Beduínos no Negev temem expropriação em massa caso lei seja aprovada em Israel Projeto da Lei Prawer-Begin, aprovado em junho pelo Parlamento, tem o objetivo de "regularizar" a questão das terras na região Um projeto de lei do governo israelense que deve
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Beduínos no Negev temem expropriação em massa caso lei seja aprovada em Israel Projeto da Lei Prawer-Begin, aprovado em junho pelo Parlamento, tem o objetivo de "regularizar" a questão das terras na região Um projeto de lei do governo israelense que deve
Beduínos no Negev temem expropriação em massa caso lei seja aprovada em Israel
Projeto da Lei Prawer-Begin, aprovado em junho pelo Parlamento, tem o objetivo de "regularizar" a questão das terras na região
Um projeto de lei do governo israelense que deverá levar à expulsão de cerca de 40 mil beduínos de suas terras e à destruição de dezenas de aldeias "não reconhecidas" no deserto do Negev, vem gerando protestos em Israel e no exterior. O projeto, denominado Lei Prawer-Begin, que foi aprovado em junho pelo Parlamento de Israel e deverá passar por mais duas votações, tem o objetivo de "regularizar" a questão das terras de beduínos no Negev, no sul do país.
Leia série de reportagens especiais sobre Israel
Negev Coexistence Forum for Civil Equality/Divulgação
Destruição pelo Estado de Israel da aldeia beduína não reconhecida de Atir, no deserto do Negev, região que reúne beduínos
De acordo com o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, "o objetivo desta decisão histórica é pôr um fim à realidade em que durante 65 anos o Estado perdeu o controle sobre as terras nas quais os beduínos se expandiram".
Leia também:
Beduínos que ficaram após guerra de 1948 vivem em condições precárias
"A implementação da decisão irá pôr um fim à expansão da construção ilegal dos beduínos no Negev, contribuirá para uma integração melhor dessa população e para a restituição da terra ao Estado. Todos os governos de Israel se esquivaram de tratar desse assunto, mas esta decisão corajosa irá possibilitar o desenvolvimento do Negev para a prosperidade de todos os seus habitantes", declarou Netanyahu depois que o Parlamento aprovou o plano em primeira leitura.
Leia mais
Durante a discussão no Parlamento os deputados que representam os cidadãos árabes de Israel rasgaram o projeto de lei e declararam que, se o plano Prawer for implementado, poderá haver uma Intifada (levante) da população palestina que vive no país.
"Declaração de guerra aos beduínos"
Para Aziz El Tori, residente da aldeia não reconhecida de El Arakib, a nova lei significa uma "declaração de guerra contra os beduínos". El Tori, de 38 anos e pai de seis filhos, disse a Opera Mundi que nos últimos 3 anos a aldeia já foi desmantelada 53 vezes pelas autoridades israelenses, o que serve de "teste" para todas as aldeias não reconhecidas. "Quando destruíram nossas casas, eles (governantes) pensavam que iam levar os habitantes a deixar a aldeia, mas apesar de tudo ficamos aqui e construímos tudo de novo", disse.
Essas aldeias, cuja existência não é reconhecida pelo Estado e que não recebem quaisquer serviços públicos, integram uma população de cerca de 90 mil pessoas que resistem às tentativas do governo de transferi-las para pequenas cidades construídas para "resolver o problema beduíno". Israel construiu sete cidades para beduínos no Negev, nas quais atualmente moram 100 mil pessoas, e que, segundo todos os parâmetros socioeconômicos são hoje as cidades mais pobres do país.
Negev Coexistence Forum for Civil Equality/Divulgação
"Queremos ficar nas nossas terras, queremos manter nosso modo de vida agrícola, cultivar as plantações e cuidar dos nossos rebanhos", disse El Tori, "não queremos nos mudar para as cidades beduínas". "O governo quer destruir nossa cultura e nossa economia", completou.
[Manifestação em Tel Aviv contra demolição da aldeia de El Arakib]
Com a ajuda de ONGs de direitos humanos, os residentes de El Arakib já reergueram 53 vezes suas tendas e barracões que foram destruídos sucessivamente pelas autoridades israelenses.
El Tori contou que desde a primeira destruição de El Arakib, em julho de 2010, ele parou de trabalhar. "Temos receio de que, se os homens da aldeia saírem para trabalhar fora, o governo aproveite a oportunidade para tomar nossas terras e decretá-las 'área militar fechada'".
Contração
Para organizações israelenses, ao contrário dos argumentos do governo, a presença dos beduínos no deserto do Negev vem passando por um processo contínuo de contração e não de expansão. "O governo fala em expansão dos beduínos, mas podemos notar que depois da guerra de 1948 a área onde lhes foi permitido morar foi limitada a apenas 10% da área anterior, e agora, com o plano Prawer, querem diminuí-la ainda mais", disse Amos Gvirtz, da ONG Hakarah (Reconhecimento, em tradução livre) a Opera Mundi.
De acordo com Gvirtz, a história dos beduínos em Israel é uma história de expulsão e desapropriação. "O próprio Estado transferiu os beduínos para a região da Siyag, e agora alega que eles são invasores e que suas construções são ilegais", disse, "só durante o ano de 2011 as autoridades israelenses destruíram mais de mil casas de beduínos no Negev".
Vídeo mostra como vivem beduínos no Negev:
O rabino Arik Ascherman, da ONG Rabinos pelos Direitos Humanos, ressalta ainda que existe uma campanha de desinformação orquestrada pelo governo sobre a questão das terras dos beduínos. "O governo afirma que os beduínos estão se expandindo no Negev e tomando terras pertencentes ao Estado, porém todas as reivindicações de terras no Negev por beduínos não ultrapassam 5.4% da área total do Negev", disse Ascherman.
"Atuo em questões de direitos humanos há 18 anos e posso dizer que a tragédia dos beduínos é a maior de todas as tragédias que testemunhei", disse. "Agora, com o plano Prawer dezenas de milhares de pessoas serão forçadas a se mudar para as cidades beduínas e perderão suas terras", lembrando que “desde a guerra de 1948 não houve uma desapropriação de tais proporções.”
Cancelamento
Rabinos britânicos assinaram um apelo dirigido ao primeiro ministro Netanyahu, pedindo o cancelamento do projeto Prawer. "A intenção de transferir beduínos à força para cidades contradiz seu estilo de vida e a textura social de suas comunidades. As experiências demonstram que tais medidas criam concentrações de pobreza, desemprego e frustração", afirmam 65 rabinos, que pedem ao governo de Israel para que inicie um diálogo com os beduínos para que seja possível alcançar um acordo sobre questão da posse das terras no Negev.
Efe (21/07/2013)
Premiê israelense, Benjamin Netanyahu, disse que lei irá pôr um fim à expansão da construção ilegal dos beduínos no Negev
De acordo com um comunicado do Ministério das Relações Exteriores de Israel "embora a maioria dos beduínos não tenha documentação para comprovar suas alegações de propriedade privada ou comunitária da terra, conforme exigido pela lei israelense, o Estado de Israel decidiu ir além das suas obrigações legais para fazer – ex gratia – um acordo abrangente, justo e viável para resolver a situação da propriedade da terra e para promover o assentamento em comunidades regularizadas e permanentes."
Em 1920 a Federação Sionista reconheceu 650.000 hectares do Negev como pertencentes aos beduínos, hoje eles reivindicam 162.000 hectares, mas de acordo com o plano Prawer irão receber apenas 12 mil hectares.
Projeto da Lei Prawer-Begin, aprovado em junho pelo Parlamento, tem o objetivo de "regularizar" a questão das terras na região
Um projeto de lei do governo israelense que deverá levar à expulsão de cerca de 40 mil beduínos de suas terras e à destruição de dezenas de aldeias "não reconhecidas" no deserto do Negev, vem gerando protestos em Israel e no exterior. O projeto, denominado Lei Prawer-Begin, que foi aprovado em junho pelo Parlamento de Israel e deverá passar por mais duas votações, tem o objetivo de "regularizar" a questão das terras de beduínos no Negev, no sul do país.
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Negev Coexistence Forum for Civil Equality/Divulgação
Destruição pelo Estado de Israel da aldeia beduína não reconhecida de Atir, no deserto do Negev, região que reúne beduínos
De acordo com o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, "o objetivo desta decisão histórica é pôr um fim à realidade em que durante 65 anos o Estado perdeu o controle sobre as terras nas quais os beduínos se expandiram".
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Beduínos que ficaram após guerra de 1948 vivem em condições precárias
"A implementação da decisão irá pôr um fim à expansão da construção ilegal dos beduínos no Negev, contribuirá para uma integração melhor dessa população e para a restituição da terra ao Estado. Todos os governos de Israel se esquivaram de tratar desse assunto, mas esta decisão corajosa irá possibilitar o desenvolvimento do Negev para a prosperidade de todos os seus habitantes", declarou Netanyahu depois que o Parlamento aprovou o plano em primeira leitura.
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Durante a discussão no Parlamento os deputados que representam os cidadãos árabes de Israel rasgaram o projeto de lei e declararam que, se o plano Prawer for implementado, poderá haver uma Intifada (levante) da população palestina que vive no país.
"Declaração de guerra aos beduínos"
Para Aziz El Tori, residente da aldeia não reconhecida de El Arakib, a nova lei significa uma "declaração de guerra contra os beduínos". El Tori, de 38 anos e pai de seis filhos, disse a Opera Mundi que nos últimos 3 anos a aldeia já foi desmantelada 53 vezes pelas autoridades israelenses, o que serve de "teste" para todas as aldeias não reconhecidas. "Quando destruíram nossas casas, eles (governantes) pensavam que iam levar os habitantes a deixar a aldeia, mas apesar de tudo ficamos aqui e construímos tudo de novo", disse.
Essas aldeias, cuja existência não é reconhecida pelo Estado e que não recebem quaisquer serviços públicos, integram uma população de cerca de 90 mil pessoas que resistem às tentativas do governo de transferi-las para pequenas cidades construídas para "resolver o problema beduíno". Israel construiu sete cidades para beduínos no Negev, nas quais atualmente moram 100 mil pessoas, e que, segundo todos os parâmetros socioeconômicos são hoje as cidades mais pobres do país.
Negev Coexistence Forum for Civil Equality/Divulgação
"Queremos ficar nas nossas terras, queremos manter nosso modo de vida agrícola, cultivar as plantações e cuidar dos nossos rebanhos", disse El Tori, "não queremos nos mudar para as cidades beduínas". "O governo quer destruir nossa cultura e nossa economia", completou.
[Manifestação em Tel Aviv contra demolição da aldeia de El Arakib]
Com a ajuda de ONGs de direitos humanos, os residentes de El Arakib já reergueram 53 vezes suas tendas e barracões que foram destruídos sucessivamente pelas autoridades israelenses.
El Tori contou que desde a primeira destruição de El Arakib, em julho de 2010, ele parou de trabalhar. "Temos receio de que, se os homens da aldeia saírem para trabalhar fora, o governo aproveite a oportunidade para tomar nossas terras e decretá-las 'área militar fechada'".
Contração
Para organizações israelenses, ao contrário dos argumentos do governo, a presença dos beduínos no deserto do Negev vem passando por um processo contínuo de contração e não de expansão. "O governo fala em expansão dos beduínos, mas podemos notar que depois da guerra de 1948 a área onde lhes foi permitido morar foi limitada a apenas 10% da área anterior, e agora, com o plano Prawer, querem diminuí-la ainda mais", disse Amos Gvirtz, da ONG Hakarah (Reconhecimento, em tradução livre) a Opera Mundi.
De acordo com Gvirtz, a história dos beduínos em Israel é uma história de expulsão e desapropriação. "O próprio Estado transferiu os beduínos para a região da Siyag, e agora alega que eles são invasores e que suas construções são ilegais", disse, "só durante o ano de 2011 as autoridades israelenses destruíram mais de mil casas de beduínos no Negev".
Vídeo mostra como vivem beduínos no Negev:
O rabino Arik Ascherman, da ONG Rabinos pelos Direitos Humanos, ressalta ainda que existe uma campanha de desinformação orquestrada pelo governo sobre a questão das terras dos beduínos. "O governo afirma que os beduínos estão se expandindo no Negev e tomando terras pertencentes ao Estado, porém todas as reivindicações de terras no Negev por beduínos não ultrapassam 5.4% da área total do Negev", disse Ascherman.
"Atuo em questões de direitos humanos há 18 anos e posso dizer que a tragédia dos beduínos é a maior de todas as tragédias que testemunhei", disse. "Agora, com o plano Prawer dezenas de milhares de pessoas serão forçadas a se mudar para as cidades beduínas e perderão suas terras", lembrando que “desde a guerra de 1948 não houve uma desapropriação de tais proporções.”
Cancelamento
Rabinos britânicos assinaram um apelo dirigido ao primeiro ministro Netanyahu, pedindo o cancelamento do projeto Prawer. "A intenção de transferir beduínos à força para cidades contradiz seu estilo de vida e a textura social de suas comunidades. As experiências demonstram que tais medidas criam concentrações de pobreza, desemprego e frustração", afirmam 65 rabinos, que pedem ao governo de Israel para que inicie um diálogo com os beduínos para que seja possível alcançar um acordo sobre questão da posse das terras no Negev.
Efe (21/07/2013)
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Em 1920 a Federação Sionista reconheceu 650.000 hectares do Negev como pertencentes aos beduínos, hoje eles reivindicam 162.000 hectares, mas de acordo com o plano Prawer irão receber apenas 12 mil hectares.
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
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