"As legislativas de 2012 serão o grande teste político à estabilidade em Timor-Leste"
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"As legislativas de 2012 serão o grande teste político à estabilidade em Timor-Leste"
"As legislativas de 2012 serão o grande teste político à estabilidade em Timor-Leste"
Hoje
Entrevista a Zacarias da Costa, Ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste e líder do Partido Social-Democrata Timorense. O governante timorense classifica como áreas essenciais na cooperação a educação, o reforço da presença da língua portuguesa no território, a formação profissional e o apoio técnico no âmbito da Justiça. No plano político considera que as próximas eleições não irão conceder a maioria absoluta a uma só formação partidária.
Está em curso a retirada das forças australianas, aproxima-se do fim o julgamento dos acusados dos ataques de Fevereiro de 2008 e a questão dos deslocados internos foi ultrapassada. Timor aproxima-se da estabilidade?
Estamos num ponto de viragem. Os dois primeiros anos do actual Governo foram para a resolução dos problemas que enfrentávamos para estabilizar o país e recuperar a confiança dos timorenses e da comunidade internacional. Creio estarmos no bom caminho para consolidar os ganhos destes dois anos e partirmos para nova fase, que chamaria de intensificação das reformas.
Mantém-se 2012 como data para o termo da missão da ONU?
O Conselho de Segurança avalia a situação e aprova ou não a extensão do mandato da missão, o que será feito dia 23. A nossa posição é clara: gostaríamos que a ONU continuasse até 2012 - até às próximas eleições. Isto permitir-nos-ia consolidar as instituições, fazer a reforma da defesa e segurança, pôr em marcha outras reformas importantes, como a que resulta da criação da comissão anticorrupção, para maior transparência no funcionamento das instituições, que são ainda frágeis.
Referiu a comissão anticorrupção, essencial para combater um fenómeno que Mário Carrascalão, em 2009, considerou responsável pela perda de "20% dos dinheiros públicos". É possível antecipar algumas medidas da comissão?
O estabelecimento da comissão é um passo significativo, mas todos sabemos que as coisas não irão mudar da noite para o dia. Mas lembro que há uma Inspecção-Geral do Estado, a Provedoria dos Direitos Humanos e Justiça que têm actuado nesta área.
Existem condições para o ciclo eleitoral de 2012 decorrer sem sobressaltos?
Em 2009 realizámos eleições para os líderes comunitários - sucos e aldeias - e isto mostrou que a nossa máquina eleitoral está operacional. Estamos a preparar para Outubro as primeiras autárquicas, que vão realizar-se por etapas. E depois temos o grande teste político à estabilidade, em 2012, que serão as eleições legislativas. E creio estarmos todos preparados, em especial no âmbito da coligação governamental, que o meu partido integra, para essas eleições.
A coligação vai apresentar-se em conjunto nessas eleições?
Temos conversado sobre o tema. Mas temos a experiência que uma coligação a seis partidos é um exercício muito difícil, sobretudo para quem é primeiro-ministro, que tem de gerir esses equilíbrios. Pessoalmente, prefiro que nas próximas eleições haja uma coligação de dois ou três partidos. Mas gostaria principalmente que não houvesse novamente Governo de um só partido. Até por que creio que o mapa político não irá permitir que um só partido ganhe as eleições.
Que áreas considera mais relevantes para o desenvolvimento da cooperação luso-timorense?
Temos um programa indicativo de cooperação, que está na fase final, e vamos iniciar discussões sobre as prioridades do próximo programa. Devo dizer que Timor representa o maior investimento de Portugal em recursos humanos e financeiros, em matéria de cooperação. Um dos nossos objectivos é continuarmos a merecer a atenção portuguesa. Quanto às áreas, essas continuam a ser a educação, a consolidação da língua portuguesa, a área da Justiça, a cooperação técnico-militar. Também a área da Comunicação Social, para complementar a consolidação do português, e formação profissional são importantes. Estas são as áreas que consideramos importantes para o próximo triénio.
In DN
Hoje
Entrevista a Zacarias da Costa, Ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste e líder do Partido Social-Democrata Timorense. O governante timorense classifica como áreas essenciais na cooperação a educação, o reforço da presença da língua portuguesa no território, a formação profissional e o apoio técnico no âmbito da Justiça. No plano político considera que as próximas eleições não irão conceder a maioria absoluta a uma só formação partidária.
Está em curso a retirada das forças australianas, aproxima-se do fim o julgamento dos acusados dos ataques de Fevereiro de 2008 e a questão dos deslocados internos foi ultrapassada. Timor aproxima-se da estabilidade?
Estamos num ponto de viragem. Os dois primeiros anos do actual Governo foram para a resolução dos problemas que enfrentávamos para estabilizar o país e recuperar a confiança dos timorenses e da comunidade internacional. Creio estarmos no bom caminho para consolidar os ganhos destes dois anos e partirmos para nova fase, que chamaria de intensificação das reformas.
Mantém-se 2012 como data para o termo da missão da ONU?
O Conselho de Segurança avalia a situação e aprova ou não a extensão do mandato da missão, o que será feito dia 23. A nossa posição é clara: gostaríamos que a ONU continuasse até 2012 - até às próximas eleições. Isto permitir-nos-ia consolidar as instituições, fazer a reforma da defesa e segurança, pôr em marcha outras reformas importantes, como a que resulta da criação da comissão anticorrupção, para maior transparência no funcionamento das instituições, que são ainda frágeis.
Referiu a comissão anticorrupção, essencial para combater um fenómeno que Mário Carrascalão, em 2009, considerou responsável pela perda de "20% dos dinheiros públicos". É possível antecipar algumas medidas da comissão?
O estabelecimento da comissão é um passo significativo, mas todos sabemos que as coisas não irão mudar da noite para o dia. Mas lembro que há uma Inspecção-Geral do Estado, a Provedoria dos Direitos Humanos e Justiça que têm actuado nesta área.
Existem condições para o ciclo eleitoral de 2012 decorrer sem sobressaltos?
Em 2009 realizámos eleições para os líderes comunitários - sucos e aldeias - e isto mostrou que a nossa máquina eleitoral está operacional. Estamos a preparar para Outubro as primeiras autárquicas, que vão realizar-se por etapas. E depois temos o grande teste político à estabilidade, em 2012, que serão as eleições legislativas. E creio estarmos todos preparados, em especial no âmbito da coligação governamental, que o meu partido integra, para essas eleições.
A coligação vai apresentar-se em conjunto nessas eleições?
Temos conversado sobre o tema. Mas temos a experiência que uma coligação a seis partidos é um exercício muito difícil, sobretudo para quem é primeiro-ministro, que tem de gerir esses equilíbrios. Pessoalmente, prefiro que nas próximas eleições haja uma coligação de dois ou três partidos. Mas gostaria principalmente que não houvesse novamente Governo de um só partido. Até por que creio que o mapa político não irá permitir que um só partido ganhe as eleições.
Que áreas considera mais relevantes para o desenvolvimento da cooperação luso-timorense?
Temos um programa indicativo de cooperação, que está na fase final, e vamos iniciar discussões sobre as prioridades do próximo programa. Devo dizer que Timor representa o maior investimento de Portugal em recursos humanos e financeiros, em matéria de cooperação. Um dos nossos objectivos é continuarmos a merecer a atenção portuguesa. Quanto às áreas, essas continuam a ser a educação, a consolidação da língua portuguesa, a área da Justiça, a cooperação técnico-militar. Também a área da Comunicação Social, para complementar a consolidação do português, e formação profissional são importantes. Estas são as áreas que consideramos importantes para o próximo triénio.
In DN
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