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Obama começa a merecer o seu Prémio Nobel da Paz

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Mensagem por Viriato Seg Dez 28, 2009 7:37 am

Obama começa a merecer o seu Prémio Nobel da Paz

por Leonídio Paulo Ferreira

Graças a Barack Obama mais 31 milhões de americanos vão passar a ter cobertura médica. É impossível dizer quantas vidas serão salvas por este plano de reforma do sistema de saúde apresentado pelo Presidente dos Estados Unidos, mas quem pretendia classificá-lo de falhado, ao fim de 11 meses na Casa Branca, terá de pensar duas vezes antes de repetir esse absurdo. E até as críticas sobre a precocidade do Nobel da Paz, em parte razoáveis, perdem fôlego com este triunfo junto de uma Câmara dos Representantes e um Senado hesitantes. Afinal, se Obama não acabou com nenhuma guerra - mas também não encomendou nenhuma -, pode estar a evitar já muitas mortes. E 31 milhões, mesmo arriscando uma comparação abusiva, só são menos que as baixas da Segunda Guerra Mundial. Mesmo sobre os méritos de ganhar um Nobel, muito haveria a dizer. Dos três presidentes que o receberam antes de Obama, um foi campeão do cacete nas Caraíbas (Ted Roosevelt), o outro interveio numa guerra entre impérios europeus (Wilson) e o terceiro só foi premiado duas décadas após deixar a Casa Branca(Carter). Além disso, o Comité Nobel várias vezes reconheceu quem luta pelos direitos humanos, como madre Teresa ou Shirin Ebadi, e a saúde é um dos direitos mais básicos.

Reformar o sistema de saúde do país mais rico do mundo, que gasta o dobro dos europeus em saúde mas esquece parte da população, foi a primeira grande vitória de Obama, mas não a única até agora. Vencendo as resistências da direita religiosa, o Presidente começou por marcar o seu mandato com o reinício dos financiamentos públicos à investigação com células estaminais, o que salvará mais um número incontável de vidas, dadas as doenças para as quais pode ser encontrada cura. E na recente cimeira de Copenhaga, Obama esforçou-se por mostrar uma América mais empenhada no combate ao aquecimento global do que em qualquer momento da era Bush. Aliás, desfazer aquilo que o antecessor fez tem consumido boa parte do tempo deste filho de uma branca do Kansas e de um imigrante queniano que emergiu como o novo ícone do sonho americano. E ele que sempre foi contra a intervenção no Iraque, está agora a cumprir a promessa de retirar as tropas até 2011, ao mesmo tempo que reforça a presença no Afeganistão para poder dar por concluída uma pacificação iniciada há oito anos e assim também dar a ordem de retirada também em 2011. Sobre Guantánamo, uma solução que permita o encerramento dessa prisão que envergonha a América continua a ser tentada, mesmo que as dificuldades sejam tantas que Obama aprendeu a não datar com precisão as promessas. Disse que fecharia Guantánamo em 2009...

Mas mais importante ainda do que desfazer a obra de Bush, desastrado na forma como combateu a Al-Qaeda após o 11 de Setembro, é refazer o prestígio dos Estados Unidos. E nisso Obama tem conseguido resultados. Um estudo do instituto Pew sobre a imagem da América mostra uma mudança de atitude. Na França, que se opôs à intervenção de Bush no Iraque, de 42% de simpatias pelos Estados Unidos passou-se para 75%. No Egipto, o gigante árabe, a valoração passou de 22% para 27%. E na Indonésia, o maior país islâmico, de 37% para 63%, fruto da memória de um Obama a viver em Jacarta com a mãe e o padrasto indonésio. É pouco? Nem pensar. Suficiente para justificar o Nobel? Ainda não, mas para lá caminha. E ainda bem.
Viriato
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