Alemanha recusa união bancária com actual tratado da União Europeia
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Alemanha recusa união bancária com actual tratado da União Europeia
Alemanha recusa união bancária com actual tratado da União Europeia
14 Abril 2013,
03:03 por Rui Peres Jorge | rpjorge@negocios.pt
BCE ficou mais próximo de se tornar o supervisor bancário, mas posição alemã atrasa a conclusão da união bancária
O acordo no Ecofin de sexta-feira sobre
o mecanismo único de supervisão deixou o BCE mais perto de se tornar o
supervisor bancário da Zona Euro, mas curiosamente pode ter deixado a
união bancária mais longe de nascer. É que o acordo só foi conseguido
com uma condição alemã que promete atrasar os trabalhos: a necessidade
de alterar o Tratado da UE antes de avançar com as restantes componentes
da união bancária.
Em causa está um sistema de resolução de bancos que defina quem
decide o fecho ou a recapitalização de um banco europeus, quem paga o
quê nos bancos com dificuldades, e qual será papel concreto do Mecanismo
Europeu de Estabilização na recapitalização de instituições
financeiras. Perante tantas questões a resolver, a criação de um fundo
de garantia de depósitos comum entre os vários países parece neste
momento posta de parte.
“O principal avanço foi acordo político final (...) sobre o
mecanismo comum e supervisão”, afirmou na noite de sexta-feira Michael
Noonan, o ministro das Finanças irlandês, que liderou os trabalhos do
Ecofin que decorreram em Dublin, numa posição secundada pelos vários
governos e pelas instituições europeias.
No entanto, o acordo só possível após a assinatura por todos os
Estados-membros de uma declaração política, exigida pela Alemanha, onde
se lê que “os Estados-membros reafirmam o seu compromisso com a
conclusão de todos os elementos da união bancária (...) [e] declaram que
estão preparados a trabalhar construtivamente numa proposta para a
alteração do Tratado”.
A referência à alteração do Tratado foi desvalorizada na sexta-feira
pela Comissão Europeia. Em conferência de imprensa Michel Barnier, o
comissário responsável pela regulação financeira, salientou que o acordo
sobre mecanismo de supervisão comum foi conseguido dentro do Tratado da
UE, e agendou para Junho a apresentação de uma proposta um sistema
comum de resolução de bancos.
A expectativa da Comissão Europeia e do BCE é a de que, a par com a
supervisão integrada - que ficará nas mãos do BCE e que está agendada
para meados de 2014 -, se avance com um sistema de resolução bancária e
uma autoridade de resolução (que funcione em articulação com o BCE). Em
Frankfurt quer-se tudo a funcionar em 2015.
Este pode contudo vir a provar-se um calendário demasiado ambicioso. É
que no sábado de manhã, Wolfgang Schauble, o ministro das Finanças
alemão, deixou claro que não vê forma de avançar sem alterações ao
Tratado da UE.
“Uma união bancária só faz sentido... se também avançarmos com regras
para a reestruturação e resolução de bancos. Mas se queremos
instituições europeias para o fazer, vamos precisar de uma alteração ao
tratado”, afirmou citado pela Reuters. Em causa estão princípios do
Tratado como a independência do BCE ou a proibição de transferências
orçamentais entre Estados-membros.
“Não poderemos dar mais passos assentes numa base legal duvidosa”,
continuou, acrescentado que “é por isso que é crucial que fortaleçamos a
rede de instituições e fundos nacionais de reestruturação”. A Alemanha
tem sido desde início um dos países mais hesitantes na criação de uma
união bancária.
As reacções à posição alemã não se fizeram esperar. O presidente do
Eurogrupo apoiou uma “alteração limitada” ao Tratado: “Se os alemães têm
uma posição firme sobre este assunto (...) então isto é um verdadeiro
problema. Deveríamos por isso olhar para uma alteração limitada ao
Tratado”, afirmou no sábado Jeroen Dijsselbloem.
O problema é que tal pode não ser possível. As alterações ao Tratado
exigem acordo entre os 27 Estados-membros, e em alguns casos referendos
nacionais. E o Reino Unido, cujo Governo vem defendendo a importância de
alterações ao Tratado que lhe concedam mais autonomia na relação com a
UE, já sinalizou que pretende levar as suas propostas a discussão. Este
seria um caminho negocial exigente.
A importância de quebrar a relação perigosa entre os riscos assumidos
pelos Estados e os incorridos pelos bancos foi uma das lições da Grande
Recessão. A união bancária, a resposta europeia que vem sendo desenhada
desde o Verão passado, é um bom exemplo de que, muitas vezes,
especialmente numa união de países, é muito mais difícil operacionalizar
do que de idealizar soluções.
* jornalista em Dublin
14 Abril 2013,
03:03 por Rui Peres Jorge | rpjorge@negocios.pt
BCE ficou mais próximo de se tornar o supervisor bancário, mas posição alemã atrasa a conclusão da união bancária
O acordo no Ecofin de sexta-feira sobre
o mecanismo único de supervisão deixou o BCE mais perto de se tornar o
supervisor bancário da Zona Euro, mas curiosamente pode ter deixado a
união bancária mais longe de nascer. É que o acordo só foi conseguido
com uma condição alemã que promete atrasar os trabalhos: a necessidade
de alterar o Tratado da UE antes de avançar com as restantes componentes
da união bancária.
Em causa está um sistema de resolução de bancos que defina quem
decide o fecho ou a recapitalização de um banco europeus, quem paga o
quê nos bancos com dificuldades, e qual será papel concreto do Mecanismo
Europeu de Estabilização na recapitalização de instituições
financeiras. Perante tantas questões a resolver, a criação de um fundo
de garantia de depósitos comum entre os vários países parece neste
momento posta de parte.
“O principal avanço foi acordo político final (...) sobre o
mecanismo comum e supervisão”, afirmou na noite de sexta-feira Michael
Noonan, o ministro das Finanças irlandês, que liderou os trabalhos do
Ecofin que decorreram em Dublin, numa posição secundada pelos vários
governos e pelas instituições europeias.
No entanto, o acordo só possível após a assinatura por todos os
Estados-membros de uma declaração política, exigida pela Alemanha, onde
se lê que “os Estados-membros reafirmam o seu compromisso com a
conclusão de todos os elementos da união bancária (...) [e] declaram que
estão preparados a trabalhar construtivamente numa proposta para a
alteração do Tratado”.
A referência à alteração do Tratado foi desvalorizada na sexta-feira
pela Comissão Europeia. Em conferência de imprensa Michel Barnier, o
comissário responsável pela regulação financeira, salientou que o acordo
sobre mecanismo de supervisão comum foi conseguido dentro do Tratado da
UE, e agendou para Junho a apresentação de uma proposta um sistema
comum de resolução de bancos.
A expectativa da Comissão Europeia e do BCE é a de que, a par com a
supervisão integrada - que ficará nas mãos do BCE e que está agendada
para meados de 2014 -, se avance com um sistema de resolução bancária e
uma autoridade de resolução (que funcione em articulação com o BCE). Em
Frankfurt quer-se tudo a funcionar em 2015.
Este pode contudo vir a provar-se um calendário demasiado ambicioso. É
que no sábado de manhã, Wolfgang Schauble, o ministro das Finanças
alemão, deixou claro que não vê forma de avançar sem alterações ao
Tratado da UE.
“Uma união bancária só faz sentido... se também avançarmos com regras
para a reestruturação e resolução de bancos. Mas se queremos
instituições europeias para o fazer, vamos precisar de uma alteração ao
tratado”, afirmou citado pela Reuters. Em causa estão princípios do
Tratado como a independência do BCE ou a proibição de transferências
orçamentais entre Estados-membros.
“Não poderemos dar mais passos assentes numa base legal duvidosa”,
continuou, acrescentado que “é por isso que é crucial que fortaleçamos a
rede de instituições e fundos nacionais de reestruturação”. A Alemanha
tem sido desde início um dos países mais hesitantes na criação de uma
união bancária.
As reacções à posição alemã não se fizeram esperar. O presidente do
Eurogrupo apoiou uma “alteração limitada” ao Tratado: “Se os alemães têm
uma posição firme sobre este assunto (...) então isto é um verdadeiro
problema. Deveríamos por isso olhar para uma alteração limitada ao
Tratado”, afirmou no sábado Jeroen Dijsselbloem.
O problema é que tal pode não ser possível. As alterações ao Tratado
exigem acordo entre os 27 Estados-membros, e em alguns casos referendos
nacionais. E o Reino Unido, cujo Governo vem defendendo a importância de
alterações ao Tratado que lhe concedam mais autonomia na relação com a
UE, já sinalizou que pretende levar as suas propostas a discussão. Este
seria um caminho negocial exigente.
A importância de quebrar a relação perigosa entre os riscos assumidos
pelos Estados e os incorridos pelos bancos foi uma das lições da Grande
Recessão. A união bancária, a resposta europeia que vem sendo desenhada
desde o Verão passado, é um bom exemplo de que, muitas vezes,
especialmente numa união de países, é muito mais difícil operacionalizar
do que de idealizar soluções.
* jornalista em Dublin
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118178
Re: Alemanha recusa união bancária com actual tratado da União Europeia
os alemães teem um verdadeiro panico de uma moeda sem valor porque depois da IIGG para comprar um pão era necessario uma carro de mao de notas
Esse é apenas e so a recusa da Alemanha...mas ...mas acho que se a europa em peso os avisar que..e que..mais que...eles recuam
Esse é apenas e so a recusa da Alemanha...mas ...mas acho que se a europa em peso os avisar que..e que..mais que...eles recuam
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