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Mensagem por Joao Ruiz Qui Ago 27, 2009 5:34 am

Relembrando a primeira mensagem :

As análises serão uma espécie de notícias ao retardador, mas com o interesse acrescido (umas, outras nem tanto) do olhar crítico do analista, que poderemos confrontar com as nossas opiniões pesoais. Procurarei trazer aqui as que me pareçam mais interessantes, esperando que todos façam o mesmo

O tudo ou nada de Ferreira Leite

por Rui Hortelão

Análises - Página 2 Rui_hortelao

Não havia espaço para equilíbrios. Chegara o momento de todas as definições, do tudo ou nada para Manuela Ferreira Leite.

Sentindo que pode ganhar o País e sabendo que não seria por incluir os críticos nas listas que a pouparão em caso de derrota, a decisão afigurou-se quase óbvia. Ponderadas as vantagens e as desvantagens de manter ou excluir os opositores internos, a balança tombou para a segunda opção. Mantê-los evitaria as críticas de prepotência, mas acarretaria a certeza de inevitáveis problemas mais à frente, ganhe ou perca o PSD as legislativas. Afastá-los legitima as queixas dos opositores, por um lado, mas por outro força-os a assumirem--se se quiserem continuar a promover a contestação interna. E ainda com a vantagem vital de, em caso de derrota nas eleições, assegurar uma bancada parlamentar unida e evitar os duelos destrutivos que atingiram o PSD nesta legislatura. Ferreira Leite sabe também que, com o PSD bem colocado, como está, nas sondagens, ninguém arriscará demarcar-se demasiado da sua liderança até Setembro. Depois disso, os cenários também são previsíveis: a vitória congelará a contestação interna; a derrota inflamá--la-á provavelmente muito para lá do que a líder do PSD conseguirá aguentar. Da análise política das listas, há ainda outros aspectos que ficam evidentes. A reunião de competências e especializações essenciais à governação é positiva, mas peca por cingir-se à vertente técnica, pois a maioria destes profissionais tem pouca ou nenhuma experiência política. Uma lacuna que Ferreira Leite tentou compensar com o renascimento de Couto dos Santos, a continuidade de Fernando Negrão e a aposta em Maria José Nogueira Pinto, mas que não esconde as notórias dificuldades em fomentar a renovação do partido.

Moniz, Vasconcellos e a nova era da TV

Quando as relações entre José Eduardo Moniz e a administração da Prisa azedaram, ainda Nuno Vasconcellos estava a despertar para o mercado dos media (a participação na SIC é herança familiar). Os dois souberam esperar. Moniz usou os feitos conseguidos à frente da TVI para resistir às pressões que se abatiam sobre ele e a mulher, Manuela Moura Guedes. Vasconcellos entrou em força na imprensa económica, em Portugal e em Angola, e, num ano, ganhou a confiança necessária para alargar horizontes. O descontentamento de Moniz na TVI, e a disponibilidade que este mostrou para sair aquando das eleições do Benfica, facilitou a estratégia que o patrão da Ongoing há muito adoptou como profissão: escolher os melhores e desenvolver empresas. Só a falta de visão poderia ser obstáculo a juntar à sua equipa o mais rentável e eficaz gestor da televisão portuguesa. Ainda no dia da sua saída, Moniz fez questão de dar uma lição de fazer audiências: mandou abrir o Jornal da Noite com a sua demissão, passou uma hora a promover a notícia e só depois entrou em directo, para 16 minutos de recados sobre o passado e promoção sobre o futuro. Mais requintado era difícil. Por fim, uma referência aos conspiradores, que insistem em teorizar sobre o acessório, negligenciando o que realmente interessa. E, neste caso, será sempre mais importante o projecto de Vasconcellos e Moniz do que a especulada entrada minoritária da PT na Media Capital.

A hipocrisia do Bloco Central

À sucessão de casos judiciais envolvendo políticos, reagiram PS e PSD com declarações públicas de interesse em afastar as ovelhas negras do seu rebanho. O actual Governo chegou inclusive a prometer, em 2007, a alteração da Lei da Tutela Administrativa para prever a suspensão dos mandatos de autarcas arguidos. Mas, durante dois anos, o silêncio foi regra de ouro sobre o assunto. Os socialistas nada fizeram e a oposição, do PSD ao Bloco de Esquerda, condescendeu. Interessadamente, claro. É por isso que, em matéria de políticos suspeitos ou acusados, nenhum partido tem já moral para se querer distinguir dos restantes. O Governo deixou cair a alteração na lei e Ferreira Leite não só disse (e mais uma vez, como exige Pacheco Pereira, ter-se-á de lhe dar uma "interpretação especial" às suas palavras) que matérias importantes não são para ser discutidas em vésperas de eleições como incluiu nas suas listas dois deputados arguidos. O assunto é delicado e, sabendo PS e PSD as manipulações a que sujeitam a justiça sempre que são poder, compreende-se algumas reservas em legislar sobre a matéria. Mas, já que é assim, pelo menos podiam poupar os portugueses à demagogia.

Tramados por elas!

John Dillinger celebrizou-se a assaltar bancos na década de 30, nos EUA. Isaltino Morais destacou-se como animal político no PSD, chegou a ministro e, mesmo acusado de corrupção, ganhou a Câmara de Oeiras. O primeiro acabou condenado e preso. O segundo também foi condenado, mas pagou cem mil euros e, por enquanto, continua em liberdade. Quis o destino que Isaltino e Dillinger fossem notícia de primeira página na mesma semana. Mas antes já os dois tinham algo muito mais significativo em comum: ambos foram denunciados por mulheres. O gangster americano foi traído por uma amiga da namorada e acabou preso à saída do cinema depois de assistir a um filme... de gangsters. Isaltino Morais deixou-se encantar por uma jovem de 19 anos que entrou na Câmara de Oeiras como temporária e acabou como sua chefe de gabinete, e a quem terá chegado até a propor casamento. Quando se zangaram, ela denunciou-lhe as contas na Suíça e abriu a caixa de Pandora, arruinando-lhe a carreira política e deixando-lhe sobre a cabeça a nuvem negra da prisão.

DN

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Mensagem por Joao Ruiz Sáb Out 10, 2009 8:23 am

Se o PSD continuar a protagonizar uma oposição sistemática, agravando as condições de governabilidade, sem oferecer uma alternativa consistente, não reconquistará os eleitores que perdeu. Pode mesmo acentuar o seu declínio, agravando a orfandade do centro direita.

E parece ser esse mesmo o caminho escolhido, a acreditar nas constantes declarações da líder. A virem a acontecer na prática, só servirão para um enterro, sem flores nem discursos.

Do que o país menos precisa, é de ingovernabilidade, tanto pelas condições internas que vivemos como pelas externas, que nos rodeiam e nos afectam também.

cyclops
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Mensagem por Vitor mango Sáb Out 10, 2009 9:01 am

AQui na tasca ao lado estive no paleio com o antigo presidente da Camara da Marinha Grande (ex) Ex porque nao quiz obedecer ao Partido
Nao vai a votos porque acha que nos partidos kilharam toda a vida respeitavel em PortugAL
Eles os partidos criaram um monstro que tudo controla
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Mensagem por Viriato Seg Out 12, 2009 4:17 am

Louco, um? Todos!

1. É conhecida a anedota do condutor que, viajando em contramão na auto-estrada, ouve um aviso na rádio sobre o perigoso automobilista louco que põe em risco a vida dos outros viajantes. Louco um? Todos, todos estão em contramão neste mundo enlouquecido, exclama aquele condutor.

2. Faz lembrar Santana, quando reivindica para Lisboa o exclusivo europeu da excentricidade de um aeroporto no centro da cidade. Loucos, loucos serão todos os outros, em Paris ou em Amesterdão, em Estocolmo ou em Madrid, em Londres ou em Viena. Loucos serão todos esses que se amedrontam com os problemas de segurança, que se incomodam com os níveis de ruído, que não sabem estar quietos no presente e passam o tempo a projectar o futuro. Todos em contramão, Santana na sua.

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Mensagem por BUFFA General Aladeen Seg Out 12, 2009 4:19 am

O Louco sou eu .............



lol! lol! lol! lol! lol! lol! lol! lol! lol! lol! lol! lol! lol! lol!
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Mensagem por Terminator Seg Out 12, 2009 4:57 am

BUFFA escreveu:O Louco sou eu .............



lol! lol! lol! lol! lol! lol! lol! lol! lol! lol! lol! lol! lol! lol!


    e eu...........
    eu...

    eu....
    eu...


sou o presidente

da xunta!!



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cheers

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Mensagem por BUFFA General Aladeen Seg Out 12, 2009 5:09 am

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Mensagem por Joao Ruiz Seg Out 12, 2009 5:14 am

Parece que Santana não está sozinho, Viriato!!!!

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Análises - Página 2 Empty Governo demarca-se de estudo sobre política fiscal

Mensagem por Joao Ruiz Ter Out 13, 2009 10:31 am

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Governo demarca-se de estudo sobre política fiscal

por Lusa
Hoje

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O relatório do grupo para o Estudo da Política Fiscal teve "bons resultados" e servirá como base para uma "discussão alargada", afirmou hoje o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, sublinhando que o Governo não garante a adopção de qualquer das propostas.

Carlos Lobo explicou que este estudo será "o ponto de partida para uma discussão mais alargada" e reafirmou que "não há descida de impostos, nem subida de impostos", contrariando assim uma das propostas apresentadas que contemplava a redução do IVA para 19 por cento.

"Relativamente à questão do IVA, não existe qualquer ideia de baixar ou reduzir a taxa", sublinhou o secretário de Estado, que sublinhou várias vezes que este relatório não vincula o governo e que está "pronto para ser analisado publicamente, num processo de apreciação alargado".

Entre as propostas para a reformulação do Imposto de Valor Acrescentado (IVA), o grupo preconizava a redução da taxa máxima de 20 para 19 por cento, assim como o esvaziamento da taxa intermédia de 12 por cento, que passava a ser utilizada em casos pontuais.

No estudo apresentado hoje, os peritos aconselham ainda a separação do IRS dos casados, uma opção que os casais unidos de facto já dispõem, e taxar em 20 por cento as mais-valias realizadas em bolsa.

Durante a apresentação do relatório, que decorreu no Ministério das Finanças, em Lisboa, o secretário de Estado referiu que a tributação das mais-valias em bolsa está consagrada no programa eleitoral do Partido Socialista (PS).

Carlos Lobo afirmou ainda ser intenção do Governo que "o maior número de funcionários possível seja encaminhado para a fiscalização", de forma a reforçar os mecanismos de detecção de fraude e evasão fiscal.

Entre as preocupações dos peritos está também a capacidade dos sistemas de informação, que consideram ser "o coração dos sistemas fiscais", que começam a dar "sinais de esgotamento".

A falta de clareza e de transparência da legislação é outro dos pontos focados pelos peritos que elaboraram o estudo, que defendem que as alterações legislativas devem ser acompanhadas de notas explicativas e relatórios".

"Uma constatação é a complexidade normativa do sistema fiscal e um sistema complexo é um factor de litígio. As alterações legislativas devem ser acompanhadas de notas explicativas e relatórios", explicou o coordenador de um dos subgrupos, Rui Morais, acrescentando que a municipalização dos impostos "torna o sistema muito mais complexo".

Entre os problemas da legislação, Rui Morais destacou ainda que "não se faz análise de custo/benefício a cada lei", e que existem actualmente "muitas leis que têm um custo muito superior ao benefício".

DN

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Mensagem por Viriato Ter Out 13, 2009 3:03 pm

Não esquecer que o governo tem mais 3 ou 4 dias....
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Análises - Página 2 Empty Os "senhores da esquerda" aprenderam uma lição

Mensagem por Viriato Ter Out 13, 2009 3:24 pm

Os "senhores da esquerda" aprenderam uma lição

A esquerda conservadora, PCP e Bloco de Esquerda, aprendeu uma dura lição nestas eleições autárquicas, habituada a tutelar aqueles que designa como "povo de esquerda" viu-os votar PS em nome dos seus anseios e não de acordo com estratégias partidárias dos "senhores da esquerda". Se Sócrates e o PS são de direita, como gostam tanto de acusar, terão de aceitar que bastiões como Marinha Grande, Beja ou Aljustrel optaram por essa mesma direita tão odiada por Jerónimo de Sousa e Louça. Em Lisboa os "senhores da esquerda" apostaram nos seus projectos políticos pessoais, msmo sabendo que isso poderia significar a vitória de Santana Lopes, mas os eleitores disseram-lhes não.
Os mesmos eleitores de Lisboa que convenceram Louçã que já era um grande líder da extrema-esquerda, optaram agora por o mandar à fava nas eleições de Lisboa, Francisco Louçã foi vítima da sua própriam arrogância. Louçã enganou-se ao justificar-se ao dizer que tinha muito a aprender nas eleições autárquicas, o que ele tem de aprender é que o “povo de esquerda” não é nenhum rebanho, nem uma massa de idiotas que iriam eleger um babaca como vereador para, em contrapartida, verem Santana Lopes ganhar a câmara.

Este eleitorado de esquerda, de que Louçã tanto gostar de se armar em representante pode ficar irritado com algumas políticas de Sócrates, pode castigar o PS pelas asneiras governamentais ou para exorcizar as consequências financeiras, mas não faz o que lhe mandam Louça ou Jerónimo de Sousa lhes mandam fazer. Foi o “povo de esquerda” que impediu a direita de chegar ao governo nas legislativas e agora infligiu uma pesada derrota pessoal a Ferreira Leite, Louçã e Jerónimo de Sousa.

Quando Jerónimo de Sousa diz que é a grande força de esquerda nas autarquias como explica a derrota a CDU em Beja? Ao fim de trinta anos os bejenses não evoluíram como povo ou, cruzes canhoto, deixou de ser de esquerda para passar a ser um eleitorado de direita e escolheu um PS de direita? Bem, ainda algum dirigente do PCP se vai lembrar de dizer que o povo de Beja enriqueceu tanto com o progresso resultante da gestão CDU e acabou por se aburguesar. Ou então sucedeu um fenómeno idêntico ao da RDA, invejou os padrões de consumo nas autarquias geridas pela direita e traiu o PCP.

Este povo de esquerda é bem menos burro do que julga o BE e o PCP e não votou contra a maioria absoluta de António Costa ou para manter alguns concelhos com o estatuto de pequenas RDAs. Pior ainda, ao longo dos anos tem afirmado a tendência para o divórcio com modelos de gestão autárquica onde pontuam controleiros alheios aos interesses das populações. Na Marinha Grande os eleitores não aceitaram os golpes baixos o aparelho do PCP e em Aljustrel a população percebeu que Manuel Pinho estava bem mais empenhado em defender os seus interesses do que Bernardino Soares.

Estas eleições mostraram que o tal “povo de esquerda” não obedece a dirigentes políticos que olham para os eleitores como os "senhores da guerra", sabe o que quer e começa a perceber que há uma grande distância entre o desenvolvimento que anseia e os paraísos que estes "senhores da esquerda" prometem. O "povo de esquerda", como todo o povo, quer que as autarquias funcionem, que as escolas tenham qualidade, que o país progrida, não querem nem desejam a grande crise que provará que Marx tem razão e muito menos o desmoronar do sistema ideológico.

Nestas autárquicas o povo disse não aos "senhores da esquerda", foram eles os grandes derrotados, estiveram mais empenhados em eleger mais dois ou três vereadores mesmo que isso significasse mais autarquias geridas pela direita e perderam. Não só não beliscaram a direita, como perderem muitas autarquias para o PS.



O Jumento
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Análises - Página 2 Empty É uma coisa muito americana...

Mensagem por Viriato Qua Out 14, 2009 5:26 am

A luz da cela apagava quando ligavam a cadeira eléctrica"

por HUGO COELHO



A 27 de Maio de 1997, Joaquín José Martínez foi condenado à morte pelo assassínio de um homem e uma mulher, na Florida. Esteve três anos no corredor antes de um tribunal decidir que era inocente e lhe devolver a liberdade e a vida.

Alguém lhe pediu desculpa?

A minha ex-mulher foi a única que me disse "perdão". Os jurados que votaram a minha sentença de morte nunca falaram comigo e disseram aos jornais que tiveram provas suficientes para me condenar.

Poderia perdoá-los?

Se me quisesse vingar dos que me condenaram estaria cheio de ódio. O corredor da morte mudou-me. Isso já não tem lugar na minha vida.

Ainda há quem não acredite na sua inocência?

Há muitos que acreditam que sou culpado. Para os americanos é mais fácil pensar que cometi aquele crime do que imaginar que o país executa pessoas inocentes.

Pensou mesmo que ia ser executado e que nunca se saberia que era inocente?

Quando fui condenado à morte questionei tudo. "Porquê eu?" Nos primeiros dias, perdi a esperança porque pensava: "Se me declararam culpado por uma coisa que não fiz também me podem matar."

O que lhe passou pela cabeça no momento em que foi preso?

Fiquei surpreendido. Tinha deixado as minhas filhas na casa da minha ex-mulher. Quando cheguei ao cruzamento um carro colou-se atrás do meu e logo outro barrou-me o caminho. Na altura pensei: 'O que se está a passar aqui (não pensei o que se está a passar comigo).' Lembro-me que era dia do Superball e disse aos polícias que queria ir ver o jogo.

Que imagem guardou dos três anos no corredor da morte?

A imagem que ficou na minha cabeça é a da lâmpada no tecto da cela que se apagava por segundos cada vez que ligavam a cadeira eléctrica para executar alguém.

E que som? E que cheiro?

O som é o das chaves nas mãos dos guardas e deles a gritarem "O teu dia chegará, criminoso." O cheiro é o da carne queimada dos executados.

Luta pela abolição da pena de morte, mas antes era a favor...

Eu era um dos piores: apoiava a pena de morte a 100% e se fosse preciso até gritava "Matem-nos". Tinha sido educado assim... Hoje acho que o único objectivo é alimentar a vingança e ódio.

É uma coisa muito americana...

A pena de morte faz parte da cultura nos EUA. Por isso, nem é uma questão na agenda política. Todos os políticos são a favor.

Chamou assassino a George W. Bush. O que pensa de Obama?

Quando disse que Bush era assassino estava cheio de raiva contra a política norte-americana. Acho que exagerei. Obama não precisa da violência para encontrar uma solução. É a favor da pena de morte, eu sei. Mas ele é americano...

No dia em que foi libertado, 'fugiu' para Espanha. Sente nojo quando volta aos EUA?

Voltei a casa para estar mais tranquilo e evitar polémicas. Quando vou aos EUA tenho medo dos seguranças grandes à chegada. (risos)

O verdadeiro assassino já foi apanhado pela polícia?

Não, eles [autoridades da Florida] nem querem saber. Levaram a tribunal o homem que pensavam ser o assassino. Se fui ilibado não é importante. Descobrir o culpado seria reconhecer que houve um erro. Isso não pode acontecer...
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Análises - Página 2 Empty Bárbara e o perigo… amarelo

Mensagem por Viriato Qua Out 14, 2009 7:59 am

Bárbara e o perigo… amarelo

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— O quê, Bárbara? Mas hoje não vínhamos discutir
os efeitos dos raios gama nas margaridas?!


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— O meu elevado sentido de Estado não me permite
falar em público da conspiração de Belém.
Se quiserem, convoquem-me para o Conselho de Estado.


Análises - Página 2 Josemanuelfernandes_2


— Se continuam a encostar-me à parede,
eu tenho ordens para sair.


Análises - Página 2 Josemanuelfernandes_1

— Ó Fátima, quer forçar-me a mostrar
os nossos SMS privados?


Bárbara, Bárbara, Bárbara, assim se dirigia ontem José Manuel Fernandes a Fátima Campos Ferreira. O director do Público não estava aparentemente deitado num divã, mas tão-só sentado no palco do Prós e Contras.

E foi nesse palco que ensaiou uma tentativa de asfixia democrática: “ó Fátima, não tínhamos combinado 20 minutos para este tema?” O “tema” era naturalmente a inventona de Belém, uma parceria público-privada dos homens do Presidente com os assalariados de Belmiro.

O certo é que foi por uma unha negra que, para procurar justificar a recusa em discutir o e-mail que prova a conspiração contra o Governo em funções, Fernandes não divulgou (publicamente) a troca (privada) de mensagens com a apresentadora do programa: “este assunto era para ser uma nota de rodapé, Fátima, tenho aqui os nossos SMS, foi para isso que fui convidado”.

Se não pôde fugir ao “tema”, a verdade é que Fernandes se colocou numa posição confrangedora, como aquelas equipas que Mourinho dizia que, em Stamford Bridge, punham um autocarro à frente da baliza para evitarem goleadas. Desdisse-se a propósito da autenticidade do e-mail, retomou a abandonada tese da intrusão nos computadores do Público, agora acenando com o perigo amarelo (“os chineses entraram em sistemas informáticos de Portugal”) e por aí fora.

Naturalmente, os espectadores da RTP devem ter-se sentido defraudados: Fernandes não foi chamado a explicar por que amochou após a atabalhoada declaração de Cavaco, que apenas serviu objectivamente para pôr em causa o teor do e-mail de Luciano Alvarez; Fernandes não foi também convidado a explicar por que a inventona de Belém abortou, designadamente se a falha se ficou a dever a um plano mal concebido ou se os autores materiais se precipitaram na sua execução.

posted by Miguel Abrantes
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Análises - Página 2 Empty Não obstante....

Mensagem por Viriato Qua Out 14, 2009 11:54 am

NÃO OBSTANTE

Generosidade sua, Tiago. Já não tenho idade para «tocar com os dedos dos pés no alto da cabeça». Era bom, era, mas era quando tinha a sua idade (nem V. calcula do que eu era capaz). Falando agora de coisas sérias, a ver se a gente se entende. Eu não digo, em lado nenhum, que os protestos de rua, o alto índice do desemprego, o “caso” Freeport, o “incómodo” da ASAE, a polémica à volta do novo aeroporto de Lisboa, a contestação dos professores, as campanhas negras da TVI, os processos a jornalistas, o Belémgate, a crise económica internacional e o endividamento dos portugueses não sejam reais. O que eu digo, aqui, é que apesar desses incidentes o PSD não foi capaz de ganhar as eleições. Mais: o PSD credível, apoiado, não por um, mas por dois “Karl Rove” de peso — José Pacheco Pereira e Paulo Mota Pinto —, o que significa um patamar de pensamento vários furos acima da clique acaciana (Eduardo Azevedo Soares, José Luís Arnaut, José Pedro Aguiar-Branco, Luís Marques Guedes, etc.), se mostrou incapaz de revelar uma ideia ao país. E os eleitores reagiram em conformidade, em dois actos eleitorais com quinze dias de intervalo. Tão simples como isto. Conclusão: imagine o que seria sem os empecilhos que o governo de José Sócrates teve de tornear.

posted by Eduardo Pitta
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Análises - Página 2 Empty Dólar tem colapso iminente

Mensagem por Viriato Qui Out 15, 2009 3:02 am

Dólar tem colapso iminente

Pedro Duarte - DE


Os analistas notam que o dólar deverá continuar a cair, uma vez que a economia norte-americana vai permanecer em crise durante anos.

A queda do dólar nos mercados internacionais não vai parar, uma vez que a economia norte-americana vai continuar a afundar-se até 2011, devendo a moeda dos EUA acabar por perder o seu estatuto de reserva global, alertam os analistas do Sumitomo Mitsui.

“A economia dos EUA vai continuar a deteriorar-se até 2011, devido à continuação dos efeitos dos excessos de consumo e da bolha financeira. A queda do dólar não vai parar até se verificar uma mudança do sistema cambial global”, avisam os analistas do segundo maior banco japonês em nota de análise, citada pela Bloomberg.

Notando que o dólar caiu para os mínimos de quase um ano face ao iene na semana passada, o Sumitomo avisa que este poderá cair para os 50 ienes num futuro próximo, contra os actuais 89,53 ienes.

“Já não conseguimos pagar a grande onda de fraqueza do dólar”, avisa o Sumitomo, notando que, se a divisa dos EUA descer abaixo dos mínimos recorde, “não irá haver um limite para a sua queda, e mesmo intervenções coordenadas por parte dos bancos centrais não vão funcionar”.

Actualmente, o dólar está também a cair face ao euro, valendo a moeda única 1,4935 dólares, depois de ter atingido durante a madrugada o valor mais elevado dos últimos 14 meses nos 1,4967 dólares.

Este ano, tanto a Rússia como a China, a Índia e o Brasil efectuaram apelos para que seja encontrada uma alternativa ao dólar como a divisa de reserva do mundo.
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Análises - Página 2 Empty Viagens na Minha Terra

Mensagem por Viriato Qui Out 15, 2009 3:04 pm

Viagens na Minha Terra

Força, força, companheiro Vasco:

‘A campanha negra é feita a partir de grupos económicos que perderam poder ao não conseguirem comprar Sócrates, por um lado, e a partir do estertor de uma geração decadente, a do cavaquismo. Assim, o que o Seven-up escreve desbocadamente corresponde, ipsis verbis, ao que se diz à porta fechada na Lapa e em Belém, locais onde há muito se trocou a realidade pela fantasia. Cercados por conjunturas internacionais assustadoras, e não conseguindo deter a erosão do valor político do PSD, estas pessoas fecharam-se na sala de pânico – também conhecida como Casa Civil. Daí tentaram a golpada, a qual teria sempre de começar com o afastamento de Sócrates. É até neste sentido que se pode interpretar a repetida acusação de ter Sócrates um projecto pessoal de poder – leia-se: como ele não alinhava nas jogadas das clientelas do PSD e fauna congénere, então era porque iria tentar comer o bolo sozinho. Sim, a hermenêutica da pulhice não é um exercício especialmente difícil, tamanha a previsibilidade dos interesses que se movem.

(...) Porque nos finais de 2007 caíram dois pilares do sistema que os alimentava: BCP e BPN. As convulsões que ocorreram, e os receios que se antecipavam, explicam a aliança de Belém com a SONAE, de que o Público foi exuberante instrumento, já com caminho andado no assassinato de carácter. O primeiro semestre de 2008, o qual culminou com a manobra do bloqueio das transportadoras, foi um período onde se promoveu um ambiente catastrofista que tinha como finalidade fazer do Presidente da República o salvador da Pátria. Qual Açores, qual carapuça, o conflito entre Cavaco e Sócrates começa quando as figuras gradas do binómio banca-PSD se sentiram ameaçadas e perseguidas pelas autoridades, algures na viragem de 2007 para 2008. Como diz o outro: a senhora não é ingénua, eu também não.’

Val
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Análises - Página 2 Empty A fonte e a nascente

Mensagem por Viriato Qui Out 15, 2009 3:07 pm

A fonte e a nascente

O Prós e Contras de 12 de Outubro vale por uma licenciatura em jornalismo. Abençoado situacionismo, e completa asfixia democrática na RTP, que permitiram momento tão clarividente e cru. Parabéns a todos os intervenientes, em especial a José Manuel Fernandes. Digo-o sem um grama de cinismo ou ironia, pois sem ele não teria sido possível a produção daquele espectáculo.

A figura da noite, contudo, é Henrique Monteiro. Ele representa a decadência portuguesa. Explicou que o Expresso não quis publicar o mesmo email divulgado no DN porque essa publicação era exactamente o que a fonte do material pretendia – naquela que foi a primeira das suas grandes revelações, isso das fontes terem desejos e vontades. Depois, detalhou: como a sua fonte era um político, ter feito notícia implicava estar a fazer política. E ele isso não fazia, apenas jornalismo. Tivesse a fonte sido um carvoeiro, talvez o problema fosse o mesmo, pois ele também não andava ao carvão. E por aí fora, consta haver outras áreas de actividade profissional passíveis de multiplicar os exemplos, mas a falta de tempo impede que sejam agora recordadas.


Destes raciocínios, duas conclusões: fazer política é fazer fretes a alguém; fazer jornalismo é fazer fretes a si próprio. Monteiro anunciou estar orgulhoso da decisão, a qual teve unanimidade redactorial no seu semanário. Sim, as revelações constantes no material entregue eram credíveis e relevantes, só que havia aquela chatice do mensageiro vir donde vinha. Era óbvio, para estes carolas pagos pelo Balsemão, que a fonte tinha uma ideia fisgada: desmontar o frete feito pelo Zé Manel a uma outra fonte. Ora, isso o Expresso, especialmente tão em cima das eleições, não podia permitir. Para desmontar inauditas e desvairadas conspirações em período eleitoral, ainda por cima envolvendo queridos companheiros de tantas lutas como o Zé Manel, não contem com o Monteiro, desculpem lá. O Monteiro só quer fazer jornalismo do puro, não se vê logo?

O marasmo português é feito destas cumplicidades e cobardias, em todos os níveis e recantos do poder. Monteiro justifica-se recorrendo a uma deturpação típica de um sacripanta, claramente denunciada por André Freire, declarando que a sua responsabilidade profissional apenas tinha de se relacionar abstractamente com as informações obtidas. O contexto concreto em que decidia – o facto de estar em marcha uma conspiração cujo fim era o de influenciar os resultados eleitorais em benefício do PSD e prejuízo do PS – não contava para nada, não existia no seu horizonte profissional, jornalístico, cívico, deontológico, ético. Ecce homo: ao não fazer notícia, transformou-se em compincha da manobra do Público, lavou as mãos. Imitou Cavaco.

Perto do final, Monteiro fez outra enorme revelação. Garantiu estar convencido de que o Presidente da República tinha validado as notícias do Público, que Lima nunca agiria por conta própria. Cruzando a sua rara perspicácia com a sua rarefeita hombridade, temos que Monteiro não bebe da fonte, prefere a nascente.

__

Aplauso para Paquete de Oliveira. Aquele que sempre me tinha aparecido como um pachorrento avozinho, na função de Provedor da RTP, levantou-se e, com uma divina fúria, sovou a dupla de trastes. Grande momento de televisão, grande lição.

Aspirina B
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Mensagem por Viriato Qui Out 15, 2009 3:09 pm

A direita precisa de amigos

Volta e meia e a tropa fandanga insiste em repisar o tema. Nem a triste figura do professor na presidência lhes ensinou a prudência. Não é particularmente interessante saber quem divulgou o e-mail (e esqueçam lá isso das fantasias com agentes secretos; não são precisos mais que dois dedos de testa para perceber que a “fuga” veio de dentro do Público), nem quem foi o Manel ou Jaquim que terá servido de eventual intermediário para fazer chegar a informação a outros jornais. Terá interesse para quem queira fazer ajustes de contas. O que este exercício de spinning elementar procura esconder é o facto do e-mail ser real e o seu conteúdo também. E que o que lá está é grave e não abona nada em favor de quem habita a casa da primeira figura do Estado e do “jornalismo de referência” (sem risos) e é um constrangimento a quem a teoria aproveitou.

João Marcelino terá objectivamente beneficiado o PS com a publicação da notícia do e-mail no DN? Talvez sim, se quisermos ser pragmáticos. Com uma diferença, porém. Argumentários éticos e deontológicos à parte, desmontou aos olhos do país este lamentável episódio. Por outras palavras, contou a verdade, esse vocábulo tão maltratado. Assim como José Manuel Fernandes se colocou ao serviço do mandante e dos interesses do calendário eleitoral do PSD, fabricando um embuste por encomenda. Assim como Henrique Monteiro protegeu os interesses da Presidência da República e do PSD ao recusar a informação que permitia compreender a encomenda. Por entre labirintos de defeitos e virtudes várias, com qual das “verdades” dormiríamos melhor?

André Salgado
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Mensagem por Viriato Qui Out 15, 2009 3:16 pm

Das fontes noticiosas


Na última segunda feira ouvi Henrique Monteiro tentar justificar o facto de não ter agarrado a notícia sobre o famoso email, que lhe teria chegado de uma fonte política.

Ficámos também a saber que Henrique Monteiro só faz a vontade às fontes quando a interferência política é de um lado.

Ficámos ainda a saber que Henrique Monteiro tem uma graduação de mérito profissional baseado na superioridade política e intelectual do Expresso.

Quanto mais se fala mais se percebe a teia de interesses que são servidos e que se servem dos jornalistas. Dos tais superiores, que até escolhem os momentos de publicação das notícias.

publicado por Sofia Loureiro dos Santos
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Mensagem por Vitor mango Qui Out 15, 2009 3:20 pm

Viriato escreveu:Das fontes noticiosas


Na última segunda feira ouvi Henrique Monteiro tentar justificar o facto de não ter agarrado a notícia sobre o famoso email, que lhe teria chegado de uma fonte política.

Ficámos também a saber que Henrique Monteiro só faz a vontade às fontes quando a interferência política é de um lado.

Ficámos ainda a saber que Henrique Monteiro tem uma graduação de mérito profissional baseado na superioridade política e intelectual do Expresso.

Quanto mais se fala mais se percebe a teia de interesses que são servidos e que se servem dos jornalistas. Dos tais superiores, que até escolhem os momentos de publicação das notícias.

publicado por Sofia Loureiro dos Santos


bem visto
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Análises - Página 2 Empty Ópera bufa em São Bento

Mensagem por Viriato Sex Out 16, 2009 2:26 am

Ópera bufa em São Bento

por Ferreira Fernandes

Houvesse público nas estreias de ópera em São Bento, ontem assistia-se à maior das pateadas. Um empresário (de facto, uma presidente de partido, mas vamos por empresário para entendermos bem a história) espalhou cartazes pela cidade (Braga, por exemplo), anunciando: "Plácido Domingo - Espectáculos a partir de 15 de Outubro!" No dia único em que as bilheteiras estavam abertas, 27 de Setembro, multidões correram a comprar o direito de poder ver o cabeça de cartaz. E, a partir de ontem, esperava-se que o tenor aparecesse para maravilhar ao longo da temporada de quatro anos. Mas, ontem, Plácido Domingo saltou para o palco e anunciou que aquele quadriénio para o qual se tinha comprometido eram, afinal, 30 minutos, tempo para avisar que não cantaria, nem ontem nem nunca mais. E anunciava que, em vez dele, o amável público teria Xico Falsete, cantor fanhoso. Como houve surpresa na plateia, Plácido Domingo mostrou que nas letras pequeninas do cartaz (como nos contratos aldrabados das companhias de seguro) se dizia que havia um Xico Falsete, 7.º do elenco. E assim se soube que um quase anónimo cantor de coro passou a prima-dona. Esta a história, quase verdadeira. Quase porque chamar a Deus Pinheiro Plácido Domingo é manifesto exagero.
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Análises - Página 2 Empty Passos perdidos

Mensagem por Joao Ruiz Qua Jan 27, 2010 3:50 pm

Passos perdidos

por ALBERTO GONÇALVES,
24 Janeiro

Análises - Página 2 Alberto_goncalves

Há semanas, um amigo que também é amigo de um ex-presidente do PSD jurou-me, durante o jantar, que o partido não aguentará nova liderança falhada. Por gentileza, perguntei-lhe qual dos plausíveis líderes evitará o falhanço. Ele revirou os olhos, acabou o copo de vinho, acendeu um cigarro e, num ápice, a conversa reverteu para a chuva que não acaba.

Um destes dias, talvez acabe o PSD. Por regra, a principal força da oposição cresce, simbólica e eleitoralmente, em função do declínio da força no poder. Ao não retirar qualquer benefício da decomposição acelerada do Governo, o PSD actual conseguiu a proeza de implodir essa lei tácita. Dadas as alternativas, o PSD futuro ameaça proezas ainda maiores.

A alternativa confirmada chama-se Pedro Passos Coelho. As alternativas presuntivas chamam-se Aguiar-Branco, Marcelo Rebelo de Sousa, Paulo Rangel, Santana Lopes e um longo elenco de secundários. Passos Coelho tem a vantagem de possuir bons apoios na área política do PSD e a desvantagem de possuir óptimos apoios no PS, o que lança relativo mistério em volta das reais intenções de "mudança", o tema do seu recente livrinho ("Não foi inspirado por Obama", garantiu). Os restantes, e eventuais, candidatos têm a vantagem de não querer ser Passos Coelho e a desvantagem de ninguém perceber ao certo o que, fora esse louvável feito, eles de facto querem.

Tudo somado, eis o problema, de resto já admitido por Marques Mendes: há demasiados anos que a luta pela chefia do PSD se esgota em si mesma. Perdidos em remoques codificados para consumo interno, os concorrentes ao cargo aparentemente esqueceram-se de que em redor do partido existe um país, ou no mínimo um eleitorado potencial que não se reduz à militância e não está exactamente fascinado pelo cisma bases/barões ou pelos múltiplos grupinhos, alguns de um solitário elemento, em que o partido se decompõe, pelos vistos literalmente.

É possível que a próxima fase da decomposição seja a eleição de Passos Coelho, não graças ao vazio algo egocêntrico do discurso mas à falta de comparência. Pelo menos à comparência de um adversário a sério, sem nódoas de fracassos passados e com propósitos um bocadinho mais abrangentes do que meramente impedir a vitória de uma réplica, no sentido sísmico, do eng. Sócrates. Por isto e por aquilo, o único nome que me ocorre é o de Rui Rio, que não entra nas contas correntes. Talvez Rio espere o seu momento, embora se arrisque a que o PSD, sob ameaça de implosão ou irrelevância, não espere por ele. Se o PSD não se interessa pelo País, porque haveria o País de se interessar pelo PSD?

O emprego da drª Helena

O maior atributo do actual Governo é a originalidade. Depois de, há dias, um ministro das Obras Públicas ter finalmente explicado a serventia do TGV (transformar Lisboa na praia de Madrid), agora a nova ministra do Trabalho ilumina-nos com uma previsão certeira sobre o desemprego, "um problema que", cito, "provavelmente vai continuar a subir antes de descer".

Note-se que, até à erupção da dr.ª Helena André, a polémica em volta do tema imperava. Entre o caos opinativo, havia palpites de que o desemprego estagnaria, ou jamais voltaria a descer, ou desceria às terças e quintas, subiria às segundas e quartas e descansaria às sextas, de modo a passar o fim-de-semana em casa. Felizmente, a dr.ª Helena não entra em tolices e opta pela lógica irrefutável, que merece bis: o desemprego "provavelmente vai continuar a subir antes de descer".

É verdade que a ministra não arrisca uma data para a inversão da tendência, logo a descida poderá ocorrer depois de amanhã ou em 2025. Enquanto isso, a governante sugere que dediquemos aos números do desemprego "um olhar refrescado". Amavelmente, a dr.ª Helena deixa a interpretação da directiva oftalmológica ao nosso cuidado.

Podemos, por exemplo, calar as lamechices e começar a invejar a situação dos 11 por cento de ociosos, os quais dispõem enfim de tempo livre para a reflexão existencial ou a bricolage. Podemos achar positivo que ainda haja 89 por cento da população activa com ocupação. E podemos largar as comparações face à generalidade dos países da UE e comparar os dados nacionais com os da Serra Leoa.

Só os ministros que temos não se comparam. Nem os 600 mil desempregados "oficiais" com as incontáveis hordas não registadas ou distraídas pela prestigiada "formação" proporcionada pelo Governo, cuja extravagância já subiu o que tinha a subir antes de se estatelar ao comprido.

Doidos à solta

Uma pessoa dá um desconto quando Ali Agca, o turco que tentou matar o Papa em 1981, sai da cadeia a dizer que é o Messias, que o fim do mundo acontecerá antes do final do século e que a Bíblia será aperfeiçoada por ele próprio. Afinal, diversos testemunhos confirmam que a criatura nunca exibiu grande sanidade.

Mas o que pensar quando Hugo Chávez, através de um site governamental, atribui o sismo no Haiti a uma experiência da Marinha americana, a qual, assegura-se, dispõe de uma coisa chamada "armas de terramotos"? É verdade que, em Portugal, um ex-presidente da República também culpou George W. Bush pelo tsunami no Pacífico. Porém, a afirmação foi atenuada pela idade e pela reforma. Chávez é relativamente jovem e um estadista em funções. Resta apurar se é um demente.

Ao contrário do que sucedeu com o sr. Agca, dificilmente se sujeitará o presidente venezuelano a uma junta psiquiátrica que lhe teste o grau de toleima. E é pena. Sobretudo porque Chávez conta com uma vastíssima legião de admiradores internacionais que abençoam as suas políticas e o apontam como exemplo a seguir. E das duas, uma: ou o homem é realmente maluquinho e a veneração global é simulada, caridosa e profilática (não se deve contrariar gente assim), ou o homem não é maluquinho e apenas profere atoardas de modo a satisfazer os apetites dos fiéis. Neste caso, doidos seriam os fiéis. Pior que tudo, alguns circulam por aí, nos cafés, nas repartições, nas universidades e nos lugares de influência política.

Claro que, por puro egoísmo, prefiro a primeira hipótese: mil vezes a Venezuela submetida a candidatos ao hospício do que um hospício do tamanho do mundo, onde os pacientes andam sem trela, tranquilizantes ou ao menos uma tarjeta identificativa. Infelizmente, não me compete escolher.

Memórias da escravidão

Deus me livre de me interessar pelo que acontece nos balneários masculinos ou de objectar ao direito de dois adultos trocarem tabefes. Porém, achei curioso o comunicado oficial do Sporting sobre os tabefes repartidos entre dois funcionários seus, um sempre referido como "Ricardo Sá Pinto" e o outro como "o jogador Liedson".

Por cá, e não somente por cá, impera o estranho hábito de tratar a maioria dos futebolistas por um único nome ou, com frequência, uma alcunha (se forem brasileiros o nome e a alcunha não se distinguem). A estranheza prossegue quando, e se, os futebolistas terminam a primeira carreira e arranjam uma segunda em cargos administrativos ou técnicos: nesse momento, adquirem imediatamente uma graça adequada à gravitas do posto. Sá Pinto, que já nem se podia queixar, ganhou o usufruto de "Ricardo". Domingos, de "Paciência". Inácio, de "Augusto". Chalana, de "Fernando", etc. É muito raro um director desportivo chamado singelamente Neno ou um treinador Toni (e não me venham com as excepções óbvias a julgar que desmancham a tese).

À parte a Inglaterra, onde os jogadores têm nome e apelido e os dirigentes são quase anónimos, a importância que em inúmeros países se dá ao futebol é inversamente proporcional à que merecem os respectivos praticantes, que apenas concorrem à dignidade após a reforma das chuteiras. Houve um tempo em que esse estatuto secundário era lei, e os futebolistas propriedade dos clubes, que lhes orientavam a vida, incluindo a sentimental. Hoje, o profissionalismo pleno e a liberdade contratual mudaram muitas coisas, mas a visão do jogador enquanto criança grande ou vespa pequena que entretém as massas ficou. Por famoso que seja, um só nome devolve o jogador ao seu lugar, embora convenha acrescentar que nem três nomes garantem o lugar de um seriíssimo ex-jogador. O desfecho dos tabefes no Sporting provou-o: ninguém paga bilhete para assistir a uma exibição de seriedade.

In DN

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Análises - Página 2 Empty "Cavaco é um ditador, o PM telefona com frequência"

Mensagem por Joao Ruiz Qui Jan 28, 2010 4:52 am

"Cavaco é um ditador, o PM telefona com frequência"

por DN.pt
Hoje

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Presidente da República, primeiro-ministro, Governo, Manuel Alegre, associações empresariais, sindicatos e até o antigo director do 'Público': foram vários os visados pelas críticas de Belmiro de Azevedo, patrão da Sonae, numa entrevista à revista 'Visão'.

Belmiro repete as acusações anteriormente feitas por outros protagonistas, como o ex-director do 'Público', José Manuel Fernandes, ou o director do 'Sol', José António Saraiva, relativas a alegadas pressões exercidas por José Sócrates ou pelo seu gabinete. "O primeiro-ministro telefona ou manda telefonar com muita frequência", diz.

Quanto a Cavaco Silva, as críticas do patrão da Sonae referem-se mais à sua actuação enquanto primeiro-ministro do que como Presidente da República: "Cavaco é um ditador. Mandou quatro amigos meus, dos melhores ministros, para a rua, assim de mão directa.” Mesmo assim, Belmiro não apoia a candidatura de Manuel Alegre ao cargo ocupado por Cavaco, pois considera que o histórico militante socialista “devia ter juízo”, já que “no final do mandato terá 80 anos, não é muito sensato".

Na entrevista à 'Visão', Belmiro de Azevedo não mostra clemência para com o Governo nem a oposição. Diz ter dificuldade “em saber os nomes de metade dos que lá estão” e acusa os governantes de fazerem promessas sem que tenham o aval do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, que ontem apresentou a proposta de lei de Orçamento de Estado para 2010.

Quanto a Manuela Ferreira Leite, salienta que a líder do PSD tem “muitos anos de trabalho, mas no Estado”, o que a impede de sentir como é não saber como pagar os salários no final do mês. Já o eterno candidato à liderança do partido, Marcelo Rebelo de Sousa, “é pluri-pluri” e “tem dez respostas, todas boas, para a mesma pergunta.”

A opinião de Belmiro sobre os dois maiores partidos portugueses leva-o a rejeitar uma reedição do Bloco Central, para evitar uma “ditadura a dois, compadrio”, ao mesmo tempo que se sente feliz por não haver um governo de maioria absoluta. Critica o estado da democracia (“Criou-se um sistema em que o povo vota pelas festas, frigoríficos e passeios”), mas considera o sistema político espanhol pior que o nosso.

Ao longo da entrevista à 'Visão', a publicada hoje, as críticas estendem-se à situação económica. Pede que se acabem com “o devaneio das grandes obras”, incluindo o TGV, “desenhado em função dos interesses espanhóis".

Belmiro aponta também dois entraves ao desenvolvimento económico: os sindicatos e as associações patronais. Quanto aos primeiros, “terão de se reformular se não quiserem desaparecer rapidamente", defende. Quanto ao segundo grupo, considera que “não há nenhum empresário sério que se reveja nas associações patronais".

O patrão da Sonae defende ainda que “os trabalhadores têm de ser bem tratados, não se podem explorar”, e considera que ao nível salarial a economia portuguesa é desequilibrada, em geral com salários baixos, mas com vencimentos demasiado elevados a meio da pirâmide, problema que só será corrigido com aumentos de salários “do último piso e do rés-do-chão".

De todas as empresas do universo Sonae, uma das mais polémicas é o jornal 'Público', em particular o seu ex-director. Para Belmiro, José Manuel Fernandes “era acusado - e bem acusado - de não criar climas de consenso no jornal".

In DN

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Análises - Página 2 Empty Gente virada para a frente

Mensagem por Viriato Ter Fev 23, 2010 3:15 am

Gente virada para a frente

por FERREIRA FERNANDES

As autoridades reagiram com prontidão à catástrofe da Madeira. Não, não me refiro à protecção civil, isso é uma ciência que eu não domino. Eu é mais homens. A primeira das autoridades - Cristiano Ronaldo, evidentemente - logo nas 24 horas seguintes à dor meteu um golo e ofereceu três aos companheiros. Segundo os jornais espanhóis de ontem, a melhor exibição desde que está em Madrid. Conheço muito menino que respondia com desânimo à catástrofe na terra, ai, eu estou que nem me aguento, três dias de baixa. Cristiano Ronaldo meteu os dentes, literalmente, foi assim que segurou a camisola do clube para mostrar a camisola interior onde estava escrito: "Madeira." Escrevera-o com essa fisgada, para depois de marcar aquele livre de bola com motor de propulsão (violenta para ir ter à bancada de fundo) e sistema de desmaio (que a faz cair automaticamente quando lhe cheira a redes). Golo metido, homenagem pátria exibida, outro qualquer sentir-se-ia com o dever cumprido, mas ele continuou empolgado. Para grandes catástrofes, grandes exibições - há artistas assim. Outro homem à altura: Alberto João Jardim. Mais uma vez não me peçam análises. Jardim: "Em Abril é o mês das flores. Venham à Madeira." Pensando melhor, analiso: quem em Fevereiro de lama fala das flores, em Abril é um líder.
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Mensagem por Viriato Ter Fev 23, 2010 3:19 am

Vencer a crise no respeito dos valores éticos

por MARIO, SOARES

(...)


3Portugal sofre de um vício terrível. O qual é: gostar de dizer mal do seu próprio País. A "piolheira" como lhe chamava D. Carlos. Sacudamos o pessimismo dos economistas com medo do pânico do deficit. Quando alguns Nobel da Economia, como disse acima, acon- selham a União que o deixe crescer, se for necessário, para atacar o flagelo do desemprego, a maior de todas as preocupações. Para salvar a tranquilidade política e social, um elemento tão decisivo de uma boa governabilidade.

Acresce que não temos só o mau vício de dizer mal de nós próprios. Temos outro, também grave, que a democracia pluripartidária nos trouxe: o gosto das guerrilhas partidárias, em si mesmas, sem ideias nem ideologias claras e de discutir o acessório - as ambições partidárias e pessoais de poder e interesses mesquinhos - esquecendo o essencial. Ora, o que é hoje o essencial? É vencer a crise, sem pôr em causa as conquistas sociais, lutando contra o desemprego, com inteligência e bom senso, contra o endividamento do Estado e das famílias, e ainda contra o despesismo público e privado.

O essencial é, hoje, que o Estado e os partidos, tanto do Governo como das oposições, da Esquerda ou da Direita, abandonem o acessório, que ocupa mais de 80% da nossa comunicação social - as fugas ilegais, os escândalos ou pseudo-escândalos, o diz tu direi eu, as frases assassinas, logo esquecidas, etc. - e se concentrem no debate que mais importa aos cidadãos: dar resposta a como sair da crise? Como vai ser, em detalhe, o Programa de Estabilidade e Crescimento, para nos conduzir, melhorando a nossa situação até 2013? Como vamos combater o desemprego? E manter o trabalho dos empregados apavorados com medo de o perder? E as pequenas e médias empresas, sufocadas pelas grandes concentrações.

Eis algumas questões - há outras - como as da Justiça, de extrema importância, da Segurança Social para todos, melhorar a péssima repartição da riqueza. Questões que gostaria de ver debatidas e sensatamente resolvidas. Tenho esperança que o consigamos.
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Análises - Página 2 Empty Eu socialista me confesso.

Mensagem por Viriato Qua Mar 03, 2010 3:51 am

Eu socialista me confesso.


A história dos socialistas europeus – que passa pelos partidos socialistas e sociais-democratas – no século XX demonstra que, regra geral, se transformaram naturalmente no eixo, senão mesmo como centro de gravidade, das sociedades democráticas. E apesar dos «constantes compromissos», «das múltiplas prevaricações» e das «hesitações estultas» referidas por Donald Sassoon, são a «esquerda que resta». De um modo geral, e sem pruridos, os socialistas sempre estabeleceram pontos de contacto à sua direita, sobretudo quanto ao modelo económico – capitalismo ou economia de mercado, como lhe queiram chamar – e quanto à democracia e às liberdades, rejeitando a estatização da economia e a supressão de eleições livres e das liberdades de imprensa, de manifestação, sindical e todas as demais, cujo paradigma foi o modelo soviético. Como, também, sempre estabeleceram pontos de contacto à sua esquerda (sobretudo em países onde essa esquerda existiu ou existe, como é o caso de Portugal), sobretudo ao atribuir ao Estado um papel importante na distribuição da riqueza produzida, na protecção social dos mais pobres e desfavorecidos, na defesa dos direitos de quem trabalha por conta de outrem ou na defesa de direitos individuais, de que são exemplo, entre nós, a interrupção voluntária da gravidez ou o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Esta posição charneira dos socialistas nas sociedades democráticas europeias leva-os, na aparência, a «estar próximos» direita ou da esquerda, conforme as circunstâncias do momento ou os perigos para a sua concepção do mundo e da sociedade tem origem num ou outro. Neste sentido, servem de exemplo as conhecidas Frentes Populares nos anos 30, em França ou em Espanha, entre socialistas, comunistas e radicais ou, como é sobejamente conhecida, a luta dos socialistas portugueses contra os comunistas e a extrema-esquerda em defesa da democracia e das liberdades, quando outros se esconderam debaixo da cama. Nesta conjuntura difícil, e nos tempos acelerados que correm, em que os valores sobre os quais assenta a democracia são achincalhados diariamente, em que a direita revanchista perdeu a vergonha e, sobretudo, pela dimensão e as consequências da crise sobre os trabalhadores, de que o desemprego é um exemplo, ao partido socialista, enquanto expressão organizada da esquerda democrática, exige-se o protagonismo na luta pela democracia, pelas liberdades, pela ética, por uma sociedade mais justa para todos. Neste momento, com o secretário-geral que os socialistas elegeram (e que os portugueses elegeram por duas vezes como primeiro-ministro). Os dirigentes – todos os dirigentes políticos – são produto do seu tempo e das circunstâncias. Não se fazem nas Caldas. E se dúvidas sobre isso subsistissem, dissipavam-se ao olhar para os candidatos à liderança do maior partido da oposição – o PSD. Entre gente de bem, entre democratas, não se renega quem foi eleito, nem se metem rosas e punhos de pernas para o ar.

Por Tomás Vasques
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