O Porto de Lisboa
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O Porto de Lisboa
Dieter Dellinger JN
O Porto de Lisboa
Nos dias de hoje, muita gente, até responsável, não sabe que um porto é o local de trabalho destinado à acostagem de navios, para embarque e desembarque de mercadorias, transbordos, serviços de abastecimento, manutenção, etc. É, sem dúvida, um instrumento fundamental na economia de uma Pátria que se quer melhor.
Não se pode pois pôr em causa a funcionalidade do porto de Lisboa, um dos melhores do Mundo, situado num eixo estratégico que liga a Europa aos restantes continentes, tal como não se pode esquecer que foi graças às características portuárias de Lisboa com o seu estuário que os reis da 1ª dinastia fizeram de Lisboa a capital do reino. Portugal foi grande quando o seu porto era um dos mais importantes do planeta e quando os portugueses estiveram voltados para o mar, vendo aí oportunidades de trabalho e de expansão económica.
Hoje, um grupo de pessoas sem sensibilidade para com a economia e o trabalho pretende impedir a modernização do porto de Lisboa. Esta obra, que pode ser feita sem despesa para o contribuinte, pode fazer de Lisboa um porto para servir também o interior da Península, nomeadamente a região da Estremadura espanhola. O pagamento da obra é feito por via do aumento do prazo de concessão da exploração concedida há anos à Liscont, que já foi uma empresa de capitais alemães e hoje é nacional.
Há quem afirme que muitos mais camiões ou comboios vão transitar por Lisboa, quando o que está previsto é o transporte de contentores em barcaças para as plataformas de operações logísticas. Além disso, os congestionamentos de trânsito resultam da concentração do mesmo em horas determinadas, o que não vai suceder com os contentores, que serão retirados ao longo de todo o dia – os milhares de passageiros que embarcam e desembarcam da Portela dia e noite também não provocam engarrafamentos, graças ao factor da dispersão ao longo do tempo.
Uma outra corrente de opinião acha feia a presença de contentores ali. Mas se já o rei D. Manuel I não se importava de ter o seu palácio junto aos estaleiros onde eram construídas as naus, e onde estas desembarcavam a pimenta da Índia e aparelhavam para as suas longas e perigosas viagens para o Oriente. Naquela época, o porto de Lisboa era local de trabalho, sempre cheio de uma multidão que não passeava, mas que se esforçava para cumprir as suas missões.
Repentinamente, um comando com elevado sentido de organização e energia conseguiu num ápice juntar 10 mil assinaturas para provocar um debate sobre o Terminal de Alcântara na Assembleia da República. Portugal quase não tem marinha mercante nem de pesca, os estaleiros da Margueira são um monte sucata, com a maior doca seca do Mundo abandonada. As antigas oficinas de motores e equipamentos náuticos da Doca de Santo Amaro e do Cais da Rocha até ao Cais de Sodré são restaurantes e “boites”, para pessoas que do rio e do mar mais não querem do que seja local de passeio e lazer. Ninguém sabe o sacrifício que foi manter uma independência de quase oito séculos e como foi duro manter o mar português? Que Pátria pode sobreviver assim?
A soberania e independência de Portugal não estão em perigo por via de inimigos externos, mas a Nação de todos os portugueses pode soçobrar perante os golpes daqueles que procuram aproveitar as janelas de vulnerabilidade existentes. A principal reside no sistema de transportes e ligações com o exterior que abandonou o mar, permitindo assim que uma greve de camionistas TIR tenha podido quase desferir um golpe mortal na economia nacional, na liberdade de circulação e no abastecimento dos portugueses. A exposição de Portugal não é limitada ao que se passa no interior do País, mas também depende do que acontece em Espanha e França. A camionagem TIR é refém dos interesses mesquinhos de pequenos e grandes patrões, que tantas vezes bloquearam já as exportações e importações portuguesas.
Ao contrário disso, os mares, hoje como nos tempos das descobertas, são livres e para navegar basta querer, ter preparação, vontade e coragem para o fazer. Portugal não pode perder a mais valia que é o Porto de Lisboa. Ninguém deve esquecer o muito que a cidade e a região de Lisboa e Vale do Tejo já perdeu em termos de indústrias, principalmente as orientadas para o mar.
O tipo de movimento contra o alargamento do cais de Alcântara é muito típico de uma certa mentalidade que se instalou na Europa. Recordo aqui o caso de Hamburgo. Nos seus arredores, junto à fábrica alemã da Airbus, havia um lago artificial com ligação ao rio Elba, construído há 80 anos, para servir de pista para os hidroaviões. Para permitir que em Hamburgo também fossem construídos os gigantescos A-380, tornou-se necessário assorear o lago para alargamento de pistas e hangares. O lago servia o lazer e desportos náuticos, pelo que muitos alemães lutaram contra a obra, que iria trazer à cidade milhares de postos de trabalho altamente qualificados e um enriquecimento extraordinário, já que o A-380 é uma das peças mais complexas e caras que a indústria mundial pode produzir.
Claro, a maioria do povo de Hamburgo percebeu que o lazer vinha depois do trabalho e o movimento acabou derrotado, mas não sem que alguns juízes conseguissem protelar a obra. Como resultado, os primeiros A-380 foram construídos em França. Esperemos que em Lisboa não aconteça o mesmo e que a construção do novo cais siga rapidamente para a frente, porque é nas épocas de crise como a que o Mundo atravessa que não se deve parar. “Parar é morrer”, como muito bem diz o ditado.
O Porto de Lisboa
Nos dias de hoje, muita gente, até responsável, não sabe que um porto é o local de trabalho destinado à acostagem de navios, para embarque e desembarque de mercadorias, transbordos, serviços de abastecimento, manutenção, etc. É, sem dúvida, um instrumento fundamental na economia de uma Pátria que se quer melhor.
Não se pode pois pôr em causa a funcionalidade do porto de Lisboa, um dos melhores do Mundo, situado num eixo estratégico que liga a Europa aos restantes continentes, tal como não se pode esquecer que foi graças às características portuárias de Lisboa com o seu estuário que os reis da 1ª dinastia fizeram de Lisboa a capital do reino. Portugal foi grande quando o seu porto era um dos mais importantes do planeta e quando os portugueses estiveram voltados para o mar, vendo aí oportunidades de trabalho e de expansão económica.
Hoje, um grupo de pessoas sem sensibilidade para com a economia e o trabalho pretende impedir a modernização do porto de Lisboa. Esta obra, que pode ser feita sem despesa para o contribuinte, pode fazer de Lisboa um porto para servir também o interior da Península, nomeadamente a região da Estremadura espanhola. O pagamento da obra é feito por via do aumento do prazo de concessão da exploração concedida há anos à Liscont, que já foi uma empresa de capitais alemães e hoje é nacional.
Há quem afirme que muitos mais camiões ou comboios vão transitar por Lisboa, quando o que está previsto é o transporte de contentores em barcaças para as plataformas de operações logísticas. Além disso, os congestionamentos de trânsito resultam da concentração do mesmo em horas determinadas, o que não vai suceder com os contentores, que serão retirados ao longo de todo o dia – os milhares de passageiros que embarcam e desembarcam da Portela dia e noite também não provocam engarrafamentos, graças ao factor da dispersão ao longo do tempo.
Uma outra corrente de opinião acha feia a presença de contentores ali. Mas se já o rei D. Manuel I não se importava de ter o seu palácio junto aos estaleiros onde eram construídas as naus, e onde estas desembarcavam a pimenta da Índia e aparelhavam para as suas longas e perigosas viagens para o Oriente. Naquela época, o porto de Lisboa era local de trabalho, sempre cheio de uma multidão que não passeava, mas que se esforçava para cumprir as suas missões.
Repentinamente, um comando com elevado sentido de organização e energia conseguiu num ápice juntar 10 mil assinaturas para provocar um debate sobre o Terminal de Alcântara na Assembleia da República. Portugal quase não tem marinha mercante nem de pesca, os estaleiros da Margueira são um monte sucata, com a maior doca seca do Mundo abandonada. As antigas oficinas de motores e equipamentos náuticos da Doca de Santo Amaro e do Cais da Rocha até ao Cais de Sodré são restaurantes e “boites”, para pessoas que do rio e do mar mais não querem do que seja local de passeio e lazer. Ninguém sabe o sacrifício que foi manter uma independência de quase oito séculos e como foi duro manter o mar português? Que Pátria pode sobreviver assim?
A soberania e independência de Portugal não estão em perigo por via de inimigos externos, mas a Nação de todos os portugueses pode soçobrar perante os golpes daqueles que procuram aproveitar as janelas de vulnerabilidade existentes. A principal reside no sistema de transportes e ligações com o exterior que abandonou o mar, permitindo assim que uma greve de camionistas TIR tenha podido quase desferir um golpe mortal na economia nacional, na liberdade de circulação e no abastecimento dos portugueses. A exposição de Portugal não é limitada ao que se passa no interior do País, mas também depende do que acontece em Espanha e França. A camionagem TIR é refém dos interesses mesquinhos de pequenos e grandes patrões, que tantas vezes bloquearam já as exportações e importações portuguesas.
Ao contrário disso, os mares, hoje como nos tempos das descobertas, são livres e para navegar basta querer, ter preparação, vontade e coragem para o fazer. Portugal não pode perder a mais valia que é o Porto de Lisboa. Ninguém deve esquecer o muito que a cidade e a região de Lisboa e Vale do Tejo já perdeu em termos de indústrias, principalmente as orientadas para o mar.
O tipo de movimento contra o alargamento do cais de Alcântara é muito típico de uma certa mentalidade que se instalou na Europa. Recordo aqui o caso de Hamburgo. Nos seus arredores, junto à fábrica alemã da Airbus, havia um lago artificial com ligação ao rio Elba, construído há 80 anos, para servir de pista para os hidroaviões. Para permitir que em Hamburgo também fossem construídos os gigantescos A-380, tornou-se necessário assorear o lago para alargamento de pistas e hangares. O lago servia o lazer e desportos náuticos, pelo que muitos alemães lutaram contra a obra, que iria trazer à cidade milhares de postos de trabalho altamente qualificados e um enriquecimento extraordinário, já que o A-380 é uma das peças mais complexas e caras que a indústria mundial pode produzir.
Claro, a maioria do povo de Hamburgo percebeu que o lazer vinha depois do trabalho e o movimento acabou derrotado, mas não sem que alguns juízes conseguissem protelar a obra. Como resultado, os primeiros A-380 foram construídos em França. Esperemos que em Lisboa não aconteça o mesmo e que a construção do novo cais siga rapidamente para a frente, porque é nas épocas de crise como a que o Mundo atravessa que não se deve parar. “Parar é morrer”, como muito bem diz o ditado.
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