Jornal Opçao e a atomica no Irao
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Jornal Opçao e a atomica no Irao
Caro leitor,
Nesta semana Israel anunciou que pode atacar o Irã a qualquer momento com ou sem as bênçãos dos EUA. Na guerra de propaganda, o Irã contra-atacou, e realizou testes balísticos com mísseis que têm capacidade para chegar à Europa e em países como Paquistão, Afeganistão e Israel. Nos próximos domingos você vai acompanhar nesta coluna os bastidores desse conflito que fica cada vez mais próximo, e que pode levar toda a região a uma guerra sem precedentes.
O direito à tecnologia
As deformações dos EUA sobre os “planos nucleares” de Teerã fazem lembrar o caso das “armas de destruição em massa” do Iraque. Suspeita: Washington estaria interessada em criar um oligopólio ocidental de produção de energia?
HERBERT MORAES é correpondente da TV Record em Israel.
A vontade de Teerã de dominar o conjunto do ciclo nuclear civil remonta aos anos 1970: o Irã instaurava então o seu programa com a cooperação dos Estados Unidos e da Europa. A administração Ford havia anunciado, em 1974, que iria contribuir diretamente. Em 1981, dois anos após a revolução islâmica, o novo governo decidiu prosseguir nesse caminho. E no ano seguinte, anunciou a criação, em Ispahan, de seu centro de tecnologia nuclear, encarregado de tratar o urânio. A AIEA (Agência Internacional de Energia Nuclear) inspecionou esse local assim como outros, e se preparou para ajudar o Irã a converter yellow cake (urânio enriquecido) em combustível para os reatores. O relatório da AIEA afirmava então que o objetivo era ´contribuir para a formação de competências local e do pessoal necessário para responder ao muito ambicioso programa de domínio da tecnologia de reatores nucleares e da tecnologia do ciclo do combustível´. A AIEA vislumbrou um programa de assistência técnica, mas o abandonou sob a pressão de Washington. No entanto, Teerã não renunciou a seus objetivos — e deixou isso claro. Em 84 anunciou as negociações com o Níger com o propósito da compra de urânio e em 85, noticiou a descoberta de minas de urânio. Um porta-voz da AIEA confirmou, em 1992, que inspetores tinham visitado essas minas e que Teerã trabalhava em um programa de implementação de um ciclo nuclear completo. O governo negociou a aquisição de tecnologia e de material com vários países – incluindo Brasil, Rússia, Índia, Argentina, Alemanha, Ucrânia e Espanha. A maior parte dessas negociações não acabou bem sucedida. A China, que tinha informado à AIEA, em 1996, sua vontade de construir uma unidade de enriquecimento de urânio no Irã, também desistiu, pelas mesmas razões. Os iranianos informaram à agência que prosseguiriam mesmo assim o seu projeto.
Em resumo, os esforços iranianos para dominar o ciclo nuclear completo não eram tão ´clandestinos´ como se afirma. Após a aceitação, por, Teerã da implementação do protocolo adicional do tratado de não proliferação (TNP), a AIEA declarou que os persas omitiram, anteriormente, declaração sobre ´material nuclear, seu tratamento e utilização no lugar de tratamento e de armazenamento´. Embora a interpretação da AIEA tivesse sido contestada pelos iranianos, os relatórios seguintes da agência reconheceram que o Irã empreendera ações ´corretivas´ e que ´avançava positivamente na correção dessas ilegalidades´. Os pontos em suspenso seriam negociados no âmbito da aplicação dos acordos. Os iranianos afirmaram que a obstrução dos Estados Unidos os impeliram ao segredo, para obter certos elementos necessários ao desenvolvimento da sua tecnologia, em conformidade com o direito que o TNP lhes reconhece.A afirmação norte-americana, segundo a qual esse programa iria desembocar na fabricação de armas nucleares, tampouco tinha bases concretas. Em 1995, o principal interlocutor americano para as negociações sobre a extensão do TNP, Thomas Graham, disse reconhecer que os Estados Unidos não tinham nenhuma prova da existência de tal programa. Treze anos depois, o caso continua. Em março de 2008, de acordo com o New York Times, o relatório de uma comissão sobre o assunto ao presidente Bush sublinhou que as informações sobre o Irã eram ´inadequadas para permitir um julgamento definitivo sobre o programa de armas nucleares do Irã ´. E, apesar de três anos de investigações intensivas, sob a égide do protocolo adicional do TNP, a AIEA não pôde obter nenhuma prova da existência de tal programa
Os Estados Unidos não perderam tempo, dramatizaram e encenaram a ´descoberta´ em 2002 do programa iraniano de enriquecimento de urânio, e inverteram o jogo. Agora é Teerã que deve provar que não constrói secretamente armas atômicas. Foi assim que governo Bush conseguiu persuadir a maioria dos governadores da AIEA a colocar o Irã sob acusação. Para a secretária Condoleeza Rice, o Irã deve se recusar a desenvolver a capacidade de enriquecimento de urânio, embora os inspetores da AIEA não tenham encontrado nenhuma prova de um programa de armamentos. Por quê? Porque essa tecnologia ´poderia´ servir para fabricar bombas. Formulada assim, a acusação é irrefutável: qualquer tecnologia avançada ´poderia´ ser utilizada para um programa militar. E faz 25 anos que se anuncia que Teerã possuirá a bomba em 5 anos.
Nesta semana Israel anunciou que pode atacar o Irã a qualquer momento com ou sem as bênçãos dos EUA. Na guerra de propaganda, o Irã contra-atacou, e realizou testes balísticos com mísseis que têm capacidade para chegar à Europa e em países como Paquistão, Afeganistão e Israel. Nos próximos domingos você vai acompanhar nesta coluna os bastidores desse conflito que fica cada vez mais próximo, e que pode levar toda a região a uma guerra sem precedentes.
O direito à tecnologia
As deformações dos EUA sobre os “planos nucleares” de Teerã fazem lembrar o caso das “armas de destruição em massa” do Iraque. Suspeita: Washington estaria interessada em criar um oligopólio ocidental de produção de energia?
HERBERT MORAES é correpondente da TV Record em Israel.
A vontade de Teerã de dominar o conjunto do ciclo nuclear civil remonta aos anos 1970: o Irã instaurava então o seu programa com a cooperação dos Estados Unidos e da Europa. A administração Ford havia anunciado, em 1974, que iria contribuir diretamente. Em 1981, dois anos após a revolução islâmica, o novo governo decidiu prosseguir nesse caminho. E no ano seguinte, anunciou a criação, em Ispahan, de seu centro de tecnologia nuclear, encarregado de tratar o urânio. A AIEA (Agência Internacional de Energia Nuclear) inspecionou esse local assim como outros, e se preparou para ajudar o Irã a converter yellow cake (urânio enriquecido) em combustível para os reatores. O relatório da AIEA afirmava então que o objetivo era ´contribuir para a formação de competências local e do pessoal necessário para responder ao muito ambicioso programa de domínio da tecnologia de reatores nucleares e da tecnologia do ciclo do combustível´. A AIEA vislumbrou um programa de assistência técnica, mas o abandonou sob a pressão de Washington. No entanto, Teerã não renunciou a seus objetivos — e deixou isso claro. Em 84 anunciou as negociações com o Níger com o propósito da compra de urânio e em 85, noticiou a descoberta de minas de urânio. Um porta-voz da AIEA confirmou, em 1992, que inspetores tinham visitado essas minas e que Teerã trabalhava em um programa de implementação de um ciclo nuclear completo. O governo negociou a aquisição de tecnologia e de material com vários países – incluindo Brasil, Rússia, Índia, Argentina, Alemanha, Ucrânia e Espanha. A maior parte dessas negociações não acabou bem sucedida. A China, que tinha informado à AIEA, em 1996, sua vontade de construir uma unidade de enriquecimento de urânio no Irã, também desistiu, pelas mesmas razões. Os iranianos informaram à agência que prosseguiriam mesmo assim o seu projeto.
Em resumo, os esforços iranianos para dominar o ciclo nuclear completo não eram tão ´clandestinos´ como se afirma. Após a aceitação, por, Teerã da implementação do protocolo adicional do tratado de não proliferação (TNP), a AIEA declarou que os persas omitiram, anteriormente, declaração sobre ´material nuclear, seu tratamento e utilização no lugar de tratamento e de armazenamento´. Embora a interpretação da AIEA tivesse sido contestada pelos iranianos, os relatórios seguintes da agência reconheceram que o Irã empreendera ações ´corretivas´ e que ´avançava positivamente na correção dessas ilegalidades´. Os pontos em suspenso seriam negociados no âmbito da aplicação dos acordos. Os iranianos afirmaram que a obstrução dos Estados Unidos os impeliram ao segredo, para obter certos elementos necessários ao desenvolvimento da sua tecnologia, em conformidade com o direito que o TNP lhes reconhece.A afirmação norte-americana, segundo a qual esse programa iria desembocar na fabricação de armas nucleares, tampouco tinha bases concretas. Em 1995, o principal interlocutor americano para as negociações sobre a extensão do TNP, Thomas Graham, disse reconhecer que os Estados Unidos não tinham nenhuma prova da existência de tal programa. Treze anos depois, o caso continua. Em março de 2008, de acordo com o New York Times, o relatório de uma comissão sobre o assunto ao presidente Bush sublinhou que as informações sobre o Irã eram ´inadequadas para permitir um julgamento definitivo sobre o programa de armas nucleares do Irã ´. E, apesar de três anos de investigações intensivas, sob a égide do protocolo adicional do TNP, a AIEA não pôde obter nenhuma prova da existência de tal programa
Os Estados Unidos não perderam tempo, dramatizaram e encenaram a ´descoberta´ em 2002 do programa iraniano de enriquecimento de urânio, e inverteram o jogo. Agora é Teerã que deve provar que não constrói secretamente armas atômicas. Foi assim que governo Bush conseguiu persuadir a maioria dos governadores da AIEA a colocar o Irã sob acusação. Para a secretária Condoleeza Rice, o Irã deve se recusar a desenvolver a capacidade de enriquecimento de urânio, embora os inspetores da AIEA não tenham encontrado nenhuma prova de um programa de armamentos. Por quê? Porque essa tecnologia ´poderia´ servir para fabricar bombas. Formulada assim, a acusação é irrefutável: qualquer tecnologia avançada ´poderia´ ser utilizada para um programa militar. E faz 25 anos que se anuncia que Teerã possuirá a bomba em 5 anos.
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