar a nossa dívida com as
instituições responsáveis. Não só nós devemos fazer isso, mas os outros
países do Sul da Europa também. Defendo uma espécie de novo Plano
Marshall, com investimentos maciços do setor público para criar
empregos. Não é uma solução fácil, mas seria importante ter um governo
que resistisse e fizesse isso na Europa. O Syriza pode ser a chama que
vai reacender a Europa.
OM: Recriar uma moeda nacional na atual conjuntura é uma alternativa, diante da inflexibilidade da Alemanha?
AT: A Grécia é um país pequeno e sua economia não representa mais que
4% da União Europeia. Por que fazem tanto barulho por causa da Grécia?
Por que os outros países simplesmente não seguem em frente,
independentemente da nossa decisão? Com certeza não é porque eles são
pessoas legais e amáveis. É porque eles não podem fazer isso e dependem
de alguma forma de nós. De qualquer maneira, seria muito difícil
sobrevivermos sozinhos, não só para nós, mas para qualquer país europeu.
Mas, se a Grécia decidir sair da Zona do Euro, tenho certeza que a
Alemanha também sairá, no dia seguinte.
Vitor Sion/Opera Mundi
Tsipras acredita que, ao invés de medidas de austeridade, a Grécia deveria adotar um novo Plano Marshall
OM: Sobre a Alemanha, você acha que Angela Merkel pode perder as próximas eleições, em 2013?
AT: Não. Se eu pudesse escolher, votaria em Peer Steinbrueck [do
Partido Social Democrata], mas acho que não faria muita diferença. Todos
têm a mesma política na Alemanha. Independentemente de quem ganhar, o
outro lado pode fazer parte da coalizão. O verdadeiro inimigo de Merkel
não está dentro da Alemanha. O inimigo dela somos nós, do Syriza.
OM: O que o senhor acha de Portugal, Itália, Grécia e Espanha serem tratados como PIGS por parte da imprensa mundial?
AT: Sem dúvida, não é uma expressão educada, mas temos que admitir que
estamos todos no mesmo barco, com a indispensável necessidade de tentar
brecar o neoliberalismo. Por isso a importância de fazermos alianças.
Temos os mesmos interesses. Merkel e a Alemanha não querem um sonho
europeu, com todos os países bem. Eles só querem uma união germânica com
a qual têm muito a ganhar.
Alexis Tsipras, que visitou o Brasil nesta semana, defende a criação de um novo Plano Marshall para a Europa
Vitor Sion/Opera Mundi
O líder do Syriza, Alexis Tsipras, que esteve em São Paulo nesta semana
Em meio à série de cortes que o governo grego aplicou para tentar sair
da crise econômica, surgiu neste ano, nas eleições gerais de junho, uma
voz divergente. Aos 38 anos, o líder da coalizão opositora Syriza,
Alexis Tsipras, por pouco não desbancou o primeiro-ministro Antonis
Samaras com a proposta de parar com as medidas de austeridade.
Em visita ao Brasil durante esta semana, quando se reuniu com
dirigentes de quatro partidos da esquerda do país, Tsipras concedeu
entrevista exclusiva ao Opera Mundi. Ao falar sobre um
eventual governo sob sua liderança, hipótese que considera “provável”
para 2016, o jovem político grego defende a criação de um novo Plano
Marshall para a Europa, com fortes investimentos públicos para diminuir o
índice de desemprego.
Acompanhe a partir deste sábado (22/12) a série de reportagens especiais do Opera Mundi sobre a crise na Grécia
Assim como na campanha do primeiro semestre deste ano, Tsipras não
defende a saída da Grécia da Zona do Euro. Mas alerta que, se o governo
grego adotasse essa alternativa, a Alemanha também deixaria a moeda
comum “no dia seguinte”.
Leia a entrevista completa, na qual o opositor de Samaras faz críticas à
chanceler alemã, Angela Merkel, e prega a união dos países do sul da
Europa.
Opera Mundi: Como líder da coalizão opositora na Grécia, qual a
importância de vir à América do Sul para se reunir com partidos de
esquerda de Brasil e Argentina?
Alexis Tsipras: É uma ação simbólica e de grande importância. A América
do Sul e a Europa são muito diferentes, principalmente devido às
características da União Europeia. Logo, é difícil copiar qualquer tipo
de modelo bem-sucedido daqui. No entanto, a imprensa e políticos
conservadores europeus costumam dizer que não há alternativa além das
medidas de austeridade. E vários países sul-americanos, como Brasil,
Argentina, Bolívia e Venezuela, têm adotado práticas contra essa
corrente e mostrado que há solução, sim, sem que a população precise
perder a dignidade.
OM: E na Europa? Qual a possibilidade de se fazer alianças na esquerda, com partidos que rechaçam as medidas de austeridade?
AT: Na Europa não é muito fácil fazer alianças neste momento com outro
governo. Mas seria muito importante formar alianças com outros partidos
de esquerda, com o objetivo de combater o neoliberalismo. Mantemos um
contato muito próximo, por exemplo, com Jean-Luc Mélenchon [candidato da
Frente de Esquerda nas eleições presidenciais francesas], mas ele não
está no governo. Cm isso, fica difícil implementar as medidas que
desejamos.
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OM: Qual o balanço que vocês fazem das eleições deste ano? O
crescimento foi um sucesso ou não ter chegado ao poder por tão poucos
votos foi considerado um fracasso?
AT: Em termos gerais, foi um fracasso, porque estivemos muito perto de
vencer e acabamos perdendo por pressão da mídia e das forças
capitalistas. Em uma análise mais minuciosa, foi uma grande vitória,
pois saímos de 4% para quase 30% [nas eleições de junho, o Syriza obteve
26% dos votos].
O ponto é que, mesmo com o nosso avanço, quem mais perdeu foi a
população grega. O atual governo prometeu interromper as medidas de
austeridade. Eles não cumpriram a promessa e esse é um dos motivos pelos
quais estão perdendo apoio entre os gregos e no Parlamento, onde já não
têm maioria absoluta. O problema é que, pela Constituição, eles ainda
ficarão no governo por mais 3,5 anos. Se o governo deles continuar com
essas medidas, não teremos mais um Estado grego para governar em 2016.
OM: Além do crescimento da Syriza, a última eleição na Grécia
também apresentou um aumento no número de eleitores do partido
neonazista Aurora Dourada. Qual a avaliação que o senhor faz deste
grupo? Quais são os riscos?
AT: É um fenômeno muito perigoso. Estamos insatisfeitos com esse
crescimento, pois os nazistas mataram muitos gregos na Segunda Guerra.
Esse aumento só pode ser explicado pela crise social e pela situação
econômica que vivemos. Temos que proteger a população e nosso sistema
político deles, porque a agenda é passar por cima dos outros,
principalmente dos imigrantes.
Antes das eleições, um dos líderes do Pasok [que faz parte da coalizão
governista] veio me dizer que estava triste com o avanço do Aurora
Dourada. E então eu respondi: “Não fique triste, porque vocês são
responsáveis por isso, com a implementação das medidas de austeridade”.
Agência Efe (20/12/12)
Moradores de Atenas aguardam ônibus durante mais um dia de greve no transporte público
OM: Durante a última campanha eleitoral, o senhor defendeu o
fim das medidas de austeridade e a manutenção da Grécia na Zona do Euro.
Qual a melhor alternativa defendida pela coalizão para diminuir as
taxas de desemprego?
AT: O ponto crucial é interromper as medidas de austeridade. Quando uma
pessoa está doente e seu estado de saúde piora mesmo tomando remédio,
você tem que mudar o remédio. Renegociar a nossa dívida com as
instituições responsáveis. Não só nós devemos fazer isso, mas os outros
países do Sul da Europa também. Defendo uma espécie de novo Plano
Marshall, com investimentos maciços do setor público para criar
empregos. Não é uma solução fácil, mas seria importante ter um governo
que resistisse e fizesse isso na Europa. O Syriza pode ser a chama que
vai reacender a Europa.
OM: Recriar uma moeda nacional na atual conjuntura é uma alternativa, diante da inflexibilidade da Alemanha?
AT: A Grécia é um país pequeno e sua economia não representa mais que
4% da União Europeia. Por que fazem tanto barulho por causa da Grécia?
Por que os outros países simplesmente não seguem em frente,
independentemente da nossa decisão? Com certeza não é porque eles são
pessoas legais e amáveis. É porque eles não podem fazer isso e dependem
de alguma forma de nós. De qualquer maneira, seria muito difícil
sobrevivermos sozinhos, não só para nós, mas para qualquer país europeu.
Mas, se a Grécia decidir sair da Zona do Euro, tenho certeza que a
Alemanha também sairá, no dia seguinte.
Vitor Sion/Opera Mundi
Tsipras acredita que, ao invés de medidas de austeridade, a Grécia deveria adotar um novo Plano Marshall
OM: Sobre a Alemanha, você acha que Angela Merkel pode perder as próximas eleições, em 2013?
AT: Não. Se eu pudesse escolher, votaria em Peer Steinbrueck [do
Partido Social Democrata], mas acho que não faria muita diferença. Todos
têm a mesma política na Alemanha. Independentemente de quem ganhar, o
outro lado pode fazer parte da coalizão. O verdadeiro inimigo de Merkel
não está dentro da Alemanha. O inimigo dela somos nós, do Syriza.
OM: O que o senhor acha de Portugal, Itália, Grécia e Espanha serem tratados como PIGS por parte da imprensa mundial?
AT: Sem dúvida, não é uma expressão educada, mas temos que admitir que
estamos todos no mesmo barco, com a indispensável necessidade de tentar
brecar o neoliberalismo. Por isso a importância de fazermos alianças.
Temos os mesmos interesses. Merkel e a Alemanha não querem um sonho
europeu, com todos os países bem. Eles só querem uma união germânica com
a qual têm muito a ganhar.
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118184
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