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MILIONARIO PORTUGUES EM PROBLEMAS NOS USA POR TRABALHO ESCRAVO

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Mensagem por RONALDO ALMEIDA Seg Nov 17, 2008 12:26 pm

Trabalho escravo em lojas de 'donuts' trama milionário português nos EUA



Cadi Fernandes

O português José Calhelha, milionário de Guilford, nos EUA, e a filha Diana, estudante de um dos mais selectos estabelecimentos de ensino superior privado - católico - daquela cidade, o Albert Magnus College, vocacionado para o ensino artístico, estão no centro de um dos maiores escândalos de trabalho escravo em New Haven, estado de Connecticut.

Ambos - para evitarem elevadas penas, que podiam ascender a 20 anos de prisão, além do pagamento de 1,75 milhões e 500 mil dólares - deram-se como culpados de contratarem mão-de-obra ilegal. Portugueses a quem prometeram mundos e fundos a troco da nacionalidade americana. Que nunca chegaram a obter.

A sentença, que chegou a estar agendada para hoje, deverá, afinal, ser conhecida a 23 de Abril, às 15.00, em New Haven, como confirmou ao DN o procurador americano responsável pelo caso, Thomas Carson. Pelo caminho, "José e Diana Calhelha deram-se como culpados a 29 de Dezembro", recorda Carson.

Milionários, José e Diana tinham tudo, mas, apesar disso, num dia de 2002, Calhelha, nascido em Portugal a 23 de Julho de 1959, e com dupla nacionalidade, decidiu publicar um anúncio num jornal português, pelo menos, a recrutar jovens entre os 25 e os 35 anos para trabalharem como "gerentes" das suas dez lojas da Dunkin' Donuts, em Connecticut.

O DN, que consultou todos os documentos oficiais relativos ao processo, verificou que seis portugueses caíram neste conto do vigário. Pelo menos seis, com os quais Calhelha se encontrou previamente no nosso país, onde tem casa e onde terá passado cinco meses a tratar da burocracia. Uma vez na América, sem vistos, Diana, nascida a 11 de Maio de 1983 nos EUA, estava no Aeroporto Internacional de Newark à espera para os transportar. Não sabiam o que os aguardava, porém: 85 horas de trabalho por semana, sem folgas, a que correspondiam 250 dólares por pessoa, descontadas as "despesas com advogados" para a obtenção da legalização, o que se provou, também, ser patranha. Rapidamente, os portugueses descobriram que eram paus para toda a obra, nas lojas, na casa de Calhelha...

De início, foram levados para a casa de Calhelha, mas depois viveram num apartamento que o empresário alugou em Branford. E, em 2003, tiveram de pagar o "documento fraudulento" que o patrão garantia ser a desejada legalização.

O escândalo seria denunciado por dois dos portugueses, sob anonimato, à televisão WTNH. A comunidade local ficou escandalizada com este lado do milionário que desconheciam. Um dos procuradores resumiria assim o sentimento geral: "Ele induziu pessoas a virem trabalhar para aqui e, essencialmente, tratou-as como escravas. Este era um esquema bem arquitectado para explorar o sonho americano."

Para aguardar a sentença em liberdade, José desembolsou um milhão de dólares e penhorou a mansão no número 8 de Greenwood Lane, em Guilford, avaliada em 2,2 milhões de dólares, além da sua colecção de carros antigos, avaliada em 350 mil dólares. Tudo para garantir que não fugia do país. Calhelha, aliás, está proibido de sair de Connecticut, excepto para visitar o advogado, William F. Dow III, em Massachusetts - junto do qual o DN tentou, sem êxito, obter respostas - e o contabilista em Rhode Island. Diana pagou cem mil dólares.
RONALDO ALMEIDA
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