Vagueando na Notícia


Participe do fórum, é rápido e fácil

Vagueando na Notícia
Vagueando na Notícia
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Os judeus portugueses de Newport (I) Published at 11/23/2008 A Sinagoga Touro

Ir para baixo

Os judeus portugueses de Newport (I) Published at 11/23/2008   A Sinagoga Touro Empty Os judeus portugueses de Newport (I) Published at 11/23/2008 A Sinagoga Touro

Mensagem por Vitor mango Sáb Mar 28, 2009 2:15 pm


Os judeus portugueses de Newport (I)
Published at 11/23/2008 in Judeus Portugueses and História. "English" Translation

A Sinagoga Touro

“A Sinagoga Touro não só é a mais antiga sinagoga da América, mas também um dos seus mais antigos símbolos de liberdade. Não há melhor tradição do que a história das contribuições da Sinagoga Touro para os objectivos de liberdade e justiça para todos.”
John F. Kennedy, Presidente dos Estados Unidos,
15 de Setembro de 1963

[Foto de Francisco Duarte Azevedo]
Ostentando o nome de uma família judaica luso-americana com raízes em Tomar, a Sinagoga Touro, de Newport, Rhode Island, foi dedicada a 7 de Dezembro de 1763, no primeiro dia de Hanuká, e permanece hoje como a mais antiga sinagoga dos Estados Unidos — a única do período colonial que ainda sobrevive e se mantém em actividade. A congregação foi fundada em 1658 (apenas 4 anos após a chegada dos primeiros judeus portugueses a Nova Iorque) por judeus sefarditas, na sua maioria marranos e descendentes de marranos que inicialmente tinham fugido da Inquisição portuguesa e que escapavam agora de perseguições sofridas nas Caraíbas às mãos dos espanhóis. Entre os fundadores da comunidade contavam-se Mordecai Campanal, Moisés Israel Pacheco, Simão Mendes e Abraão Burgos. O líder religioso chamava-se Isaac Touro — e um dos seus filhos, Judah Touro ficaria para a história como um dos maiores beneméritos norte-americanos do século XIX. Mas sobre ele prometo escrever outro dia.
Inicialmente impossibilitados de construir uma sinagoga própria, a comunidade de judeus portugueses de Newport reunia-se em casas particulares nas noites de sexta-feira e nas manhãs de sábado.
Durante o seu primeiro século de permanência em Rhode Island (a primeira colónia das 13 colónias originais americanas a declarar independência da Grã-Bretanha), os judeus portugueses prosperaram, tornando-se artesão e mercadores respeitados na colónia esmagadoramente protestante. O seu sucesso atraiu um influxo migratória de judeus sefarditas e asquenazim (judeus da Europa Oriental, com raiz na palavra hebraica Asquenaz, que significa Alemanha), que se juntaram à comunidade inicial, adoptando em conjunto os rituais religiosos tradicionais dos judeus de Portugal e Espanha. Com o crescimento da comunidade veio a necessidade de encontrar um local permanente para a realização dos serviços religiosos, e para isso voltaram-se para outras comunidades de judeus portugueses. A primeira resposta veio da congregação Shearith Israel, de Nova Iorque, a mais antiga do país, que enviou uma generosa contribuição de £149.060. Outras congregações de judeus portugueses — nomeadamente da Jamaica, Curaçao, Suriname e Londres — contribuíram também com ajuda financeira para a construção da sinagoga.
Peter Harrison, o mais famoso arquitecto americano do século XVIII, ofereceu-se para fazer o projecto do edifício, que demorou quatro anos a construir, sendo dedicado a 2 de Dezembro de 1763 pelo rabino da congregação, o luso-americano Isaac Touro.
A cerimónia de dedicação do edifício contou com a presença de muitos notáveis entre a elite protestante de Newport. A sinagoga Touro é considerada uma das mais emblemáticas obras de Peter Harrison, entre as quais se incluem a Kings Chapel, de Boston, e a Igreja de Cristo, em Cambridge, ambas no estado de Massachussetts.
[A sinagoga portuguesa de Newport]
Com a sinagoga, e um cemitério adquirido anos antes, a congregação portuguesa podia agora cumprir três das funções essenciais da vida comunitária judaica — os rituais religiosos propriamente ditos, a educação das crianças e os funerais. A congregação de judeus portugueses de Newport escolheu para si o nome de Yeshuat Israel (Salvação de Israel).
Durante a Guerra de Independência dos Estados Unidos, e por causa do bloqueio britânico ao porto da cidade, grande parte da comunidade escapou para Nova Iorque. Findo o conflito, a vitalidade da congregação reacendeu-se. Pelo facto de durante a guerra muitos dos edifícios públicos da cidade terem ficado danificados, a Sinagoga Touro foi utilizada também para reuniões da Assembleia Geral de Rhode Island e do Supremo Tribunal estadual.
Em 1790, a convite do rabino Moisés Seixas, o Presidente George Washington visita esta sinagoga de judeus portugueses e dias depois lhes envia uma carta que ficaria para a história, reafirmando os princípios de igualdade e tolerância religiosa que norteavam a Constituição americana: “(…) Porque felizmente, o governo dos Estados Unidos, que não confere sanção à intolerância, nem à perseguição assistência (…)”. Estas palavras eram escritas um ano antes da Declaração de Direitos, que mesmo assim apenas se aplicava ao governo federal.
[O cemitério dos judeus portugueses de Newport]
A par da Sinagoga Touro, o cemitério da congregação de judeus sefarditas de Newport é outro testemunho da dimensão e peso da comunidade de Newport. No Verão de 1852, o poeta Henry Wadsworth Longfellow ficou tão impressionado com o cemitério sefardita que o imortalizou num dos seus mais reconhecidos poemas, publicado na Putnam’s Monthly Magazine, em Julho de 1854:
Vitor mango
Vitor mango

Pontos : 118274

Ir para o topo Ir para baixo

Os judeus portugueses de Newport (I) Published at 11/23/2008   A Sinagoga Touro Empty Re: Os judeus portugueses de Newport (I) Published at 11/23/2008 A Sinagoga Touro

Mensagem por Vitor mango Sáb Mar 28, 2009 2:17 pm

and
Vitor mango
Vitor mango

Pontos : 118274

Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos