decisão do parlamento alemão de reconhecer a fome de 1932-33 na Ucrânia como um genocídio

A Rússia disse na quinta-feira que a decisão do parlamento alemão de reconhecer a fome de 1932-33 na Ucrânia como um genocídio imposto pelos soviéticos foi uma provocação anti-russa e uma tentativa da Alemanha de encobrir seu passado nazista. Em uma decisão saudada pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, os legisladores alemães aprovaram uma resolução na quarta-feira declarando que a morte por fome de milhões de ucranianos – o Holodomor – foi genocídio. Em novembro de 1932, o líder soviético Joseph Stalin despachou a polícia para apreender todos os grãos e gado das fazendas ucranianas recém-coletivizadas, incluindo a semente necessária para plantar a próxima safra. Milhões de camponeses ucranianos morreram de fome nos meses seguintes devido ao que o historiador da Universidade de Yale, Timothy Snyder, chama de “assassinato em massa claramente premeditado”. A Rússia rejeitou na quinta-feira a alegação de que isso foi um genocídio e disse que milhões de pessoas em outras partes da União Soviética, inclusive na Rússia, também sofreram. “Há outra tentativa de justificar e impulsionar uma campanha – sendo plantada na Ucrânia e patrocinada pelo Ocidente – para demonizar a Rússia e colocar os ucranianos étnicos contra os russos”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em um comunicado. "Os alemães estão tentando reescrever sua história... minimizar sua própria culpa e turvar a memória da natureza sem precedentes dos incontáveis ​​crimes cometidos pela Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial", acrescentou. O ministério acusou o parlamento alemão de “reviver a ideologia fascista de ódio e discriminação racial e tentar se absolver da responsabilidade por crimes de guerra” ao aprovar a declaração.