Nos próximos dez anos seremos 300 milhões a falar português
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Nos próximos dez anos seremos 300 milhões a falar português
Nos próximos dez anos seremos 300 milhões a falar português
Ana Dias Cordeiro
29/10/2013 - 07:30
A tendência para o crescimento apoia-se numa população jovem no mundo lusófono. Conferência sobre Língua Portuguesa reúne dezenas de especialistas dos oito da CPLP nestas terça e quarta-feiras em Lisboa.
O universo de falantes de português varia consoante se inclua a população total dos oito países lusófonos, ou só a parte que fala de facto o português. O número de pessoas também se altera se contarmos – ou não – “aquilo que poderíamos chamar um outro país”, segundo as palavras da presidente do Instituto Camões Ana Paula Laborinho, o país das diásporas e que só no caso de Portugal representa 4,8 milhões de pessoas e no caso do Brasil três milhões.
Mas a tendência de crescimento não deixa dúvidas. Com os 250 milhões de pessoas a falar português em todo o mundo, a perspectiva é para que sejam 300 milhões nos próximos cinco a dez anos.
“Com uma população jovem em grande crescimento [nos países lusófonos], há uma previsão de um aumento significativo dos falantes dentro de cinco a 10 anos”, disse ao PÚBLICO Ana Paula Laborinho. A população jovem que fala português também explica a conquista do mundo digital.
Na Internet, o português já é a quinta língua mais usada. Nas redes sociais – Facebook e Twitter – é a terceira. Também alcançou esse ranking, terceiro mundial, nos negócios de gás e petróleo, em grande parte graças a Angola e Brasil.
“Nos próximos cinco a dez anos, mais de 300 milhões de pessoas no mundo serão falantes de português”, diz a responsável, numa altura em que Portugal se prepara para acolher a 2ª Conferência sobre a Língua Portuguesa no Sistema Mundial, que se realiza esta terça e quarta-feira na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa.
A francofonia há muito que realiza conferências. A língua espanhola também. Por que não o fazer também com a língua portuguesa? A primeira conferência realizou-se em 2010 no Brasil. Portugal propôs realizar a segunda. Quem organiza é o Instituto Camões juntamente com Moçambique, enquanto país que assume a presidência rotativa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a própria organização multilateral em nome de todos os Estados.
O evento vai juntar dezenas de importantes académicos e especialistas da língua portuguesa. E antecede reuniões políticas e um conselho dos ministros dos Negócios Estrangeiros da CPLP, durante o qual será adoptado um Plano de Acção de Lisboa – à semelhança do Plano de Acção de Brasília, que em 2010 definiu a internacionalização da língua portuguesa como objectivo comum dos países lusófonos.
Entre os mais 200 especialistas e responsáveis das áreas do ensino e da língua dos oito países de língua portuguesa presentes, Ana Paula Laborinho destaca, sem dificuldade, três pessoas. De Cabo Verde, Timor-Leste e Brasil. Pelo impacto da sua acção, pelas ideias e pelo esforço em continuar a escolher o português, mesmo quando geograficamente se está isolado nesse desígnio, como é o caso de Timor-Leste.
A primeira pessoa que Ana Paula Laborinho destaca é António Correia da Silva, ministro do Ensino Superior, Ciência e Inovação de Cabo Verde e ex-reitor da Universidade de Cabo Verde. “Foi ele uma das primeiras pessoas a falar da importância do português como língua de ciência”, diz. Como tal, tornou-se, de certa forma, “o mote para esta conferência pela maneira como afirmou essa importância no espaço da língua portuguesa.”
Mas também “o esforço” que um país tão distante como Timor-Leste continua a fazer para manter o português como escolha leva esta responsável a destacar o vice-ministro de Educação de Timor-Leste, Paulo Assis Belo.
“Num país que está tão distante, rodeado por outras línguas, e pelo esforço que Timor-Leste continua a fazer para escolher o português sem deixar de ter relações com os seus países vizinhos, um caso que merece a nossa atenção porque revela uma opção que é uma opção difícil e vale a pena saber as razões por que o fazem.” As razões “não são só afectivas”, enfatiza. “São razões da sua própria afirmação identitária.”
Ana Paula Laborinho destaca também o director do Museu da Língua Portuguesa de São Paulo, António Sartini, e Ataliba de Castilho pelo importante trabalho de divulgação da língua portuguesa, levando ao seu espaço “não apenas escritores e artistas do Brasil mas de todos os países” lusófonos. “Os milhões que têm passado pelo museu têm sido um contributo muito importante para a internacionalização” da língua.
Ana Dias Cordeiro
29/10/2013 - 07:30
A tendência para o crescimento apoia-se numa população jovem no mundo lusófono. Conferência sobre Língua Portuguesa reúne dezenas de especialistas dos oito da CPLP nestas terça e quarta-feiras em Lisboa.
O universo de falantes de português varia consoante se inclua a população total dos oito países lusófonos, ou só a parte que fala de facto o português. O número de pessoas também se altera se contarmos – ou não – “aquilo que poderíamos chamar um outro país”, segundo as palavras da presidente do Instituto Camões Ana Paula Laborinho, o país das diásporas e que só no caso de Portugal representa 4,8 milhões de pessoas e no caso do Brasil três milhões.
Mas a tendência de crescimento não deixa dúvidas. Com os 250 milhões de pessoas a falar português em todo o mundo, a perspectiva é para que sejam 300 milhões nos próximos cinco a dez anos.
“Com uma população jovem em grande crescimento [nos países lusófonos], há uma previsão de um aumento significativo dos falantes dentro de cinco a 10 anos”, disse ao PÚBLICO Ana Paula Laborinho. A população jovem que fala português também explica a conquista do mundo digital.
Na Internet, o português já é a quinta língua mais usada. Nas redes sociais – Facebook e Twitter – é a terceira. Também alcançou esse ranking, terceiro mundial, nos negócios de gás e petróleo, em grande parte graças a Angola e Brasil.
“Nos próximos cinco a dez anos, mais de 300 milhões de pessoas no mundo serão falantes de português”, diz a responsável, numa altura em que Portugal se prepara para acolher a 2ª Conferência sobre a Língua Portuguesa no Sistema Mundial, que se realiza esta terça e quarta-feira na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa.
A francofonia há muito que realiza conferências. A língua espanhola também. Por que não o fazer também com a língua portuguesa? A primeira conferência realizou-se em 2010 no Brasil. Portugal propôs realizar a segunda. Quem organiza é o Instituto Camões juntamente com Moçambique, enquanto país que assume a presidência rotativa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a própria organização multilateral em nome de todos os Estados.
O evento vai juntar dezenas de importantes académicos e especialistas da língua portuguesa. E antecede reuniões políticas e um conselho dos ministros dos Negócios Estrangeiros da CPLP, durante o qual será adoptado um Plano de Acção de Lisboa – à semelhança do Plano de Acção de Brasília, que em 2010 definiu a internacionalização da língua portuguesa como objectivo comum dos países lusófonos.
Entre os mais 200 especialistas e responsáveis das áreas do ensino e da língua dos oito países de língua portuguesa presentes, Ana Paula Laborinho destaca, sem dificuldade, três pessoas. De Cabo Verde, Timor-Leste e Brasil. Pelo impacto da sua acção, pelas ideias e pelo esforço em continuar a escolher o português, mesmo quando geograficamente se está isolado nesse desígnio, como é o caso de Timor-Leste.
A primeira pessoa que Ana Paula Laborinho destaca é António Correia da Silva, ministro do Ensino Superior, Ciência e Inovação de Cabo Verde e ex-reitor da Universidade de Cabo Verde. “Foi ele uma das primeiras pessoas a falar da importância do português como língua de ciência”, diz. Como tal, tornou-se, de certa forma, “o mote para esta conferência pela maneira como afirmou essa importância no espaço da língua portuguesa.”
Mas também “o esforço” que um país tão distante como Timor-Leste continua a fazer para manter o português como escolha leva esta responsável a destacar o vice-ministro de Educação de Timor-Leste, Paulo Assis Belo.
“Num país que está tão distante, rodeado por outras línguas, e pelo esforço que Timor-Leste continua a fazer para escolher o português sem deixar de ter relações com os seus países vizinhos, um caso que merece a nossa atenção porque revela uma opção que é uma opção difícil e vale a pena saber as razões por que o fazem.” As razões “não são só afectivas”, enfatiza. “São razões da sua própria afirmação identitária.”
Ana Paula Laborinho destaca também o director do Museu da Língua Portuguesa de São Paulo, António Sartini, e Ataliba de Castilho pelo importante trabalho de divulgação da língua portuguesa, levando ao seu espaço “não apenas escritores e artistas do Brasil mas de todos os países” lusófonos. “Os milhões que têm passado pelo museu têm sido um contributo muito importante para a internacionalização” da língua.
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
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