Acusado do furto de meio milhão de euros em selos
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Acusado do furto de meio milhão de euros em selos
Ex-director da Casa da Moeda terá usado livre acesso ao arquivo para tirar a documentação
Entre selos, estampilhas, provas de selos e postais, estima-se que o antigo director adjunto de divisão da moeda da Imprensa Nacional Casa da Moeda António M. T. possa ter furtado da instituição cerca de 500 mil euros.
Servindo-se da confiança estabelecida com os funcionários do arquivo da INCM, durante o seu mandato, António M. T. frequentou o espaço livremente, entre Outubro de 2005 e Fevereiro de 2006, alegando estar a desenvolver uma tese de mestrado, requisitando para isso tais materiais valiosos.
Autor de várias obras sobre a história da moeda em Portugal, o o investigador é acusado pelo Ministério Público de ter furtado os documentos que consultava e só ter sido travado pela Polícia Judiciária (PJ), em Fevereiro de 2006, quando foi resgatada parte dos selos em duas leiloeiras - em Lisboa e no Porto - e na sua casa.
Dos cerca de 500 mil euros em estampilhas, do final da Monarquia e do início da República, a PJ conseguiu recuperar 388 mil. Agora, numa altura em que chega a julgamento, António M. T., com 62 anos, entregou por própria iniciativa na Boa Hora, em Lisboa, onde corre o processo, diverso espólio que ainda tinha consigo. Caberá a dois técnicos da Federação Portuguesa de Filatelia, até 16 de Abril, concluir uma avaliação ao material depositado no tribunal.
A investigação foi encetada pela Directoria de Lisboa da PJ em Novembro de 2005, quando uma responsável da Casa da Moeda descobriu tais selos numa leiloeira.
Mas como é que o arguido conseguiu tirar 14 volumes de selos da caixa-forte? "O senhor engenheiro [o arguido] estava sentado na mesa, onde tinha papéis espalhados. Depois foi buscar os documentos, misturou-os com os seus papéis e colocou tudo na mala", explica M. J., funcionária há 16 anos na instituição e uma das principais testemunhas de acusação.
Alertada por M.J. , em Fevereiro de 2006, a PJ interpelou o ex-director à saída da INCM, tendo-lhe colocado duas hipóteses: entregar o produto dos furtos ou ver as suas casas vasculhadas. O dirigente optou pela primeira. Mas boa parte do material já tinha sido vendido pela Leilões P. Dias, em Lisboa, essencialmente a americanos e ingleses, que se recusaram a devolver o que adquiriram. No Porto, o leiloeiro numismático João Pedro Figueiredo ainda não tinha arrematado os selos que o arguido lhe fez chegar, mas já constavam num catálogo.
Segundo Pedro Vaz Pereira, presidente da Federação Portuguesa de Filatelia, o conjunto resgatado é "super valioso". "Com o meu colega de direcção, João Violante, durante dois meses, a pedido da Judiciária, avaliou-se os selos apreendidos em 388 mil euros. Abaixo do valor comercial porque este material é único e não tem um valor referencial. Se fosse colocado no mercado, pela sua raridade, atingiria valores impensáveis", aponta o coleccionador.
O investigador alega que 'levou' os materiais para facilitar o trabalho académico, já que não existiria fotocopiadora a cores no arquivo e que o valor atribuído ao espólio está supravalorizado. Autor de "A grande história do escudo português", o ex-director está com termo de identidade e residência há dois anos, com obrigação a apresentações periódicas, devido ao envolvimento num outro processo relacionado com abuso de confiança e furto de património cultural.
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Policia/Interior.aspx?content_id=1156984
Entre selos, estampilhas, provas de selos e postais, estima-se que o antigo director adjunto de divisão da moeda da Imprensa Nacional Casa da Moeda António M. T. possa ter furtado da instituição cerca de 500 mil euros.
Servindo-se da confiança estabelecida com os funcionários do arquivo da INCM, durante o seu mandato, António M. T. frequentou o espaço livremente, entre Outubro de 2005 e Fevereiro de 2006, alegando estar a desenvolver uma tese de mestrado, requisitando para isso tais materiais valiosos.
Autor de várias obras sobre a história da moeda em Portugal, o o investigador é acusado pelo Ministério Público de ter furtado os documentos que consultava e só ter sido travado pela Polícia Judiciária (PJ), em Fevereiro de 2006, quando foi resgatada parte dos selos em duas leiloeiras - em Lisboa e no Porto - e na sua casa.
Dos cerca de 500 mil euros em estampilhas, do final da Monarquia e do início da República, a PJ conseguiu recuperar 388 mil. Agora, numa altura em que chega a julgamento, António M. T., com 62 anos, entregou por própria iniciativa na Boa Hora, em Lisboa, onde corre o processo, diverso espólio que ainda tinha consigo. Caberá a dois técnicos da Federação Portuguesa de Filatelia, até 16 de Abril, concluir uma avaliação ao material depositado no tribunal.
A investigação foi encetada pela Directoria de Lisboa da PJ em Novembro de 2005, quando uma responsável da Casa da Moeda descobriu tais selos numa leiloeira.
Mas como é que o arguido conseguiu tirar 14 volumes de selos da caixa-forte? "O senhor engenheiro [o arguido] estava sentado na mesa, onde tinha papéis espalhados. Depois foi buscar os documentos, misturou-os com os seus papéis e colocou tudo na mala", explica M. J., funcionária há 16 anos na instituição e uma das principais testemunhas de acusação.
Alertada por M.J. , em Fevereiro de 2006, a PJ interpelou o ex-director à saída da INCM, tendo-lhe colocado duas hipóteses: entregar o produto dos furtos ou ver as suas casas vasculhadas. O dirigente optou pela primeira. Mas boa parte do material já tinha sido vendido pela Leilões P. Dias, em Lisboa, essencialmente a americanos e ingleses, que se recusaram a devolver o que adquiriram. No Porto, o leiloeiro numismático João Pedro Figueiredo ainda não tinha arrematado os selos que o arguido lhe fez chegar, mas já constavam num catálogo.
Segundo Pedro Vaz Pereira, presidente da Federação Portuguesa de Filatelia, o conjunto resgatado é "super valioso". "Com o meu colega de direcção, João Violante, durante dois meses, a pedido da Judiciária, avaliou-se os selos apreendidos em 388 mil euros. Abaixo do valor comercial porque este material é único e não tem um valor referencial. Se fosse colocado no mercado, pela sua raridade, atingiria valores impensáveis", aponta o coleccionador.
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http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Policia/Interior.aspx?content_id=1156984
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