Polícia de Moçambique salva crianças na Beira Manica. Operação de resgate termina com sucess

Polícia de Moçambique salva crianças na Beira
Manica. Operação de resgate termina com sucesso

Em 2004, a igreja denunciou suspeitas de tráfico de órgãos

Dois autocarros que transportavam 23 e 41 crianças, respectivamente, foram interceptados separadamente pela polícia no distrito de Caia, província de Sofala, centro de Moçambique. A operação realizou-se no passado fim-de-semana e a polícia agiu por suspeitar que se tratava de tráfico humano.

No primeiro autocarro, que transportava 23 crianças - com idades compreendidas entre os sete e os 17 anos -, viajava um homem que se encontra sob custódia policial, enquanto as alegadas vítimas estão alojadas no Gabinete de Atendimento às Mulheres e Crianças na capital de Sofala, Beira.

As crianças são provenientes de Nampula, no Norte de Moçambique, e uma delas afirmou a jornalistas que tinham saído da sua província a caminho da capital do país - Maputo -, onde, segundo lhes terão afirmado, iriam ter aulas de islamismo.

O segundo autocarro, que transportava 41 crianças, foi interceptado pela polícia no domingo.

De acordo com a imprensa moçambicana, as crianças afirmaram que estavam a ser levadas para escolas islâmicas, ou madrassas, na cidade da Matola, arredores da capital moçambicana, Maputo.

Em Janeiro deste ano, foi interceptado pela polícia um camião com 40 crianças na província de Manica, quando se dirigia para Maputo. Também então a justificação foi que os menores supostamente iriam receber lições de islamismo na capital moçambica. Responsáveis da comunidade islâmica, inquiridos então sobre o assunto, negaram ter qualquer envolvimento no caso.

Recorde-se que, no início de 2004, várias instituições ligadas à Igreja Católica denunciaram casos que levantavam suspeitas sobre a existência de tráfico de órgãos e de crianças, nomeadamente com destino à África do Sul. Estes acabaram por ser alvo de inquérito da Procuradoria-Geral da República de Moçambique que, no entanto, não conseguiu chegar a quaisquer conclusões definitivas. - L. R. com Lusa