Chile
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Chile
Relembrando a primeira mensagem :
.
Sismos sentidos perto de onde estão 33 mineiros presos
por SUSANA SALVADOR
Hoje
Abalos não afectaram a mina. Trabalhadores já perderam dez quilos desde 5 de Agosto
As autoridades chilenas registaram ontem dois pequenos sismos (de intensidade 4,1 e 5,1 graus na escala de Richter), que foram sentidos junto à mina de São José. Os abalos não desencadearam qualquer alerta no local, onde continua a preparação para o início da perfuração do túnel vertical que permitirá a libertação dos 33 mineiros presos há 21 dias.
Os mineiros, que já terão perdido dez quilos, alimentam-se agora com latas de uma preparação com sabor a chocolate e framboesa. As latas têm 40 centilitros, tendo os médicos pedido para serem bebidas lentamente, 10 centilitros a cada seis horas, segundo o jornal La Tercera. Alimentos sólidos só dentro de três ou quatro dias.
Entretanto, está a ser preparada uma dieta específica para cada um dos mineiros, de acordo com as respostas que deram ao questionário médico. Estes devem consumir 1500 calorias diárias durante os cerca de quatro meses que se calcula que ainda devem permanecer na mina, a quase 700 metros da superfície.
Toda a alimentação, assim como medicamentos, água ou cartas das famílias, é enviada através da sonda "paloma" (pombo). Os mineiros não estão contudo parados à espera do que lhes chega da superfície, trabalhando por turnos.
Foi-lhes pedido que desenhem um mapa do local onde estão, assinalando a área de descanso, de trabalho e para detritos. Além disso, devem enviar amostras da água que estão a consumir, e que escorre das paredes, para garantir que é potável ou pode ser tratada com cloro. Na mina a temperatura situa-se entre os 32 e os 36 graus. Está ainda a ser construído um canal por onde deverá depois ser injectado oxigénio, para melhorar a qualidade do ar no interior.
"Senhor Presidente, precisamos que sejam fortes, que nos socorram o mais rapidamente possível e que não nos abandonem", disse o líder do grupo de mineiros, Luis Urzula, numa conversa telefónica com Sebastián Piñera, na terça- -feira à noite. O Presidente chileno respondeu dizendo que está a de-senvolver todos os esforços necessários para os tirar de lá. "Vamos bater a todas as portas, procurar por todo o tipo de tecnologia e equipamento, todos os peritos, para vos tirar daí com vida", disse Piñera, não explicando que tal operação poderá levar quatro meses. Além disso, o Presidente também tranquilizou os mineiros explicando-lhes que está a cuidar das famílias à superfície.
In DN
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Sismos sentidos perto de onde estão 33 mineiros presos
por SUSANA SALVADOR
Hoje
Abalos não afectaram a mina. Trabalhadores já perderam dez quilos desde 5 de Agosto
As autoridades chilenas registaram ontem dois pequenos sismos (de intensidade 4,1 e 5,1 graus na escala de Richter), que foram sentidos junto à mina de São José. Os abalos não desencadearam qualquer alerta no local, onde continua a preparação para o início da perfuração do túnel vertical que permitirá a libertação dos 33 mineiros presos há 21 dias.
Os mineiros, que já terão perdido dez quilos, alimentam-se agora com latas de uma preparação com sabor a chocolate e framboesa. As latas têm 40 centilitros, tendo os médicos pedido para serem bebidas lentamente, 10 centilitros a cada seis horas, segundo o jornal La Tercera. Alimentos sólidos só dentro de três ou quatro dias.
Entretanto, está a ser preparada uma dieta específica para cada um dos mineiros, de acordo com as respostas que deram ao questionário médico. Estes devem consumir 1500 calorias diárias durante os cerca de quatro meses que se calcula que ainda devem permanecer na mina, a quase 700 metros da superfície.
Toda a alimentação, assim como medicamentos, água ou cartas das famílias, é enviada através da sonda "paloma" (pombo). Os mineiros não estão contudo parados à espera do que lhes chega da superfície, trabalhando por turnos.
Foi-lhes pedido que desenhem um mapa do local onde estão, assinalando a área de descanso, de trabalho e para detritos. Além disso, devem enviar amostras da água que estão a consumir, e que escorre das paredes, para garantir que é potável ou pode ser tratada com cloro. Na mina a temperatura situa-se entre os 32 e os 36 graus. Está ainda a ser construído um canal por onde deverá depois ser injectado oxigénio, para melhorar a qualidade do ar no interior.
"Senhor Presidente, precisamos que sejam fortes, que nos socorram o mais rapidamente possível e que não nos abandonem", disse o líder do grupo de mineiros, Luis Urzula, numa conversa telefónica com Sebastián Piñera, na terça- -feira à noite. O Presidente chileno respondeu dizendo que está a de-senvolver todos os esforços necessários para os tirar de lá. "Vamos bater a todas as portas, procurar por todo o tipo de tecnologia e equipamento, todos os peritos, para vos tirar daí com vida", disse Piñera, não explicando que tal operação poderá levar quatro meses. Além disso, o Presidente também tranquilizou os mineiros explicando-lhes que está a cuidar das famílias à superfície.
In DN
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
Estudantes detidos por exigirem "educação gratuita"
.
Estudantes detidos por exigirem "educação gratuita"
por Lusa
Hoje
Cerca de 250 pessoas foram detidas na quinta-feira no Chile durante uma nova manifestação estudantil em protesto por uma educação pública gratuita e de qualidade.
No protesto, cerca de 30 polícias e 15 civis ficaram feridos, entre eles vários jornalistas nacionais e estrangeiros.
De acordo com informações recolhidas, 132 pessoas foram detidas, e 25 polícias e cinco civis ficaram feridos na capital chilena.
Entretanto a Rádio Bíobo revelou que nas cidades de Concepción, Talca, Curicó, Valdivia e Valparaíso registaram-se distúrbios "particularmente graves", nos quais a polícia prendeu 124 estudantes.
Um dos confrontos mais violentos entre a polícia e os manifestantes ocorreu na praça Perú de Concepción, localizada a 515 quilómetros a sul de Santiago do Chile, tendo os motins durado até cerca da meia-noite, de acordo com a mesma fonte.
As manifestações realizaram-se depois dos estudantes terem rompido o diálogo com o governo, que acusam de intransigente.
Os estudantes têm-se manifestado por uma educação pública e gratuita desde maio no Chile.
A Associação de Jornalistas do Chile condenou a atuação policial sobre os manifestantes.
In DN
Estudantes detidos por exigirem "educação gratuita"
por Lusa
Hoje
Cerca de 250 pessoas foram detidas na quinta-feira no Chile durante uma nova manifestação estudantil em protesto por uma educação pública gratuita e de qualidade.
No protesto, cerca de 30 polícias e 15 civis ficaram feridos, entre eles vários jornalistas nacionais e estrangeiros.
De acordo com informações recolhidas, 132 pessoas foram detidas, e 25 polícias e cinco civis ficaram feridos na capital chilena.
Entretanto a Rádio Bíobo revelou que nas cidades de Concepción, Talca, Curicó, Valdivia e Valparaíso registaram-se distúrbios "particularmente graves", nos quais a polícia prendeu 124 estudantes.
Um dos confrontos mais violentos entre a polícia e os manifestantes ocorreu na praça Perú de Concepción, localizada a 515 quilómetros a sul de Santiago do Chile, tendo os motins durado até cerca da meia-noite, de acordo com a mesma fonte.
As manifestações realizaram-se depois dos estudantes terem rompido o diálogo com o governo, que acusam de intransigente.
Os estudantes têm-se manifestado por uma educação pública e gratuita desde maio no Chile.
A Associação de Jornalistas do Chile condenou a atuação policial sobre os manifestantes.
In DN
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
Mineiros pensaram cometer actos de canibalismo
,
Mineiros pensaram cometer actos de canibalismo
por Lusa
Hoje
Um dos mineiros de Atacama (Chile), que permaneceram soterrados mais de dois meses a 700 metros de profundidade, revelou que durante os primeiros 17 dias, em que estiveram totalmente incomunicáveis, os 33 homens pensaram cometer atos de canibalismo.
A revelação é feita por Samuel Ávalos, o 22.º mineiro a ser resgatado da mina, por ocasião do primeiro aniversário da operação de resgate dos 33 homens, realizada a 13 de Outubro de 2010.
"Era uma questão de sorte de quem seria o primeiro, estávamos nisso, quem ia primeiro (...) os outros iam chegar lá, como animais", relatou Ávalos, num documentário transmitido esta semana pela Televisão Nacional (TVN) do Chile.
O programa, intitulado "17 dias enterrados vivos", é uma coprodução entre a TVN e a estação pública britânica BBC e recorda as cerca de duas semanas que os mineiros estiveram totalmente incomunicáveis.
Durante esse período, ninguém sabia se os trabalhadores da mina São José, situada a mais de 800 quilómetros a norte da capital Santiago do Chile, estavam vivos ou mortos após o desmoronamento de 5 de Agosto.
Os mineiros foram obrigados na altura a racionar a pouca comida que estava armazenada no refúgio, comendo em cada 48 horas duas colheres de atum em conserva, meio copo de leite e meia bolacha.
A ideia de os 33 mineiros terem equacionado cometer actos de canibalismo circulou em Fevereiro passado, quando o correspondente no Chile do diário britânico The Guardian, Jonathan Franklin, autor do livro "33 homens", defendeu esta hipótese.
"Com ou sem comida, tinha que sair dali. Tinha que pensar qual era o mineiro que ia morrer primeiro e pensar como ia comê-lo. Não tinha vergonha, não tinha medo", relatou então Franklin, citando o testemunho do mineiro Mario Sepúlveda, um dos mais populares do grupo.
Em 1972, jogadores da selecção de râguebi do Uruguai sobreviveram a um acidente de avião na cordilheira dos Andes (Chile) recorrendo ao canibalismo.
As histórias destes homens cruzaram-se quando um dos sobreviventes da queda do avião, José Luís Inciarte, foi um dos consultores que trabalhou na operação de resgate dos 33 mineiros.
Às 00:10 locais (04:10 hora de Lisboa), o primeiro dos 33 mineiros, Florencio Avalos, foi resgatado e transportado para a superfície numa cápsula metálica introduzida num dos três furos de evacuação que foram perfurados durante várias semanas.
O último mineiro, Luís Urzúa, o chefe de turno na mina, foi resgatado às 21:55 locais (cerca das 01:55 hora de Lisboa).
O caso dos mineiros do Chile comoveu a opinião pública internacional e a operação de resgate foi acompanhada via televisão por mais de mil milhões de pessoas em todo o mundo.
Segundo publicou na altura a comunicação social chilena, a audiência mundial das operações de resgate só poderá ser comparada com os 600 milhões de pessoas que em 1969 estiveram em frente ao televisor a ver a chegada do homem à Lua
In DN
Mineiros pensaram cometer actos de canibalismo
por Lusa
Hoje
Um dos mineiros de Atacama (Chile), que permaneceram soterrados mais de dois meses a 700 metros de profundidade, revelou que durante os primeiros 17 dias, em que estiveram totalmente incomunicáveis, os 33 homens pensaram cometer atos de canibalismo.
A revelação é feita por Samuel Ávalos, o 22.º mineiro a ser resgatado da mina, por ocasião do primeiro aniversário da operação de resgate dos 33 homens, realizada a 13 de Outubro de 2010.
"Era uma questão de sorte de quem seria o primeiro, estávamos nisso, quem ia primeiro (...) os outros iam chegar lá, como animais", relatou Ávalos, num documentário transmitido esta semana pela Televisão Nacional (TVN) do Chile.
O programa, intitulado "17 dias enterrados vivos", é uma coprodução entre a TVN e a estação pública britânica BBC e recorda as cerca de duas semanas que os mineiros estiveram totalmente incomunicáveis.
Durante esse período, ninguém sabia se os trabalhadores da mina São José, situada a mais de 800 quilómetros a norte da capital Santiago do Chile, estavam vivos ou mortos após o desmoronamento de 5 de Agosto.
Os mineiros foram obrigados na altura a racionar a pouca comida que estava armazenada no refúgio, comendo em cada 48 horas duas colheres de atum em conserva, meio copo de leite e meia bolacha.
A ideia de os 33 mineiros terem equacionado cometer actos de canibalismo circulou em Fevereiro passado, quando o correspondente no Chile do diário britânico The Guardian, Jonathan Franklin, autor do livro "33 homens", defendeu esta hipótese.
"Com ou sem comida, tinha que sair dali. Tinha que pensar qual era o mineiro que ia morrer primeiro e pensar como ia comê-lo. Não tinha vergonha, não tinha medo", relatou então Franklin, citando o testemunho do mineiro Mario Sepúlveda, um dos mais populares do grupo.
Em 1972, jogadores da selecção de râguebi do Uruguai sobreviveram a um acidente de avião na cordilheira dos Andes (Chile) recorrendo ao canibalismo.
As histórias destes homens cruzaram-se quando um dos sobreviventes da queda do avião, José Luís Inciarte, foi um dos consultores que trabalhou na operação de resgate dos 33 mineiros.
Às 00:10 locais (04:10 hora de Lisboa), o primeiro dos 33 mineiros, Florencio Avalos, foi resgatado e transportado para a superfície numa cápsula metálica introduzida num dos três furos de evacuação que foram perfurados durante várias semanas.
O último mineiro, Luís Urzúa, o chefe de turno na mina, foi resgatado às 21:55 locais (cerca das 01:55 hora de Lisboa).
O caso dos mineiros do Chile comoveu a opinião pública internacional e a operação de resgate foi acompanhada via televisão por mais de mil milhões de pessoas em todo o mundo.
Segundo publicou na altura a comunicação social chilena, a audiência mundial das operações de resgate só poderá ser comparada com os 600 milhões de pessoas que em 1969 estiveram em frente ao televisor a ver a chegada do homem à Lua
In DN
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
Legado de Pinochet em causa 40 anos após golpe
.
Legado de Pinochet em causa 40 anos após golpe
por Lusa
Hoje
Protestos marcaram os 40 anos do golpe de Pinochet contra Allende Fotografia Reuters
Quarenta anos depois do golpe de Estado que derrubou o Governo socialista de Salvador Allende, o Chile está longe da reconciliação, entre a herança da ditadura de Augusto Pinochet e as exigências das novas gerações.
"Atualmente, vivemos noutro país. Um país que decidiu expressar as suas exigências, com a convicção de que é preciso mudar toda a herança da ditadura, e isso dá-nos uma perspetiva diferente sobre como abordar estes 40 anos", disse à agência noticiosa francesa AFP Lorena Pizarro, presidente da associação das Famílias dos Detidos-Desaparecidos.
O sociólogo Alberto Mayol afirmou que "esta comemoração produz-se no final de um ciclo político, nascido sob a ditadura, mantido numa fase de transição e atualmente em fase de conclusão".
Com o movimento dos estudantes, que gritaram na rua "Ela vai acabar, ela vai acabar, a educação de Pinochet!", a sociedade chilena exige mudanças de um modelo económico ultraliberal, que fez do Chile um dos países mais desenvolvidos da América Latina, mas de grandes desigualdades, com um sistema político pouco representativo.
"É todo um legado ditatorial que está hoje em questão", considerou Mayol.
Inspirado pelos discípulos do economista norte-americano Milton Friedman, Pinochet privatizou a saúde, a educação e as reformas.
De acordo com os dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Chile está prestes a atingir um rendimento 'per capita' de 20.000 dólares por ano, o mais elevado da região. Os governos da transição democrática conseguiram reduzir, desde 1990, o índice de pobreza de 40 para 14%, apesar de persistirem disparidades sociais.
"Não se procura uma mudança radical para voltar ao que tínhamos antes da década de 1970, mas antes uma maior participação de algumas camadas da sociedade. Não é que queiram estar fora do modelo, mas querem ter um papel mais importante", considerou Francisco Klapp, investigador do Instituto Liberdade e Desenvolvimento, um centro conservador.
A dois meses da eleição presidencial, é o futuro do modelo que está em jogo.
A candidata socialista, a antiga presidente Michelle Bachelet e grande favorita do escrutínio, promete uma reforma profunda para acabar com os vestígios da ditadura, incluindo uma nova Constituição, para substituir a que foi imposta por Pinochet em 1980.
A principal rival de Bachelet e candidata da direita Evelyn Matthei é uma defensora da atual situação.
As duas candidatas a La Moneda partilharam uma infância comum, mas a 11 de setembro de 1973 a sua vida seguiu caminhos radicalmente diferentes.
Os pais das candidatas, ambos generais da força aérea, eram colegas e amigos. Alberto Bachelet foi preso a 11 de setembro de 1973 pela lealdade mostrada a Salvador Allende, e morreu alguns meses mais tarde, vítima de torturas. Fernando Matthei integrou a junta militar de Augusto Pinochet.
Se Michelle Bachelet e a mãe foram detidas, torturadas e exiladas, Evelyn Matthei fez parte do círculo íntimo do ditador.
Além das exigências de mudança, intensifica-se também o clamor para conhecer toda a verdade sobre uma ditadura que deixou mais de 3.200 mortos, 38.000 torturados e centenas de desaparecidos.
"Com o tempo, reconciliação e justiça tornaram-se conceitos contraditórios. Em qualquer país, a justiça pode levar à reconciliação, mas no Chile a reconciliação é sinónimo de injustiça e de impunidade. Infelizmente, não avançámos o suficiente em termos de justiça para provocar uma reconciliação", lamentou Lorena Pizarro.
Isabel Allende, senadora e filha do antigo presidente deposto, afirmou: "Não podemos fechar um ciclo enquanto não for dito aquilo que, até aqui, não pudemos dizer. Quarenta anos passados, há muitas coisas que só agora começaram a surgir".
Os dossiers de cerca de 1.300 crimes, cometidos durante os 17 anos de ditadura, ainda estão nas mãos da justiça chilena.
Perto de 800 funcionários públicos e militares foram julgados ou condenados, e 70 cumprem penas de prisão, quase todos em centros de detenção militares.
Manuel Contreras, chefe da polícia política chilena durante a ditadura, cumpre uma pena de 200 anos de prisão.
Pinochet morreu acamado, há sete anos, sem nunca ter sido julgado pelos crimes cometidos.
In DN
Legado de Pinochet em causa 40 anos após golpe
por Lusa
Hoje
Protestos marcaram os 40 anos do golpe de Pinochet contra Allende Fotografia Reuters
Quarenta anos depois do golpe de Estado que derrubou o Governo socialista de Salvador Allende, o Chile está longe da reconciliação, entre a herança da ditadura de Augusto Pinochet e as exigências das novas gerações.
"Atualmente, vivemos noutro país. Um país que decidiu expressar as suas exigências, com a convicção de que é preciso mudar toda a herança da ditadura, e isso dá-nos uma perspetiva diferente sobre como abordar estes 40 anos", disse à agência noticiosa francesa AFP Lorena Pizarro, presidente da associação das Famílias dos Detidos-Desaparecidos.
O sociólogo Alberto Mayol afirmou que "esta comemoração produz-se no final de um ciclo político, nascido sob a ditadura, mantido numa fase de transição e atualmente em fase de conclusão".
Com o movimento dos estudantes, que gritaram na rua "Ela vai acabar, ela vai acabar, a educação de Pinochet!", a sociedade chilena exige mudanças de um modelo económico ultraliberal, que fez do Chile um dos países mais desenvolvidos da América Latina, mas de grandes desigualdades, com um sistema político pouco representativo.
"É todo um legado ditatorial que está hoje em questão", considerou Mayol.
Inspirado pelos discípulos do economista norte-americano Milton Friedman, Pinochet privatizou a saúde, a educação e as reformas.
De acordo com os dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Chile está prestes a atingir um rendimento 'per capita' de 20.000 dólares por ano, o mais elevado da região. Os governos da transição democrática conseguiram reduzir, desde 1990, o índice de pobreza de 40 para 14%, apesar de persistirem disparidades sociais.
"Não se procura uma mudança radical para voltar ao que tínhamos antes da década de 1970, mas antes uma maior participação de algumas camadas da sociedade. Não é que queiram estar fora do modelo, mas querem ter um papel mais importante", considerou Francisco Klapp, investigador do Instituto Liberdade e Desenvolvimento, um centro conservador.
A dois meses da eleição presidencial, é o futuro do modelo que está em jogo.
A candidata socialista, a antiga presidente Michelle Bachelet e grande favorita do escrutínio, promete uma reforma profunda para acabar com os vestígios da ditadura, incluindo uma nova Constituição, para substituir a que foi imposta por Pinochet em 1980.
A principal rival de Bachelet e candidata da direita Evelyn Matthei é uma defensora da atual situação.
As duas candidatas a La Moneda partilharam uma infância comum, mas a 11 de setembro de 1973 a sua vida seguiu caminhos radicalmente diferentes.
Os pais das candidatas, ambos generais da força aérea, eram colegas e amigos. Alberto Bachelet foi preso a 11 de setembro de 1973 pela lealdade mostrada a Salvador Allende, e morreu alguns meses mais tarde, vítima de torturas. Fernando Matthei integrou a junta militar de Augusto Pinochet.
Se Michelle Bachelet e a mãe foram detidas, torturadas e exiladas, Evelyn Matthei fez parte do círculo íntimo do ditador.
Além das exigências de mudança, intensifica-se também o clamor para conhecer toda a verdade sobre uma ditadura que deixou mais de 3.200 mortos, 38.000 torturados e centenas de desaparecidos.
"Com o tempo, reconciliação e justiça tornaram-se conceitos contraditórios. Em qualquer país, a justiça pode levar à reconciliação, mas no Chile a reconciliação é sinónimo de injustiça e de impunidade. Infelizmente, não avançámos o suficiente em termos de justiça para provocar uma reconciliação", lamentou Lorena Pizarro.
Isabel Allende, senadora e filha do antigo presidente deposto, afirmou: "Não podemos fechar um ciclo enquanto não for dito aquilo que, até aqui, não pudemos dizer. Quarenta anos passados, há muitas coisas que só agora começaram a surgir".
Os dossiers de cerca de 1.300 crimes, cometidos durante os 17 anos de ditadura, ainda estão nas mãos da justiça chilena.
Perto de 800 funcionários públicos e militares foram julgados ou condenados, e 70 cumprem penas de prisão, quase todos em centros de detenção militares.
Manuel Contreras, chefe da polícia política chilena durante a ditadura, cumpre uma pena de 200 anos de prisão.
Pinochet morreu acamado, há sete anos, sem nunca ter sido julgado pelos crimes cometidos.
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