Levar o mandato até ao fim
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Levar o mandato até ao fim
por Vasco Graça Moura
Em matéria de eleições, sempre houve que distinguir entre legitimidade e razão. Não pode discutir-se a legitimidade dos resultados das legislativas. Já não é assim com a apreciação da razão que assista a quem votou neste ou naquele sentido. Se assim não fosse, não poderia discutir-se o resultado da eleição de Adolf Hitler em 1932 e as suas macabras consequências.
Por isso, não tenho uma vírgula a alterar ao artigo que publiquei há duas semanas no DN sob o título de "Mais do mesmo" e que me valeu as iras furibundas de uma harpia radiofónica e destemperada que não percebeu nada do que leu.
Não tenho tempo nem pachorra para armar em Pigmaleão de gajinhas analfabetas e espevitadas, mas sempre lhes direi que não é verdade ter ficado nos últimos lugares dos rankings, aliás absurdos, que a imprensa fez do trabalho dos deputados portugueses no Parlamento Europeu (as críticas que Jamila Madeira em tempos fez sobre o assunto são modelares e não vale a pena voltar a pegar nisso).
E tão pouco é verdade que, na área da cultura, segundo a conspícua criatura vociferava na rádio, se tenha esperado em vão que eu tivesse feito alguma coisa. Entre muitas outras matérias de que me ocupei, não apenas na área da cultura, e de que dão sumária conta as 500 páginas do meu livro AnotaçõesEuropeias (Lisboa, Bertrand, 2008), encontram-se os relatórios de que fui autor relativamente a dois diplomas essenciais para as políticas culturais da União: trata-se dos relatórios relativos aos programas-quadro Cultura 2000 e Cultura 2007-2013. Disto têm sobejo conhecimento todas as estruturas interessadas de agentes e operadores culturais nos Estadosmembros, incluindo Portugal e os gabinetes dos seus sucessivos primeiros-ministros e ministros com intervenção nessa área...
Mas não vale a pena gastar cera com ruins defuntas. O resultado das legislativas não se limita a traduzir a profunda estupidez com que o eleitorado nacional se comportou. Levará o País aceleradamente na pior das sendas.
O Presidente da República não tem, nem pode ter, a mínima confiança na personalidade que vai ser forçado a indigitar para primeiro-ministro e, por identidade de razão, no seu Governo. Isto nunca poderá dar bom resultado.
Outra evidência é a de José Sócrates nem sequer precisar de se preocupar com o recrutamento de novos ministros. Se ganhou as eleições com a inqualificável porcaria do Governo a que presidiu durante quatro anos - e era impossível ter governado pior -, bem pode continuar a esperar que em próximas eleições as coisas se passem de igual modo, pelo que mais lhe vale não mexer na equipa vencedora…
Sócrates não só é de uma incompetência clamorosa e verbosa, como é absolutamente incapaz de qualquer espécie de boa governação. Contaminará todos os membros da sua equipa que porventura tenham a veleidade de alterar o presente estado de coisas e de tirar o País do buraco sem remédio em que os socialistas o meteram. Se não contaminar, tratará de os pôr na rua ao fim de dois ou três meses, como aconteceu com Campos e Cunha.
Com esta ou outra qualquer tropa fandanga, Portugal está condenado à demagogia e ao facilitismo, à propaganda desenfreada da acção do Governo, a catadupas de medidas avulsas e desconexas, sem fundamentos sérios, sem pertinência e sem resultados positivos, ao desagregar do pouco que ainda se mantém de pé, à ruína completa de todas as dimensões da sua vida colectiva, à descaracterização total da sua identidade e até ao risco sério do fim da sua independência.
Por tudo isso, é essencial que Manuela Ferreira Leite cumpra o seu mandato até ao fim. Para já, no ensejo da discussão do Orçamento do Estado, só ela estará em condições de traduzir politicamente e tecnicamente na Assembleia da República as objecções de fundo que o projecto de Orça- mento não deixará de suscitar. Terão necessariamente de ser do seu comando e da sua responsabilidade, como chefe do maior partido de oposição, as reacções ao documento e a demonstração dos seus erros ou dos seus vícios ocultos. E, last but not least, a preparação das bases de uma continuidade consequente do PSD na oposição. É preciso acabar depressa com o próximo Governo!
Resultado das legislativas não se limita a traduzir a profunda estupidez com que o eleitorado nacional se comportou.
Em matéria de eleições, sempre houve que distinguir entre legitimidade e razão. Não pode discutir-se a legitimidade dos resultados das legislativas. Já não é assim com a apreciação da razão que assista a quem votou neste ou naquele sentido. Se assim não fosse, não poderia discutir-se o resultado da eleição de Adolf Hitler em 1932 e as suas macabras consequências.
Por isso, não tenho uma vírgula a alterar ao artigo que publiquei há duas semanas no DN sob o título de "Mais do mesmo" e que me valeu as iras furibundas de uma harpia radiofónica e destemperada que não percebeu nada do que leu.
Não tenho tempo nem pachorra para armar em Pigmaleão de gajinhas analfabetas e espevitadas, mas sempre lhes direi que não é verdade ter ficado nos últimos lugares dos rankings, aliás absurdos, que a imprensa fez do trabalho dos deputados portugueses no Parlamento Europeu (as críticas que Jamila Madeira em tempos fez sobre o assunto são modelares e não vale a pena voltar a pegar nisso).
E tão pouco é verdade que, na área da cultura, segundo a conspícua criatura vociferava na rádio, se tenha esperado em vão que eu tivesse feito alguma coisa. Entre muitas outras matérias de que me ocupei, não apenas na área da cultura, e de que dão sumária conta as 500 páginas do meu livro AnotaçõesEuropeias (Lisboa, Bertrand, 2008), encontram-se os relatórios de que fui autor relativamente a dois diplomas essenciais para as políticas culturais da União: trata-se dos relatórios relativos aos programas-quadro Cultura 2000 e Cultura 2007-2013. Disto têm sobejo conhecimento todas as estruturas interessadas de agentes e operadores culturais nos Estadosmembros, incluindo Portugal e os gabinetes dos seus sucessivos primeiros-ministros e ministros com intervenção nessa área...
Mas não vale a pena gastar cera com ruins defuntas. O resultado das legislativas não se limita a traduzir a profunda estupidez com que o eleitorado nacional se comportou. Levará o País aceleradamente na pior das sendas.
O Presidente da República não tem, nem pode ter, a mínima confiança na personalidade que vai ser forçado a indigitar para primeiro-ministro e, por identidade de razão, no seu Governo. Isto nunca poderá dar bom resultado.
Outra evidência é a de José Sócrates nem sequer precisar de se preocupar com o recrutamento de novos ministros. Se ganhou as eleições com a inqualificável porcaria do Governo a que presidiu durante quatro anos - e era impossível ter governado pior -, bem pode continuar a esperar que em próximas eleições as coisas se passem de igual modo, pelo que mais lhe vale não mexer na equipa vencedora…
Sócrates não só é de uma incompetência clamorosa e verbosa, como é absolutamente incapaz de qualquer espécie de boa governação. Contaminará todos os membros da sua equipa que porventura tenham a veleidade de alterar o presente estado de coisas e de tirar o País do buraco sem remédio em que os socialistas o meteram. Se não contaminar, tratará de os pôr na rua ao fim de dois ou três meses, como aconteceu com Campos e Cunha.
Com esta ou outra qualquer tropa fandanga, Portugal está condenado à demagogia e ao facilitismo, à propaganda desenfreada da acção do Governo, a catadupas de medidas avulsas e desconexas, sem fundamentos sérios, sem pertinência e sem resultados positivos, ao desagregar do pouco que ainda se mantém de pé, à ruína completa de todas as dimensões da sua vida colectiva, à descaracterização total da sua identidade e até ao risco sério do fim da sua independência.
Por tudo isso, é essencial que Manuela Ferreira Leite cumpra o seu mandato até ao fim. Para já, no ensejo da discussão do Orçamento do Estado, só ela estará em condições de traduzir politicamente e tecnicamente na Assembleia da República as objecções de fundo que o projecto de Orça- mento não deixará de suscitar. Terão necessariamente de ser do seu comando e da sua responsabilidade, como chefe do maior partido de oposição, as reacções ao documento e a demonstração dos seus erros ou dos seus vícios ocultos. E, last but not least, a preparação das bases de uma continuidade consequente do PSD na oposição. É preciso acabar depressa com o próximo Governo!
DN
ricardonunes- Pontos : 3302
Re: Levar o mandato até ao fim
O atestado de ignorância e de estupidez que esse senhor passa ao povo votante é repugnante. Aliás caracteriza-se por uma mentalidade bafienta. Naturalmente também será, segundo a D. Manela, um exemplo de democracia anti-asfixiante.
Viriato- Pontos : 16657
Re: Levar o mandato até ao fim
Repugnante???? Não deve ter ouvido o retardado no Radio Clube esta tarde
Pode ouvir aqui
Pode ouvir aqui
ricardonunes- Pontos : 3302
Vasco Graça Moura
Vasco Graça Moura
«Em matéria de eleições, sempre houve que distinguir entre legitimidade e razão. Não pode discutir-se a legitimidade dos resultados das legislativas. Já não é assim com a apreciação da razão que assista a quem votou neste ou naquele sentido. Se assim não fosse, não poderia discutir-se o resultado da eleição de Adolf Hitler em 1932 e as suas macabras consequências.
Por isso, não tenho uma vírgula a alterar ao artigo que publiquei há duas semanas no DN sob o título de "Mais do mesmo" e que me valeu as iras furibundas de uma harpia radiofónica e destemperada que não percebeu nada do que leu. » [Diário de Notícias]
Raramente consigo chegar ao terceiro parágrafo dos artigos de Vasco Graça Moura, ou estão cheios de ódio aos adversários políticos do PSD, ou enjoam de subserviência aos líderes do PSD. Mas comparar eleições democráticas em Portugal com eleições em que Hitler venceu é algo que ultrapassa o razoável, é pior do que mau perder, é pulhice.
O Jumento
«Em matéria de eleições, sempre houve que distinguir entre legitimidade e razão. Não pode discutir-se a legitimidade dos resultados das legislativas. Já não é assim com a apreciação da razão que assista a quem votou neste ou naquele sentido. Se assim não fosse, não poderia discutir-se o resultado da eleição de Adolf Hitler em 1932 e as suas macabras consequências.
Por isso, não tenho uma vírgula a alterar ao artigo que publiquei há duas semanas no DN sob o título de "Mais do mesmo" e que me valeu as iras furibundas de uma harpia radiofónica e destemperada que não percebeu nada do que leu. » [Diário de Notícias]
Raramente consigo chegar ao terceiro parágrafo dos artigos de Vasco Graça Moura, ou estão cheios de ódio aos adversários políticos do PSD, ou enjoam de subserviência aos líderes do PSD. Mas comparar eleições democráticas em Portugal com eleições em que Hitler venceu é algo que ultrapassa o razoável, é pior do que mau perder, é pulhice.
O Jumento
Viriato- Pontos : 16657
Re: Levar o mandato até ao fim
Raramente consigo chegar ao terceiro parágrafo dos artigos de Vasco Graça Moura, ou estão cheios de ódio aos adversários políticos do PSD, ou enjoam de subserviência aos líderes do PSD. Mas comparar eleições democráticas em Portugal com eleições em que Hitler venceu é algo que ultrapassa o razoável, é pior do que mau perder, é pulhice
muito anteeeeeeeees disto acontecer ja vos tinha avisado que este gajo engravatdo nas academias nao gostava que o povo alterasse ou parice uma nova palavra ...
Estive no Brasil varios anos e regressado achei que so ganhariamos em dialogarmos o mesmo paleio
porque ...
Vitor mango- Pontos : 118184
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