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Rodrigo Sousa Castro 1 min · O SEU A SEU DONO MÁRIO SOARES E A HISTÓRIA. ( que eu vivi )

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Rodrigo Sousa Castro 1 min ·  O SEU A SEU DONO MÁRIO SOARES E A HISTÓRIA. ( que eu vivi )   Empty Rodrigo Sousa Castro 1 min · O SEU A SEU DONO MÁRIO SOARES E A HISTÓRIA. ( que eu vivi )

Mensagem por Vitor mango Seg Dez 08, 2014 10:35 am

Rodrigo Sousa Castro
1 min ·
O SEU A SEU DONO
MÁRIO SOARES E A HISTÓRIA. ( que eu vivi )

LAICO, entre um Povo de profundos sentimentos anti clericais;
REPUBLICANO, entre um Povo de republicanos;
SOCIALISTA, entre um Povo sedento de Jutiça Social ,Igualdade e Liberdade.

Em 1973 , quando Spinola abandonou a Guiné perante a iminência de um desastre militar que não queria assumir, Mário Soares era entre os exilados politicos portugueses era aquele que melhor informado estava sobre o colapso anunciado da ditadura.
Três hipótese se colocavam perante o impasse que a Nação vivia e para o qual a ditadura e a guerra colonial a haviam conduzido.
1 . A retirada militar da Guiné finalmente assumida pela liderança politico militar da ditadura, e a declaração da independência " branca" de Angola que tinha vindo a ser negociada pela ala direita do Regime e estava prevista ser anunciada no verão de 1974, ficando Moçambique entregue às negociações que Jorge Jardim entretanto encetara com vários parceiros incluindo a Frelimo ;
2 . A continuação da guerra ,pura e dura, que um reduzido número de ultras encabeçados por Kaúlza de Arriaga , preconizavam;
3 . Uma revolta militar conduzida e controlada por militares afectos ao General Spínola que permitisse uma transição mais ou menos pacifica do Regime e a solução do problema colonial.
Esta terceira hipótese de solução, encabeçada por Spínola e ùnica com a qual Mário Soares contava e na qual seria incluido, mercê da sua ligação ao general, fracassou rotundamente em 16 de Março de 1974, mercê do entusiasmo imprevidente que os oficiais spinolistas exibiram. Eles estavam, convencidos que , face ao carisma do seu chefe, eram favas contadas assim que a primeira unidade militar se pronunciasse. Todo o exército seguiria atrás de Spinola e do seu prestigio de cabo de guerra, congeminaram.
Este fracasso militar coloca ao Regime a questão premente de combater a insurreição larvar no Exército, no seio dos quadros mais jovens. Perante a prisão dos oficiais spinolistas, que incluiu pela primeira vez acções de agentres da Pide /DGS contra alguns, e a certeza que o Regime se preparava para actuar em larga escala sobre o movimento dos capitães em geral, este movimento promove o golpe militar de 25 de Abril de 1974, de forma eficaz e resoluta, derrubando a ditadura e anulando as hipóteses das soluções atrás aventadas..
Spínola e o seu grupo de militares entretanto libertados da prisão ocupam a cena politica. Spinola chama Soares regressado do exilio que rodeado dos seus homens , mal tolera os protagonistas do golpe vitorioso. Soares é apanhado de surpresa , perante a composição do corpo de oficiais revoltosos e até do seu grau de comprometimento politico.
Soares trás da Europa um primeiro compromisso a ser realizado, descolonizar o Império, negociando com os movimentos de libertação no terreno, que apesar de consabidamente pró soviéticos tinha o beneplácito das esquerdas europeias.
E neste ponto Soares obtém o apoio total dos revoltosos, que acabam ainda assim por nomear Spínola o chefe da revolta.
Spínola , já presidente da Junta de Salvação Nacional, faz orelhas moucas ao discurso esquerdista inflamado que Soares profere no grande meeting do 1º de Maio de 1974, e pede-lhe conselhos e nomes para o cargo de primeiro ministro e outras pastas.
Soares passa assim a ser, sem qualquer sufrágio popular , o politico civil mais influente dos primeiros tempos da revolução.
Pela mão de Spínola.
Entretanto o regresso do carismático lider comunista Álvaro Cunhal, a eficiente máquina de propaganda do partido comunista a debilidade insofismável do centro e da direita politicos e a ânsia generalizada de viver a Liberdade, aceleram todo o processo politico levando a uma intempestiva renúncia de Spínola., que uma vez mais , ele e a sua entourage avaliam mal.
A renúncia de Spínola fortalece o movimento dos capitães original, e mercê de pactos e conivências com o partido comunista e grupos de extrema esquerda por parte de alguns desses militares em cargos de responsabilidade na hierarquia militar, o partido socialista entretanto reorganizado, começa a sentir na pele um crecendo de hostilidades e verifica e que lhe são subtraidas alavancas de poder que outros usurpavam e utilizavam a seu bel prazer.
A crise sindical é o toque a rebate para os socialistas, que entretanto, à cautela, confortavam Spínola com a sua presença assídua em Massamá.
Soares e o PS, ou parte dele, continuavam com a convicção que os oficiais spinolistas eram os que maior prestigio tinham nas F.A's e que por via disso controlariam qualquer movimento militar que surgisse.
É neste quadro que Spínola parte para a sua nova aventura, 11 de Março de 1975 e fracassa.
Antes que alguma suspeita se confirmasse, Mário Soares encabeça um movimento de repúdio pelo acontecimento , tentando não ser ultrapassado pelo PCP.
Cauciona todo um conjunto de medidas tomadas pelo Conselho da Revolução e que mudam dramáticamente todas as relações de forças existentes na Sociedade portuguesa.
Convenhamos , que perante a cobardia politicas das direitas a Mário Soares não sobrava outra atitude.
As eleições para a Assembleia Constituinte são, indiscutivelmente, o momento previligiado para Mário Soares ousar colocar a revolução nos carris.
Ao tentar fazê-lo, a pressão exercida pelos que perfilhavam a legitimidade revolucionária em contraponto com a legitimidade eleitoral cria uma situação caótica a que se convencionou chamar verão quente de 75.
Em aliança com um grupo de militares moderados, onde pontificavam Ramalho Eanes e os " nove", Mário Soares encabeça a chamada resistência civil, admitindo uma mescla de socialistas, conservadores, monárquicos e mesmo saudosistas da ditadura, na luta que proclamava contra o perigo comunista.
Note-se que Soares sabia do que se tratava pois tinha sido militante comunista.
A certa altura preconiza a ida de deputados e da Assembleia Constituinte para o Porto, pretendendo estabelecer uma ruptura que poderia dividir violentamente o País a meio e originar um grave conflito armado.
Eanes e o grupo dos " nove" dizem-lhe redondamente NÂO.
Deixando às Forças Armadas a indicação do candidadto a Presidente da República, Mário Soares coliga-se com o PPD/PSD e CDS para o apoiar e , em conjunto afastarem o perigo esquerdista e conter as veleidades comunistas.
Eanes escolhido pelos seus pares do Conselho da Revolução, é eleito por mais de 60% dos votos.
Normalizado o processo politico e após a aprovação da Constituição Mário Soares e o partido socialista ganham naturalmente as eleições. Não tendo maioria para governar o seu primeiro governo constitucional cai perante as dificuldades do País.
Esperava então Mário Soares de Eanes a paga do seu apoio eleitoral e que favorecesse um novo governo sem apoio maioritário no parlamento. Eanes recusa, exige uma maioria, que de estável e coerente tinha pouco, e Soares pressionado e contrariado faz uma aliança com o CDS e forma o II Governo Constitucional.
A curta vida de tal governo leva Eanes, a tentar governos de iniciativa presidencial, que contam com a evidente má vontade dos partidos e pouca duração têm. Resta então a realização de novas eleições que darão uma vitória à direita.
Mário Soares nunca se conformou com estas atitudes politicas do Presidente Eanes e achou azado o momento da recandidatura de Eanes para a desforra. Em plena pugna eleitoral, Mário Soares que havia colocado o PS em apoio de Eanes, por uma razão de lana caprina retira-lhe o apoio e espera saborear a derrota do general.
Mas é Eanes que surge vencedor e Soares espera pacientemente a oportunidade de novo ajuste de contas. Ela surge em 1982, aquando da revisão constitucional, que Mário Soares e Almeida Santos lideram, infringindo a Eanes tornado seu principal adversário politico a humilhaçao de lhe retirarem em pleno mandato poderes substanciais.
Soares recupera protagonismo politico com um governo de Bloco Central e enceta conversações para a entrada de Portugal na UE, tornada inevitável dadas as circunstâncias politicas à época. Portugal acaba por ser admitido em 1986, ao mesmo tempo que a Espanha.
O fim dos mandatos de Eanes vai revelar de forma estrondosa as rivalidades politicas que o opôem a Soares.
Para além de ter impulsionado um partido que entra em concorrência directa com o PS, Eanes apoia e pretende fazer seu delfim o socialista dissidente Salgado Zenha.
Soares, mostrando a sua inquestionável fibra de lutador apresenta-se a sufrágio e após ter conseguido passar à segunda volta acaba por derrotar o candidato das direitas.
Ocupando a presidência em pose magestática, Mário Soares assiste sem um assomo de critica numa primeira fase, ás politicas verdadeiramente suicidas do PM Cavaco Silva que a coberto da inundação de fundos europeus, deixa destruir sem apelo nem agravo uma parte substancial do aparelho produtivo nacional.
Só no segundo mandato resolve hostilizar ainda que moderadamente o todo poderosos PM.
Na oportunidade seguinte, já com 80 anos e apesar das juras em contrário Soares tenta uma nova eleição presidencial, afrontando o seu “ ex amigo” Manuel Alegre, dividindo inexorávelmente o PS e contribuindo para a eleição de Cavaco.
Passados cinco anos, sem esmorecer da raiva politica que votava a Manuel Alegra, Soares empurra para a liça um aventureiro politico , Fernando Nobre, caucionando de forma estranha a reeleiçãio de Cavaco, que ùltimammente não se cansa de causticar.
Aos 90 anos, tem direito aos parabens. Mas politicamente não tem direito à unanimidade nem ao esquecimento do que protagonizou.
As circunstâncias históricas deram-lhe protagonismo, mas ele dificilmente poderá ser considerado um fautor da História. Condicionou é certo, mas foi mais arrastado pelos acontecimentos que o seu promotor.
Rodrigo Sousa e Castro “ capitão de Abril , capitâo de Novembro”


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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
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Vitor mango
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