Santa Sé diz que palavras de bispo são delicadas por MANUELA PAIXÃO
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Santa Sé diz que palavras de bispo são delicadas por MANUELA PAIXÃO
Santa Sé diz que palavras de bispo são delicadas
por MANUELA PAIXÃO
A declaração do bispo de Viseu sobre o preservativo já chegou ao Vaticano, que admite que o tema será analisado pelas autoridades competentes. Por cá, o assunto é desvalorizado
As declarações do bispo de Viseu a defender o uso do preservativo já chegaram ao Vaticano. O porta-voz da Santa Sé reconheceu ontem ao DN ter conhecimento da notícia, mas, precisamente pela delicadeza do assunto, assumiu que o Vaticano ainda terá de preparar uma reacção oficial sobre o assunto. Atitude semelhante à do cardeal-patriarca de Lisboa, que preferiu não comentar por agora.
"Li a notícia, mas não tenho nenhum comentário a fazer. O assunto é muito delicado, pelo que os comentários terão de ser feitos pelas autoridades competentes, de um modo mais correcto, e na sede apropriada", declarou ao DN o padre Federico Lombardi, director da Sala de Imprensa do Estado da Santa Sé.
Horas antes, na habitual oração do Angelus, o Papa Bento XVI - sem abordar de novo a questão do uso do preservativo - agradeceu aos mais de 200 jovens africanos que se reuniram na Praça de S. Marcos para lhe prestarem apoio. "Uma polémica inútil. Uma difamação contra o Papa e contra a África." Foi assim que Pierre-Babà Mansare, um dos estudantes promotores da manifestação, defendeu o Papa, acrescentando ao DN que a sida pode ser curada com "maior profissionalização dos técnicos e estruturas sanitárias".
O grupo de estudantes africanos, além de desfraldar as habituais bandeiras nacionais de diversos países, empunhou cartazes que proclamavam em inglês "O preservativo não é a solução", "Não a quem quer transformar África num mercado de preservativos" e "Não à instrumentalização dos media ocidentais contra Bento XVI". Tudo ao som dos cantos africanos tradicionais.
Em Portugal, o cardeal-patriarca adiou uma resposta a esta questão para a próxima reunião da Conferência Episcopal Portuguesa, a realizar no dia 20 de Abril. No entanto, na catequese do quinto domingo da quaresma, na Sé de Lisboa, D. José Policarpo afirmou que a Igreja não adapta a verdade ao sabor das circunstâncias. "Pensar que é amor por pessoas concretas em circunstâncias precisas, alterar ou relativizar a verdade, é ser infiel à sua missão", disse.
Mais claro foi o bispo do Porto, que aos microfones da TSF afirmou que "não se podem confundir expedientes com soluções". Segundo D. Manuel Clemente, "a grande solução para o problema da sida, como para outro tipo de problemas, tem de ser comportamental e portanto não devemos confundir o que é um expediente com o que é uma solução".
D. Januário Torgal Ferreira, que dia depois das afirmações do Papa defendeu que "proibir o preservativo é consentir na morte de muitas pessoas", disse ao DN que prefere não "alimentar polémicas" e por isso recusou-se a comentar
por MANUELA PAIXÃO
A declaração do bispo de Viseu sobre o preservativo já chegou ao Vaticano, que admite que o tema será analisado pelas autoridades competentes. Por cá, o assunto é desvalorizado
As declarações do bispo de Viseu a defender o uso do preservativo já chegaram ao Vaticano. O porta-voz da Santa Sé reconheceu ontem ao DN ter conhecimento da notícia, mas, precisamente pela delicadeza do assunto, assumiu que o Vaticano ainda terá de preparar uma reacção oficial sobre o assunto. Atitude semelhante à do cardeal-patriarca de Lisboa, que preferiu não comentar por agora.
"Li a notícia, mas não tenho nenhum comentário a fazer. O assunto é muito delicado, pelo que os comentários terão de ser feitos pelas autoridades competentes, de um modo mais correcto, e na sede apropriada", declarou ao DN o padre Federico Lombardi, director da Sala de Imprensa do Estado da Santa Sé.
Horas antes, na habitual oração do Angelus, o Papa Bento XVI - sem abordar de novo a questão do uso do preservativo - agradeceu aos mais de 200 jovens africanos que se reuniram na Praça de S. Marcos para lhe prestarem apoio. "Uma polémica inútil. Uma difamação contra o Papa e contra a África." Foi assim que Pierre-Babà Mansare, um dos estudantes promotores da manifestação, defendeu o Papa, acrescentando ao DN que a sida pode ser curada com "maior profissionalização dos técnicos e estruturas sanitárias".
O grupo de estudantes africanos, além de desfraldar as habituais bandeiras nacionais de diversos países, empunhou cartazes que proclamavam em inglês "O preservativo não é a solução", "Não a quem quer transformar África num mercado de preservativos" e "Não à instrumentalização dos media ocidentais contra Bento XVI". Tudo ao som dos cantos africanos tradicionais.
Em Portugal, o cardeal-patriarca adiou uma resposta a esta questão para a próxima reunião da Conferência Episcopal Portuguesa, a realizar no dia 20 de Abril. No entanto, na catequese do quinto domingo da quaresma, na Sé de Lisboa, D. José Policarpo afirmou que a Igreja não adapta a verdade ao sabor das circunstâncias. "Pensar que é amor por pessoas concretas em circunstâncias precisas, alterar ou relativizar a verdade, é ser infiel à sua missão", disse.
Mais claro foi o bispo do Porto, que aos microfones da TSF afirmou que "não se podem confundir expedientes com soluções". Segundo D. Manuel Clemente, "a grande solução para o problema da sida, como para outro tipo de problemas, tem de ser comportamental e portanto não devemos confundir o que é um expediente com o que é uma solução".
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