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Santa Sé diz que palavras de bispo são delicadas por MANUELA PAIXÃO

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Santa Sé diz que palavras de bispo são delicadas  por MANUELA PAIXÃO Empty Santa Sé diz que palavras de bispo são delicadas por MANUELA PAIXÃO

Mensagem por Vitor mango Seg Mar 30, 2009 2:08 am

Santa Sé diz que palavras de bispo são delicadas

por MANUELA PAIXÃO

A declaração do bispo de Viseu sobre o preservativo já chegou ao Vaticano, que admite que o tema será analisado pelas autoridades competentes. Por cá, o assunto é desvalorizado

As declarações do bispo de Viseu a defender o uso do preservativo já chegaram ao Vaticano. O porta-voz da Santa Sé reconheceu ontem ao DN ter conhecimento da notícia, mas, precisamente pela delicadeza do assunto, assumiu que o Vaticano ainda terá de preparar uma reacção oficial sobre o assunto. Atitude semelhante à do cardeal-patriarca de Lisboa, que preferiu não comentar por agora.

"Li a notícia, mas não tenho nenhum comentário a fazer. O assunto é muito delicado, pelo que os comentários terão de ser feitos pelas autoridades competentes, de um modo mais correcto, e na sede apropriada", declarou ao DN o padre Federico Lombardi, director da Sala de Imprensa do Estado da Santa Sé.

Horas antes, na habitual oração do Angelus, o Papa Bento XVI - sem abordar de novo a questão do uso do preservativo - agradeceu aos mais de 200 jovens africanos que se reuniram na Praça de S. Marcos para lhe prestarem apoio. "Uma polémica inútil. Uma difamação contra o Papa e contra a África." Foi assim que Pierre-Babà Mansare, um dos estudantes promotores da manifestação, defendeu o Papa, acrescentando ao DN que a sida pode ser curada com "maior profissionalização dos técnicos e estruturas sanitárias".

O grupo de estudantes africanos, além de desfraldar as habituais bandeiras nacionais de diversos países, empunhou cartazes que proclamavam em inglês "O preservativo não é a solução", "Não a quem quer transformar África num mercado de preservativos" e "Não à instrumentalização dos media ocidentais contra Bento XVI". Tudo ao som dos cantos africanos tradicionais.

Em Portugal, o cardeal-patriarca adiou uma resposta a esta questão para a próxima reunião da Conferência Episcopal Portuguesa, a realizar no dia 20 de Abril. No entanto, na catequese do quinto domingo da quaresma, na Sé de Lisboa, D. José Policarpo afirmou que a Igreja não adapta a verdade ao sabor das circunstâncias. "Pensar que é amor por pessoas concretas em circunstâncias precisas, alterar ou relativizar a verdade, é ser infiel à sua missão", disse.

Mais claro foi o bispo do Porto, que aos microfones da TSF afirmou que "não se podem confundir expedientes com soluções". Segundo D. Manuel Clemente, "a grande solução para o problema da sida, como para outro tipo de problemas, tem de ser comportamental e portanto não devemos confundir o que é um expediente com o que é uma solução".

D. Januário Torgal Ferreira, que dia depois das afirmações do Papa defendeu que "proibir o preservativo é consentir na morte de muitas pessoas", disse ao DN que prefere não "alimentar polémicas" e por isso recusou-se a comentar
Vitor mango
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