Outro Israel é possível
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Outro Israel é possível
Outro Israel é possível
Por
Sergio Storch
– on 08/08/2011Categorias: Posts
Juventude desafia políticas de desigualdade, acampa em Telavive e promove manifestação gigante. “Outras Palavas” lança coluna sobre judaísmo progressista
Despejada de sua casa, em meados de julho, pelo aumento do aluguel, inflacionado pela perspectiva de uma nova lei imobiliária, a jovem israelense Daphne Liff decidiu que não valia a pena permanecer calada. Armou uma barraca no Bulevar Rotschild (uma das avenidas mais famosas e elegantes do centro de Telavive) e um barraco nas redes sociais. Em poucas horas, centenas de jovens juntaram-se a ela. Três semanas depois, o movimento é um dos fatos promissores de um ano já cheio de surpresas, esperanças e riscos. O Bulevar Rotschild transformou-se, curiosamente, numa versão israelense da Praça Tahrir. Está tomado por jovens que acampam, ultrapassam a vida medíocre que o sistema lhes oferece, planejam ações. Neste sábado (6/, ao menos 250 mil pessoas participaram de uma marcha gigante pelas ruas da capital. Exigiram construção de moradias alugadas a preços acessíveis, aumento do salário mínimo, educação gratuita. Em Jerusalém, houve protestos diante da residência do primeiro-ministro Benyamin Netanyahu.
A grande novidade revela algo que pode parecer surpreendente. Israel é muito mais que a opressão sistemática contra a Palestina, praticada há décadas por seus overnos. Em sua origem, o país foi marcado com experiências sociais inovadoras e avançadas, como os kibutz – espécies de comunidades agrícolas coletivistas (a ponto de instituírem o cuidado comum das crianças e de inguém possuir conta bancária própria), de democracia participativa avançada e intensa vida cultural.
Karl Marx argumentou certa vez que as nações opressoras estão condenadas a viver sem liberdade. Aos poucos, a lógica da ocupação permanente sobre a Palestina dominou a própria sociedade de Israel. Os militares e os partidos religiosos de ultra-direita passaram a exercer poder sufocante. O Parlamento (Knesset) vota atualmente leis abertamente autoritárias, que estimulam a delação e chegam a proíbir o uso de palavras – Nakba, a expressão árabe que designa a expulsão de centenas de milhares de famílias palestinas, no processo de criação de Israel.
Nestas circunstâncias difíceis, é muito animador observar a retomada de lutas sociais por igualdade e democracia em Israel. Outras Palavras tem acompanhado de perto o surgimento, na Palestina ocupada, de um novo movimento de resistência pacífica. Impulsionado principalmente pela juventude, ele está promovendo acordos entre facções políticas antes em disputa fratricida. Poderá resultar, em setembro, numa enorme pressão pela independência, que deverá ser aprovada pela Assembleia Geral da ONU.
É com enorme satisfação que o site passa a acompanhar mais atentamente também os movimentos democráticos em Israel e entre a cultura judaica. Eles serão relatados e analisados por um novo colaborador: Sérgio Storch. Consultor em Planejamento, ativista de diversas causas ligadas à transformação social, Sérgio está convencido de que o Brasil pode – por sua cultura de diversidade e acolhimento – estimular a pacificação do Oriente Médio. Tem agido para articular brasileiros, judeus e árabes em favor desta ideia. Sua primeira contribuição está abaixo (A.M.).
Por
Sergio Storch
– on 08/08/2011Categorias: Posts
Juventude desafia políticas de desigualdade, acampa em Telavive e promove manifestação gigante. “Outras Palavas” lança coluna sobre judaísmo progressista
Despejada de sua casa, em meados de julho, pelo aumento do aluguel, inflacionado pela perspectiva de uma nova lei imobiliária, a jovem israelense Daphne Liff decidiu que não valia a pena permanecer calada. Armou uma barraca no Bulevar Rotschild (uma das avenidas mais famosas e elegantes do centro de Telavive) e um barraco nas redes sociais. Em poucas horas, centenas de jovens juntaram-se a ela. Três semanas depois, o movimento é um dos fatos promissores de um ano já cheio de surpresas, esperanças e riscos. O Bulevar Rotschild transformou-se, curiosamente, numa versão israelense da Praça Tahrir. Está tomado por jovens que acampam, ultrapassam a vida medíocre que o sistema lhes oferece, planejam ações. Neste sábado (6/, ao menos 250 mil pessoas participaram de uma marcha gigante pelas ruas da capital. Exigiram construção de moradias alugadas a preços acessíveis, aumento do salário mínimo, educação gratuita. Em Jerusalém, houve protestos diante da residência do primeiro-ministro Benyamin Netanyahu.
A grande novidade revela algo que pode parecer surpreendente. Israel é muito mais que a opressão sistemática contra a Palestina, praticada há décadas por seus overnos. Em sua origem, o país foi marcado com experiências sociais inovadoras e avançadas, como os kibutz – espécies de comunidades agrícolas coletivistas (a ponto de instituírem o cuidado comum das crianças e de inguém possuir conta bancária própria), de democracia participativa avançada e intensa vida cultural.
Karl Marx argumentou certa vez que as nações opressoras estão condenadas a viver sem liberdade. Aos poucos, a lógica da ocupação permanente sobre a Palestina dominou a própria sociedade de Israel. Os militares e os partidos religiosos de ultra-direita passaram a exercer poder sufocante. O Parlamento (Knesset) vota atualmente leis abertamente autoritárias, que estimulam a delação e chegam a proíbir o uso de palavras – Nakba, a expressão árabe que designa a expulsão de centenas de milhares de famílias palestinas, no processo de criação de Israel.
Nestas circunstâncias difíceis, é muito animador observar a retomada de lutas sociais por igualdade e democracia em Israel. Outras Palavras tem acompanhado de perto o surgimento, na Palestina ocupada, de um novo movimento de resistência pacífica. Impulsionado principalmente pela juventude, ele está promovendo acordos entre facções políticas antes em disputa fratricida. Poderá resultar, em setembro, numa enorme pressão pela independência, que deverá ser aprovada pela Assembleia Geral da ONU.
É com enorme satisfação que o site passa a acompanhar mais atentamente também os movimentos democráticos em Israel e entre a cultura judaica. Eles serão relatados e analisados por um novo colaborador: Sérgio Storch. Consultor em Planejamento, ativista de diversas causas ligadas à transformação social, Sérgio está convencido de que o Brasil pode – por sua cultura de diversidade e acolhimento – estimular a pacificação do Oriente Médio. Tem agido para articular brasileiros, judeus e árabes em favor desta ideia. Sua primeira contribuição está abaixo (A.M.).
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118212
Re: Outro Israel é possível
.
Já vi este mesmo filme noutras latitudes e acabou bastante mal, como no exemplo citado - a China!
Já vi este mesmo filme noutras latitudes e acabou bastante mal, como no exemplo citado - a China!
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Amigos?Longe! Inimigos? O mais perto possível!
Joao Ruiz- Pontos : 32035
Re: Outro Israel é possível
Joao Ruiz escreveu:.
Já vi este mesmo filme noutras latitudes e acabou bastante mal, como no exemplo citado - a China!
Os militares e os partidos religiosos de ultra-direita passaram a exercer poder sufocante. O Parlamento (Knesset) vota atualmente leis abertamente autoritárias, que estimulam a delação e chegam a proíbir o uso de palavras – Nakba, a expressão árabe que designa a expulsão de centenas de milhares de famílias palestinas, no processo de criação de Israel.
eu ja vi isto em Portugal na era colonial
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118212
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